Companhia aérea de baixo custo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Um 737 da companhia easyJet esperando para decolagem

Uma companhia aérea de baixo custo (ou low cost em inglês, terminologia comummente utilizada em Portugal) é uma companhia aérea que oferece baixas tarifas eliminando custos derivados de serviços tradicionais oferecidos aos passageiros, baseando-se na simplicidade do serviço sem distinção de classes. O conceito teve origem nos Estados Unidos e popularizou-se na Europa durante os anos noventa, tudo graças à liberalização do setor dos transportes aéreos no mercado norte-americano iniciada em 1978. Esta liberalização veio permitir que as companhias aéreas pudessem circular livremente, com total autonomia em termos de estabelecimento de preços, rotas e capacidade de transporte que, até aí, eram limitadas. O aparecimento das low cost na Europa apenas foi possível devido ao processo de liberalização do setor iniciado em 1987 e finalizado em 1997 que deu, tal como no caso norte-americano, total liberdade às companhias aéreas, o “ingrediente” essencial para o sucesso das low cost. A liberalização do transporte aéreo teve como metas a redução de preços, providenciar mais escolha aos consumidores e potenciar o crescimento regional. Surgiram assim as companhias low cost que praticavam preços mais reduzidos dos que eram praticados até então, alterando a forma como viajamos.

As companhias low cost têm um modelo baseado em custos unitários substancialmente inferiores relativamente ao outros tipos de companhias aéreas (tradicionais e charter), o que lhes permite praticar preços reduzidos, sendo esta a sua principal vantagem competitiva face às restantes companhias aéreas. Os preços reduzidos apenas são possíveis devido à simplificação de processos de gestão e à oferta de um serviço com características simplificadas, em que a única preocupação é oferecer o transporte aéreo a baixo preço. As low cost caracterizam-se pela aposta na utilização de aeroportos secundários, maior intensidade na utilização de aviões e tripulações, redução de custos de manutenção, mais lugares disponíveis por avião e tempos de paragem nos aeroportos reduzidos, permitindo obter uma redução de custos inferiores às tradicionais. Estas são geralmente conhecidas por companhias low cost, low fare, no-frills ou discount airlines. Estas designações pretendem definir companhias aéreas cujos respetivos custos são inferiores aos custos das companhias tradicionais. O modelo de negócio destas companhias caracteriza-se fundamentalmente pela simplicidade do produto, custos operativos baixos e um posicionamento específico, permitindo oferecer aos seus clientes tarifas mais baixas, não fornecendo muitos dos tradicionais serviços adicionais. O desenvolvimento destes serviços aéreos low cost resultou fundamentalmente no aumento do tráfego aéreo, evitando o desvio da procura existente para outros meios, uma vez que os preços baixos oferecidos pelas companhias low cost acabaram por atrair novos clientes para o mercado do transporte aéreo.

No Brasil, é possível fazer a compra de passagens desse tipo de companhia por meio de agência de viagens online. Atualmente, algumas companhias e fabricantes cogitam a possibilidade de transportar passageiros em pé[1].

Modelo de negócio[editar | editar código-fonte]

Publicidade no interior de uma aeronave da Ryanair.
EasyJet A319, Airport Amsterdam Schiphol.

Uma companhia aérea de baixo custo normalmente segue o seguinte modelo de negócio:

  • oferece apenas uma classe em seus aviões (não há as tradicionais classes econômica, executiva e primeira-classe);
  • usa apenas um tipo de aeronave (normalmente o Airbus A320 ou o Boeing 737), reduzindo custos de treinamento e de serviços associados;
  • oferece um sistema simples de tarifação (à medida que a capacidade do avião vai se esgotando em determinado voo, as tarifas aumentam, o que recompensa reservas com antecedência);
  • não se oferecem lugares marcados (reserva de lugar), encorajando os passageiros a embarcar o mais rápido possível;
  • são escolhidos aeroportos com custos mais baratos e menos congestionados, normalmente sendo aeroportos secundários;
  • prefere-se voar em horários não-preferenciais (muito cedo pela manhã ou noite avançada), reduzindo custos e evitando atrasos devido ao intenso tráfego aéreo;
  • os voos são vendidos separadamente para cada trecho, não sendo possível conexão, o que transfere ao passageiro o ônus de voos cancelados ou atrasos (a companhia vende bilhetes sem escalas intermediárias de conexão e não se responsabiliza por combinações feitas pelos passageiros com outros voos da companhia ou de outra empresa);
  • ênfase na venda direta ao passageiros, especialmente pela Internet, evitando taxas e comissões pagas a agentes de viagem, operadoras turísticas e sistemas eletrônicos de reserva;
  • emissão preferencial de bilhetes eletrônicos ou viagem sem bilhete (apenas com número de reserva);
  • os funcionários exercem vários serviços, por exemplo, comissários de bordo também limpam o avião ou atendem os portões de embarque, o que reduz o custo com pessoal;
  • serviço de bordo gratuito é eliminado, sendo cobrado qualquer serviço diretamente do passageiro (bebidas, lanches, fones de ouvido);
  • agressiva política de redução do custo de combustível;
  • anuncia-se sempre preços separados, sem taxas de embarque e custos governamentais, fazendo com que o preço básico apareça sempre o mais baixo possível (exceto na União Europeia, onde é obrigatório anunciar o preço com todas as taxas).

Companhias de baixo custo[editar | editar código-fonte]

A seguinte lista[2] compreende todas as companhias aéreas de baixo custo organizadas por país de origem.

África[editar | editar código-fonte]

África do Sul

 Angola

 Egito


 Quênia

  • Fly540
  • Jambojet (pertence a Air Kenya e opera com o mesmo código IATA)

 Marrocos

Tanzânia

 Zimbabwe

América do Norte[editar | editar código-fonte]

 Canadá

 Estados Unidos

 México

América do Sul[editar | editar código-fonte]

 Brasil

 Argentina

 Chile

 Colômbia

Ásia[editar | editar código-fonte]

 Bangladesh

 China

Coreia do Sul Coreia do Sul

Filipinas

 Hong Kong

 Índia

Indonésia

 Japão

 Malásia

Myanmar Myanmar


 Quirguistão

Singapura Singapura

Taiwan

 Tailândia

 Vietname

Europa[editar | editar código-fonte]

 Alemanha

 Áustria

Espanha

 França

 Hungria

 Islândia

 Irlanda

 Itália

 Letônia

 Noruega

 Países Baixos

 Reino Unido

 Chéquia

  • SmartWings (pertence a Travel Service Airlines e opera com o mesmo código IATA)

Roménia

 Rússia

Suíça

 Turquia

Médio Oriente[editar | editar código-fonte]

Arábia Saudita

 Bahrein

 Emirados Árabes Unidos

 Iêmen

 Israel

Kuwait

Oceania[editar | editar código-fonte]

 Austrália

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências