Corte de Pilatos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cristo perante Pôncio Pilatos.
1881. Por Mihály Munkácsy, atualmente no Museu d'Orsay, em Paris.

A corte de Pilatos foi o julgamento de Jesus no pretório perante Pôncio Pilatos e que foi precedida pelo julgamento de Jesus no Sinédrio. Aparece em Marcos 15:1–21, Mateus 27:1–26, João 18:28–40 e Lucas 23:1–25, que compreende também Jesus na corte de Herodes, a Flagelação de Jesus, o episódio conhecido como Ecce Homo e Pilatos lavando as mãos.

Jurisdição e papel de Pilatos[editar | editar código-fonte]

Apenas no Evangelho de Lucas, Pilatos, ao descobrir que Jesus ‘‘era galileu'', entendeu que o caso era da jurisdição de Herodes Antipas e, por isso, o enviou para ele (vide Jesus na corte de Herodes). Após questionar Jesus e receber pouquíssimas respostas, Herodes não vê em Jesus ameaça e o retorna para Pilatos. Com medo se tornarem impuros, os que acompanhavam o julgamento não ousaram entrar na corte de Pilatos e a discussão do prefeito com o povo aconteceu do lado de fora do pretório.[1]

Muitos acadêmicos já notaram que Pilatos aparece mais como um advogado de defesa, tentando livrar Jesus, do que como um juiz numa audiência oficial.[2]

Local do pretório[editar | editar código-fonte]

Dois possíveis locais para o pretório em Jerusalém já foram propostos: a Fortaleza Antônia e o Palácio de Herodes.[1] Os primeiros peregrinos a Jerusalém geralmente identificavam o local como sendo a Fortaleza Antônia, onde a tradicional Via Dolorosa começa. As evidências arqueológicas, que datam os restos da fortaleza como sendo do século II d.C., assim como a situação tensa que requeria que Pilatos estivesse perto do Segundo Templo durante os eventos da Páscoa judaica, sustentam a possibilidade de o local ser de fato a Fortaleza Antônia.[1]

Interrogatório[editar | editar código-fonte]

O Evangelho de Marcos se utiliza da palavra aulē ("salão", "palácio") para identificar o pretório.[1]

Como as religiões professadas pelos judeus e pelos romanos eram diferentes e como na época Jerusalém era parte da Judeia romana, as acusações do Sinédrio contra Jesus não tinham nenhuma força perante Pilatos. A partir das três acusações trazidas pelos líderes judeus ("perverter a nação", "proibir o pagamento de tributos" e "sedição contra Roma"), Pilatos escolheu a última, perguntando «És tu o Rei dos Judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes, eu sou.» (Mateus 27:11).[3] A audiência continua (João 18:33–38) e Pilatos finalmente faz a famosa pergunta: «Que é a verdade?» (João 18:38) (em latim: Quid es veritas?).

Saindo de lado, Pilatos publicamente declara que seu julgamento é que Jesus seria inocente das acusações, mas a multidão insiste na crucificação. A regra universal do Império Romano limitava a pena capital estritamente ao tribunal do governador romano[4] e Pilatos decidiu então lavar suas mãos publicamente, como se não soubesse do resultado subsequente, deixando aberta a questão da responsabilidade pela morte de Jesus.

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b c d Bromiley, Geoffrey W. (1995), International Standard Bible Encyclopedia. Wm. B. Eerdmans Publishing. vol. K-P. p. 929.
  2. Bond, Helen Katharine (1998). Pontius Pilate in History and Interpretation. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 159. ISBN 0-521-63114-9 
  3. E também Marcos 15:2 e Lucas 23:3.
  4. ''International Standard Bible Encyclopedia. vol. K-P, p. 979.