Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Praça da Paz Celestial enfeitadas com flores para comemorar o 72º aniversário da fundação da República Popular da China.

Uma Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade, também traduzido como Comunidade de Destino Comum,[1][2] é um conceito apresentado pelo ex- secretário-geral do Partido Comunista da China Hu Jintao assim como pelo atual secretário-geral Xi Jinping.[3]

Comunidade com Futuro Compartilhado para a Humanidade
Chinês tradicional: 人類命運共同體
Chinês simplificado: 人类命运共同体

Contexto[editar | editar código-fonte]

O governo da China levantou o conceito com o objetivo de construir uma nova estrutura de relações internacionais e promover e melhorar a governança global.[4] Alguns analistas dizem que esta é a primeira grande emenda à política externa da China em mais de quatro décadas, passando de uma política orientada para o país para uma focada em toda a humanidade.[5]

Uso[editar | editar código-fonte]

O conceito apareceu pela primeira vez em um relatório entregue pelo ex -secretário geral Hu Jintao no 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China em novembro de 2012. No relatório, Hu enfatizou que "a humanidade tem apenas uma terra para viver e os países têm apenas um mundo para compartilhar" e defendeu a construção de um mundo harmonioso de paz duradoura e prosperidade comum, aumentando a conscientização em relação a seres humanos compartilhando uma comunidade de destino comum. Hu vislumbrou um tipo de parceria de desenvolvimento global mais equitativa e equilibrada que se unisse em tempos de dificuldade, compartilhando direitos e obrigações e estimulando os interesses comuns da humanidade.[6]

Quando Xi Jinping se encontrou com estrangeiros pela primeira vez depois de assumir o cargo de Secretário-Geral do Partido Comunista da China em novembro de 2012, ele disse que a comunidade internacional se tornava cada vez mais uma comunidade de futuro compartilhado, com cada um participando de sua forma. Em face da complicada situação da economia mundial e dos problemas globais, nenhum país poderia ficar isolado e preocupado somente consigo.[7][8]

Xi propôs o conceito pela primeira vez em uma arena internacional no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou em março de 2013 e o levantou novamente em um discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, em janeiro de 2017, o que "lhe rendeu altos créditos em casa e no exterior".[3]

Em 12 de outubro de 2017, o governo chinês emitiu um white paper intitulado "Não ser o pioneiro na colocação de armas no espaço sideral", um rascunho de uma resolução sobre a prevenção de uma corrida armamentista no espaço sideral aprovado pelo Primeiro Comitê de Desarmamento e Segurança Internacional da 72ª Sessão da Assembleia Geral da ONU. O projeto afirmava que "medidas práticas devem ser examinadas e adotadas na busca de acordos para impedir uma corrida armamentista no espaço sideral, em um esforço comum em direção a uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade".[9][10]

Em 13 de outubro de 2017, "Medidas práticas adicionais para a prevenção de uma corrida armamentista no espaço sideral", um outro projeto de resolução sobre o mesmo tema, também mencionou a ideia de "promover e fortalecer a cooperação internacional na exploração e uso do espaço sideral para fins pacíficos, com o objetivo de moldar uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade".[11]

Em 11 de março de 2018, a emenda constitucional adotada na primeira reunião do 13º Congresso Nacional do Povo da China acrescentou uma sentença que promovia a construção de uma comunidade de futuro compartilhado enquanto desenvolvia relações diplomáticas e trocas econômicas e culturais com outros países.[12]

Os líderes e diplomatas chineses têm promovido essa estratégia e convencido a comunidade internacional de que a China mantém sua política de desenvolvimento pacífico e não tem intenção de alterar a ordem internacional.[13]

Referências

  1. «The 'Community of Common Destiny' in Xi Jinping's New Era». The Diplomat 
  2. Zhang, Denghua (16 de abril de 2018). «The Concept of 'Community of Common Destiny' in China's Diplomacy: Meaning, Motives and Implications». Asia & the Pacific Policy Studies. 5: 196–207 
  3. a b «'A Community of Shared Future': One Short Phrase for UN, One Big Victory for China?». The Diplomat (em inglês) 
  4. DING. «China's Proposition to Build a Community of Shared Future for Mankind and the Middle East Governance». Asian Journal of Middle Eastern and Islamic Studies (em inglês). 11: 1–14. ISSN 2576-5949. doi:10.1080/25765949.2017.12023314 
  5. «The Rising Nepal: Community Of Shared Future For Mankind». therisingnepal.org.np (em inglês) 
  6. «十八大报告全文英汉对照 Full text of Hu's report at 18th Party Congress». Cópia arquivada em 8 de outubro de 2018 
  7. 求是理论网. «人类命运共同体的价值观基础». www.qstheory.cn 
  8. «听,习总书记论改革开放». news.cctv.com 
  9. «Seventy-Second Session of the General Assembly – UNODA». www.un.org (em inglês) 
  10. «United Nations Official Document». www.un.org 
  11. «United Nations Official Document». www.un.org 
  12. «(两会受权发布)中华人民共和国宪法修正案-新华网». www.xinhuanet.com 
  13. Zhang. «The Concept of 'Community of Common Destiny' in China's Diplomacy: Meaning, Motives and Implications». Asia & the Pacific Policy Studies (em inglês). 5: 196–207. ISSN 2050-2680. doi:10.1002/app5.231 

Notas[editar | editar código-fonte]