Biscoito – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com Bolacha. Para outros significados, veja Biscoito (desambiguação).
Biscoitos com chocolate
Biscoito de polvilho.

Biscoito (do latim biscoctus, que significa "cozido duas vezes"[1]) é um produto de doçaria confeccionado à base de farinha, açúcar e um emulsionante, que pode ser leite ou uma gordura. O nome provém de um tipo de doce feito com pedaços de bolo que são novamente colocados no forno, para se tornarem mais crocantes, por sua baixa concentração de água e umidade nunca superior a 5% (a do leite em pó, por exemplo, é 3%), e também pela malha de glúten, em termos moleculares um polímero orgânico, cuja principal característica é a capacidade de retenção de gases durante a cozedura.

Nomenclatura[editar | editar código-fonte]

Segundo a reguladora que exerce o controle sanitário no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), não há diferença entre biscoito e bolacha. Ambos são produtos derivados da farinha, com a possibilidade de apresentarem coberturas, recheios, formatos e texturas diversas.[2]

Em diversas partes do Brasil os biscoitos também são chamadas de bolachas. Porém, em grande parte do Brasil e em Portugal, os biscoitos têm forma tridimensional,[necessário esclarecer] enquanto os de forma plana ou achatada são chamados de bolachas, muito embora os grandes fabricantes tenham adotado o termo biscoito como designação do produto.[carece de fontes?]

Tipos[editar | editar código-fonte]

São reconhecidos mais de 200 tipos de biscoito, de acordo com seu sabor e formato.[3][4] Entre os principais, pode-se citar:

História[editar | editar código-fonte]

Coleção de latas de biscoitos do início do século XX, parte do acervo do Museu Paulista.

No período em que os homens viviam em cavernas, parte de sua alimentação era baseada em grãos triturados pelos dentes. A partir disso, teve-se a ideia de se moer os grãos com pedras, misturá-los com água e secá-los no fogo duas vezes. A esses alimentos, secos e quebradiços, deu-se o nome de biscoitos.[5] Mas o confeccionamento profissional do alimento surgiu no século VII a.C. entre os persas.[6] O biscoito surge no século VII a.C. no império persa[7] e posteriormente seria a base alimentar das tripulações na época dos descobrimentos portugueses. Consistia num pão de farinha de trigo, de forma achatada, cozido no forno duas, três ou mais vezes, de modo a assegurar-lhes a durabilidade das suas qualidades alimentares durante muito tempo, deveria ser muito duro como haste de cornúpeto. Chegou a ser tal a procura de biscoito para aprovisionar as armadas dos navios que houve a necessidade de importá-los. O padre Raphael Bluteau na sua obra Vocabulário português e latino, chama-lhe mesmo “pão do mar” ou "pão namor". Em 1498, a ração de biscoito, por cada tripulante era de 28 arráteis por mês (o arrátel equivale a 459 gramas) o que dá um pouco mais de 12 quilos, isto é, 428 gramas por dia. Na Índia, para substituir o trigo, fazia-se uma massa de “sagu”, substância farinácea extraída da parte central de algumas palmeiras e que podia conservar-se até vinte anos.[8]

O biscoito tornou-se extremamente popular na Europa no século XVII, quando novos métodos de fabricação foram criados e adição de essências ou chocolates deram novos sabores ao alimento. Tornou-se tão popular, que esse foi o início de sua industrialização.[9]

Outros significados da palavra[editar | editar código-fonte]

Nos Açores, o termo biscoito designa os terrenos de brecha vulcânica e os campos de lava recente, dando nome à freguesia dos Biscoitos, na ilha Terceira, e a numerosos topônimos em quase todas as ilhas daquele arquipélago.

Referências

  1. «Biscuit». oxforddictionaries.com. Consultado em 14 de setembro de 2014 
  2. «Regulamento técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos» (PDF). anvisa.gov.br. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  3. Sopa Cultural (22 de julho de 2016). «Conheça os tipos e benefícios dos biscoitos». Consultado em 20 de fevereiro de 2018 
  4. a b c d e f g h i j ABIMAPI. «Conheça mais este Alimento». Consultado em 20 de fevereiro de 2018 
  5. «Biscoito ou Bolacha». pucsp.br. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  6. «Biscuits & Cookies». Food Timeline. Consultado em 15 de janeiro de 2010 
  7. «History of Cookies - Cookie History». Whatscookingamerica.net 
  8. «Biscuit». Merriam-Webster. Consultado em 14 de janeiro de 2010 
  9. Sueli Carrasco (2011). «Biscoito ou Bolacha». PUCSP. Consultado em 7 de novembro de 2014