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União Black
Informação geral
Origem Rio de Janeiro, RJ
País Brasil
Gênero(s)
Período em atividade 1975-1978; 2004-2006; 2014
Gravadora(s)
  • Polygram do Brasil (através dos selos Polydor e Mercury)
  • Distrolux SL (através dos selos Vampi Soul e Commonfolk)
  • Sky Blue Music (através do selo Som Sicam)
Afiliação(ões) Gerson King Combo
Integrantes
  • Dom Luiz
  • Bira
  • Cláudio Kafé
  • Lula Barreto
  • Ivan Tiririca

União Black foi uma banda brasileira formada em 1975, inicialmente como uma banda de samba que tocava em gafieiras que ocorriam na Pavuna, bairro da zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Quando encontraram o cantor Gerson King Combo modificaram seu estilo e passaram a acompanhá-lo, além de continuarem se apresentando sozinhos. Ficariam conhecidos por terem acompanhado o cantor e compositor carioca no auge de sua carreira e do movimento Black Rio, entre 1977 e 1978, gravando um disco e participando da gravação de dois álbuns de Gerson, Gerson King Combo e Gerson King Combo - Volume II. A banda acabaria no mesmo ano de 1978 e voltaria em 2004 para participar de uma coletânea musical e para gravar o seu segundo álbum de estúdio, Banda União Black, de 2006. Após novo final, a banda voltaria com apresentações em 2014 quando, então, terminaria novamente.

História[editar | editar código-fonte]

A banda foi formada em 1975 pelos músicos Dom Luiz (vocal), Bira (trompete), Cláudio Kafé (guitarra elétrica), Lula Barreto (baixo elétrico) e Ivan Tiririca (bateria) para tocar samba em gafieiras que ocorriam na Pavuna, bairro da zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Entretanto, a banda mudou seu som para uma mistura de samba, jazz, funk e soul a partir do contato com Gerson King Combo, que tornou esta a sua banda para acompanhamento em discos e shows, tocando nos bailes da zona norte.[1] Tudo mudou no dia 17 de julho de 1976, quando a jornalista Lena Frias publicou matéria de 4 páginas no caderno cultural do Jornal do Brasil sobre o movimento Black Rio, enfocando nos bailes e na atitude das pessoas. A partir daquele momento, o movimento de periferia passaria a ganhar a atenção não só da mídia e da indústria cultural brasileira,[2] mas também do aparato repressivo do regime.[3] Logo, diversos artistas que tinham penetração naqueles bailes - que chegavam a concentrar de 500 mil a 1 milhão e meio de pessoas por fim de semana[4] - passaram a assinar contratos com grandes gravadoras, na tentativa destas de vender a este imenso mercado consumidor.[5]

Assim, tanto Gerson quanto a banda assinam contrato com a gravadora Polygram do Brasil e viriam a lançar discos pelo selo Polydor. Desse modo, no ano de 1977, grava o seu disco de estreia, União Black, além do segundo álbum de Gerson e, no ano seguinte, o terceiro.[6] A banda acabou naquele ano, por problemas de relacionamento e pelas dificuldades que passaram a enfrentar com a diminuição do interesse pelo Black Rio e o surgimento da música disco - propagandeada através de um filme e de uma novela global.[7][8][9]

Após ficar mais de duas décadas sem nenhuma atividade, no ano de 2004 o grupo voltou com integrantes originais da primeira formação. Nesta volta, participou da coletânea Black Music Brasil, lançada pela gravadora Sky Blue Music, através do selo Som Sicam, com as faixas "Eu Pensei" (Bira e Mariano Brown); "Cris Vacilou" (Ivan Tiririca, Lula Barreto e Cláudio Kafé) e "Zorra Total" (Cláudio Kafé, Ivan Tiririca e Lula Barreto). Do disco participaram, também, Carlos Dafé, Lúcio Sherman, Dom Mita, Mariano Brown, Luís Vagner, Valmir Mello, Dom Richard e Paulinho de Souza. Em 2006, lançam seu segundo álbum de estúdio, Banda União Black, pela gravadora espanhola Distrolux SL, através do selo Vampi Soul, com distribuição internacional. Deste disco, também saíram os singles "Been so Long" e "Yeah Yeah Yeah". Com a baixa repercussão do trabalho, o grupo entra em novo hiato.[10] No ano de 2014, a banda voltou aos palcos com seus membros originais Claudio Kafé, Lula Barreto e o vocalista Dom Luiz e participaram de show na Virada Cultural Paulista, realizado na Praça da República.[11] Além deste, realiza outros shows no Rio de Janeiro antes de entrar em novo hiato.

Discografia[editar | editar código-fonte]

Discografia dada pelo Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira,[12] pelo IMMUB[13] e pelo Discogs.[14]

Álbuns de estúdio[editar | editar código-fonte]

Coletâneas[editar | editar código-fonte]

  • 2004 - Black Music Brasil (Som Sicam) - nas faixas 2, 13 e 15

Singles[editar | editar código-fonte]

  • 2005 - Been so Long (Commonfolk)
  • 2006 - Yeah Yeah Yeah (Vampi Soul)

Referências

  1. Oliveira, 2004, p. 28.
  2. Conceição Ribeiro, 2010, p. 166 e seguintes.
  3. Palombini, 2008, p. 59, nota.
  4. Palombini, 2008, p. 60.
  5. Robson Santos (8 de junho de 2018). «Black Music Carioca nos anos 70». CBN Campinas. Consultado em 21 de maio de 2019 
  6. Paiva, 2015, p. 5.
  7. Conceição Ribeiro, 2010, p. 170.
  8. Palombini, 2008, p. 62.
  9. Silvio Essinger (28 de novembro de 2013). «Os 70 anos black de Gerson King Combo». O Globo. Consultado em 22 de maio de 2019 
  10. «Dados Artísticos». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. N.d. Consultado em 9 de junho de 2013 
  11. «Confira a programação da Virada Cultural 2014 em São Paulo». G1. 7 de maio de 2014. Consultado em 22 de maio de 2019 
  12. «Discografia». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. N.d. Consultado em 21 de maio de 2019 
  13. «União Black». IMMUB. N.d. Consultado em 21 de maio de 2019 
  14. «União Black». Discogs. N.d. Consultado em 21 de maio de 2019 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CONCEIÇÃO RIBEIRO, Rita Aparecida da. Errância e Exílio na Soul Music: do movimento Black-Rio nos anos 70 ao Quarteirão do Soul em Belo Horizonte, 2010. Tempo e Argumento: Revista do programa de pós-graduação em História, v. 2, n. 2, Florianópolis, jul-dez de 2010, pp. 154–181.
  • OLIVEIRA, Luciana Xavier de. O swing do samba: o samba-rock, e outros ritmos, na construção da identidade negra contemporânea na mídia brasileira. Monografia de conclusão de curso. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.
  • PAIVA, Carlos Eduardo Amaral de. Black Pau: A soul music no Brasil nos anos 1970. Tese de Doutorado. Araraquara: UNESP, 2015.
  • PALOMBINI, Carlos. Música dançante africana norte-americana, soul brasileiro e funk carioca: uma bibliografia. III Seminário Música, Ciência e Tecnologia, n. 3, São Paulo, 2008, pp. 59-68. ISSN 1982-9604.
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