Classe trabalhadora – Wikipédia, a enciclopédia livre

Classe trabalhadora é um conceito mais amplo da categoria clássica de proletariado, definida por Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista de 1848. O conceito de classe trabalhadora abrange não só o proletariado, mas todas as camadas sociais que vivem da venda da sua força de trabalho.[1]

Conceito[editar | editar código-fonte]

É importante distinguir que, em sociologia os conceitos de classe social mudam conforme a orientação de cada escola sociológica. A escola chamada histórico-crítica ou marxismo defende o conceito de que a divisão de classes deve ser compreendida a partir do lugar onde cada grupo de indivíduos está no processo de produção de mercadorias.[2] Já as correntes de pensamento mais afetas ao liberalismo tem uma concepção de classe social conforme a renda e o padrão de vida do indivíduo ou grupo social.[3]

Para os marxistas, existem duas classes sociais autônomas politicamente no modo de produção capitalista: a burguesia, constituída pelos donos dos meios de produção e o proletariado, constituído pelos trabalhadores que fabricam mercadorias a partir da venda da sua força de trabalho. Vale ressaltar que a venda da força de trabalho não está limitada a venda para um empresário capitalista, um pequeno proprietário de terras ou de comércio permanece vendendo sua força de trabalho apesar de não possuir um chefe e ser dono dos meios de produção ou detentor do capital intelectual que está utilizando em seu trabalho.[2]

Já a corrente liberal divide a sociedade por seus ganhos: existem, assim, estamentos sociais, organizados alfabeticamente (classe A, B, C, etc.) cada uma correspondendo a uma faixa de consumo e de renda.[3]

Atualmente, o conceito de classe trabalhadora sofre interferências das mudanças das relações de trabalho. O setor de serviços cresceu e muitas atividades, como, por exemplo, profissionais liberais e as consultorias, não utilizam meios de produção físicos (máquinas e ferramentas), mesmo se utilizassem, seus donos seriam os próprios trabalhadores, porém, esse fato não os tirariam da classe trabalhadora. A não ser que suas empresas crescessem tanto a ponto de tornar-se uma instituição e com a criação de uma marca segmentar o trabalho em diversas partes e o trabalho ser realizado por mão de obra assalariada, e o dono atuar como mero gestor.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Chris Harman. «A Classe Trabalhadora». O Que é o Marxismo?. Consultado em 30 de julho de 2019 
  2. a b Montaño, Carlos; Lúcia, Duriguetto Maria (7 de novembro de 2014). Estado, classe e movimento social. [S.l.]: Cortez Editora, p. 161. ISBN 9788524921216 
  3. a b Mendras, Henri (2004). O que a Sociologia. [S.l.]: MANOLE, p. 300. ISBN 9788520416945 
  4. Antunes, Ricardo (26 de outubro de 2015). Os sentidos do trabalho: Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. [S.l.]: Boitempo Editorial, pp 101 e seg. ISBN 9788575592595