Atentado em Ancara em 2016 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Atentado em Ancara em 2016
Atentado em Ancara em 2016
Local Ancara,  Turquia
Data 17 de fevereiro de 2016
18h31 (UTC+2)
Alvo(s) Pessoal militar
Mortes 28
Feridos 61
Suspeito(s) PYD e o PKK[1][2]
Motivo Papel da Turquia na Guerra Civil Síria


O atentado em Ancara em 2016 ocorreu às 18h31 de 17 de fevereiro de 2016 na cidade de Ancara, capital da Turquia. Foram confirmados 28 mortos[3] e 61 feridos.[4][5]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Guerra Civil Síria e Conflito curdo-turco

Em outubro de 2015, um atentado numa manifestação pela paz em Ancara contra uma ofensiva aos curdos no país, deixou mais de cem pessoas mortas. Da mesma maneira, o país teve toque de recolher durante mais de um mês nas zonas curdas. As ações foram condenadas em lugares tais como Cizre. O 13 de fevereiro produziram-se bombardeios de posições curdas na Síria.[6][7] A medida foi condenada unanimamente pelo Conselho de Segurança.[8][9] Depois da votação pelo Conselho de Segurança e poucas horas antes do atentado, o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, referiu-se ao PYD como uma organização terrorista, além do PKK, o Daesh, o DHKP-C e o Frente Al-Nusra. Também reforçou que os ataques contra o PYD e as YPG continuariam até que se detenham as supostas ameaças em contra da Turquia.[10]

Outros vários atentados ocorreram na Turquia em 2015 e 2016, incluindo a detonação de bombas contra turistas estrangeiros em Istambul, numa manifestação do Partido Socialista dos Oprimidos em Suruç e numa manifestação do Partido Democrático dos Povos em Diarbaquir. O Daesh é o principal suspeito de todos os ataques.

O ataque[editar | editar código-fonte]

O ataque foi executado por um carro bomba que explodiu às 18h31 (hora local), momento no qual autocarros que transportavam pessoal militar[11] do exército estavam à espera nos semáforos. O ataque foi ao pé de um edifício de habitações do pessoal militar de alto nível. Os media turcos mostraram imagens de um incêndio no qual foram atingidos veículos militares depois da explosão, que pôde ouvir-se a vários quilómetros de distância. O atentado acabou pelo menos com 28 vítimas mortais e 61 feridos.[12][13][14]

Autores[editar | editar código-fonte]

Uma fonte de segurança declarou os sinais iniciais indicaram que militantes curdos[15] do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK)[16] fossem os responsáveis. Também seguindo fontes de segurança independente no sudeste da Turquia, que o Daesh pode ser o responsável. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade dos ataques até o momento.[17]

Os meios de comunicação turcos apontaram que o atacante era um membro do PYD chamado Salih Necar.[18]

Reações[editar | editar código-fonte]

Na Turquia[editar | editar código-fonte]

Milhares de protestos em toda Turquia

O presidente Recep Tayyip Erdoğan[19][20] emitiu um comunicado no qual afirmou: «Vamos continuar a nossa luta contra os peões que fazem este tipo de ataques, que não conhecem limites morais ou humanitários, e as forças atrás de eles com mais determinação todos os dias». O primeiro ministro Ahmet Davutoğlu cancelou viagens previstas à Bélgica e ao Azerbaijão depois do ataque. O líder do partido Justiça e Desenvolvimento, Ömer Çelik, condenou do modo enérgico os ataques como um «horrendo ato de terrorismo».[21][22]

Reações internacionais[editar | editar código-fonte]

  •  Alemanha — A chanceler, Angela Merkel, disse num comunicado, «Estou a dizer à gente turca: nós, como alemães compartilhamos a sua dor», adicionando que a «Alemanha está na batalha contra os responsáveis de estes atos anti-humanos que estão na Turquia».
  •  Argentina — O Ministério de Relações Exteriores e Culto da Argentina condenou o atentado num comunicado. Também expressou a sua solidariedade ao governo turco e aos familiares das vítimas.[23]
  •  Azerbaijão — O presidente Ilham Aliyev, expressou o sua profunda tristeza sobre a explosão em Ancara, a dizer: «Deus tenha piedade por aqueles que perderam as suas vidas, desejo uma rápida recuperação aos feridos».
  •  Egito — O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores egípcio, Ahmed Abu Zaid expressou num comunicado que o Cairo, «condena de maneira enérgica o ataque, ao mesmo tempo que transmite as condolências ao povo turco e às famílias das vítimas mortais».[24]
  •  Estados UnidosJohn Bass, o embaixador americano na Turquia, expressou as suas condolências pelo Twitter afirmando que, «Os nossos corações e orações estão com os afetados».
  •  Finlândia — O primeiro-ministro Juha Sipilä escreveu na sua página de Twitter: «Condenamos energicamente o ataque terrorista em Ancara, Turquia. As nossas condolências às famílias e amigos das vítimas».
  •  Reino UnidoRichard Moore, embaixador britânico na Turquia, expressou as suas condolências pelo Twitter dizendo que: «O Reino Unido está ombro a ombro com a Turquia neste momento complicado».
  •  Rússia — O Parlamento da Rússia, o Conselho da Federação e o Comitê da Defesa e Segurança, condenaram os ataques terroristas. O porta-voz do Kremlin de Moscovo, Dmitri Peskov, disse aos jornalistas: «Condenamos energicamente o atentado terrorista realizado ontem em Ancara, expressamos as condolências aos familiares e amigos dos falecidos e desejamos uma rápida recuperação aos feridos».[25]
  •  Ucrânia — O primeiro-ministro Arseni Yatseniuk disse pelo twitter: «O governo da Ucrânia oferece as suas condolências às famílias das pessoas que morreram nos ataques terroristas em Ancara e das pessoas feridas».

Organizações internacionais[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/turkey/12162418/Ankara-bombing-Attacker-is-Syrian-national-who-entered-with-refugees.html
  2. http://www.jpost.com/Middle-East/Turkey-claims-Ankara-suicide-bomber-is-a-Syrian-member-of-the-Kurdish-YPG-445383
  3. «Gobierno turco confirma 28 muertos en Ankara». El Universal. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  4. «Turquía: Atentado con auto bomba deja 28 muertos y 61 heridos» (em espanhol). Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  5. «Un atentado en Ankara provoca una veintena de muertos y más de medio centenar de heridos» (em espanhol). Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  6. Karam, Zeina; Dominique (14 de fevereiro de 2016). «Turkey shells Kurdish positions in Syria for 2nd day». The Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286 
  7. «Syria conflict: Turkey shells Kurdish militia - BBC News». BBC News (em inglês). Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  8. «UN Security Council concerned by Turkey's actions in Syria, says Venezuela». TodaysZaman. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  9. Press, Associated (16 de fevereiro de 2016). «The Latest: Syria accuses alliance of striking hospital». The Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286 
  10. «Erdoğan'dan "YPG'yi vurmaya devam" mesajı». Al Jazeera Turk - Ortadoğu, Kafkasya, Balkanlar, Türkiye ve çevresindeki bölgeden son dakika haberleri ve analizler. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  11. «Atentado contra convoy militar deja 28 muertos en Ankara (Turquía)». La Prensagrafica. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  12. «Supervivientes en Ankara: "Estoy vivo por 20 segundos"». euronewses. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  13. «Al menos 28 muertos en un ataque cerca de instalaciones militares en Ankara». EL PAÍS (em espanhol). 18 de fevereiro de 2016. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  14. «Al menos 28 muertos y 61 heridos tras un atentado en Ankara». La Voz de Galicia (em espanhol). Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  15. «Turquía acusa a las milicias kurdas por el atentado con bomba en Ankara que dejó 28 muertos - BBC Mundo». BBC Mundo (em espanhol). Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  16. «Turquía responsabiliza al PKK y a los kurdos sirios del atentado de Ankara». ELMUNDO. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  17. «Turquía señala a un sirio como autor del atentado en Ankara». www.latercera.com. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  18. «Al menos 28 muertos en un atentado contra militares en la capital de Turquía. Noticias de Mundo». El Confidencial. Consultado em 19 de fevereiro de 2016 
  19. «Turquia acusa al grupo sirio kurdo YPG del atentado de Ankara». Radio Intereconomia. 18 de fevereiro de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  20. «LO ULTIMO: Erdogan acusa a milicia siria de ataque en Ankara.». Terra Colombia. 18 de fevereiro de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  21. «Condena internacional al atentado en Ankara.». DW. 18 de fevereiro de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  22. «Muestran imágenes desde el epicentro del atentado en Ankara (Videos).». Actualidad. 17 de fevereiro de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  23. «La Argentina condena atentado terrorista en Ankara». Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto. 17 de fevereiro de 2016 
  24. «Egipto condena enérgicamente atentado terrorista en Turquía». Xinhua Español (em espanhol). 18 de fevereiro de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  25. «El Kremlin condena el atentado de Ankara.». Informador MX. 18 de fevereiro de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 
  26. «CANCELADA LA REUNIÓN SOBRE REFUGIADOS PREVIA A CUMBRE POR ATENTADO DE ANKARA». Radio Intereconomia (em espanhol). 18 de fevereiro de 2016. Consultado em 18 de fevereiro de 2016