Censo demográfico do Brasil de 1970 – Wikipédia, a enciclopédia livre

VIII Recenseamento Geral do Brasil
Censo de 1970
1960
Informação geral
Organização IBGE
Resultados
População 94 508 583
Aumento 31,2%[1]
Estado mais populoso  São Paulo
(17 958 693)
Cidade mais populosa São Paulo
(5 978 977)

O Censo demográfico de 1970,[2] ou VIII Recenseamento Geral do Brasil,[3] foi a oitava operação censitária nacional conduzida na história do Brasil, ficou a cargo do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, órgão oficial de realização das estatísticas nacionais.[4] A oitava operação censitária nacional, determinou que a população residente do Brasil era de 93.139.037, um aumento de 31,2% em relação às 70.992.343 pessoas enumeradas durante o censo demográfico de dez anos antes.[2]

Um dos marcos deste censo foi evidenciar o aumento da pobreza e da desigualdade social no país em relação ao recenseamento anterior[5].

O Censo de 1970 foi o quarto da série a ocorrer no intervalo de 10 anos e também a ser realizado pelo IBGE, a sua data de referência foi o intervalo de tempo entre a noite do dia 31 de Agosto de 1970 e a manhã de 1º de setembro.[3] A amostragem utilizada no referido censo foi de 25%,[4] o mesmo percentual que a operação censitária anterior.[2]

Além de revelar a população nacional, o Censo também revelou a população dos 22 estados, 4 territórios e 1 Distrito Federal existentes na época.[4]

Preparação[editar | editar código-fonte]

Os primeiros estudos visando a realização do Censo de 1970 começaram a ocorrer três anos antes, em 1967, estava prevista a realização de uma pesquisa experimental, visando testagem dos instrumentos de coleta em Contagem, Minas Gerais, contudo a falta de recursos financeiros para realização de tal pesquisa, levou ao cancelamento da mesma.[2]

Realização[editar | editar código-fonte]

Provimento legal[editar | editar código-fonte]

A realização do Recenseamento de 1970 obedeceu às determinações do Decreto-lei nº 369, de 19 de dezembro de 1968, regulamentado pelo Decreto nº 64.520, de 15 de maio de 1969, além do Decreto nº 65.697, de 12 de novembro de 1969, que alterou parcialmente disposições do decreto anterior.[2]

Métodos e instrumentos[editar | editar código-fonte]

Baseando-se no censo realizado dez anos antes, o de 1970 utilizou as mesmas diretrizes básicas recomendadas pelos organismos internacionais para o Censo das Américas, bem como os mesmos métodos e instrumentos de coleta, como o Boletim da Amostra, Boletim da Não-amostra, Lista de Domicílios Coletivos, Caderneta do Recenseador e Folhas de Coleta.[2]

Contexto[editar | editar código-fonte]

No Censo Demográfico de 1970 foram investigadas as características das pessoas e sua situação e condição nos domicílios, sexo, idade, religião, nacionalidade, naturalidade, migrações internas e outros aspetos. Foram recenseadas todas as pessoas residentes no Brasil na data de referência, incluindo as que se encontravam temporariamente ausentes do País, também foi recenseada a população indígena que vivia em postos da FUNAI, em missões religiosas ou em outras áreas. Não foram recenseados os povos isolados, conservando seus hábitos primitivos de existência, além de membros de representações diplomáticas ou militares de países com os quais o Brasil mantinha relações de amizade à altura, bem como tripulantes e passageiros de navios estrangeiros, que na época do Censo, encontravam-se em portos nacionais.[3]

Resultados[editar | editar código-fonte]

Unidades federativas[editar | editar código-fonte]

A população por subdivisões, mostrou que o estado de São Paulo continuou sendo o mais populoso da nação, com 17 958 693 habitantes, enquanto que o Território de Fernando de Noronha apresentou-se como o menos populoso, contando com uma população de apenas 1 313 habitantes.[6]

Posição Unidade federativa População (1960) População (1970) % Crescimento
1  São Paulo 12 974 699 17 958 693 38,4
2  Minas Gerais 9 960 040 11 645 095 16,9
3 Bahia Bahia 4 834 575 7 583 140 56,9
4  Rio de Janeiro 1 367 482 4 794 548 250,6
5 Guanabara 3 307 163 4 315 746 30,5
6  Paraná 4 296 375 6 997 682 62,9
7  Rio Grande do Sul 5 448 823 6 755 458 24,0
8  Pernambuco 4 138 289 5 253 901 27,0
9  Ceará 3 337 856 4 491 590 34,6
10  Maranhão 2 492 139 3 037 135 21,9
11  Goiás 1 994 862 2 997 570 50,3
12  Santa Catarina 2 146 909 2 930 411 36,5
13  Paraíba 2 018 023 2 445 419 21,2
14 Pará Pará 1 550 935 2 197 072 41,7
15  Piauí 1 263 368 1 734 894 37,3
16  Mato Grosso 910 262 1 623 618 78,4
17  Espírito Santo 1 418 348 1 617 857 14,1
18  Rio Grande do Norte 1 157 258 1 611 606 39,3
19  Alagoas 1 271 062 1 606 174 26,4
20  Amazonas 721 215 960 934 33,2
21  Sergipe 760 273 911 251 19,9
22  Distrito Federal 141 742 546 015 285,2
23  Acre 160 208 218 006 36,1
24 Rondônia Território de Rondônia 70 783 116 620 64,8
25 Amapá Território do Amapá 68 889 116 480 69,1
26 Roraima Território de Roraima 29 489 41 638 41,2
27 Território de Fernando de Noronha 1 300 1 313 1,1

Grandes regiões[editar | editar código-fonte]

Posição Região População (1960) População (1970) % Crescimento
1 Região Sudeste 31 062 978 40 331 969 29,8
2 Região Nordeste 22 428 873 28 675 110 27,8
3 Região Sul 11 892 107 16 683 551 40,3
4 Região Centro-Oeste 3 006 806 4 629 640 54,0
5 Região Norte 2 601 569 4 188 313 61,0

Referências

  1. «Tabela 1287 - População dos municípios das capitais e Percentual da população dos municípios das capitais em relação aos das unidades da federação nos Censos Demográficos». IBGE. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  2. a b c d e f IBGE. «Recenseamentos Gerais e estatísticas populacionais no Brasil». Consultado em 8 de novembro de 2020 
  3. a b c IBGE. «Sinopse Preliminar do Censo Demográfico» (PDF). Consultado em 8 de novembro de 2020 
  4. a b c IBGE (1985). «Amostra de Uso Público do Censo Demográfico de 1980» (PDF). Rio de Janeiro. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  5. Miguel, Nadya (2012). «O PERFIL DO BRASILEIRO CONSTRUÍDO PELO IBGE: UMA MEMÓRIA DISCURSIVA DOS CENSOS DEMOGRÁFICOS DE 1940 A 2010» (PDF). Consultado em 24 de julho de 2022 
  6. Administração do Arquipélago. «Fernando de Noronha» (PDF). Consultado em 8 de novembro de 2020