Angela Brito – Wikipédia, a enciclopédia livre

Angela Brito
Nascimento Ilha de Santiago
Cidadania Cabo Verde
Ocupação designer de moda
Página oficial
https://www.angelabritobrand.com/

Angela Brito é uma estilista cabo-verdiana, dona da marca homônima, radicada no Rio de Janeiro. Em 2022 foi incluída na lista das 10 diretoras criativas da moda para conhecer da revista Marie Claire Brasil. Já vestiu várias celebridades brasileiras como Camila Pitanga, Taís Araújo, Luedji Luna e Zezé Motta.[1][2][3][4][5]

Percurso[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Santa Catarina de Santiago, em Cabo Verde. Aos 10 anos mudou-se para Portugal. Vive no Rio de Janeiro desde 1994.[6][7][8]

Desde criança que a moda faz parte da sua vida, através de brincadeiras em torno da máquina de costura da mãe. Fazia roupas em miniatura para testar modelagens.[7]

A sua inspiração veio da família, do interior da ilha de Santiago, e muito ligada à tradição e às memórias afectivas das roupas dos familiares, bem como da austeridade e rigidez das roupas em contraste com as atitudes leves.[7]

Após concluir o ensino secundário, tentou concorrer a uma bolsa de estudos para estudar Moda, mas não foi possível devido à ausência de mercado nessa área em Cabo Verde. Optou, ao invés, por estudar Engenharia de Telecomunicações na Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, que não concluiu. Terminou a formação mais tarde, na mesma área, no Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET).[7][8]

As primeiras experiências de trabalho nessa área de formação foram na empresa EMBRATEL e na Globo, na área de tecnologia, onde ficou quatro anos. Paralelamente, foi fazendo cursos de moda, tendo-se demitido para se dedicar exclusivamente à moda e a criação da sua marca.[7]

A motivação para se tornar uma empreendedora na moda veio de não se ver contemplada enquanto mulher negra e apaixonada pela moda, nesse mercado.[5]

Em 2014, Angela Brito criou a sua própria marca, com o mesmo nome, que tem por valores diversidade e inclusão. Promove o diálogo entre a tradição e a vanguarda, e tem o propósito de mudar as narrativas, principalmente estéticas, relacionadas com África.[7][6][5]

Em 2018, teve o seu primeiro desfile, na Casa dos Criadores.[9]

No dia 16 de outubro de 2019, estreou-se na São Paulo Fashion Week, com uma coleção intitulada Fuga. Neste evento, foi uma das poucas estilistas negras a marcar presença. Neste desfile, a equipa de produção era maioritariamente negra, e as modelos eram todas pessoas negras.[6][8][10][11]

Em 2020 e 2021, voltou a estar presente na São Paulo Fashion Week, com as colecções Identidade e Arquivo, respectivamente.[2][9][12]

Reconhecimentos[editar | editar código-fonte]

As criações da marca Angela Brito foram destaque em várias revistas brasileiras, entre as quais Elle, Marie Claire, Bazaar e Vogue.[13]

Foi seleccionada para a segunda fase do #MovimentoELLe, projecto que busca impulsionar o desenvolvimento sustentável entre pequenos e médios empreendedores de moda.[14]

A revista Marie Claire Brasil seleccionou-a como uma das dez diretoras criativas da moda para conhecer e prestigiar.[15] [16]

Angela Brito já vestiu artistas e personalidades como as atrizes Camila Pitanga, Taís Araújo, Zezé Motta, Flávia Oliveira, Jéssica Ellen, a escritora Giovana Xavier, a comunicadora Luiza Brasil e a cantora Luedji Luna. São todas vozes ativas em seus respectivos campos de atuação, alinhadas a essa busca por novas narrativas que as roupas da marca representam.[13]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Angela Brito | São Paulo | N52». Vogue. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  2. a b «Angela Brito | São Paulo | 25 anos». Vogue. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  3. Dinis, Bruno (12 de dezembro de 2021). «Ângela Brito». POWERLIST100 BANTUMEN. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  4. Ribeiro, Stephanie (maio 2018). «Negras empreendedoras | Angela Brito: Uma outra perspectiva de moda africana no Brasil». Marie Claire. Consultado em 18 de novembro 2022 
  5. a b c «Angela Brito cria diálogos entre tradição e vanguarda através da roupa - ELLE Brasil». elle.com.br. 10 de março de 2022. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  6. a b c «Estreante na SPFW, Angela Brito quer mudar nossa visão sobre a África». www.uol.com.br. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  7. a b c d e f Negra, Geledés Instituto da Mulher (4 de agosto de 2020). «Ângela Brito: "Ver uma criação minha na capa da Vogue foi uma das maiores emoções que já tive na carreira"». Geledés. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  8. a b c «Estreante na SPFW, cabo-verdiana Angela Brito é aplaudida de pé». R7.com. 17 de outubro de 2019. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  9. a b «'Por que só negras? É o que mais ouço', diz estilista Angela Brito - Cultura». Estadão. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  10. «O que a indústria da moda ainda não entendeu sobre: Black Money e consumidores negros». Vogue. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  11. «Angela Brito conta como sua marca sobreviveu à pandemia: "Estudei o que poderíamos enxugar"». Vogue. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  12. «De Cabo Verde, Angela Brito abre seu álbum de família!». Lilian Pacce. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  13. a b Negra, Geledés Instituto da Mulher (4 de agosto de 2020). «Ângela Brito: "Ver uma criação minha na capa da Vogue foi uma das maiores emoções que já tive na carreira"». Geledés. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  14. «Angela Brito cria diálogos entre tradição e vanguarda através da roupa - ELLE Brasil». elle.com.br. 10 de março de 2022. Consultado em 18 de novembro de 2022 
  15. «16 estilistas negros que mudaram a moda nos últimos tempos». L'Officiel Brasil. Consultado em 22 de novembro de 2022 
  16. Oliveira, Aline (9 de março de 2022). «Ângela Brito ao lado da Rihanna na lista das 10 diretoras criativas da moda para conhecer da revista Marie Claire Brasil». Balai. Consultado em 18 de novembro de 2022