Atentados em Bruxelas em março de 2016 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Atentado em Bruxelas em março de 2016
Atentados em Bruxelas em março de 2016
Mapa dos atentados em relação um ao outro

(1) 08:00 : Hall B do Aeroporto de Bruxelas
(2) 09:11 : Estação Maelbeek

Local Aeroporto de Bruxelas em Zaventem e Estação Maelbeek em Bruxelas,
 Bélgica
Data 22 de março de 2016
c. 08:00–09:11 (UTC+1)
Tipo de ataque ataque suicida, Terrorismo e assassinato em massa
Alvo(s) Desconhecido (presumidamente civis)
Mortes 35,[1] incluindo 3 terroristas
Feridos 300 (61 em estado crítico)
Responsável(is) Estado Islâmico[2]
Motivo Fundamentalismo Islâmico

Os atentados em Bruxelas em março de 2016 foram uma ação terrorista suicida cometida na manhã de 22 de março de 2016 no aeroporto e no metropolitano de Bruxelas, capital da Bélgica. Os atentados causaram a morte de pelo menos 35 pessoas,[1] incluindo 3 bombistas-suicidas, e deixaram outras 300 feridas.[3][4][5][6]

O grupo extremista auto-proclamado Estado Islâmico reivindicou, poucas horas depois, a autoria dos ataques.[7]

Ataques[editar | editar código-fonte]

Aeroporto[editar | editar código-fonte]

Fotografia aérea do Aeroporto de Bruxelas

Em 22 de março de 2016, perto das 07:45 (UTC+1) produziram-se duas explosões no aeroporto de Bruxelas que provocaram a morte de pelo menos 14 pessoas e dezenas de feridos.[4] Um dos ataques ocorreu perto dos mostradores de faturação seis e sete da American Airlines e outro perto do da Brussels Airlines e de um café Starbucks.[6][8] A promotoria belga confirmou que o atentado foi cometido por pelo menos um atacante suicida[6] que de acordo com a BBC teria gritado palavras em árabe antes de cometer o ataque e levava consigo um fuzil do tipo AK-47.[9] O edifício do aeroporto sofreu danos significativos.[8] Vídeos nas redes sociais mostraram cenários de danos depois do ataque e as pessoas a fugir da área. As autoridades policiais foram à zona de embarques para vistoriar centenas de malas que depois das explosões foram abandonadas, à procura de novos explosivos.[6]

Metro[editar | editar código-fonte]

Foto da Estação Maelbeek

No mesmo dia, apenas minutos mais tarde, por volta das 08:00 (UTC+1) ocorreu pelo menos uma explosão na estação de metropolitano de Maelbeek/Maalbeek que provocou, pelo menos, vinte mortes. O atentado ocorreu à hora de maior utilização do sistema de transporte.[9] A estação situa-se perto de várias agências da União Europeia, incluindo o Parlamento.[8] O metro da cidade foi evacuado e fechado.[4]

Medidas de segurança[editar | editar código-fonte]

Minutos após a série de ataques foram tomadas medidas drásticas de segurança. O edifício Sede da Comissão Europeia foi encerrado, não permitindo que ninguém saísse ou entrasse. As centrais nucleares de Doel e de Tihange, na Bélgica, foram evacuadas, tendo ficado assegurados apenas os serviços mínimos.[10]

A Bélgica fechou o espaço aéreo de Bruxelas[11] e fechou o aeroporto dessa cidade pelo menos até o dia 24 de março de 2016.[12]

Vítimas[editar | editar código-fonte]

Coletivamente, 32 pessoas morreram e mais de 250 outras ficaram feridas nos atentados. Onze morreram no Aeroporto de Bruxelas, enquanto as restantes 20 morreram na Estação Maelbeek, e as restantes depois de transportadas para hospitais.[1]

Mortes por país/cidadania[13]
Cidadania Mortes
 Bélgica 13
 Estados Unidos 4
 Países Baixos 2
 Suécia 2
 Bélgica/República Democrática do Congo Congo 1
 China 1
 França 1
 Índia 1
 Itália 1
Libéria 1
 Marrocos 1
 Alemanha/ Espanha 1
 Peru 1
 Polónia 1
 Reino Unido 1
Total: 32

Perpetradores dos ataques[editar | editar código-fonte]

Imagem de três suspeitos retirada a partir do CCTV do aeroporto de Bruxelas

Os ataques foram organizados e executados pelo mesmo grupo responsável pelos atentados de 2015 em Paris.

Salah Abdeslam foi o único sobrevivente da célula que causou 130 mortos em Paris, a maioria deles na sala de espetáculos Bataclan.

Depois do massacre na capital francesa, o terrorista fugiu para Bruxelas, onde ficou escondido por quatro meses num apartamento onde moravam membros da célula local.

Horas depois dos ataques bombistas, a polícia fez uma rusga em Schaarbeek, um subúrbio norte de Bruxelas, onde encontraram uma bomba, pregos, produtos químicos e uma bandeira do Daesh num apartamento vazio.[14][15]

Julgamento e condenação[editar | editar código-fonte]

O julgamento em Bruxelas começou no final de 2022, sob estritas normas de segurança, numa antiga sede da NATO, que foi adaptada especialmente para o processo.

Em setembro de 2023 foram conhecidas as penas aplicadas:

Mohamed Abrini, que ficou conhecido como "o homem do chapéu", e que se recusou a se matar no aeroporto de Bruxelas, foi condenado a 30 anos de prisão. Abrini declarou que decidiu no último minuto não detonar os explosivos que levava consigo no aeroporto, assim como outro acusado, Osama Krayem, um sueco de ascendência síria.

Krayem foi condenado à prisão perpétua, assim como Bilal El Makhukhi e Osama Atar.

Atar, um alto dirigente do grupo Estado Islâmico que liderava a célula jihadista, foi julgado à revelia, porque se supõe que tenha morrido em 2017 na Síria.

Já Herve Bayingana Muhirwa, declarado culpado por "participar em atividades de um grupo terrorista", foi condenado a 10 anos de prisão.

O tunisino Sofien Ayari beneficiou do facto de já ter sido condenado na Bélgica pela troca de tiros com a polícia, e não recebeu uma pena adicional.[16]

Reações internacionais[editar | editar código-fonte]

Organizações[editar | editar código-fonte]

Países[editar | editar código-fonte]

  •  Alemanha: Numa carta de condolências ao rei Filipe, o presidente Joachim Gauck condenou os ataques como um "crime terrível" e anunciou que juntamente com a Bélgica, a Alemanha ia "defender o conjuntamente os nossos valores da liberdade e da democracia.[19]
  •  Argentina: O Presidente Mauricio Macri condenou os ataques afirmando "Eu repudio estes ataques sangrentos e ratifico o nosso compromisso na luta contra o terrorismo".[20]
  •  Armênia: O presidente Serj Sargsyan deu as condolências e declarou que "a Arménia condena fortemente qualquer ato de terrorismo, e está comprometida na luta internacional contra este ma."[21]
  •  Austrália: O primeiro-ministro Malcolm Turnbull disse que ele esteve profundamente preocupado pelos ataques em Bruxelas, expressando que os pensamentos, as orações e a solidaridade 'australiana' está com o povo belga."[21]
  •  Azerbaijão: O presidente Ilham Aliyev expressou a suas condolências: "Nós estamos profundamente tristes pelas noticias de grandes perdas e prejudicados pelas explosões na cidade de Bruxelas."[22]
  •  Brasil: O Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores do Brasil) divulgou nota condenando os "covardes atentados" e expressando solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo belga.[23]
  •  Canadá: O primeiro-ministro Justin Trudeau condenou os ataques "deploráveis" em Bruxelas e expressou a sua solidariedade com a Bélgica e com a União Europeia.[24]
  •  Chipre: O presidente Nicos Anastasiades expressou as suas condolências, declarando: "Os nossos pensamentos e orações estão com o povo da Bélgica e com as famílias dos falecidos ou feridos pelos abomináveis ataques terroristas."[25]
  •  Dinamarca: O primeiro-ministro Lars Løkke Rasmussen condenou os ataques bombistas chamando-os de "desprezíveis" e disse que os seus pensamentos estão com as vítimas e com as suas famílias.[26]
  •  Estados Unidos: John Kirby, do Departamento de Estado afirmou que: "Os Estados Unidos está do lado do povo da Bélgica. Nós estamos prontos para ajudar nas investigações se apropriado."[27] O presidente Barack Obama, que estava em visita a Havana, Cuba, disse: "os pensamentos e orações do povo americano estão com o povo belga e nós nos solidarizamos com vocês". Ele completou dizendo: "nós faremos o que for necessário para ajudar nossos amigos e aliados da Bélgica para fazer justiça aos responsáveis."[28]
  •  França: O presidente François Hollande disse que os ataques bombistas de Bruxelas foram ataques a toda a Europa e que a França vai continuar a lutar contra o terrorismo a nível internacional e nacional.[29]
    A presidente da câmara municipal de Paris, Anne Hidalgo, anunciou que a Torre Eiffel iria estar iluminada com as cores da bandeira nacional belga na noite do 22 de março de 2016.[19]
  • Portugal Portugal: O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se a "um ataque e cego e covarde no coração da Europa" e defendeu "que os cidadãos europeus devem estar unidos na "luta pela democracia, pela liberdade, pelos direitos humanos, pela dignidade da pessoa", sublinhando que é em situações de crise aguda que é preciso que esses valores sejam uma prioridade.[30]
    O Primeiro-Ministro António Costa assinalou que a luta contra o terrorismo "requer uma cooperação internacional e também a promoção do diálogo intercultural.[31]
  •  Reino Unido: O primeiro-ministro David Cameron afirmou: "eu estou chocado e preocupado com os acontecimentos em Bruxelas. Nós faremos o que der para ajudar."[32]
  • Uruguai: O governo do Uruguai condenou energicamente os atentados e pediu para ser feita uma resposta "coordenada".[33]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Monumentos com as cores da bandeira da Bélgica

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Número de mortos dos atentados de Bruxelas sobe para 35». Observador.pt. Consultado em 28 de março de 2016 
  2. Dearden, Lizzie. «Isis supporters claim group responsible for Brussels attacks: 'We have come to you with slaughter'». The Independent. Consultado em 22 de março de 2016 
  3. jn.pt. «Novo balanço: 31 mortos e 300 feridos». Consultado em 24 de março de 2016 
  4. a b c «Bruxelas: 34 mortos, suspeitos a monte». 22 de março de 2016. Consultado em 22 de março de 2016 
  5. «Atentado en Bruselas hoy: última hora». El Periódico. Consultado em 22 de março de 2016 
  6. a b c d «Atentado en Bruselas: más de 30 muertos en el aeropuerto y el metro». EL PAÍS (em espanhol). 22 de março de 2016. Consultado em 22 de março de 2016 
  7. «Estado Islâmico reivindica autoria dos atentados de Bruxelas». Notícias ao Minuto. Consultado em 22 de março de 2016 
  8. a b c «Día negro en Bruselas: Todo lo que se sabe sobre los sangrientos atentados en la capital belga - RT». RT en Español. Consultado em 22 de março de 2016 
  9. a b «Brussels attacks: At least 31 dead at Zaventem and Maelbeek - BBC News». BBC News (em inglês). Consultado em 22 de março de 2016 
  10. «Centrais nucleares da Bélgica evacuadas». Notícias ao Minuto. Consultado em 22 de março de 2016 
  11. «Bélgica activa el nivel máximo de alerta y cierra el espacio aéreo». www.cuatro.com. Consultado em 22 de março de 2016 
  12. «El cierre del aeropuerto de Bruselas provocará más cancelaciones el miércoles». Cadena SER (em espanhol). 22 de março de 2016. Consultado em 22 de março de 2016 
  13. «Polish woman among Brussels victim». thenews. Consultado em 30 de março de 2016 
  14. Daniela Espírito Santo (22 de março de 2016). «Polícia descobre bomba e bandeira do Daesh». Correio da Manhã. Consultado em 22 de março de 2016 
  15. Hugo Alegre (22 de março de 2016). «Bomba e bandeira do Daesh encontradas numa casa em Bruxelas». Consultado em 22 de março de 2016 
  16. «Tribunal belga condena oito pessoas pelos atentados de 2016 em Bruxelas» 
  17. «Second Brussels airport blast showed it was a terror attack: witness». CTV News. Consultado em 22 de março de 2016 
  18. «UN strongly condemns terrorist bombings in Brussels, calling it 'an attack on us all'». UN News Centre. Consultado em 23 de março de 2016 
  19. a b «+++ IS bekennt sich zu Anschlägen von Brüssel +++». tagesschau.de (em alemão). Consultado em 22 de março de 2016 
  20. «Macri repudia los "sangrientos ataques" en Bélgica». La Voz (em espanhol). Consultado em 22 de março de 2016 
  21. a b «Armenia President condoles with Belgium PM». news.am. Consultado em 22 de março de 2016 
  22. «Azerbaijani president offers condolences to Belgian PM over Brussels blasts». en.apa.az. Consultado em 22 de março de 2016 
  23. «Atentados em Bruxelas». www.itamaraty.gov.br. Consultado em 22 de março de 2016 
  24. «Trudeau, world leaders condemn 'deplorable' Brussels attacks». Global News. Consultado em 22 de março de 2016 
  25. «Nicos Anastasiades on Twitter». Twitter. Consultado em 22 de março de 2016 
  26. «Brussels blasts attack against democratic Europe: Swedish PM». News24. Consultado em 22 de março de 2016 
  27. McCaskill, Nolan D. «Obama, Kerry briefed on attacks in Brussels». Consultado em 22 de março de 2016 
  28. «Obama addresses Brussels attacks in speech to Cuban people». The Guardian. Consultado em 22 de março de 2016 
  29. «French President Francois Hollande: This Was an Attack on All of Europe». townhall.com. Consultado em 22 de março de 2016 
  30. «Marcelo Rebelo de Sousa condena atentado "cego e cobarde"». TSF.pt. Consultado em 22 de março de 2016 
  31. «Marcelo repudia "ataque cego e cobarde" no coração de Bruxelas». observador.pt. Consultado em 22 de março de 2016 
  32. «Brussels attacks: Britain steps up security at airports». telegraph.co.uk. Consultado em 22 de março de 2016 
  33. «Uruguay condenó hoy "en los términos más enérgicos" los atentados terroristas en Bruselas». eltelescopio.com.uy (em espanhol). Consultado em 22 de março de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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