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Dark Victory
Dark Victory
Cartaz promocional do filme.
No Brasil Vitória Amarga
Em Portugal Vitória Negra
 Estados Unidos
1939 •  p&b •  104 min 
Gênero drama romântico
melodrama
Direção Edmund Goulding
Produção David Lewis
Produção executiva Hal B. Wallis
Roteiro Casey Robinson
Baseado em Dark Victory
peça teatral de 1934
de George Emerson Brewer, Jr.
& Bertram Bloch[1]
Elenco Bette Davis
Música Leo F. Forbstein
Max Steiner
Cinematografia Ernest Haller
Edição William Holmes
Companhia(s) produtora(s) Warner Bros.
Distribuição Warner Bros.
Lançamento
  • 22 de abril de 1939 (1939-04-22) (Estados Unidos)[2]
Idioma inglês
Orçamento US$ 1 milhão[3]
Receita US$ 2 milhões[3]

Dark Victory (bra: Vitória Amarga; prt: Vitória Negra)[4][5] é um filme estadunidense de 1939, dos gêneros drama romântico e melodrama, dirigido por Edmund Goulding, estrelado por Bette Davis, e co-estrelado por George Brent e Humphrey Bogart. O roteiro de Casey Robinson foi baseado na peça teatral homônima de 1934, de George Emerson Brewer, Jr. e Bertram Bloch.[5]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Judith Traherne (Bette Davis) tem câncer cerebral, mas sua melhor amiga e seu médico escondem dela o diagnóstico e o pouco tempo que lhe resta de vida. Um dia, Judith é tomada pelo desespero ao descobrir seu estado de saúde e precisa reencontrar sua tranquilidade para resolver várias pendências antes de morrer.[5]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Ronald Reagan e Bette Davis (centro, esquerda para direita) no trailer do filme.

Notas do elenco:

  • "Dark Victory" foi o primeiro filme estadunidense da atriz irlandesa Geraldine Fitzgerald, depois de ter aparecido em filmes feitos na Inglaterra e nos palcos da Broadway.[6]
  • Este foi o oitavo filme, de onze, em que Bette Davis e George Brent apareceram juntos.[7][8]

Produção[editar | editar código-fonte]

Tallulah Bankhead estrelou o papel de Judith Traherne na peça teatral da Broadway, que teve 51 apresentações no Plymouth Theatre,[1] antes de ser interrompido ao Bankhead contrair uma infecção bacteriana. Davis admitiu abertamente em anos posteriores que ela igualou Bankhead no papel. Em 1935, David O. Selznick queria escalar Greta Garbo e Fredric March nos papéis principais, mas Garbo optou por interpretar o papel principal em "Anna Karenina". Em 1936, ele ofereceu o papel a Merle Oberon, mas problemas contratuais a impediram de participar do filme. Hal Wallis comprou, por US$ 50.000, os direitos de Selznick para produzir o filme depois que Davis descobriu a peça em 1938, quando o diretor Edmound Goulding e o produtor David Lewis mostraram interesse no projeto.[6]

Davis havia recentemente encerrado casos extraconjugais com William Wyler e Howard Hughes, e seu marido Ham Nelson havia entrado com o pedido o divórcio. Após os primeiros dias de filmagem, ela implorou para ser liberada de seu contrato, alegando que estava doente demais para continuar.[9] O produtor Hal B. Wallis respondeu: "Eu vi as filmagens – continue doente!" Ela encontrou conforto ao lado de Brent, que acabara de se divorciar de Constance Worth, e os dois embarcaram em um relacionamento que continuou durante as filmagens e por um ano – e três filmes – depois.[8] Goulding dirigiu o filme logo em seguida, o que fez o arco do relacionamento de Judith com o Dr. Steele espelhar o relacionamento de Davis com Brent.[8] Davis mais tarde disse que queria se casar com Brent, mas achou que não daria certo. Ainda assim, "dos homens com quem não me casei, o mais querido foi George Brent".[8]

A canção "Oh, Give Me Time for Tenderness", cantada por Judith, foi escrita por Edmund Goulding e Elsie Janis. A voz de Van Vera foi dublada por Davis.

Uma cena alternativa para o final do filme foi filmada, mas acabou sendo considerada anticlimática: após a morte de Judith, seu cavalo foi visto vencendo uma corrida e seu tratador de cavalos, Michael (Bogart), foi mostrado chorando. A cena teve uma resposta negativa do público da pré-estreia, e foi cortada.

O filme estreou no Radio City Music Hall.

Recepção[editar | editar código-fonte]

Frank S. Nugent, em sua crítica ao The New York Times, observou: "Uma avaliação completamente cínica descartaria todo o filme como uma falácia emocional, uma produção sem coração sobre corações ternos, por um dramaturgo e companhia bem versados nos usos dramáticos de ficar cego e improvisar em A Dama das Camélias. Mas é impossível ser tão cínico sobre isso. O clima é muito pungente, as performances muito honestas, o artesanato muito experiente. A senhorita Davis, naturalmente, dominou – e com bastante propriedade – seu filme, mas a senhorita Fitzgerald acrescentou uma interpretação sensível e tocante da amiga, e George Brent, como cirurgião, é – ousamos dizer? – surpreendentemente autossuficiente e maduro. Desta vez, devemos correr o risco de sermos chamados de simplórios: não vamos descartar Dark Victory com um sorriso de autodefesa".[10]

A revista Variety chamou o filme de "drama intenso" e "uma oferta bem produzida [com] Bette Davis em um papel poderoso e impressionante".[11]

O crítico da Time Out London, Tom Milne, escreveu: "[Davis] e [diretor Edmund] Goulding quase transformam a novela em estilo; um Rolls-Royce do mundo do choro".[12]

Para Turner Classic Movies, Margarita Landazuri disse: "Dark Victory foi um grande sucesso. Os espectadores e críticos sabiam que suas emoções estavam sendo manipuladas, mas tão habilmente e tocantemente que não podiam deixar de aplaudir".[8]

O filme é mencionado na peça "Steel Magnolias", de Clairee no Ato Dois, Cena 1.[13] Também é mencionado no filme "The Frontier" (2015) pela personagem Luanne, como uma oportunidade perdida em sua carreira.

"Dark Victory" atualmente detém uma classificação de 88% no Rotten Tomatoes com base em vinte e três comentários. O consenso do site afirma: "Bette Davis faz o seu caminho com um desempenho forte em Dark Victory, um melodrama comovente que arrebata o triunfo das garras da mortalidade".[14]

Músicas[editar | editar código-fonte]

A trilha original de Max Steiner para "Dark Victory" foi lançada em 2006 pela Screen Archives Entertainment e Chelsea Rialto Studios. O álbum contém a maior parte das canções, como ouvidas no filme em ordem cronológica. Foi produzido usando cópias digitais dos discos de acetato de referência pessoal do compositor, que estavam armazenados na Universidade Brigham Young e que foram restaurados digitalmente por Ray Faiola. Esta rara edição limitada inclui um livreto colorido de 32 páginas ilustrados com extensas notas de encarte dos historiadores de música e cinema Rudy Behlmer, Ray Faiola e James V. D'Arc (curador dos arquivos de música da UBY) detalhando a produção e arranjo das trilhas do filme.[15]

Trilha sonora

  1. Main Title – 0:55
  2. The Accident – 1:53
  3. Ann’s Concern – 2:27
  4. Running Away From the Truth – 5:13
  5. Diagnosis – 2:46
  6. In Your Hands – 1:38
  7. Telling Ann the Truth – 3:57
  8. Judy’s Suspicions – 2:18
  9. Prognosis Negative – 1:53
  10. Oh, Give Me Time for Tenderness – 0:28
  11. The Tack Room – 2:55
  12. Ann Weeps Over Judy – 1:17
  13. Fred Proposes to Judy – 3:06
  14. Home in Vermont – 1:56
  15. The End is Near – 4:25
  16. Our Victory Over the Dark – 5:01
  17. End Cast – 0:28

Tempo total: 38:76

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Bette Davis foi indicada ao Oscar de melhor atriz, mas perdeu para Vivien Leigh, estrela de "Gone with the Wind". Max Steiner, que foi indicado ao Oscar de melhor trilha sonora por este filme e por "Gone with the Wind", perdeu para Herbert Stothart por "The Wizard of Oz". O filme em si perdeu o Oscar de melhor filme para "Gone with the Wind".

Ano Cerimônia Categoria Indicado Resultado
1939 National Board of Review[16] Melhor atriz Bette Davis Indicado[a]
Geraldine Fitzgerald
1940 Oscar[17] Melhor filme Hal B. Wallis (para a Warner Bros.) Indicado
Melhor atriz Bette Davis
Melhor trilha sonora Max Steiner

The New York Times nomeou "Dark Victory" como um dos "10 Melhores Filmes de 1939", assim como Film Daily.

O filme é reconhecido pelo Instituto Americano de Cinema nas seguintes listas:

Adaptações e refilmagens[editar | editar código-fonte]

Rádio[editar | editar código-fonte]

Em 8 de janeiro de 1940, Davis e Spencer Tracy apareceram em uma adaptação de 60 minutos do filme no Radio Lux Theatre.[21] Barbara Stanwyck e Melvyn Douglas já haviam realizado uma adaptação anteriormente, baseada na peça teatral original da Broadway, também no Lux Radio Theatre em 4 de abril de 1938.[22] Em 6 de março de 1952, o "Hollywood Sound Stage", da CBS Radio, exibiu uma versão adaptada e condensada de 30 minutos, estrelado por Stanwyck e David Brian.[23][24]

Filme[editar | editar código-fonte]

Em 1963, uma refilmagem do filme foi lançada como "Stolen Hours" com Susan Hayward e Michael Craig, e dirigido por Daniel Petrie. A história foi ambientada na Inglaterra Contemporânea.

Televisão[editar | editar código-fonte]

Outra refilmagem ocorreu em 1953, sob seu título original, como uma adaptação de TV para o "Broadway Television Theatre", estrelado por Sylvia Sidney, Christopher Plummer e Ian Keith. Em 1976, a história foi produzida sob o seu título original como um telefilme da NBC estrelando Elizabeth Montgomery como a produtora de televisão Katherine Merrill, que está sob o cuidado do Dr. Michael Grant, interpretado por Anthony Hopkins; esta versão foi dirigida por Robert Butler.[6]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Não houve uma atriz ganhadora desse prêmio nesse ano.

Referências

  1. a b «Dark Victory». Internet Broadway Database. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  2. «The First 100 Years 1893–1993: Dark Victory (1939)». American Film Institute Catalog. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  3. a b «1939 Hollywood Toppers». Variety. 3 de janeiro de 1940. p. 28. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  4. «Vitória Negra (1939)». Portugal: CineCartaz. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  5. a b c «Vitória Amarga (1939)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 4 de julho de 2023 
  6. a b c «Dark Victory: Notes». Turner Classic Movies. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  7. Sikov 2007, p. 138.
  8. a b c d e Landazuri, Margarita. "Dark Victory" (article), Turner Classic Movies, Consultado em 6 de agosto de 2022
  9. Schickel and Perry 2009, pp. 102–103.
  10. Nugent, Frank S. (21 de abril de 1939). «THE SCREEN IN REVIEW; Bette Davis Scores New Honors in 'Dark Victory'; George Brent Also Is Seen in the Music Hall Feature--New Italian Picture Opens Here». The New York Times (em inglês). Consultado em 7 de agosto de 2022 
  11. «Dark Victory». Variety (em inglês). 31 de dezembro de 1938. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  12. «Time Out Says: Dark Victory». Time Out London (em inglês). 15 de março de 2012. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  13. Harling, Robert (1988). Steel Magnolias. [S.l.]: Dramatists Play Service. p. 45. ISBN 978-0-8222-1078-8 
  14. Dark Victory – Rotten Tomatoes
  15. «DARK VICTORY Soundtrack Now Available!». FSM Board. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  16. "Awards" no AllMovie
  17. «12.º Oscar - 1940». CinePlayers. Consultado em 11 de outubro de 2019 
  18. «AFI's 100 Years...100 Passions» (PDF). Instituto Americano de Cinema. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  19. «AFI's 100 Years of Film Scores Nominees» (PDF). Instituto Americano de Cinema. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  20. «AFI's 100 Years...100 Cheers» (PDF). Instituto Americano de Cinema. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  21. «KSL – THE VOICE OF THE WEST (advertisement)». The Deseret News. 8 de janeiro de 1940. p. 14. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  22. «KSL – THE VOICE OF THE WEST (advertisement)». The Deseret News. 4 de abril de 1938. p. 16. Consultado em 7 de agosto de 2022 
  23. Goldin, J. David. "Hollywood Sound Stage". radiogoldindex.com, 2012. Consultado em 7 de agosto de 2022
  24. Kirby, Walter (2 de março de 1952). «Better Radio Programs for the Week». The Decatur Daily Review. p. 42. Consultado em 7 de agosto de 2022 – via Newspapers.com 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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