Último Adão – Wikipédia, a enciclopédia livre

Glória do Novo Cristo em presença de Deus, o Pai e do Espírito Santo. Detalhe de uma pintura de teto de Daniel Gran na Igreja Santa Ana (Viena). Adão e Eva estão retratados abaixo, acorrentados.

"O Último Adão" é um título dado a Jesus no Novo Testamento.[1][2]Títulos parecidos também se referem a Jesus, como Segundo Adão e Novo Adão.

Contexto Judaico e Paulino[editar | editar código-fonte]

A Solidariedade sem pecado de Cristo com a raça humana[3] leva a interpretações sobre sua imagem de último Adão ou Adão ideal. Tal como no uso semelhante dos títulos messiânicos e sacerdotais, chamando Jesus de o último Adão mostra seu significado e função do Salvador. Aqui, o símbolo era cheio de significado para toda a raça humana e de toda a sua história.[4]

A tradição judáica[editar | editar código-fonte]

O Gênesis apresenta à humanidade não apenas o clímax do trabalho da criação de Deus, mas também como feito à Sua imagem e manifestando Seu domínio sobre a terra:

Disse também Deus: Façamos o homem[a] à nossa imagem, conforme a nossa semelhança: domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra[b] e sobre todo o réptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem[c] à sua imagem, à imagem de Deus o criou;[d] homem e mulher os criou.

_______
a. Gênesis 1:26 Heb Adão
b. Gênesis 1:26 Sir: Heb sobre toda a terra
c. Gênesis 1:27 Heb Adão

d. Gênesis 1:27 Heb o criou

Os próximos dois capítulos do Gênesis repetem a história da criação da humanidade e acrescenta a história sobre Adão e Eva caindo em tentação.[5]

As Escrituras também lembram Adão como aquele que pecou e trouxe a morte para a humanidade (Primeira Epístola aos Coríntios 15:21-22).[6] Algumas passagens bíblicas nomeiam Eva como a primeira responsável em cair em tentação: "Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva. Adão não foi seduzido, mas a mulher é que, deixando-se iludir, caiu na transgressão;" (1 Timóteo2:13-14)[7].

A representação Paulina[editar | editar código-fonte]

Jesus puxa Adão e Eva fora das suas sepulturas. Igreja de São Salvador em Chora, Istambul.

O apóstolo Paulo contrasta Adão e Cristo como duas personalidades coletivas ou expoentes[8] e viu os seres humanos como com a imagem de Adão e Cristo.[9]Onde a desobediência de Adão significa o pecado e a morte para todos, a obediência de Cristo busca reparar o prejuízo devido a Adão trazendo a justiça e a abundância da graça.[10] Como um "espírito tonificante", o último Adão, ressuscitou dos mortos e nos transforma através da ressurreição em um celestial, a existência espiritual.[11][12][13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Watson E. Mills, Roger Aubrey Bullard, eds,Mercer dictionary of the Bible. 1998, p. 10. ISBN 0-86554-373-9
  2. James D. G. Dunn, The Theology of Paul the Apostle. 2006, p. 241[1]. ISBN 0802844235
  3. «Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas enfermidades, mas que tem sido tentado em todas as coisas à nossa semelhança, mas sem pecado.» (Hebreus 4:15)
  4. Christology: A Biblical, Historical, and Systematic Study of Jesus. Oxford:Oxford University Press, 2009, pp. 24-41.
  5. Cf. G. O'Collins, Salvation for All: God's Other Peoples. Oxford: OUP, 2008, pp. 1-7.
  6. I Coríntios 15:21–22
  7. I Timóteo 2:13–14
  8. I Coríntios 15:20–23
  9. I Coríntios 15:45–49
  10. Romanos 5:12–21
  11. I Coríntios 5:15–22
  12. I Coríntios 5:45
  13. I Coríntios 5:48–49

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Borgen, Peder. Early Christianity and Hellenistic Judaism. Edinburgh: T & T Clark Publishing. 1996.
  • Dunn, J. D. G., Christology in the Making, London: SCM Press. 1989.
  • Essays in Greco-Roman and Related Talmudic Literature. ed. by Henry A. Fischel. New York: KTAV Publishing House. 1977.
  • Ferguson, Everett. Backgrounds in Early Christianity. Grand Rapids: Eerdmans Publishing. 1993.
  • Freund, Richard A. Secrets of the Cave of Letters. Amherst, New York: Humanity Books. 2004.
  • Greene, Colin J. D. Christology in Cultural Perspective: Marking Out the Horizons. Grand Rapids: InterVarsity Press. Eerdmans Publishing. 2003.
  • Holt, Bradley P. Thirsty for God: A Brief History of Christian Spirituality. Minneapolis: Fortress Press. 2005.
  • Letham, Robert. The Work of Christ. Downers Grove: InterVarsity Press. 1993.
  • Macleod, Donald. The Person of Christ. Downers Grove: InterVarsity Press. 1998.
  • McGrath, Alister. Historical Theology: An Introduction to the History of Christian Thought. Oxford: Blackwell Publishing. 1998.
  • Moore, Edwin. “Neoplatonism.” in The Internet Encyclopedia of Philosophy. ed. by James Fieser and Bradley Dowden. 2006. Available at [2][ligação inativa]
  • Neusner, Jacob. From Politics to Piety: The Emergence of Pharisaic Judaism. Providence, R. I.: Brown University. 1973.
  • Norris, Richard A. Jr. The Christological Controversy. Philadelphia: Fortress Press. 1980.
  • O'Collins, Gerald. Christology: A Biblical, Historical, and Systematic Study of Jesus. Oxford:Oxford University Press. 2009.
  • Pelikan, Jaroslav. Development of Christian Doctrine: Some Historical Prolegomena. London: Yale University Press. 1969.
  • _______ The Emergence of the Catholic Tradition (100-600). Chicago: University of Chicago Press. 1971.
  • Robertson, J. A. T. Redating the New Testament. 2nd ed. Philadelphia: Westminster Press. 1985.
  • Schweitzer, Albert. Quest of the Historical Jesus: A Critical Study of the Progress from Reimarus to Wrede. trans. by W. Montgomery. London: A & C Black. 1931.
  • Tyson, John R. Invitation to Christian Spirituality: An Ecumenical Anthology. New York: Oxford University Press. 1999.
  • Wilson, R. Mcl. Gnosis and the New Testament. Philadelphia: Fortress Press. 1968.
  • Witherington, Ben III. The Jesus Quest: The Third Search for the Jew of Nazareth. Downers Grove: InterVarsity Press. 1995.
  • _______ “The Gospel of John.” in The Dictionary of Jesus and the Gospels. ed. by Joel Greene, Scot McKnight and I. Howard