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Academia Lavrense de Letras
(ALL)

Brasão da Academia Lavrense de Letras
Tipo Associação literária
Fundação 17 de novembro de 1967 (56 anos)
Sede Casa da Cultura de Lavras, Rua Santana, 111, Centro, Lavras Brasil
Membros 20
Línguas oficiais Português
Presidente Vanderlei Barbosa
Sítio oficial www.academialavrensedeletras.com.br

A Academia Lavrense de Letras (ALL), criada em 17 de novembro de 1967 através da lei municipal n. 675[1], tem por finalidade a união dos intelectuais lavrenses, o cultivo e a difusão das letras, bem como o desenvolvimento cultural da comunidade de Lavras.[2]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Os primeiros grêmios literários e grupos dramáticos de Lavras surgiram no final do Século XIX, como o Clube Literário e Musical (fundado por Samuel Gammon em 1896) e o Clube Recreativo 21 de Abril (fundado em 1899). Estas entidades eram ligadas aos educandários então existentes e tinham participação ativa no antigo teatro municipal.[3]

Em 6 de janeiro de 1949 foi criada a Sociedade dos Amigos de Lavras (SAL), cujo propósito maior era dignificar o homem e engrandecer a terra de Lavras nos aspectos econômicos, culturais e sociais. Ao longo dos quase vinte anos de existência, a SAL foi uma das principais entidades cívicas da cidade, promovendo diversos eventos e iniciativas nas áreas culturais, educacionais, esportivas e filantrópicas. Os atuais Museu Bi Moreira e a Biblioteca Pública Meirinha Botelho estão entre as heranças diretas das ações da SAL.

Fundação[editar | editar código-fonte]

No início dos anos 1960, Lavras se via numa grave crise intelectual desencadeada pela demolição do Teatro Municipal, o desaparecimento da Sociedade Lavrense de Cultura Artística (SOLCA) e da Sociedade dos Amigos de Lavras, o fim da publicação de A Gazeta de Lavras - o único semanário impresso da época -, e o quase fechamento da Escola Superior Agrícola de Lavras. No final da década, motivada pela celebração do primeiro centenário da cidade (1968), ensaiou-se um renascimento cultural em Lavras através de novas ações nesta área. Foi assim que em 1967 o vereador Herculano Pinto Filho elaborou uma lei recomendado a criação da Academia Lavrense de Letras para o dia 20 de julho do ano seguinte, o que não aconteceu.

Seria preciso esperar até o primeiro semestre de 1969 para o poder executivo municipal indicar uma comissão especial que tomasse as providências no sentido de efetivar a instalação da criada arcádia. No dia 12 de junho deste ano, reuniram-se os intelectuais da época com a missão anteriormente recomendada. Foram eles: Almir de Paula Lima, juiz de Direito e escritor; Carmem Pereira Cartaxo; educadora lavrense; Hugo José de Oliveira, jornalista e advogado; Herculano Pinto Filho, radialista e político; Maria Carolina Brasileiro de Castro, professora e escritora; Maria Eugênia Maceira Montenegro, escritora; Nilza Helena Costa; Nelly Furbetta Pinheiro, poetisa e professora; Orlando Haddad, médico e político; Otávio José Alvarenga, jornalista e advogado; Sílvio do Amaral Moreira, museólogo e jornalista; Sinval Silva, professor lavrense; Tuffy Haddad, advogado e político; e Waldyr Azevedo. Após a reunião foi eleita a primeira diretoria da Academia Lavrense de Letras, que atuou no período de 12 de junho de 1969 a 31 de dezembro 1972.

Primeira reestruturação[editar | editar código-fonte]

Por um período de dez anos a entidade permaneceu silenciosa e sem atividades nos meios culturais e literários lavrenses, até porque não possuía estatuto, regimento interno e constituição jurídica para suas atividades. Foram onze anos de quase inatividade completa, até que o jornalista Hugo José de Oliveira assumisse uma posição na sociedade lavrense, conscientizando a todos da necessidade de reativar a instituição, que estava adormecida sob a arte poética e o véu literário.

No dia 10 de novembro de 1984, nas dependências da Casa da Cultura Bi Moreira, às vinte horas, compareceram os seguintes membros naquele endereço: Maria Olímpia Alves de Melo, Maria Cássia Terra Mendes, Murilo Mendes Lima, Maria da Conceição Alves, Nelly Furbetta Pinheiro e Hugo José de Oliveira, esses dois últimos acadêmicos são os únicos que participaram da primeira diretoria de fundação da arcádia lavrense. Diante dos presentes, foram eleitos: presidente: Hugo José de Oliveira; secretária: Maria Olímpia Alves de Melo; e tesoureira: Maria Cássia Terra Mendes.

O período de 1984 até o fim do século mostrou-se o mais constante e produtivo da Academia, época em que várias publicações e antologias foram feitas, incluindo uma coluna semanal no jornal Tribuna de Lavras. Outros acadêmicos que fizeram parte da ALL neste período, além dos já citados, foram: Ângela Faria de Paula Lima, Antônio Russi, Canísio Ignácio Lunkes, Carlos Frederico Leite Corrêa, Eduardo Cicarelli, Homero de Carvalho Faria, José Alves de Andrade, Luiz Carlos Ferreira de Souza Oliveira, Maria Regina Gomes e Souza, Paulo Adolfo Machado Lages, Paulo Expedido Rodarte, Pedro Coimbra Pádua, Sebastião da Silveira Naves, Terezinha de Lourdes Rezende, Wanda Faria de Paula Lima e Zenita Cunha Guenther.

Novas reestruturações[editar | editar código-fonte]

Após novo período silencioso, em 2012, a Academia Lavrense de Letras volta a se reunir na Casa da Cultura Bi Moreira. Em 2016, o plenário acadêmico é substancialmente alterado, quando antigos membros são desligados, concomitantemente à expansão do corpo acadêmico, estabelecendo-se quarenta membros efetivos, vinte correspondentes e quarenta acadêmicos juvenis[4][5]. Em 2018, ocorre outra reestruturação, quando o plenário acadêmico é reduzido, enquanto a Academia Juvenil de Letras e Artes de Lavras é suprimida. Em 2021, o número de cadeiras da Academia é fixado em vinte.

Acadêmicos[editar | editar código-fonte]

Lista dos presidentes[editar | editar código-fonte]

Nome Início Término Observações
1.º
Almir Paula Lima 1969 1970
-
Período inativo 1971 1984
2.º
Hugo José de Oliveira 1984 1986
3.º
Almir Paula Lima 1987 1988 segunda vez
4.º
Maria Cássia Terra Mendes 1989 1990
5.º
Luiz Carlos Ferreira de Souza Oliveira 1991 1992
6.º
Sebastião Naves da Silveira 1993 1994
7.º
Paulo Adolfo Machado Lages 1995 1996
8.º
Almir Paula Lima 1997 1998 terceira vez
-
Período inativo 1999 2003
9.º
Carlos Frederico Leite Corrêa 2003 2007
-
Período inativo 2008 2011
10.º
Carlos Frederico Leite Corrêa 2012 2014 segunda vez
11.º
Chrystiani de Souza Paiva Capelli 2014 2015
12.º
José Passos de Carvalho 2015 2017
13.º
José Claret Mattioli 2017 2017 menos de dois meses
14.º
Terezinha de Lourdes Rezende 2017 2022
15.º
Rosemary Chalfoun Bertolucci 2022 2024
16.º
Vanderlei Barbosa 2024 Hoje

Acadêmicos fundadores[editar | editar código-fonte]

Em 20 de agosto de 1969, em acontecimento festivo no Auditório Martha Roberts, foram empossados os primeiros acadêmicos, que logo indicaram os seus patronos [6].

Patrono Acadêmico
Dario Lins Otávio José de Alvarenga
Augusto Silva Carmem Pereira Cartaxo
Jorge Goulart Nellly Furbetta Pinheiro
João da Costa Ribeiro Maria Eugênia Macieira Montenegro
Sylvio Moreaux Maria Carolina Brasileiro de Castro
Erasmo Braga Sinval Silva
João da Silva Pena Orlando Haddad
Alberto de Carvalho Hugo José de Oliveira
Azarias Ribeiro Nilza Helena Costa
Samuel Rhea Gammon Waldyr Azevedo
Francisco Salles Tuffy Haddad
Paulo Menicucci Herculano Pinto Filho
Firmino Costa Almir Paula Lima
Sem patrono Sílvio do Amaral Moreira

Acadêmicos da primeira reestruturação[editar | editar código-fonte]

No dia 10 de novembro de 1984, nas dependências da Casa da Cultura, às vinte horas, compareceram os seguintes membros naquele endereço: Maria Olímpia Alves de Melo, Maria Cássia Terra Mendes, Murilo Mendes Lima, Maria da Conceição Alves, Nelly Furbetta Pinheiro e Hugo José de Oliveira, esses dois últimos acadêmicos são os únicos que participaram da primeira diretoria de fundação da arcádia lavrense[6]. No período de sua primeira reestruturação, entre 1984 até 2007, a Academia Lavrense de Letras foi composta pelos seguintes membros.[2][7]

Patrono Acadêmico Sucessor
Augusto Silva Carmem Pereira Cartaxo Maria Cássia Terra Mendes
Jorge Goulart Nellly Furbetta Pinheiro
João da Costa Ribeiro Maria Eugênia Macieira Montenegro
Sylvio Moreaux Maria Carolina Brasileiro de Castro
João da Silva Pena Orlando Haddad Maria Olímpia Alves de Melo
Paulo Menicucci Herculano Pinto Filho
Firmino Costa Almir Paula Lima
Roberto Coimbra Maria da Conceição Alves
Álvaro Botelho Hugo José de Oliveira
Jacy de Souza Lima Murillo Mendes Lima
João Guimarães Rosa Luiz Carlos Ferreira de Sousa Oliveira
Carlota Kemper Maria Regina Gomes e Sousa
Oscar Negrão de Lima Eduardo Cicarelli
José Antônio Pereira de Mesquita Sebastião da Silveira Naves
José Luiz de Mesquita Pedro Coimbra Pádua
Murilo Monteiro Mendes Paulo Adolfo Machado Lages
Sílvio do Amaral Moreira José Alves de Andrade
Pedro Nava Carlos Frederico Leite Corrêa
Catulo da Paixão Cearense Wanda Faria de Paula Lima
Tomás Antônio Gonzaga Canísio Ignácio Lunkes
Monteiro Lobato Terezinha de Lourdes Rezende
Victor Bastos Antônio Russi
Rubem Alves Paulo Expedido Rodarte
Guilherme de Almeida Ângela Faria de Paula Lima
Joaquim José Leão de Qorpo Santo Homero de Carvalho Faria
Helena Antipoff Zenita Cunha Guenther

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

A Academia Lavrense de Letras é considerada de utilidade pública municipal pela lei municipal n. 4.223, de 6 de julho de 2015[8] e de utilidade pública estadual pela lei estadual n. 22.498, de 2 de maio de 2017[9][10].

Em 2016 a ALL criou o Diploma do Mérito Cultural “Professor Firmino Costa”, que objetiva homenagear, anualmente, personalidades que tenham contribuído para o engrandecimento e divulgação de ações culturais em Lavras e na esfera regional. A entrega se dá em sessão solene do Plenário da Academia Lavrense de Letras[11]. Foram diplomados: Ângelo Alberto de Moura Delphim, Azená de Oliveira, Eugênio Pacelli, Sara Chaufoun, Grupo de Teatro "Construção", Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, 8.º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais.

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • (1986-2003) Revista Lavras Cultura (números 1-9), em parceria da Fundação de Apoio ao Ensino a Pesquisa e a Extensão e Prefeitura Municipal de Lavras.
  • (1993-2003) Antologia da Academia Lavrense de Lavras (volumes 1 e 2).
  • (1998) Boletim da Academia Lavrense de Lavras (número 1).

Referências

  1. Prefeitura Municipal de Lavras (17 de novembro de 1967). «Lei municipal n. 675, de 17 nov. 1967» (PDF). Câmara Municipal de Lavras. Consultado em 23 de junho de 2022 
  2. a b Andrade, José Alves de (2002). Lavras, Sua História, Sua Gente. Lavras: José Alves de Andrade 
  3. Vilela, Márcio Salviano (2007). A Formação Histórica dos Campos de Sant'Ana das Lavras do Funil. Lavras: Indi 
  4. Cicarelli, Eduardo (1º de fevereiro de 2016). «Academia Lavrense de Letras empossou novos acadêmicos». Jornal de Lavras. Consultado em 16 de janeiro de 2020 
  5. Cicarelli, Eduardo (10 de outubro de 2016). «Academia Lavrense de Letras realizou solenidade de posse de novos membros». Jornal de Lavras. Consultado em 16 de janeiro de 2020 
  6. a b «Histórico da Academia Lavrense de Letras». Academia Lavrense de Letras. Boletim Informativo da Academia Lavrense de Letras. 1. 1998 
  7. Rezende, Terezinha de Lourdes (2020). «História da Academia Lavrense de Letras». Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Lavras. Revista do Patrimônio Cultural de Lavras. 1 (1): 165-193. Consultado em 30 mar. 2021 
  8. Prefeitura Municipal de Lavras (6 de julho de 2015). «Lei municipal n. 4.223, de 6 jul. 2015» (PDF). Câmara Municipal de Lavras. Consultado em 23 de junho de 2022 
  9. Cicarelli, Eduardo (3 de maio de 2017). «Academia Lavrense de Letras comemora reconhecimento de Utilidade Pública Estadual». Jornal de Lavras. Consultado em 7 de maio de 2017 
  10. Governo do Estado de Minas Gerais (2 maio 2017). «Lei estadual n. 22.498, de 2 mai. 2017». Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Consultado em 23 de junho de 2022 
  11. História da Academia Lavrense de Letras Arquivado em 31 de março de 2017, no Wayback Machine..