Dialeto sulista (Brasil) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Dialeto Sulista (Brasil)
Falado(a) em:  Paraná
 Santa Catarina
 Mato Grosso do Sul
 São Paulo
Região: Grande parte da Região Sul do Brasil e pequenas frações dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo
Total de falantes: sem números exatos
Posição: Não se encontra entre os 100 primeiros
Família: Indo-europeia
 Língua portuguesa
  Português brasileiro
   Dialeto Sulista (Brasil)
Estatuto oficial
Língua oficial de: sem reconhecimento oficial
Regulado por: sem regulamentação oficial
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

Em linguística, particularmente no contexto da dialetologia, o dialeto sulista é uma das classificações dialetais da língua portuguesa no Brasil. Em uma definição mais específica, designa um dialeto próprio da Região Sul do Brasil, sendo, nesse caso, o dialeto mais falado no estado do Paraná (inclusive na capital Curitiba e em outras cidades importantes deste estado) e nas partes central e leste do estado de Santa Catarina. Também está presente em faixas limítrofes de Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Sua primeira descrição foi feita na divisão dialetal proposta por Antenor Nascentes em 1953. Nela, o dialeto abrangeria os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, sul de Goiás, partes de Minas Gerais (região sul e Triângulo Mineiro) e do atual Mato Grosso do Sul.[1][2][3].

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Caracteriza-se pelos fenômenos de redução vocálica e de harmonia vocálica relacionados às vogais médias em posição pretônica. Alguns autores destacam a variação entre as vogais médias fechadas e as médias abertas.[4]

Particularmente em algumas localidades dos estados da região Sul do Brasil, o dialeto é marcado pela:

  • Pronúncia das consoantes nasais que estão no final de uma sílaba (com exceção da terminação -am átona, que às vezes é pronunciada como -ão);
  • Pronúncia da vogal "e" ao final de palavras como /e/, diferentemente da maior parte do Brasil, que a pronuncia é como /i/.[5] Exemplo: quente é pronunciado /ʹkente/ (em vez de /ʹkẽti/, /ʹkẽʧ/ ou /ʹkẽjʧ/).
  • Redução de ditongos decrescentes seguidos por fricativa em coda no litoral catarinense, devido a influência açoriana.[6]

O dialeto sulista também possui um léxico próprio, com palavras como vina (como é chamada a salsicha em algumas regiões do Paraná) ou cancha (utilizada para designar quadra esportiva).

Referências

  1. CARDOSO, Suzana Alice Marcelino. Antenor Nascentes e a divisão dialetal do Brasil[ligação inativa], Projeto Atlas Linguístico do Brasil - Comitê Nacional, 2010.
  2. TOMANIN, 2003, p. 69.
  3. ALVEZ, 2008, p. 35.
  4. ALVEZ, 2008, p. 37.
  5. BISOL; COLLISCHONN, 2009, p. 51.
  6. BISOL; COLLISCHONN, 2009, p. 34.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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