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Bruno Araújo
Bruno Araújo
Bruno Araújo em 2022.
14.º Presidente Nacional do PSDB
Período 31 de maio de 2019
até 26 de janeiro de 2023
Antecessor(a) Geraldo Alckmin
Sucessor(a) Eduardo Leite
8.º Ministro das Cidades do Brasil
Período 12 de maio de 2016 até 13 de novembro de 2017
Presidente Michel Temer
Antecessor(a) Inês da Silva Magalhães
Sucessor(a) Alexandre Baldy
Deputado Federal por Pernambuco
Período 1° de fevereiro de 2007 até 1° de fevereiro de 2019 (3 mandatos consecutivos) [a]
Deputado Estadual por Pernambuco
Período 1° de fevereiro de 1999 até 1° de fevereiro de 2007 (2 mandatos consecutivos)
Dados pessoais
Nome completo Bruno Cavalcanti de Araújo
Nascimento 15 de março de 1972 (52 anos)
Recife, PE
Nacionalidade brasileiro
Prêmio(s)
Partido PSDB (1993–presente)
Profissão advogado, político

Bruno Cavalcanti de Araújo GCRBGCMDGOMA (Recife, 15 de março de 1972) é um advogado e político brasileiro, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Foi deputado federal pelo estado de Pernambuco durante três mandatos consecutivos e Ministro das Cidades do Brasil.[5]

Formado pela tradicional Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Araújo atua desde muito cedo na cena política pernambucana. Foi eleito duas vezes deputado estadual, ocupando diversas funções de destaque na Assembleia Legislativa.[6][7]

Em 17 de abril de 2016, proferiu o 342º voto que autorizou o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que avançou para o Senado Federal.[8][9] Em 12 de maio de 2016, assumiu o ministério das Cidades após a nomeação de Michel Temer como Presidente da República interino.[10] Foi eleito em 31 de maio de 2019 presidente nacional do PSDB, deixando o cargo antecipadamente (cujo mandato se encerraria em fevereiro) em 26 de janeiro de 2023, sendo empossado logo em seguida o atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.[11]

Formação política[editar | editar código-fonte]

É filho do político pernambucano Eduardo Gomes de Araújo, que foi deputado estadual de Pernambuco e constituinte da Constituição de Pernambuco de 1989[12]. Eduardo Araújo foi reeleito deputado estadual em 1994 pelo Partido da Frente Liberal (PFL).

Bruno Araújo ingressou na Faculdade de Direito do Recife (UFPE) em 1991 e concluiu o curso em 1996. Também em 1991, ano em que inicia os estudos de Direito, assume o cargo de Oficial de Gabinete do então governador de Pernambuco Joaquim Francisco (PFL) com menos de 20 anos de idade. Em 1995, após vitória de Fernando Henrique Cardoso para Presidente da República, Bruno ingressou no PSDB, acompanhando seu pai, o deputado Eduardo Araújo.[13]

Nas eleições de 1998, Bruno é candidato a deputado estadual pelo PSDB, sucedendo seu pai no cargo. Foi candidato na coligação "Muda Pernambuco" que contava com a candidatura de Carlos Wilson (PSDB) para governador que ficou em terceiro lugar na disputa e foi vencido pela coligação de Jarbas Vasconcelos (PMDB) para governador e Mendonça Filho (PFL) para vice.

Assembleia Legislativa de Pernambuco[editar | editar código-fonte]

Primeiro mandato[editar | editar código-fonte]

Em 1998, aos 26 anos de idade, foi eleito pelo PSDB, sendo o deputado estadual mais jovem do estado, com 34.014 votos. No seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, teve atuação destacada: foi eleito 1º vice-presidente da ALEPE, para o biênio 1999/2001, assumindo a Presidência da casa por seis meses consecutivos, com apenas 28 anos, devido à licença médica do presidente José Marcos de Lima.

Como presidente, instalou as CPIs da Violência, dos Combustíveis e dos Medicamentos. Foi criador e primeiro presidente da Comissão Especial de Relações Exteriores, quando propôs o reconhecimento do Arquipélago de Fernando de Noronha como Patrimônio Natural da Humanidade.

Durante todo o mandato, foi membro da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça e no biênio de 2001/2003, eleito Presidente da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa. Também foi relator da reforma administrativa do Estado.

Ao longo de sua vida pública, foi homenageado com medalhas e condecorações. Recebeu do Exército Brasileiro a Medalha “O Pacificador do Comando Militar do Nordeste”, da Assembleia Legislativa a Medalha “Comemorativa aos 150 anos de Joaquim Nabuco” e ainda a Medalha “Ordem do Mérito Militar” da Polícia Militar de Pernambuco e dos Bombeiros Militares.

Segundo mandato[editar | editar código-fonte]

Em 6 de outubro de 2002 foi eleito para o segundo mandato na Assembleia Legislativa, sendo desta vez o terceiro mais votado do estado com 57.452 votos e, novamente, o candidato com maior número de votos em seu partido, o PSDB. Além disso, Bruno Araújo foi o deputado mais votado em diversos municípios pernambucanos como Custódia, Ipojuca, São Bento do Una, Escada, Sanharó e São Joaquim do Monte.[carece de fontes?]

Juntamente com a nova legislatura, Araújo assumiu no início de 2003, a convite do governador Jarbas Vasconcelos, a liderança do Governo na Assembleia, onde coordenou uma bancada com cerca de 30 deputados, a maioria na Casa de Joaquim Nabuco.[14]

Câmara dos Deputados[editar | editar código-fonte]

O Deputado Bruno Araújo logo após proferir o 342º voto que autorizou o processo de impeachment na Câmara dos Deputados.[15]

Em 2006 eleito deputado federal, com uma expressiva votação (138.498 votos).[16] Já em seu primeiro mandato foi primeiro vice-líder da bancada tucana na Câmara dos Deputados e participou como membro titular e suplente de importantes comissões. Sua atuação em Brasília foi destaque em levantamentos de jornais de Pernambuco que o apontaram como um dos mais atuantes parlamentares do estado.[17]

Bruno Araújo foi reeleito deputado federal com mais de 120 mil votos, em 2010.[18]

Em seu segundo mandato, ao longo de 2012, liderou a bancada do PSDB, maior partido de oposição no país, com mais de 50 parlamentares.[19] Em 2011 presidiu a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, colocando em pauta diversos temas importantes como inovação, comunicação e educação.[20]

Entre as propostas de sua autoria estão a que obriga as administradoras de cartão de crédito a disponibilizarem comprovante negativo da operação e a que estabelece um prazo de trinta dias após a publicação do veto presidencial no Diário Oficial da União para sua análise no Congresso.[21][22]

Foi o relator geral da receita para o orçamento 2011. Coube ao parlamentar pernambucano coordenar a destinação da arrecadação federal e reestimar as receitas para a proposta orçamentária deste ano.[23] Araújo também participou de missões de parlamentares. Em 2009 integrou comitiva de deputados que esteve em Honduras, durante a crise política, para conferir a situação da comunidade brasileira naquele país.[24]

Em 2014 tornou-se presidente do PSDB em Pernambuco.[25] No mesmo ano foi reeleito deputado federal com 131 768 votos.[26][27]

Em 17 de abril de 2016, foi responsável pelo decisivo 342º voto que autorizou na Câmara dos Deputados o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.[15][28]

Carta em que pede exoneração do Ministério das Cidades e 2017.

Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[28] Em abril de 2017 foi favorável à Reforma Trabalhista.[28] [29] Em agosto de 2017 votou contra o processo em que se pedia abertura de investigação do então presidente Michel Temer, ajudando a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal.[28][30]

Campanha para o Senado Federal[editar | editar código-fonte]

Em 2018 tentou eleição para senador no estado de Pernambuco, porém não conseguiu atingir os votos necessários.

Bruno foi um dos candidatos da coligação "Pernambuco vai mudar" (PTB, PSC, DEM, PSDB, PPS, PRB, PR, PV, PODE, PATRI, PSL, PHS e PMB) que lançou Armando Monteiro para governador e Mendonça Filho como o outro candidato ao Senado Federal. Entretanto, Bruno obteve apenas 13,91% e ficou na quarta colocação.[31]

Presidência nacional do PSDB[editar | editar código-fonte]

Na convenção nacional do PSDB de 31 de maio de 2019, Bruno Araújo foi eleito presidente nacional do partido para um mandato de dois anos. Considerado próximo ao governador João Dória no momento da eleição, declarou apoio à Reforma da Previdência.[32]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Operação Lava Jato[editar | editar código-fonte]

Em 2017, decorrente das investigações da Operação Lava Jato a Procuradoria-Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal pedido para investigar Bruno Araújo por aparecer nas delações dos executivos e ex-executivos da Odebrecht.[33]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Araújo é casado com Carolina Araújo e tem duas filhas, Beatriz Araújo e Maria Clara Araújo.[carece de fontes?]

Segundo o jornal paulistano Folha de S.Paulo, ao longo de três mandatos de deputado federal, Bruno Araújo ampliou seu patrimônio em 454% sem explicar a origem específica do dinheiro. Nas eleições de 2018, declarou possuir mais de 5,2 milhões de reais.[34]

Notas

  1. Licenciado entre 12 de maio de 2016 e 13 de novembro de 2017 para assumir o Ministério das Cidades.

Referências

  1. «Decreto presidencial de 19 de abril de 2017». Imprensa Nacional (pdf). Consultado em 1 de outubro de 2020 
  2. «Agraciados com a Ordem do Mérito Aeronáutico» (PDF). Força Aérea Brasileira (pdf). Consultado em 1 de outubro de 2020 
  3. «Decreto presidencial de 6 de junho de 2017». Imprensa Nacional (pdf). Consultado em 1 de outubro de 2020 
  4. «Agraciados com a Medalha do Mérito Santos-Dumont» (PDF). Força Aérea Brasileira (pdf). Consultado em 1 de outubro de 2020 
  5. «Conheça os Deputados - Bruno Araújo - PSDB/PE». Câmara dos Deputados 
  6. «Alepe.pe.gov - Bruno Araújo (PSDB)». Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. 2 de julho de 2006 
  7. «Excelências.org - Bruno Araújo (PSDB-Pernambuco)». Excelências. 16 de outubro de 2014. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  8. «Bruno Araújo (PSDB-PE) dá voto definitivo, e Câmara abre processo de impeachmet contra Dilma». O Globo. Consultado em 18 de abril de 2016 
  9. «Un vote historique : le député Bruno Araujo a donné dimanche la victoire en faveur de la destitution de la présidente brésilienne Dilma Rousseff par le Sénat». L'Obs (em francês). Consultado em 18 de abril de 2016 
  10. «Bruno Araújo (PSDB), ministro de Cidades do governo Temer». G1. 12 de maio de 2016. Consultado em 14 de maio de 2016 
  11. «Bruno Araújo antecipa saída da presidência nacional do PSDB e diz que partido deve se preparar para 'país com PT e sem Bolsonaro'». G1. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  12. «Alepe Legis - Portal da Legislação Estadual de Pernambuco». Alepe Legis - Portal da Legislação Estadual. Consultado em 25 de setembro de 2019 
  13. Brasil, CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «Bruno Cavalcanti de Araújo». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 25 de setembro de 2019 
  14. Alepe.pe.gov (22 de dezembro de 2006). «Congresso - Bruno Araújo se despede do Parlamento Estadual». Diário Oficial do Estado. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  15. a b «Bruno Araújo (PSDB-PE) dá voto definitivo, e Câmara abre processo de impeachment contra Dilma». oglobo.globo.com. 17 de abril de 2016. Consultado em 27 de Maio de 2017 
  16. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (2 de outubro de 2006). «Apuração - Pernambuco - Deputado Federal (eleições 2006)». folha.uol.com.br. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  17. Agência DIAP (21 de dezembro de 2012). «Congresso Nacional: Os "dez mais" influentes de 2012». Agência DIAP. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  18. «Apuração 1º turno (eleições Portal Terra 2010)». Terra. 4 de outubro de 2010. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  19. PE 247 (14 de dezembro de 2011). «Bruno Araújo, foi eleito o novo líder do partido na Câmara Federal.». brasil 247. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  20. Lara Haje e Marcelo Oliveira (Agência Câmara Notícias) (26 de Outubro de 2013). «Propostas do marco legal para ciência e tecnologia recebem novas versões». Assipi.com.br. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  21. Paula Sholl (28 de agosto de 2007). «PL de Araújo evita constrangimento a usuário de cartão de crédito». PSDB.org.br. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  22. Agência Câmara (28 de agosto de 2007). «Cartão de crédito poderá ter comprovante negativo». Convergecom.com.br. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  23. Marcello Casal Jr e Luciana Lima (AGÊNCIA BRASIL) (3 de novembro de 2010). «Relator aumenta Orçamento e diz que não faltarão recursos». Exame.abril.com. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  24. Rodrigo Lopes (1 de outubro de 2009). «Delegação brasileira em Honduras». Clicrbs.com. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  25. Tércio Amaral (6 de março de 2014). «Bruno Araújo deve assumir comando do PSDB em Pernambuco». Diário de Pernambuco. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  26. «Eleições 2014 - Bruno Araujo». Eleições 2014 
  27. Portal EBC (8 de outubro de 2014). «Conheça a lista de deputados federais eleitos». EBC. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  28. a b c d G1 (2 de agosto de 2017). «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». Consultado em 11 de outubro de 2017 
  29. Redação (27 de abril de 2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017 
  30. Carta Capital (3 de agosto de 2017). «Como votou cada deputado sobre a denúncia contra Temer». Consultado em 18 de setembro de 2017 
  31. «Senadores e deputados federais/estaduais eleitos: Apuração e resultado das Eleições 2018 PE - UOL Eleições 2018». UOL Eleições 2018. Consultado em 27 de outubro de 2018 
  32. «Ex-ministro Bruno Araújo é eleito presidente nacional do PSDB». G1. Consultado em 25 de setembro de 2019 
  33. «Janot envia ao STF centenas de pedidos de investigação na Lava Jato». G1. Globo. Consultado em 23 de março de 2017 
  34. «Nome de Doria para chefiar PSDB elogiou Lula, apoiou Bolsonaro e não explica bens». Folha de S.Paulo. 27 de maio de 2019. Consultado em 25 de setembro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Precedido por
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2016 – 2017
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Marco Aurelio de Queiroz Campos (interino)