Dalton Trevisan – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dalton Trevisan
Nome completo Dalton Jérson Trevisan
Nascimento 14 de junho de 1925 (98 anos)
Curitiba, PR
Nacionalidade brasileiro
Ocupação escritor
Prêmios Prêmio Jabuti (1960, 1965, 1995 e 2011)
Troféu APCA (1976)
Prêmio Portugal Telecom de Literatura (2003)
Prêmios Literários da Fundação Biblioteca Nacional (2008, 2015)
Prêmio Camões (2012)
Prêmio Machado de Assis (2012)
Prêmio do Negrinho (2013)
Magnum opus Novelas nada Exemplares e O Vampiro de Curitiba
Serviço militar
País Brasil

Dalton Jérson Trevisan (Curitiba, 14 de junho de 1925) é um advogado e escritor brasileiro, famoso por seus livros de contos, especialmente O Vampiro de Curitiba (1965), e por sua natureza reservada.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Dalton Jérson Trevisan nasceu em Curitiba em 1925. Estudou no Colégio Estadual do Paraná[2] e trabalhou durante sua juventude na fábrica de vidros de sua família. Depois de se formar pela Faculdade de Direito do Paraná (atual Universidade Federal do Paraná), chegou a exercer a advocacia durante 7 anos.

Quando era estudante de Direito, Trevisan costumava lançar seus contos em modestos folhetos. Liderou o grupo literário que publicou, entre 1946 e 1948, a revista Joaquim. O nome, segundo ele, era "uma homenagem a todos os Joaquins do Brasil". A publicação tornou-se porta-voz de uma geração de escritores, críticos e poetas. Reunia ensaios assinados por Antonio Cândido, Mário de Andrade e Otto Maria Carpeaux e poemas até então inéditos, como "O Caso do Vestido", de Carlos Drummond de Andrade. A revista também trazia traduções de Joyce, Proust, Kafka, Sartre e Gide e era ilustrada por artistas como Poty, Di Cavalcanti e Heitor dos Prazeres. A publicação, que circulou até dezembro de 1948, continha o material de seus primeiros livros de ficção, incluindo Sonata ao Luar (1945) e Sete Anos de Pastor (1948) - duas obras renegadas pelo autor. Em 1954 publicou o Guia Histórico de Curitiba, Crônicas da Província de Curitiba, O Dia de Marcos e Os Domingos ou Ao Armazém do Lucas, edições populares à maneira dos folhetos de feira.

Inspirado nos habitantes da cidade, criou personagens e situações de significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são recriados por meio de uma linguagem concisa e popular, que valoriza os incidentes do cotidiano sofrido e angustiante.[3] Publicou também Novelas Nada Exemplares (1959) e ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Como era de se esperar, enviou um representante para recebê-lo. Morte na Praça (1964), Cemitério de Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965). Isolado dos meios intelectuais e concorrendo sob pseudônimo, Trevisan conquistou o primeiro lugar do I Concurso Nacional de Contos do Estado do Paraná, em 1968. Escreveu depois A Guerra Conjugal (1969), posteriormente transformada em um premiado filme, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, Crimes da Paixão (1978) e Lincha Tarado (1980). Em 1994 publicou Ah, é?, obra-prima do estilo minimalista. Seu único romance publicado é A Polaquinha.[4]

É reconhecido como um importante contista da literatura brasileira por grande parte dos críticos do país. Entretanto, é avesso a entrevistas e exposições em órgãos de comunicação social, criando uma atmosfera de mistério em torno de seu nome. Por esse motivo recebeu a alcunha de "Vampiro de Curitiba", nome de um de seus livros. Assina apenas "D. Trevis" e não recebe a visita de estranhos.[5]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Foi eleito por unanimidade vencedor do Prémio Camões de 2012,[6] ano em que também recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.[7]

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

Renegados pelo autor[editar | editar código-fonte]

Primeiros livros publicados, que o autor renega. Editores desconhecidos.

No exterior[editar | editar código-fonte]

  • Novelas Nada Ejemplares - tradução de Juan Garcia Gayo, Monte Avila - Caracas (1970)
  • De koning der aarde (O Rei da Terra) - tradução de August Willemsen - Amsterdam (1975)
  • The Vampire of Curitiba and Others Stories - tradução de Gregory Rabassa, Alfred A. Knopf - Nova York (1972)
  • El Vampiro de Curitiba - tradução de Haydée M. J. Barroso, Ed. Sudamericana - Buenos Aires (1976)
  • De vijfvleugelige vogel (O Pássaro de Cinco Asas) - trad. August Willemsen - Amsterdam (1977)
  • Ehekrieg (Guerra Conjugal) - (coletânea de contos, não corresponde ao livro "A Guerra Conjugal") - tradução de Georg Rudolf Lind, Ed. Suhrkamp - Frankfurt (1979)

Antologias[editar | editar código-fonte]

Contos em antologias alemãs (1967 e 1968), argentinas (1972 e 1978), americanas (1976 e 1977), polonesas (1976 e 1977), sueca (1963), venezuelana (1969), dinamarquesa (1972) e portuguesa (1972).

Filme[editar | editar código-fonte]

Guerra Conjugal (1974), histórias e diálogos do autor, roteiro e direção de Joaquim Pedro de Andrade.

Referências

  1. Dalton Jérson Trevisan. Recanto das Letras
  2. «Colégio Estadual do Paraná ganha novas piscinas e sala de cinema no aniversário». Agência de Notícias do Estado do Paraná. 13 de março de 2006. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  3. Sanches Neto, Miguel (1996). Biblioteca Trevisan. Curitiba: Editora UFPR. ISBN 8573350067 
  4. Dalton Trevisan - Biografia. UOL Educação
  5. Escritores - Dalton Trevisan. Site do Escritor
  6. publico.pt. «Dalton Trevisan distinguido com o Prémio Camões». 21-5-2012. Consultado em 21 de maio de 2011. Arquivado do original em 21 de maio de 2012 
  7. «Trevisan e a batalha na ABL». Consultado em 7 de junho de 2012. Arquivado do original em 23 de junho de 2013 
  8. Dalton Trevisan - Biografia Projeto Releituras

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Dalton Trevisan
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

Precedido por
Manuel António Pina
Prêmio Camões
2012
Sucedido por
Mia Couto