Açaí na tigela – Wikipédia, a enciclopédia livre

Açaí na tigela
tigela de açaí com frutas
Açaí na tigela
Categoria No norte brasileiro: pirão.
No nordeste e sul: creme.
Ingrediente(s)
principal(is)
No norte brasileiro: vinho do açaí com farinha, farinha de tapioca, açúcar e, charque.
No nordeste e sul: açaí, frutas congeladas, granola e, guaraná.
Receitas: Açaí na tigela   Multimédia: Açaí na tigela
Despolpadeira de açaí nas ruas de Belém do Pará; modo nortista de preparo.
Mix de açaí com frutas.
Açaí na tigela acompanhado com peixe-frito vendido no mercado do Ver-o-Peso. Eleito o prato-símbolo do município brasileiro de Belém do Pará. O modo tradicional de apreciar o açaí.[1]

O Açaí na tigela é um prato típico ou sobremesa[2] da gastronomia brasileira, onde a polpa do açaí (ou o vinho do açaí) da região da Amazônia[3] que pode ser consumido in natura[1] tradicionalmente na forma de pirão (misturado com farinha de mandioca), podendo também ser consumido com farinha de tapioca, açúcar ou modernamente na forma de creme (acompanhado com frutas e cereais).[3] Este é considerado o ouro do Pará.[1]

Presente na alimentação do brasileiro, devido ser muito nutritivo com diversas vitaminas naturais,[1][4] principalmente na dieta do nortista brasileiro (ou amazônida), onde seu consumo pelos indígenas ocorre desde a época pré-colombiana.[5] Este prato acompanhado com peixe-frito, foi eleito via voto popular o prato-tradicional símbolo dos 400 anos do município paraense de Belém do Pará.[6]

Sobre o açaí[editar | editar código-fonte]

O açaí provêm da palmeira,[7] é um fruto bacáceo arredondado de cor roxo escuro, que contém um caroço proporcionalmente grande e pouca polpa.[4] Este no Brasil, cresce nas várzeas da Amazônia de forma espontânea.[7][4] Que para ser consumido, deve primeiramente passar por uma máquina despolpadeira ou amassado manualmente, para que a polpa se desprenda da semente/caroço e, após ser misturada com água, transformando-se em um caldo grosso conhecido como "vinho do açaí".[5]

Preparo[editar | editar código-fonte]

Majoritariamente existem duas formas básicas de preparo: o modo da região Norte do Brasil (região amazônica) e, o modo das regiões Nordeste e Sul.

O preparo nas regiões Nordeste e Sul do Brasil é diferente da região Amazônica: feito através do processamento no liquidificador de frutas e cereais congelados,[3] com um copo de guaraná e banana, formando o creme de açaí, então servido em uma tigela ou em um copo, geralmente acompanhado por granola e banana em fatias.[8]

Os habitantes da região Norte costumam consumir o açaí puro (polpa sem granola e sem banana), a forma de consumo mais tradicional/antiga no país,[1][9][10] onde o vinho do açaí gelado é misturado com farinha de mandioca ou goma de tapioca, formando um pirão, acompanhado com charque frito, ou com peixe-frito[2][10][11] (alimento tadicional nortista eleito como símbolo culinário dos 400 anos do município brasileiro de Belém do Pará).[6]

Contribuições nutricionais[editar | editar código-fonte]

Por suas contribuições nutricionais, o açaí na tigela é apreciado por atletas. Possui diversas vitaminas naturais, como: A; B1; C; Riboflavina, e; Niacina.[4]

O modo de creme com frutas é bastante popular no Rio de Janeiro e Espírito Santo e também no litoral nordeste, onde é vendido na maioria dos quiosques de praia e também em bares de sucos, como uma bebida funcional. Nos últimos anos, seu consumo se espalhou para o sul, principalmente nas áreas turísticas dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Importância econômica[editar | editar código-fonte]

O consumo da fruta a partir do século XX é majoritariamente nas comunidades ribeirinhas e dos povos nativos da Amazônia. Entretanto, com o crescimento demográfico das cidades da região norte o seu consumo foi difundido para as grandes metrópoles da região amazônica. Nesse contexto, o mercado do açaí até a década de 1980 se baseava no consumo regional com uma demanda consolidada,[12] proveniente da agricultura das comunidades ribeirinhas que moram na área insular. A transformação do açaí de alimento regional e rural para um de projeção nacional e internacional começa nos anos 1990 com a demanda por alimentos mais saudáveis e a demanda pelas frutas amazônicas, iniciado nos anos 1980.

Estatística[editar | editar código-fonte]

O estado do Pará produz cerca de 820 mil toneladas de açaí ao ano, corresponde a 85% da produção nacional,[13] tornando-se o maior produtor do país. A maior parte do fruto permanece no estado: 60% é consumido na região, 30% é transportado para outros estados brasileiros e, 10% exportado rumo ao exterior.[14]

Referências

  1. a b c d e «Como é preparado o verdadeiro açaí do Pará». Receitas Band. Consultado em 21 de março de 2023 
  2. a b Monteiro, Paula (22 de outubro de 2018). «Nada de açaí na tigela. No Pará, a frutinha é consumida de outra forma». Go Hurb. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  3. a b c «Açaí: A pequena fruta que movimenta milhões na economia paraense». Abrafrutas. 13 de agosto de 2019. Consultado em 11 de maio de 2022 
  4. a b c d «Cultura e Conhecimento: Açaí». BrasilCult. Consultado em 12 de maio de 2022 
  5. a b «Cultivo, extração e beneficiamento do açaí orgânico». Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Consultado em 12 de maio de 2022 
  6. a b «Peixe frito com açaí é eleito prato símbolo de Belém em votação no G1». Globo Comunicação. Belém 400 anos. G1 Pará. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  7. a b por, Postado; Potsch, réa. «A saga do AÇAÍ do pé à tigela». Consultado em 11 de maio de 2022 
  8. «Açaí com Banana e Granola | Castor Alimentos». Consultado em 16 de novembro de 2020 
  9. «Incrível! Um pedacinho da Amazônia bem do lado do Mercado Municipal». Gazeta do Povo. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  10. a b «Açaí: A pequena fruta que movimenta milhões na economia paraense». Abrafrutas. 13 de agosto de 2019. Consultado em 11 de maio de 2022 
  11. «Açaí à moda paraense». Viomundo. 5 de junho de 2012. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  12. Brondízio, Eduardo (1 de janeiro de 2004). «From staple to fashion food: Shifting cycles and shifting opportunities in the development of the acai palm fruit economy in the Amazon estuary». Working Forest in the Neotropics: 339–365 
  13. Silvia Oliveira (13 de outubro de 2014). «Feira do Açaí, Belém: a essência da identidade paraense». Portal Matraqueando. Consultado em 27 de fevereiro de 2018 
  14. Rafael Sette Câmara (31 de dezembro de 2015). «A feira do açaí, em Belém: vida noturna no Pará». Dicas de Viagem. 360 Meridianos. Consultado em 27 de fevereiro de 2018 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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