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Alexey Anatolievitch Navalny
Alexei Navalny
Navalny em 2011
Nascimento 4 de junho de 1976
Butyn, Oblast de Moscovo, RSFS Rússia (atual Rússia)
Morte 16 de fevereiro de 2024 (47 anos)
Kharp, Iamália-Nenétsia
Nacionalidade russo
Cônjuge Yulia Navalnaya
Filho(a)(s) 2
Ocupação advogado, blogueiro e político

Alexei Anatolievitch Navalny (em russo: Алексе́й Анато́льевич Нава́льный; Butyn, 4 de junho de 1976 – Kharp, 16 de fevereiro de 2024)[1] foi um advogado, ativista, blogueiro e político russo.[2] Graduado em direito pela Universidade Russa da Amizade dos Povos (1998), [3] Ganhou popularidade com seu blog, fazendo denúncias de corrupção nas empresas estatais russas.[4] foi líder do partido Rússia do Futuro e fundador da Fundação Anticorrupção (FBK). Em 2010, foi bolsista do World Fellows Program da Universidade Yale.[5]

Navalny foi o líder da oposição russa, notabilizando-se por organizar protestos contra o governo de Vladimir Putin e por concorrer a cargos eletivos com a promessa de promover reformas anti-corrupção.[6]

Em 21 de agosto de 2020, ele foi internado num hospital em estado grave, suspeitando-se que tivesse sido envenenado durante um voo de Tomsk para Moscovo. O ato foi atribuído, sem provas, à agência russa FSB.[7] O voo foi desviado para Omsk, onde Navalny foi internado, em coma, e retido por dois dias até que as autoridades autorizassem sua remoção para Berlim.[8][9][10][11][12] O envenenamento por Novichok foi confirmado pelo governo alemão, no início de setembro.[13] Após se recuperar, Navalny retornou a Moscovo, onde foi imediatamente preso por alegada violação das regras de sua liberdade condicional.[14]

Em 2021 ele recebeu o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu.[15]

Em dezembro de 2023, Navalny desapareceu da prisão durante quase três semanas e depois ressurgiu numa nova prisão do Círculo Polar Ártico, no Okrug Autónomo de Yamalo-Nenets.[16] Em 16 de fevereiro de 2024, o serviço penitenciário russo informou que Navalny havia morrido aos 47 anos.[17]

Primeiros anos e educação[editar | editar código-fonte]

Os pais de Alexei administravam uma fábrica de cestaria nos subúrbios ocidentais de Moscou.[18] Seu pai, Anatoly Navalny, nasceu na aldeia de Zalissya, no raion de Chernobil da República Socialista Soviética da Ucrânia. Depois de se formar na Escola Militar de Kiev, ele foi enviado para os subúrbios de Moscou. Sua mãe, Lyudmila, nasceu perto de Zelenograd e estudou na Universidade Estatal de Administração de Moscou, após se formar ela trabalhou como economista.[19] Alexei Navalny tem um irmão mais novo, Oleg, nascido em 1983.[20] Sua prima, Marina Navalna é uma política ucraniana.

Alexei Navalny cresceu na aldeia militar de Kalininets, nos arredores de Moscovo, onde o seu pai estava estacionado, mas também passou grande parte das suas férias na aldeia natal do seu pai, na Ucrânia, até o acidente nuclear de Chernobil ter obrigado a sua família a abandonar a aldeia, estando a Usina Nuclear de Chernobil a 600 metros de distância.[21]

Em 1998 formou-se em Direito pela Universidade Russa da Amizade dos Povos e em 2001 pela Universidade de Finanças do Governo Russo.[22]

Em 2009 estudou na Universidade Yale participando do programa Yale World Fellow,[23] após ser recomendado pelo jogador de xadrez Garry Kasparov, pela editora-chefe do The New Times Yevgenia Albats e pelo economista Sergei Guryev.

Atividade política[editar | editar código-fonte]

A campanha eleitoral de Navalny em 2013.

Navalny ficou famoso como ativista anti-corrupção. Em seu projeto online RosPil.net,[24] ele denuncia desvio de dinheiro público em empresas estatais. Apelidou o partido governista Rússia Unida de "partido de bandidos e ladrões" e acusou Vladimir Putin de sugar o sangue da Rússia através de um Estado feudal, com concentração de poderes no Kremlin, num sistema de apadrinhamento que se assemelha à antiga Rússia czarista.[3]

Em 2011 foi detido e encarcerado por 15 dias após protestos contra a suposta fraude eleitoral do partido Rússia Unida, de Putin, nas eleições parlamentares.[25]

Durante os protestos contra fraudes nas eleições parlamentares e presidenciais russas, Navalny participou sempre na linha de frente. Ele falou em comícios e atacou verbalmente o presidente Vladimir Putin. Alguns analistas o consideravam um possível nome para enfrentar Putin na próxima eleição.[26]

Embora gozasse de boa reputação no Ocidente,[27] na Rússia, Navalny era um personagem controverso. Iniciou suas atividades políticas como um notório líder de passeatas xenófobas e de extrema direita.[28] Ele também apareceu em um vídeo político no qual descreveu os muçulmanos do norte do Cáucaso como uma "infestação de baratas", acrescentando que, embora insetos pudessem ser mortos com uma chinelada, no caso de infestações humanas, "recomendo uma pistola" - e imitou um tiro. De acordo com uma pesquisa de 2023, apenas 9% dos russos tinham uma visão positiva dele, em comparação com 57% que desaprovavam suas atividades.[29]

Em 18 de julho de 2013, foi condenado a cinco anos de detenção pelo tribunal de Kirov, pelo suposto desvio de 400 mil euros de uma empresa de exploração florestal.[30][31] No dia seguinte, o tribunal ordenou a sua libertação provisória, com pena suspensa. Navalny rejeitou todas as acusações, que considerou "tentativa de intimidação" dirigidas contra si e o seu irmão.[32]

Em 8 de setembro de 2013 concorreu nas eleições para a prefeitura de Moscovo, centrando a sua campanha em ataques verbais aos imigrantes, que descreveu como "delinquentes",[33] obtendo 27% dos votos, com vitória de Sergei Sobianin,[34] próximo ao presidente Vladimir Putin, que conquistou 51% dos votos, mas sob alegações de fraude na votação.

Em 19 de dezembro de 2014 o procurador russo requereu dez anos de detenção num campo de trabalho para Navalny, que foi acusado de desvio de fundos em detrimento de uma filial da sociedade francesa Yves Rocher.[35] Em 30 de dezembro 2014, foi condenado a três anos e meio de prisão com pena suspensa pela prática de crimes econômicos.[36]

Em 27 de abril de 2017 Navalny foi atacado fora de seu escritório da Fundação Anti-Corrupção, ocasião em que foi pulverizado no seu rosto um antisséptico verde, resultando em queimadura química no seu olho direito.[37]

Navalny tentou concorrer na eleição presidencial de 2018, mas foi impedido por causa da condenação de 2014 por fraude, em um caso que ele disse ter motivação política.[25]

Navalny também foi condenado a 30 dias de prisão em julho de 2019, após convocar protestos não autorizados.

Na eleição de 2019 para a Prefeitura de Moscou, Navalny apoiou candidatos independentes, a maior parte dos quais não foram permitidos de participarem das eleições, o que levou a protestos nas ruas. Em julho de 2019 Navalny foi preso. Em 28 de julho, ele foi hospitalizado com danos severos nos olhos e pele.[38]

Navalny era acionista minoritário de diversas empresas estatais russas,[39] o que lhe dava o direito de exigir a divulgação de informações dessas empresas e portanto ingressou com diversas ações judiciais nesse sentido. Como advogado, atuou sobretudo em casos de desvio de fundos do Estado. Em 45 dos 75 casos que ajuizou até 2011, ele conseguiu o ressarcimento de quase 40 000 milhões de rublos (cerca de mil milhões de euros) ao Tesouro do Estado.[40]Além disso, Navalny também dirigiu críticas às autoridades policiais russas, notadamente no caso de Sergei Magnitsky, morto em circunstâncias suspeitas, numa prisão russa.[41]

Envenenamento e prisão[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Protestos na Rússia em 2021

Envenenamento e recuperação[editar | editar código-fonte]

Em 20 de agosto de 2020 Navalny sentiu-se mal durante um voo, quando regressava a Moscou, proveniente de Tomsk (Sibéria). O avião fez uma aterragem de emergência em Omsk, na Sibéria, tendo Navalny sido hospitalizado por suspeita de envenenamento, colocado em coma induzido e ligado a um ventilador nos cuidados intensivos.[42]

Um avião foi enviado da Alemanha para tirar Navalny da Rússia para realizar tratamento no hospital Charité, em Berlim, depois de os médicos que o tratavam em Omsk terem declarado inicialmente que ele estava doente demais para ser transportado,[43] mas depois o liberaram para receber tratamento na Alemanha.[44][45]

Foi transferido para um hospital da Alemanha em 22 de agosto e o envenenamento por um agente químico nervoso do grupo Novichok foi confirmado pelo governo alemão no dia 2 de setembro. "O Governo Federal condena esse ataque nos termos mais veementes possíveis. O governo russo é chamado a se pronunciar urgentemente sobre o incidente", dizia a declaração oficial.[13]

Num segundo informe, a chanceler alemã Angela Merkel chamou o caso de "chocante" e disse que era "claro que Alexei Navalny era vítima de um crime, com o objetivo de silenciá-lo". Ela também disse que o governo alemão entraria em contato com o Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) em Haia.[46] A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) confirmou que Navalny foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok.[47]

Navalny publicou um vídeo em que, fingindo ser o assistente de um alto oficial de segurança russo, teria conseguido falar com um dos autores do atentado contra sua vida, Konstantin Kudryavtsev, o qual afirmou que o veneno foi colocado na sua cueca.[8][48]

Retorno[editar | editar código-fonte]

Navalny no tribunal, 6 de dezembro de 2011.

Após o período de cinco meses de recuperação em Berlim, em 17 de janeiro de 2021 Navalny regressou à Rússia em voo que foi desviado do aeroporto de Vnukovo para Sheremetyevo, em que ele foi detido no controle por supostamente ter violado os termos da condicional de uma sentença de 2014 por fraude, o que gerou diversos protestos na Rússia. Ele foi acusado de ter sido lento em informar para os oficiais da condicional que estava em coma na Alemanha. A prisão de Navalny provocou protestos pela Rússia em que pelo menos 10 000 pessoas foram detidas.[49][50]

Navalny divulgou informações de que o presidente russo teria um palácio de R$ 7,2 bilhões na cidade de Gelendzhik, no Mar Negro, que teria sido construído com fundos ilícitos, e seria rodeado por 70 km² de terreno pertencentes ao Serviço de Segurança Federal da Rússia (FSB).[51][52][53][54]

Foi sentenciado a pena de dois anos e oito meses numa colônia penal.[55] No tribunal, Navalny fez um discurso em que afirma ter ofendido Putin mortalmente ao sobreviver ao atentado ordenado por ele, referindo-se a Putin como "Vladimir, o envenenador de cuecas" e "um pequeno homem escondido num bunker" dotado do objetivo de aprisionar um homem para assustar milhões.[56]

A Corte Europeia de Direitos Humanos (ECHR) requereu que a Rússia liberasse Navalny imediatamente.[57]

A Anistia Internacional retirou a designação de Alexei Navalny como um "prisioneiro de consciência" devido ao seu "discurso de ódio", após ter recebido diversas reclamações aparentemente coordenadas ressaltando comentários feitos por Navalny em um vídeo de quinze anos atrás em que ele supostamente compara imigrantes a baratas. No entanto, a Anistia Internacional continua a pedir pela sua libertação, alegando que ele está preso apenas pelo seu ativismo anti-Putin.[58][59]

O presidente americano Joe Biden disse que a prisão de Navalny tem motivação política. Ainda, quando questionado em entrevista à ABC News se Vladimir Putin é um assassino, ele respondeu que sim.[60] Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções a altos funcionários russos pelo envenenamento e prisão de Navalny.[61][62]

Prisão[editar | editar código-fonte]

Navalny foi transferido da prisão de Kolchugino, mas seus advogados não foram informados para onde ele tinha sido levado. Posteriormente, ele afirmou ter sido preso em um "campo de concentração" a 100 km de Moscou, na colônia corretiva nº 2 na cidade de Pokrov, na região Vladimir. Navalny expõe que teve o cabelo raspado e que na prisão é acordado oito vezes por noite pelos guardas anunciando para uma câmera gravando que ele ainda está na cela.[63][64] Navalny relata sentir dor severa nas costas e dormência nas pernas, além da privação de sono.[65][66] O serviço penitenciário disse que a saúde do prisioneiro estava estável e satisfatória, porém o ativista russo anunciou uma greve de fome para demandar tratamento médico adequado para sua enfermidade.[67] O opositor foi transferido para a enfermaria após apresentar sintomas de doença respiratória, incluindo febre e tosse.[68]

Em 19 de abril de 2021, Navalny foi transferido da prisão para um hospital para condenados, de acordo com o serviço prisional russo, para "terapia com vitaminas".[69][70][71] Em 23 de abril, Navalny anunciou que estava encerrando sua greve de fome a conselho de seus médicos e como ele sentia que suas demandas haviam sido parcialmente atendidas.[72][73]

Em 10 de janeiro de 2023, mais de 400 médicos na Rússia assinaram uma carta aberta ao presidente Putin exigindo que as autoridades prisionais "parassem de abusar" de Navalny, depois que se soube que ele adoeceu com gripe em confinamento solitário e seus advogados não foram autorizados a dar-lhe cuidados básicos medicamento.[74] Menos de um mês depois, Navalny foi transferido para uma cela de castigo isolada, uma forma mais estrita de prisão reservada para aqueles que violam as regras da prisão, pelo prazo máximo de seis meses.[75][76]

Em 4 de agosto de 2023 Navalny foi condenado a mais 19 anos de prisão por acusações que incluem incitar publicamente atividades extremistas, financiar atividades extremistas e "reabilitar a ideologia nazista"; o Tribunal da Cidade de Moscou o considerou culpado de todas as acusações em um julgamento a portas fechadas.[77] Em uma postagem na mídia social publicada no dia anterior, Navalny afirmou que esperava receber uma sentença "stalinista" e pediu aos apoiadores que lutassem contra a corrupção.[78]

Em 25 de dezembro a porta-voz de Alexei Navalny informou que o maior opositor de Putin reapareceu dentro da prisão de Iamália-Nenétsia, na região ártica da Rússia, após ser considerado desaparecido desde 6 do mesmo mês.[79]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Navalny e sua esposa Yulia.

Navalny foi casado com Yulia Navalnaya e tinha dois filhos, a filha Dasha é aluna da Universidade Stanford, e o filho Zakhar.[80] De 1998 a 2021, ele morou primeiramente em um apartamento de três quartos no distrito de Maryino, no sudeste de Moscou.[81] Alguns desses anos em sua residência no sudeste de Moscou foram passados enquanto estava em prisão domiciliar.

Navalny era originalmente ateu, mas depois tornou-se membro da Igreja Ortodoxa Russa. Ele disse que recorrer à Igreja Ortodoxa o fez se sentir "parte de algo grande e universal".[82]

Em 27 de janeiro de 2021 Navalny foi novamente preso quando retornava à Rússia, depois de ter tido que deixar o país para tratamento médico na Alemanha por uma tentativa de envenenamento contra a sua vida que havia ocorrido recentemente na Rússia. Desde então, permaneceu encarcerado (inicialmente na colônia penal IK-2) e, a partir de dezembro de 2022, foi colocado na prisão de segurança máxima IK-6 em Melekhovo, Oblast de Vladimir.[83][84] Navalny foi considerado “prisioneiro de consciência” pela Amnistia International (AI) em maio de 2021, o que significa que a AI sustenta que a prisão de Navalny se deve principalmente às suas posições políticas.[85]

Morte[editar | editar código-fonte]

Memorial espontâneo a Alexei Navalny no monumento às vítimas da repressão política em São Petersburgo, em 16 de fevereiro de 2024

A agência Reuters divulgou a sua morte em 16 de fevereiro de 2024.[1][86][87] A causa do óbito não foi determinada. O serviço penitenciário divulgou apenas que Navalny, de acordo com o Serviço Penitenciário Federal, Navalny se sentiu mal após um passeio na sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024, e perdeu a consciência.[88] Uma ambulância foi chamada, mas, apesar dos esforços, ele morreu.[89] O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou que Putin foi notificado sobre a morte de Navalny e que o serviço prisional está investigando o ocorrido conforme os procedimentos padrão.[88] Kira Yarmysh, porta-voz de Navalny, expressou através da plataforma X que a equipe do político ainda não tinha confirmação de sua morte e que seu advogado estava a caminho da cidade onde estava detido.[88]

Posições políticas[editar | editar código-fonte]

Corrupção[editar | editar código-fonte]

Um pôster intitulado Rússia Unida, um "partido de bandidos e ladrões", 2011.

Em fevereiro de 2011, em entrevista à estação de rádio finam.fm, Navalny chamou o principal partido russo, o Rússia Unida, de “partido de bandidos e ladrões”. Em maio de 2011, o governo russo iniciou uma investigação criminal sobre Navalny, amplamente descrita na mídia como "vingança", e pelo próprio Navalny como "uma invenção dos serviços de segurança". Enquanto isso, “partido de bandidos e ladrões” tornou-se um slogan popular entre a oposição.[90]

Imigração[editar | editar código-fonte]

Em 2007 ele lançou vários vídeos anti-imigração incluindo um onde defendeu a deportação de migrantes. De acordo com Leonid Volkov, Navalny mais tarde se arrependeu de ter feito o vídeo de 2007. Em 2013, após a ocorrência de motins étnicos num distrito de Moscou, desencadeados por um assassinato cometido por um migrante, Navalny simpatizou com o movimento anti-imigração e comentou que as tensões étnicas e os crimes são inevitáveis ​​devido ao fracasso das políticas de imigração do Estado.[91] No entanto, ele disse mais tarde que "A base da minha abordagem é que você tem que se comunicar com os nacionalistas e educá-los... Acho que é muito importante explicar-lhes que o problema da imigração ilegal não é resolvido espancando os migrantes, mas por outros, meios democráticos”.[92]

Numa entrevista de 2017, Navalny declarou apoio à imigração regulamentada da Ásia Central, mas não a viu como valiosa. Numa entrevista em 2020, ele reiterou o apoio à imigração regulamentada.[93]

Casamento entre pessoas do mesmo sexo[editar | editar código-fonte]

Em 2017, Leonid Volkov, chefe de gabinete de Navalny, disse que a equipe de Navalny apoia a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.[94]

Política externa[editar | editar código-fonte]

Suas opiniões sobre política externa evoluíram ao longo do tempo. Anteriormente, Navalny foi descrito como "compartilhando a visão do sistema de que a Rússia tem direito a uma palavra a dizer nos assuntos internos dos seus vizinhos pós-soviéticos" e apoiou a expansão da União Econômica Eurasiática.[95] Ele também apelou à Rússia para reconhecer e apoiar militarmente a Abcásia e a Ossétia do Sul em 2008, após a Guerra Russo-Georgiana. Mais tarde, ele se desculpou por seus comentários sobre a Geórgia.[96]

Em junho de 2020, ele declarou apoio aos protestos Black Lives Matter contra o racismo.[97]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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