Ano zero – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ano zero não é usado no calendário gregoriano e nem no seu predecessor, o calendário juliano. A contagem dos anos assemelha-se à ordem dos números inteiros com a excepção de que não existiu um ano zero, pelo que o ano 1 a.J. foi imediatamente sucedido pelo ano 1 d.C. ("d.J." de "depois de Jesus" — Anno Domini como é mais frequentemente referido em outras línguas, ou Era comum).

Mesmo assim, o ano zero é usado na contagem astronômica do tempo (configurando — entre outros — um ano bissexto zero) e foi fixado na norma ISO 8601:2004 (versão anterior: ISO 8601:2000) que estabelece padrões internacionais para a representação da data e hora[1][2] A razão para isso é que as fórmulas nas quais o ano deve ser inserido podem ser usadas incorretamente. Por exemplo, a NASA usa esse sistema para exibir eclipses solares. O eclipse solar de Bur-Sagile é calibrado, por exemplo, como tendo ocorrido em 15 de junho de -762, ou 15 de junho do ano 763 a.C.

Provavelmente a ideia de utilizar o ano zero como um método de contagem adequado para aritmética tenha sido do astrólogo italiano Luca Gaurico (1476–1558).[3] Ele justificou dizendo que, como astrólogo, ele estava interessado em reflexões cronológicas; assim, ele precisava do ano zero como centro de simetria.

O ano zero existe ainda no calendário hindu e budista.

Em alguns cálculos de tempo como o de nascimento o ano 0 é usado, 0 anos e 0 meses e 10 dias, por exemplo.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «A década acaba daqui a dois meses ou só no final de 2020?». Glamour. 1 de Janeiro de 2019 
  2. «2019 ou 2020: quanto termina realmente esta década?». BBC. 31 de Dezembro de 2019 
  3. Luca Gaurico, Calendarium ecclesiasticum novum, Venedig 1552,C2v,C6v, -, De eclipsi solis miraculosa in Passione Domini observata, Paris 1553,12r, 40v-41r.