Arte visigótica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Breviário de Alarico (487-507 d.C.)

Arte visigótica é aquela que designa as expressões artísticas criadas pelos visigodos, que entraram na Península Ibérica em 415 e se tornaram o povo dominante da região até à invasão dos mouros em 711. Este período da arte ibérica se notabiliza pela arquitetura, artesanato (especialmente ourivesaria) e a escrita visigótica.

Arquitectura visigótica[editar | editar código-fonte]

Capitel da igreja visigótica de San Pedro de la Nave. Zamora, Espanha.
Planta cruciforme da Capela de São Frutuoso de Montélios, Braga
San Pedro de la Nave, Zamora
Detalhe da coroa votiva do rei visigodo Recesvinto († 672), em ouro e pedras preciosas. Parte do chamado Tesouro de Guarrazar.

Os únicos exemplares sobreviventes da arquitectura visigótica do século VI são a igreja de São Cugat do Vallés em Barcelona, a ermida e Igreja de Santa Maria de Lara, a Capela de São Frutuoso em Braga, a Igreja de São Gião na Nazaré e alguns vestígios da Igreja de Cabeza de Griego, em Cuenca. Contudo o seu estilo propagou-se nos séculos seguintes, embora os exemplos mais notáveis sejam rurais e estejam na maioria em ruínas. Algumas das características da arquitectura visigótica são:

  • Planta de basílica, e por vezes cruciforme, podendo ser uma combinação de ambas, com espaços bem compartimentados;
  • Arcos em forma de ferradura sem pedras de fecho;
  • Ábside rectangular exterior;
  • Uso de colunas e pilares com capitéis coríntios de desenho particular;
  • Abóbodas com cúpulas nos cruzamentos;
  • Paredes em blocos alternando com tijolos;
  • Decoração com motivos vegetais e animais.

Exemplares sobreviventes de arquitectura visigótica:

Ourivesaria[editar | editar código-fonte]

A ourivesaria visigótica desenvolveu-se essencialmente em Toledo e é composta principalmente de coroas e broches com motivos geométricos, que foram encontrados em escavações de tumbas. Na cidade de Toledo, foram encontrados vários objetos de arte visigótica no século IX, que ficaram conhecido como o Tesouro de Guarrazar, descoberto perto de Fuente de Guarrazar. O tesouro está dividido, com parte dos objectos no Museu de Cluny, em Paris [1] e outra parte no Museu Arqueológico Nacional de Espanha, em Madrid, embora grande parte dos objectos originais tenha desaparecido ou sido roubada.

Notes[editar | editar código-fonte]

  1. «Encyclopaedia Britannica 1911, s.v. "Crown"». Consultado em 4 de março de 2009. Arquivado do original em 27 de julho de 2013 
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