Alberto da Costa e Silva – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alberto da Costa e Silva
Alberto da Costa e Silva
Nome completo Alberto Vasconcellos da Costa e Silva
Nascimento 12 de maio de 1931
São Paulo, São Paulo
Morte 26 de novembro de 2023 (92 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Creusa Fontenelle de Vasconcellos da Costa e Silva
Pai: Antônio Francisco da Costa e Silva
Ocupação Diplomata, poeta, ensaísta, memorialista e historiador
Prémios Prêmio Juca Pato (2003)

Prémio Camões (2014)

Magnum opus Livro de Linhagem

Alberto Vasconcellos da Costa e Silva GCCGCSEGCIH (São Paulo, 12 de maio de 1931Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2023) foi um diplomata, poeta, ensaísta, memorialista e historiador brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras e orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi distinguido com o Prémio Camões de 2014.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

É filho do poeta Antônio Francisco da Costa e Silva e de Creusa Fontenelle de Vasconcellos da Costa e Silva.[2]

Fez os estudos primários e iniciou o curso secundário no Colégio Farias Brito, em Fortaleza. Em 1943, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o Externato São José e o Instituto Lafayette. Formado pelo Instituto Rio Branco em 1957, Alberto da Costa e Silva serviu como diplomata em Lisboa, Caracas, Washington, Madrid e Roma, antes de ser embaixador em Lagos, Nigéria (1979-83) e cumulativamente em Cotonu, Benim (1981-83), em Lisboa, Portugal (1986-90), em Bogotá, Colômbia (1990-93) e em Assunção, Paraguai (1993-95).[3]

Foi eleito para a cadeira 9 da Academia Brasileira de Letras, em 27 de julho de 2000. Foi presidente de entidade nos anos de 2002 a 2003.[4]

Em 2004 foi escolhido pela União Brasileira de Escritores (UBE) e Folha de São Paulo como o "Intelectual do Ano" (Prêmio Juca Pato).[4]

Alberto da Costa e Silva foi, também, académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Casado com Vera Queiroz da Costa e Silva, tradutora premiada pela tradução de O Mundo se Despedaça de Chinua Achebe.

Em 2014 recebe o Prêmio Camões pelo conjunto de sua obra.

Morreu em 26 de novembro de 2023, aos 92 anos, no Rio de Janeiro.[5]

Condecorações[6][editar | editar código-fonte]

Obras do autor[editar | editar código-fonte]

Como poeta[editar | editar código-fonte]

  • O parque e outros poemas. Rio de Janeiro, 1953.
  • O tecelão. Rio de Janeiro, 1962.
  • Alberto da Costa e Silva carda, fia, doba e tece. Lisboa, 1962.
  • Livro de linhagem. Lisboa, 1966.
  • As linhas da mão. Rio de Janeiro, 1978. Prêmio Luísa Cláudio de Souza, do PEN Clube do Brasil.
  • A roupa no estendal, o muro, os pombos. Lisboa, 1981.
  • Consoada. Bogotá, 1993.
  • Ao lado de Vera. Rio de Janeiro, 1997. Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.
  • Poemas Reunidos. Rio de Janeiro, 2000. Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.
  • Melhores poemas de Alberto da Costa e Silva. São Paulo, 2007. Seleção de André Seffrin.

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  • A Enxada e a Lança: a África antes dos Portugueses. Rio de Janeiro, 1992, 1996 e 2006.
  • As Relações entre o Brasil e a África Negra, de 1822 à 1a Guerra Mundial. Luanda, 1996.
  • A Manilha e o Libambo: A África e a Escravidão, de 1500 a 1700. Rio de Janeiro, 2002 e 2004. Prêmio Sérgio Buarque de Holanda, da Fundação Biblioteca Nacional. Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, 2003.
  • Um Rio Chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África. Rio de Janeiro, 2003 e 2005.
  • Francisco Félix de Sousa, Mercador de Escravos. Rio de Janeiro, 2004.
  • Das mãos do oleiro. Rio de Janeiro, 2005.
  • Imagens da África: da Antiguidade ao Século XIX (organização e notas de Alberto da Costa e Silva), 2012

Como ensaísta[editar | editar código-fonte]

  • O vício da África e outros vícios. Lisboa, 1989.
  • Guimarães Rosa, poeta. Bogotá, 1992.
  • Mestre Dezinho de Valença do Piauí. Teresina, 1999.
  • O Pardal na Janela. Rio de Janeiro, 2002.
  • Castro Alves: um poeta sempre jovem. São Paulo, 2006. Belo Horizonte, 2008.
  • O quadrado amarelo. São Paulo, 2009.

Como memorialista[editar | editar código-fonte]

  • Espelho do Príncipe. Rio de Janeiro, 1994. "Livro que nasceu para figurar entre os clássicos do gênero memorialístico",[7] cobre o período da infância em Fortaleza até a vinda da família para o Rio de Janeiro.
  • Invenção do Desenho. Rio de Janeiro, 2007. Narra da adolescência no Rio de Janeiro até o início da vida adulta, quando se torna diplomata. Trecho: "[...] era uma aventura admirável o simples estar vivo, o acordar para as cores, as formas e os sons de cada dia. As desventuras e as traições, as incompreensões e os desencontros valiam pouco diante da beleza do mundo. Louca, incoerente e absurda poderia parecer-nos a fábula da vida, mas para ela havíamos sido feitos e tínhamos de ficar fiéis a ela."
  • O pai do menino. São Paulo, 2008. Extrato dos livros Espelho do Príncipe e Invenção do Desenho, em tiragem de 100 exemplares.

Como organizador de antologias[editar | editar código-fonte]

  • Lendas do índio brasileiro. Rio de Janeiro, 1957, 1969, 1980 e 1992.
  • A nova poesia brasileira. Lisboa, 1960.
  • Poesia concreta. Lisboa, 1962.
  • Da Costa e Silva. Teresina, 1997.
  • Poemas de amor de Luís Vaz de Camões. Rio de Janeiro, 1998.
  • Antologia da poesia portuguesa contemporânea, com Alexei Bueno. Rio de Janeiro, 1999 e 2006.
  • Dirigiu e foi o principal redator da parte brasileira da Enciclopédia Internacional Focus. Lisboa, 1963-1968.[8]

Referências

  1. «O Prémio Camões 2014 é o brasileiro Alberto da Costa e Silva». Público 
  2. Academia Brasileira de Letras. Anuário - Academia Brasileira de Letras. pp. 103. 2001.
  3. ABL. «Alberto da Costa e Silva – Biografia». Consultado em 20 de março de 2021  line feed character character in |título= at position 26 (ajuda)
  4. a b Idem.
  5. «Diplomata Alberto da Costa e Silva, membro da ABL, morre no Rio». G1. 26 de novembro de 2023. Consultado em 26 de novembro de 2023 
  6. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Alberto Vasconcellos da Costa e Silva". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de fevereiro de 2015 
  7. André Seffrin, "A Memória Acesa como um Círio Perfeito", em O Demônio da Inquietude, Rosmarinho Editora de Arte, 2023.
  8. ABL. «Alberto da Costa e Silva – Bibliografia». Consultado em 20 de março de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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