Índias Hanauesas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Carta das Índias Hanauesas em 1669

As Índias Hanauesas (Hanauisch-Indien) ou Nova Alemanha (Neu Deutschland) foram um contrato comercial assinado em 1669 entre o Conde Frederico Casimiro de Hanau e a Companhia Holandesa das Índias Orientais. Este contrato nunca foi aplicado na prática; se tratava de fundar uma colônia alemã na América do Sul nos territórios dos atuais Suriname, Guiana Francesa e Brasil.

História[editar | editar código-fonte]

Johann David Welcker: Alegoria sobre a aquisição do Suriname pelo Conde Frederico Casimiro de Hanau em 1669. (1676) Staatliche Kunsthalle Karlsruhe.

Em julho de 1669, o conselheiro Johann Joachim Becher foi enviado para Amsterdã e assinou, em nome do Conde Frederico Casimiro de Hanau, um acordo com a Companhia Holandesa das Índias Orientais para tomar posessão de um território de 3 000 milhas² neerlandesas (perto de 100 000 km²).[1] O objetivo era de fundar uma colônia alemã na América do Sul e, no âmbito de uma economia mercantilista, desenvolver a balança comercial dos condados de Hanau-Lichtenberg e de Hanau-Münzenberg, todos os dois dirigidos pelo Conde Frederico Casimiro de Hanau. Esse reino das Índias Hanauesas deveria assim levar civilização às populações indígenas. O contrato incluía os direitos estendidos para a Companhia Holandesa das Índias Orientais, por exemplo, um monopólio do transporte comercial da colônia.[2]

A zona de colonização proposta era muito maior que o próprio Condado de Hanau; aproximadamente 44 milhas² neerlandesas (perto de 1 500 km²).[1] Desde o início, o Conde Frederico Casimiro não dispunha dos meios financeiros para um projeto de colonização. O projeto terminou vendido pelo Conde de Hanau por um fiasco financeiro. Em 1672, foi feita uma tentativa de revender o contrato para o Rei da Inglaterra, mas ele não deu prosseguimento. No mesmo ano, o projeto finalmente falhou em razão da eclosão da Guerra Franco-Holandesa.

Para compensar a catástrofe financeira, Frederico Casimiro buscou várias soluções. Ele poderia ter prometido ao Condado de Hanau-Lichtenberg, ao duque de Lorraine e como bônus renunciar à sua fé protestante para obter o apoio do lado católico. O Conde Frederico Casimiro também poderia ter confiado nas muito lucrativas salinas de Bad Nauheim, ao Landegrave Georges Christian de Hesse-Homburg. Para pôr fim a esse louco projeto de colonização de um território americano tão grande por um estado alemão tão pequeno, os herdeiros de Frederico Casimiro o depuseram em 1680 e governaram em seu lugar o Condado de Hanau até sua morte, que ocorreu em 1685.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Vgl. dazu: Gisela Graichen, Horst Gründer: Deutsche Kolonien - Traum und Trauma. Berlin, 2. Auflage 2005, S. 23; sowie: Hahnzog: Hanauisch-Indien, S. 21.
  2. a b «Der geniale Graf von Hanau» (em alemão). 11 de Maio de 2015. Consultado em 18 de Fevereiro de 2020 

Bibliografia em língua alemã[editar | editar código-fonte]

  • Georg Ulrich Großmann|G. Ulrich Großmann (Hrsg.): Von teutscher Not zu höfischer Pracht. 1648–1701. DuMont, Köln 1998, ISBN 3-7701-4457-0, Kat-Nr. 102 (Ausstellungskatalog, Nürnberg, Germanisches Nationalmuseum, 2. April – 16. August 1998).
  • Ferdinand Hahnzog: Hanauisch-Indien einst und jetzt. Verlag W. Dausien, Hanau 1959.
  • Ferdinand Hahnzog: Die Kalkulation von „Neu-Teutschland“ oder „Hanauisch-Indien“. In: Hanauer Geschichtsblätter. 17, 1960, pages 93–114.
  • August Ludwig von Schlözer: NeuDeutschland oder HanauischIndien und D. Becher. Ein actenmäßiger Bericht von dem ehemaligen Reiche des Grafen von Hanau in Süd-Amerika, 1669. In: August Ludwig von Schlözer: Briefwechsel meist historischen und politischen Inhalts. Theil 2 = Heft 7–12. Vandenhoeck, Göttingen 1777, pages 237–260.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]