Bené Fonteles – Wikipédia, a enciclopédia livre

Bené Fonteles
Nome completo José Benedito Fonteles
Nascimento 21 de março de 1953 (71 anos)
Bragança, Pará, Brasil

Bené Fonteles (Bragança-Pará, 21 de março de 1953) é um artivista, artista plástico, escritor, curador de arte, poeta, xamã e compositor brasileiro.

Com uma longa e consolidada trajetória artística nas artes plásticas, música e poesia, Bené tem álbuns e livros publicados e obras expostas em acervos dos museus de arte moderna de São Paulo, Rio, Nova Iorque, Paris e Bahia, além de ter participado de cinco Bienais Internacionais de São Paulo e diversas mostras individuais e coletivas ligadas à arte postal e a pesquisas de novas expressões artísticas.[1][2] A militância ecológica é um traço marcante em sua obra, sendo criador do "Movimento Artista pela Natureza", que desde 1986 promove a consciência ecológica e da educação ambiental por meio da arte.[3] Grande parte do seu trabalho dialoga com as estéticas e poéticas das culturas indígenas.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Iniciou sua atuação artística nos anos 1970 em Fortaleza, onde morou até 1975 e atuou como artista plástico, compositor e ainda como jornalista e editor. Aos 18 anos, expôs no 3º Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará em 1971.[4] Em 1974, conheceu o compositor Gilberto Gil, com quem mantém uma consolidada amizade e parceria no ativismo ambiental e também na música.[5] Entre 1983 e 1986, foi diretor do Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Nessa época, começou a unir suas criações artísticas a projetos e movimentos voltados à preservação ecológica. Em 1991 mudou-se para Brasília, onde manteve base por quase 30 anos, organizando eventos artísticos e produzindo suas obras. Em 1997, ele organizou a montagem da sala especial do artista baiano Rubem Valentim (1922-2001), no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA). Em 2003, Fonteles foi contemplado com a comenda Ordem do Mérito Cultural, que recebeu da Presidência da República.[4] Em 2016 apresentou-se na 32º Bienal de São Paulo com a obra de instalação “Conversas para adiar o fim do mundo”, com a colaboração do líder indígena Ailton Krenak. A instalação “Oca Tapera Terreiro” montada como ágora dentro do Pavilhão da Bineal, recebeu artistas, ativistas, ecologistas, antropólogos, educadores e curadores para uma série de debates.[6][7]

Álbuns[editar | editar código-fonte]

Bendito (1983), com participação de Luiz Gonzaga, Tetê Espíndola, Belchior, Egberto Gismonti, Luli e Lucina.

Silencioso (1989)

(1991). com participação de Egberto Gismonti, Tetê Espíndola, Duofel e Ney Matogrosso.

Benditos (2003), que agrupa os três trabalhos anteriores. [8]

Canções para Pescar Almas (2019), lançado por Bené Fonteles e Lucina, o álbum traz canções compostas em parcerias com a compositora. Conta com participação DE Egberto Gismonti, Gilberto Gil, João Arruda, Ney Marques, Marco Bosco, Paulinho Oliveira, Décio Gioielli, Chica Brother, Saulo Battesini, Adriana Sanchez, Bosco Fonseca, Márcia Nascimento, Julia Borges e Regina Machado.[9]

Livros Publicados[editar | editar código-fonte]

O Livro do Ser (1994)

Giluminoso - A Po.Ética do Ser (1999), livro sobre Gilberto Gil, que conta com ensaio fotográfico de Mário Cravo Neto, e fotos de Pierre Verger, textos de Caetano Veloso e ilustração de Arnaldo Antunes. A obra se divide em quatro partes: "Ao Compositor", um ensaio de Fonteles sobre a obra de Gil; "O Compositor Disse", antologia com 50 letras escolhidas por Fonteles e Gil; "O Compositor Me Disse", depoimento de Gil e "O Compositor Canta", com CD inédito homônimo com 15 canções cantadas e compostas por Gil. O livro e o CD foram lançados com shows no teatro do Sesc-Pompéia, em São Paulo.

O Artista da Luz (2001), sobre Rubem Valentim. [5]

Referências

  1. «MidiaNews | Fotógrafo expõe registros de festas de santos em Mato Grosso». MidiaNews. 21 de agosto de 2018. Consultado em 22 de junho de 2021 
  2. Cordovil, Daniela (2020). «Representações e discursos sobre Amazônia na arte contemporânea: análise da cobertura jornalística sobre o trabalho dos artistas-xamãs». Civitas - Revista de Ciências Sociais (2): 210–220. Consultado em 22 de junho de 2021 
  3. Ribeiro, Marília. «Bené Fonteles, um artista em defesa do inteiro ambiente». Universidade Federal de Minas Gerais. Revista UFMG: 165 
  4. a b Cultural, Instituto Itaú. «Bené Fonteles». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 22 de junho de 2021 
  5. a b Silva, Carlos Eduardo Lins da. «"Giluminoso - A Po.Ética do Ser", de Bené Fonteles, vem com um CD e traz textos de Caetano Veloso». Folha de S. Paulo. Ilustrada 
  6. Paulo, Bienal São. «Bené Fonteles • Conversas para adiar o fim do mundo - Bienal de São Paulo». www.bienal.org.br. Consultado em 22 de junho de 2021 
  7. «Artista plástico Bené Fonteles traz Conversas Para Adiar o Fim do Mundo ao CIC - Governo do Estado de Santa Catarina». www.sc.gov.br. Consultado em 22 de junho de 2021 
  8. «Eu recomendo: Benedito - Bené Fonteles». tratore.com.br. Consultado em 23 de junho de 2021 
  9. «26/10/2019 - Lucina e Bené Fonteles lançamento do cd "Canções para Pescar Almas"». Centro da Música Carioca Artur da Távola. Consultado em 23 de junho de 2021