Alparslan Türkeş – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alparslan Türkeş
Vice-primeiro-ministro da Turquia
Período 31 de março de 1975-21 de junho de 1977
21 de julho de 1977-5 de janeiro de 1978
Antecessor(a) 1ª vez Zeyyat Baykara
2ª vez Orhan Eyüboğlu
Sucessor(a) 1ª vez Orhan Eyüboğlu
2ª vez Turhan Feyzioğlu
Líder do MHP
Período 8 de fevereiro de 1969-5 de abril de 1997
Antecessor(a) Cargo criado
Sucessor(a) Devlet Bahçeli
Deputado na Grande Assembleia Nacional da Turquia
Pelo Distrito eleitoral de Ancara (em 1965)
Pelo Distrito eleitoral de Adana (em 1969, 1973 e 1977)
Pelo Distrito eleitoral de Yozgat (em 1991)
Período 10 de outubro de 1965-12 de setembro de 1980
10 de outubro de 1991-24 de dezembro de 1995
Dados pessoais
Nascimento 25 de novembro de 1917
Nicósia
Morte 5 de abril de 1997
Partido Partido Nacionalista Republicano dos Campos1958-1969
Partido de Ação Nacionalista (MHP) 1969-1997

Alparslan Türkeş[nota 1] (Nicósia, 25 de novembro de 1917Ancara, 4 de abril de 1997) foi um político turco de extrema-direita que foi o fundador e o presidente do Partido da Ação Nacionalista.[3][1] Ele representou a extrema-direita turca no espectro político e foi julgado por um conselho de guerra baixo as acusações de "atividades fascistas e racistas" em 1945,[4] sendo-lhe retirados os cargos em 1947.[5] Ele ainda é chamado Başbuğ ("Líder") pelos seus seguidores.[6]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Türkeş nasceu em Nicósia, numa família de cipriotas turcos em 1917.[7][8][9] O seu bisavô emigrou ao Chipre desde Kayseri, nos anos de 1860.[10] O seu pai, Ahmet Hamdi Bey, era de Tuzla, perto de Famagusta, e a sua mãe, Fatma Zehra Hanım, era de Lárnaca.[11]

Em 1932 Türkeş emigrou à Turquia com a sua família. Ele entrou no liceu militar em Istambul em 1933 e completou os seus estudos secundários em 1936.[10] Em 1938, ele aderiu à armada e a sua carreira militar começou.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Ele ganhou popularidade como o porta-voz do golpe de estado na Turquia em 1960 contra o governo do naquela altura primeiro-ministro Adnan Menderes, o qual foi executado depois de um julgamento posterior ao golpe. Contudo o coronel Türkeş foi expulsado por um golpe interno na própria junta. Ele depois aderiu ao Partido Republicano dos Campos (em turco: Cumhuriyetçi Köylü Millet Partisi, CKMP) e foi eleito como seu presidente. Em 1969 o CKMP foi renomeado Partido da Ação Nacionalista (em turco: Milliyetçi Hareket Partisi, MHP).[12]

Türkeş serviu como vice-primeiro-ministro na direitista Frente Nacional (em turco: Milliyetçi Cephe).[13]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Türkeş casou-se duas vezes e teve sete filhos.[14] Ele casou-se com Muzaffer Hanım em 1940 e tiveram quatro filhas (Ayzit, Umay, Selcen e Çağrı) e um filho (Tuğrul). O casamentos durou até à morte da sua mulher em 1974. Em 1976 Türkeş casou-se com Seval Hanım e tiveram uma filha (Ayyüce) e um filho (Ahmet Kutalmış).[15]

Türkeş morreu de um ataque cardíaco com 80 anos o 4 de abril de 1997.[14][16] O anuncio da sua morte foi atrasado por cinco horas enquanto eram tomadas medidas de segurança na Turquia; depois disso, milhares dos seus apoiantes foram ao Hospital Bayindir a cantar "Os líderes nunca morrem".[17] O seu funeral teve lugar na Mesquita Kocatepe em Ancara.[17]

Ideologia[editar | editar código-fonte]

Türkeş adotou as visões direitistas dos seus predecessores tais como Nihal Atsız, o qual era conhecido pelos seus pontos de vista racistas,[18] e transformou-os numa poderosa força política. Em 1965, Türkeş lançou um cartaz político titulado "Dokuz Işık Doktrini" (Doutrina das Doze Luzes). O texto listava nove princípios básicos os quais formaram as bases dessa ideologia; eram: o nacionalismo, o idealismo, o maralismo, o societalismo, cientificismo, o irredentismo, o ruralismo, o progressismo, o populismo, o industrialismo e o utopismo tecnológico.[19]

Legado[editar | editar código-fonte]

Türkeş é uma figura fundamental no nacionalismo turco e no panturquismo desde os anos de 1940 em diante. Pouco depois da sua morte em 1997, o antigo presidente turco Süleyman Demirel afirmou que a sua morte tinha sido "uma grande perda na vida política da Turquia". De forma similar, a primeira mulher a ser primeiro-ministro da Turquia, Tansu Çiller, descreveu-o como um "indivíduo histórico":[17]

É também uma personalidade controversa, juntamente com a sua família; especialmente desde a sua morte.[20][21][21][22]

Notas e referências

Notas

  1. O seu nome era um nom de guerre que ele adotou como nome oficial depois de 1934. O seu antigo nome foi objeto de debate. A sua biografia oficial cita "Ali Arslan",[1] enquanto outras fontes dizem "Hüseyin Feyzullah".[2]

Referências

  1. a b «Türk Dünyasının Bilge Lideri Türk Milliyetçiliğinin Kurucusu Başbuğ Alparslan TÜRKEŞ'in Hayatı». www.mhp.org.tr. Consultado em 24 de março de 2016 
  2. «Türkeş Arusiler'le gizlice görüşürdü». www.mhp.org.tr. Consultado em 24 de março de 2016 
  3. ««Milliyet»: «А. Туркеш и Л. Тер-Петросян еще в 1993 году договаривались об освобождении оккупированных территорий Азербайджана»». www.1news.az (em russo). Consultado em 24 de março de 2016 
  4. Özkırımlı, Umut and Spyros A. Sofos, Tormented by history, (Columbia University Press, 2008), 138.
  5. Özkırımlı, Tormented by history, 139.
  6. «Başbuğ Alparslan Türkeş'i Anma Etkinlikleri». Haberler.com (em turco). Consultado em 24 de março de 2016 
  7. Zürcher, Erik J. (2004). Turkey: A Modern History. [S.l.]: I.B.Tauris. 404 páginas 
  8. Bacik, Gokhan (2010). "The Nationalist Action Party: The Transformation of the Transnational Right in Turkey". [S.l.]: Palgrave Macmillan. 110 páginas 
  9. Uzer, Umut (2004). Identity and Turkish Foreign Policy: The Kemalist Influence in Cyprus and the Caucasus. [S.l.]: I.B.Tauris. 37 páginas 
  10. a b Landau, Jacob M. (2004). Exploring Ottoman and Turkish History. [S.l.]: C. Hurst & Co. 190 páginas 
  11. Tekin, Arslan (2009). Alparslan Türkeş ve Liderlik. [S.l.]: Bilgeoğuz. 71 páginas 
  12. Ümit, Hassan (1987). Türkiye tarihi: Çağdaş Türkiye, 1908–1980. [S.l.]: Cilt 4. 224 páginas 
  13. Barış, Yetkin (2000). Kırılma Noktası / 1 Mayıs 1977 Olayı. [S.l.]: Yeniden Anadolu ve Rumeli Müdafaa-i Hukuk Yayınları. 19 páginas 
  14. a b «Obituary: Alpaslan Turkes». The Independent (em inglês). Consultado em 24 de março de 2016 
  15. «S A B A H O N L I N E 13.02.2001». arsiv.sabah.com.tr. Consultado em 24 de março de 2016 
  16. «Alpaslan Turkes, Turkish Rightist, 80». The New York Times. 10 de abril de 1997. ISSN 0362-4331 
  17. a b c «TURKEY - Turkes dead, all eyes on his legacy». www.hurriyetdailynews.com. Consultado em 24 de março de 2016 
  18. Barry M. Rubin, Metin Heper (2002). Political parties in Turkey. [S.l.]: Routledge. 40 páginas 
  19. Türkeş, Alparslan (1965). Millî Doktrin Dokuz Işık. [S.l.]: Genişletilmiş Birinci Baskı. 15 páginas 
  20. «HÜRRİYETİM». webarsiv.hurriyet.com.tr. Consultado em 24 de março de 2016 
  21. a b «MİLLİYET İNTERNET - GÜNCEL HABERLER». www.milliyet.com.tr. Consultado em 24 de março de 2016 
  22. «MİLLİYET İNTERNET - SİYASET». www.milliyet.com.tr. Consultado em 24 de março de 2016 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Alparslan Türkeş
Ícone de esboço Este artigo sobre um(a) político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.