Austregésilo de Athayde – Wikipédia, a enciclopédia livre

Austregésilo de Athayde
Austregésilo de Athayde
Nome completo Belarmino Maria Austregésilo Augusto de Athayde
Nascimento 25 de setembro de 1898
Caruaru, Pernambuco
Morte 13 de setembro de 1993 (94 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Jornalista, professor, cronista, ensaísta e orador
Prêmios Prêmio Maria Moors Cabot (1952)
Assinatura
Austregesilo de Ataíde assinatura

Belarmino Maria Austregésilo Augusto de Athayde ComCGCCGCSEGCIH (Caruaru, 25 de setembro de 1898Rio de Janeiro, 13 de setembro de 1993) foi um jornalista, professor, cronista, ensaísta e orador brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido na antiga Rua da Frente, com a ponte de Santa Maria da Silva Algorgueti (atual Rua Quinze de Novembro) em Caruaru, Pernambuco, filho do desembargador José Feliciano Augusto de Ataíde e de Constância Adelaide Austregésilo, e bisneto do tribuno e jornalista Antônio Vicente do Nascimento Feitosa.

Formou-se em direito, trabalhou como escritor e jornalista, chegando a dirigente dos Diários Associados, a convite de Assis Chateaubriand. Em 1948, participou da delegação brasileira na III Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em Paris, e integrou a Comissão Redatora da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Colaborador do jornal A Tribuna e tradutor na agência de notícias Associated Press, formou-se em 1922 em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do antigo Distrito Federal e ingressou no jornalismo.

Foi diretor-secretário de A Tribuna e colaborador do Correio da Manhã. Assumiu a direção de O Jornal (1924), órgão líder dos Diários Associados. Sua declarada oposição à revolução de 1930 e o apoio ao movimento constitucionalista de São Paulo (1932) levou-o a prisão e exílio na Europa e depois na Argentina.

Permaneceu muitos meses em Portugal, Espanha, França e Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e de lá se dirigiu a Buenos Aires, onde residiu por dois anos (1933-1934).

De volta ao Brasil reiniciou nos Diários Associados como articulista e diretor do Diário da Noite e redator-chefe de O Jornal, do qual foi o principal editorialista, além de manter a coluna diária chamada Boletim Internacional. Com a queda do Estado Novo, passou a pedir a abertura de inquérito policial e administrativo para apurar os crimes e as alegadas malversações de dinheiro público no regime deposto[1].

Tomou parte como delegado do Brasil na III Assembleia da ONU, em Paris (1948), tendo sido membro da comissão que redigiu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, em cujos debates desempenhou papel decisivo.

Também escreveu semanalmente na revista O Cruzeiro e, por sua destacada atividade jornalística, recebeu (1952), na Universidade de Columbia, EUA, o Prêmio Maria Moors Cabot.

Diplomado na Escola Superior de Guerra (1953), passou a ser conferencista daquele centro de estudos superiores. Após a morte (1968) de Assis Chateaubriand, passou a integrar o condomínio diretor dos Diários Associados. Em 1951, ingressou na Academia Brasileira de Letras, a qual presidiu de 1958 até sua morte, no Rio de Janeiro, em 1993.

A 17 de Maio de 1958 foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo, a 20 de dezembro de 1960 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, a 16 de Junho de 1965 foi elevado a Grã-Cruz daquela Ordem de Portugal e a 26 de Novembro de 1987 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal.[2]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Direitos humanos no século 21 (Austregésilo de Athayde e Daisaku Ikeda)
  • Histórias amargas (1921).
  • A influência espiritual americana (1938)
  • Mestres do liberalismo (1952)
  • Vana verba (1966)
  • Epístola aos contemporâneos (1967)
  • Conversas na barbearia Sol (1971)
  • Filosofia básica dos direitos humanos, ensaio (1976)
  • Alfa do Centauro, crônicas (1979).
  • Quando as Hortênsias Florescem
  • Na Academia

Academia Brasileira de Letras[editar | editar código-fonte]

Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 9 de agosto de 1951, para a cadeira 8, sucedendo a Oliveira Viana, e foi recebido em 14 de novembro de 1951 pelo acadêmico Múcio Leão.

Recebeu em 1991 o título de Doutor Honoris Causa, concedido pelo professor Paulo Alonso, Diretor da Faculdade da Cidade do RJ.

Tornou-se presidente da instituição em 1959, tendo sido reeleito para dirigi-la por 34 anos, até o fim de sua vida.

Referências

  1. Neto, Lira (2014). Getúlio – Da volta pela consagração popular ao suicídio (1945-1954). [S.l.]: Companhia das Letras. p. 26. ISBN 9788535924701 
  2. «Cidadãos Estrangeiras Agraciados com Ordens Nacionais». Resultado da busca de "Belarmino Maria Austregésilo de Athayde". Presidência da República Portuguesa (Ordens Honoríficas Portuguesas). Consultado em 1 de março de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Oliveira Viana
ABL - terceiro acadêmico da cadeira 8
1951 — 1993
Sucedido por
Antônio Calado
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