De architectura – Wikipédia, a enciclopédia livre

De Architectura Libri Decem (em português: Dez Livros sobre a Arquitetura) é um tratado escrito em latim sobre a arquitetura e a atividade do arquiteto. O título costuma ser referido apenas como Sobre a arquitetura ou Da arquitetura. A obra é de autoria do romano Marco Vitrúvio Polião, e foi escrita no século I a.C. Está dividida em dez volumes, cada qual abordando um aspeto específico da arquitetura.

Possui grande importância histórica pois é o único tratado clássico sobre o tema que sobreviveu até aos dias atuais. Além disto, foi o único conhecido pelos estudiosos da Renascença, influenciando a arquitetura produzida no período e não só, fundamentada em três princípios:

  • "Utilitas" (comodidade e função);
  • "Firmitas" (solidez); e
  • "Venustas" (beleza).

Conteúdo[editar | editar código-fonte]

Vitrúvio inicia seu livro tratando da formação e da educação que um arquiteto deve, de acordo com ele próprio, possuir. O autor logo no primeiro volume, mais precisamente no primeiro capítulo do primeiro volume, vê no arquiteto uma pessoa que detém conhecimentos sobre as mais diversas ciências e artes, tidas na época como “verdadeiras”, plausíveis. Geometria, história, matemática, música, medicina e até mesmo a astronomia deveriam ser conhecidas pelo arquitecto, que, ao contrário de outros profissionais, não deveria se especializar em um único tema, mas sim abranger diversas áreas do conhecimento humano.

Vitrúvio faz ainda distinção dentro de um trabalho artístico, dizendo que ele é composto pela própria obra em si e também pela dimensão teórica que a constitui. Essa distinção é mais explicitada no segundo capítulo do primeiro volume.

O segundo volume que compõe a obra de Vitrúvio refere-se aos materiais usados na construção de edifícios. Ele lista os tipos de materiais comumente usados nas construções da época e os relaciona com a ocorrência dos mesmos na natureza e também com o nível de conhecimento cientifico do ser humano.

Os terceiro e o quarto volumes tratam das construções, dos templos, onde Vitrúvio ressalta a importância da simetria tanto na arquitectura quanto no próprio ser humano. O autor deixa explícita sua fonte para estes volumes: o arquitecto grego Hermógenes [desambiguação necessária] (século II a.C.).

No volume de número V, Vitrúvio escreve a respeito dos diferentes tipos de prédios públicos: fóruns, basílicas, teatros e até mesmo portos, quebra-mares e estaleiros. Ele contrapõe o fórum grego ao romano, comentando suas idiossincrasias arquitetônicas que variavam de acordo com os hábitos de cada civilização.

O volume seguinte (VI) apresenta os edifícios privados; casas urbanas e rurais, mais uma vez focando as peculiaridades presentes nas construções gregas e romanas. Estudos baseados nesse volume apontam a influência de Vitrúvio na Itália, principalmente em Pompéia, onde foram encontradas casas nos moldes das que foram descritas por ele neste volume.

O sétimo volume remete à decoração interior das casas.

Passando para o volume posterior, VIII, o autor retoma os estudos sobre o processo de construção, estudando desta vez hidrologia e hidráulica. Ele pode mesmo ser considerado como o pai da ciência da Hidrologia.

Relógios d’água, meios de se encontrar água, cisternas, Vitrúvio disseca o tema nesse volume que constitui o oitavo livro dos 10 volumes da obra

Ver também[editar | editar código-fonte]

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