Adolpho Bloch – Wikipédia, a enciclopédia livre
Adolpho Bloch GCIH nascido Avram Yossievitch Bloch (em ucraniano: Аврам Йоссійович Блох; em hebraico: אברהם יוסייביץ' בלוך; romaniz.: Avrahem Yusayvich Bloch) | |
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Nome completo | Avram Yossievitch Bloch |
Pseudônimo(s) | Adolpho Bloch |
Nascimento | 8 de outubro de 1908 Jitomir, Império Russo (hoje parte da Ucrânia) |
Morte | 19 de novembro de 1995 (87 anos) São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | |
Etnia | judaica |
Progenitores | Mãe: Ginda Bloch Pai: Joseph Bloch |
Parentesco |
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Cônjuge | Anna Bentes Bloch (c. 1992; m. 1995) |
Ocupação | |
Prêmios |
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Religião | Judaísmo |
Assinatura | |
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Adolpho Bloch GCIH, nascido Avram Yossievitch Bloch (em ucraniano: Аврам Йоссійович Блох, em hebraico: אברהם יוסייביץ' בלוך; romaniz.: Avrahem Yusayvich Bloch; nascido em Jitomir, Império Russo, 8 de outubro de 1908 — São Paulo, 19 de novembro de 1995) foi um dos mais importantes empresários da imprensa e televisão brasileira. Fundador do grupo de mídia que levava seu sobrenome, foi o criador da revista semanal Manchete, em 1952, e fundou, em 1983, a Rede Manchete, hoje extinta.
Era primo do escritor Pedro Bloch,[1] tio-avô do ator Jonas Bloch e tio-bisavô da atriz Débora Bloch.
A vida do editor, gráfico e empresário
[editar | editar código-fonte]O fato da família Bloch ser de origem judaica fez com que se envolvessem em muitos problemas em 1917, na época da Revolução Russa. Um deles foi a fome, motivando que, junto com dezessete parentes, Adolpho Bloch deixasse sua cidade natal, Jitomir, para morar em Kiev. Em 1921, deixou a Ucrânia definitivamente, chegando a morar 9 meses em Nápoles, na Itália antes de chegar ao Rio de Janeiro em 1922.
A família Bloch chegou à então capital federal trazendo consigo apenas um pequeno pilão, utilizado para espremer especiarias, razão pelo qual o título de sua biografia, lançada na década de 1980, viesse a ser esse — "O Pilão".
Os Bloch investiram uma pequena economia no mesmo ramo com o qual trabalhavam quando moravam na Rússia: a gráfica. Já em 1923 compraram uma pequena impressora manual e começaram rodando folhas numeradas o jogo do bicho, hoje ilegal.
Durante a década de 1940, Adolpho trabalhou na editora Rio Gráfica, de Roberto Marinho. Na mesma década, Seu Adolpho se tornou amigo de artistas e políticos, além de ser frequentador da área boêmia do Rio. Lá, existia o Grêmio Recreativo Familiar Kananga do Japão, onde ele ia para as rodas de gafieira. Esse lugar inspiraria a novela Kananga do Japão, da Rede Manchete, em 1989, da qual Adolpho foi idealizador.
Em 26 de abril de 1952, ele lançou o primeiro número da revista Manchete, publicando um semanário de âmbito nacional, dando início à construção de um dos maiores impérios midiáticos da América Latina.
Desde sua fundação até meados da década de 1970, a Bloch Editores ficava sediada na rua Frei Caneca, no centro do Rio. Em seguida, a sede foi transferida para a Rua do Russel, no bairro da Glória (Zona Sul carioca). A Bloch Editores também publicava livros e revistas dos mais variados segmentos.
Além da revista (que se tornou a mais lida do Brasil, ganhando projeção mundial), outra realização sua foi a amizade próxima com o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Quando o ex-presidente faleceu, em 1976, Adolpho insistiu para que o corpo fosse velado no saguão do prédio-sede de sua editora, na Glória, local onde o próprio Bloch foi velado 19 anos depois.
Diferentemente do que muitos imaginam, a comunicação eletrônica nunca despertou seu interesse, mas em 1980, pelas mãos dele e de seu sobrinho Pedro Jack Kapeller, foram lançadas a Rede Manchete de Rádio FM, com 5 emissoras pelo Brasil e a Rádio Manchete AM, no Rio de Janeiro.
No início da década de 1980, o empresário designou um grupo de diretores e funcionários da Bloch Editores para cuidar do projeto da Rede Manchete de Televisão. Quando voltou de viagem aos Estados Unidos em 1981, ele encontrou o projeto de TV bastante adiantado, mas não estava a par de quase nada. Em 19 de agosto de 1981, os irmãos Adolpho e Oscar Bloch e o ex-braço direito Pedro Jack Kapeller agradeceram o governo brasileiro pelas quatro concessões públicas, pertencentes anteriormente à Rede Tupi. O investimento numa rede de televisão não estava entre as suas prioridades, pois queria continuar investindo na editora e concretizar o projeto de fabricar latas de alumínio, mas em 5 de junho de 1983, depois de vários adiamentos, a Rede Manchete finalmente foi inaugurada.
No mesmo ano, Adolpho, comprou a Rádio Clube do Pará, que ficou em suas mãos até 1992.

Em 26 de novembro de 1987, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[2]
No início de novembro de 1995, Adolpho Bloch foi internado no hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, para tratar dois problemas: embolia pulmonar e disfunção da prótese da válvula mitral do coração. Na madrugada do dia 18 para o dia 19, seu quadro agravou-se, e ele precisou ser operado, mas não resistiu. "Seu Adolpho" faleceu no dia 19 de novembro de 1995 aos 87 anos, sem ter tido filhos. Deixava apenas a esposa, Anna Bentes, com quem vivia desde 1980, tendo o seu casamento oficializado apenas em 1992. Com isso, as empresas de seu grupo passaram para o controle do sobrinho de Bloch, Pedro Jack Kapeller (conhecido como Jaquito), que ficou no comando destas até o ano 2000, quando o Conglomerado Bloch foi à falência.
Em 1998 foi inaugurada uma Escola Técnica com o seu nome, localizada no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro, a Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch.
Representações na cultura
[editar | editar código-fonte]- Adolpho Bloch foi interpretado por Sérgio Viotti na minissérie JK.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Morre o médico e escritor Pedro Bloch
- ↑ «Cidadãos Estrangeiras Agraciados com Ordens Nacionais». Resultado da busca de "Adolfo Bloch". Presidência da República Portuguesa (Ordens Honoríficas Portuguesas). Consultado em 1 de março de 2016
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Biografia de Adolpho Bloch». - Site "Rede Manchete - Qualidade em Primeiro Lugar"
- Adolpho Bloch. no IMDb.