Aliya Kazimy – Wikipédia, a enciclopédia livre

Aliya Kazimy
Nascimento século XX
Afeganistão
Cidadania Afeganistão
Ocupação professora, voluntário, empreendedora, professora universitária
Prêmios

Aliya Kazimy (Afeganistão) é uma professora universitária de Bamyan, a central de Afeganistão. São relevantes os seus escritos sobre como a tomada do poder pelos Talibãs mudou a forma como as mulheres podem se vestir.[1] Foi reconhecida como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo pela BBC, em 2021.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Aliya Kazimy nasceu no Afeganistão. Estudou no Instituto Mirwali e nas universidades de Yazd e Balkh. Conheceu a educação e os direitos humanos de antes da tomada de Cabul pelos talibãs. Trabalhou por três anos como voluntária da Cruz Vermelha, inciou uma uma padaria e confeitaria feminina e se formou com mestrado em gestão de negócios, em 2020.[2] Ela trabalhou como professora universitária até o início de 2021, quando fugiu do Afeganistão devido ao retorno do Talibã ao poder naquele mesmo ano, e se estabeleceu nos EUA.[1] Antes de partir, porém, recorreu às redes sociais para postar uma imagem surpreendente de seu guarda-roupas, alterado devido às mudanças políticas em seu país. Uma vez nos Estados Unidos, ela escreveu uma carta para Halima Aden, a primeira supermodelo a usar hijabe, ícone da moda e defensora dos direitos das mulheres (em 2020, Halima tenha desistido de ser modelo e tenha começado a produzir o filme "I Am You", baseado em uma história verdadeira sobre refugiados afegãos). Na carta, Aliya Kazimy defendeu apaixonadamente a liberdade de escolha das mulheres, especialmente em termos de vestuário.[3]

Em sua carta, Aliya explica como conseguiu voar do Afeganistão para os Estados Unidos depois que o Talibã assumiu o controle. Ela explica que sente profunda tristeza pelas mulheres que ainda estão lá.[4] Em sua carta a Halima, Aliya diz:

“Ver a beleza de uma variedade de cores diferentes sempre me deixou feliz. Eu realmente gostava de preto, mas isso foi antes de saber que estava condenada a usá-lo. Imagine por um momento que você não tem o direito de escolher o comprimento ou a cor do seu vestido, como você se sentiria?"[4]

Ela acrescenta ainda que não se trata do comprimento dos vestidos, mas do direito de escolher por si mesma. Ela menciona que se trata mais dos direitos pelos quais lutaram e das vidas que sacrificaram ao longo dos anos para chegar onde chegaram, "esse direito negado é apenas parte do que as mulheres no Afeganistão estão passando: elas são privadas do direito à educação, ao trabalho e a outros direitos civis. Enquanto escrevo esta carta, meu coração dói pelo meu povo”, diz Aliya Kazimy.[4]

Aliya Kazimy também explicou ao The New York Times que em Mazar-e Xarif, as mulheres não podem mais fazer compras sozinhas no bazar da cidade. Na entrevista, ela disse: “Pertenço à geração que teve muitas oportunidades após a queda do Talibã, há 20 anos. Consegui atingir meus objetivos de estudo e fui professora universitária por um ano, mas agora meu futuro é sombrio. Todos esses anos de trabalho duro e sonhos foram em vão."[5]

Atualmente, ela quer fazer doutorado.[2]

Prêmio[editar | editar código-fonte]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «'I want Afghan women to be free to wear colour'». BBC News (em inglês). 7 de dezembro de 2021 
  2. a b c d «BBC 100 Women 2021: Who is on the list this year?». BBC News (em anglès). 7 de dezembro de 2021. Consultado em 7 de dezembro de 2021 
  3. «Urgent letters from Afghanistan: 'I hope the world will not forget us'». Valeria Perasso - BBC News (em anglès). 7 de dezembro de 2021. Consultado em 7 de fevereiro de 2022 
  4. a b c «Afghan University Tutor Speaks Up About Women Under Taliban Rule Being Denied Autonomy». Consultado em 7 de fevereiro de 2022 
  5. Fassihi, Farnaz; Bilefsky, Dan (19 de agosto de 2021). The New York Times (em espanhol). ISSN 0362-4331 https://www.nytimes.com/es/2021/08/18/espanol/mujeres-talibanes.html  Em falta ou vazio |título= (ajuda)