A Queda dos Condenados – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Queda dos Condenados
A Queda dos Condenados
Autor Peter Paul Rubens
Data ca. 1620
Técnica Óleo sobre tela
Dimensões 286 cm × 224 cm 
Encomendador Wolfgang Guilherme
Localização Antiga Pinacoteca, Munique

A Queda dos Condenados, alternadamente conhecida como A Queda dos Anjos Rebeldes,[1] é uma pintura religiosa de Peter Paul Rubens. A pintura apresenta corpos de condenados, lançados no abismo pelo arcanjo Miguel e pelos anjos que o acompanham.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A pintura retrata a queda para o inferno, uma crença tradicional bastante representada na arte cristã. Em um raio de luz entre nuvens escuras, o Arcanjo Miguel bate e lança grandes quantidades de corpos nus. Diferentemente das representações comparáveis, Cristo, como juiz mundial, carece da perspectiva da salvação. Incomum também é a fusão quase abstrata de superfícies coloridas.

Esboço[editar | editar código-fonte]

Estudo da obra, circa 1614-18

O esboço de A Queda dos Condenados foi feito em giz preto e vermelho, com uma tinta cinza. É mantido no Museu Britânico. Supõe-se que o esboço da obra teria sido feito por um assistente de estúdio, enquanto Rubens repassava o desenho com pincel e óleo.[3] O dramático chiaroscuro das formas humanas e nuvens enfatiza a escuridão na qual essas figuras caem, longe da luz do céu.

História[editar | editar código-fonte]

Já em 1617 Rubens havia sido contratado pelo duque católico Wolfgang Guilherme do Palatinado-Neuburgo para a obra O Grande Último Julgamento na Igreja Jesuíta de Neuburgo, em 1619 criaram a obra O Último Grande Julgamento, ambas também mantidas na Antiga Pinacoteca. Provavelmente por volta de 1620 ele recebeu do conde, que procurava uma imagem para a capela de seu palácio, a ordem para a criação de A Queda dos Condenados.

João Guilherme, Eleitor Palatino adquiriu a pintura para sua galeria em Düsseldorf. Depois de um tempo foi parar em uma galeria de Mannheim até chegar em Munique, na Antiga Pinacoteca.

Vandalismo[editar | editar código-fonte]

A pintura foi alvo de vandalismo em 1959. No dia 26 de fevereiro, pouco depois das 11 horas, um filósofo e aventureiro chamado Walter Menzl (de), de Constança, derramou um removedor de tinta de móveis sobre a imagem. O líquido corrosivo fluiu sobre a pintura em uma largura de cerca de meio metro e danificou principalmente a metade esquerda da imagem. Menzl foi preso na manhã seguinte. Ele se descreveu no interrogatório como cientista e escritor. Na verdade, ele queria destruir o díptico Quatro Apóstolos de Dürer. O criminoso foi condenado pelo tribunal do distrito de Munique por "danos à propriedade" a uma sentença de três anos de prisão e uma multa no valor de 800 000 DM, a pintura conseguiu ser restaurada.[4][5]

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

A banda australiana de metalcore Parkway Drive usou parte da obra de arte em seu lançamento em 2018, Reverence.

A pintura é um tema recorrente na segunda e terceira temporada da série Dark, da Netflix.

Referências

  1. «Rubens - The Complete Works - Fall Of The Rebel Angels - peterpaulrubens.org». www.peterpaulrubens.org. Consultado em 5 de dezembro de 2019 
  2. Sophie Perryer, 10 years 100 artists, Struik, 2004
  3. «Peter Paul Rubens, drawing for The Fall of the Damned». British Museum. Consultado em 17 de novembro de 2010 
  4. «Stadtchronik 1959. Bemerkenswertes, Kurioses und Alltägliches». muenchen.de. Das offizielle Stadtportal. Landeshauptstadt München. Consultado em 8 de abril de 2013. Strafe für das Attentat auf ein Rubens-Gemälde 
  5. «Destructivism». Heyoka Magazine. Consultado em 17 de novembro de 2010. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2010 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]