Beni (departamento) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Beni
  Departamento  
Horizonte de Beni
Horizonte de Beni
Símbolos
Bandeira de Beni
Bandeira
Brasão de armas de Beni
Brasão de armas
Localização
Localização de Beni
Localização de Beni
Capital Trinidad
País Bolívia
Características geográficas
Área total 213 564 km²
População total (2021 (projeção)) 507 095 hab.
Densidade 2,4 hab./km²

Beni (pronuncia-se: Bêni) é um departamento da Bolívia. Sua capital é a cidade de Trinidad.

Beni situa-se ao centro-norte da Bolívia, limitando-se ao sul com os Departamentos bolivianos de Santa Cruz e Cochabamba, ao oeste com o Departamento boliviano de La Paz, ao nordeste com o estado brasileiro de Rondônia e ao noroeste com o departamento boliviano de Pando. Com uma área de 213.564 km², Beni é o segundo maior departamento da Bolívia.

De acordo com o último censo oficial realizado em 2012 e projeções para o ano de 2021, o departamento tem uma população de 507.095 habitantes. A densidade é de 2,37 habitantes/km², tornando-se o segundo departamento menos densamente povoado - logo à frente de Pando. O departamento foi fundado em 18 de novembro de 1842 pelo Marechal de Ingavi José Ballivián Segurola.

Administrativamente, o departamento de Beni é composto por 8 províncias, que ao mesmo tempo estão divididas em 19 municípios. O município de Trinidad é o mais populoso, com uma população de 162.710 habitantes, concentrando 32,10% da população total do departamento.

A economia caracteriza-se tradicionalmente por ser um departamento apoiado pela pecuária, uma vez que Beni detém a maior parte das cabeças de gado do país como um todo. Tem a oitava maior economia departamental do país (penúltimo), apenas acima de Pando.

Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística da Bolívia, em 2016 a economia de todo o Departamento do Beni (Produto Interno Bruto) atingiu US$ 939 milhões, o que representa 2,76% da Economia Total da Bolívia (US$ 34 bilhões). Em relação à renda per capita (PIB per capita), o departamento fechou 2016 com US$ 2.060 em média para cada Beniano(a).

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome do departamento foi dado pelo presidente José Ballivián em homenagem ao Rio Beni. Beni vem da palavra "ben’i" do dialeto movima que significa "pradarias".

Províncias[editar | editar código-fonte]

Beni está dividido em 8 províncias.

Clima[editar | editar código-fonte]

A savana e o Rio Yacuma.

No departamento existe principalmente um clima tropical úmido, com uma precipitação média anual entre 1000 e 4000 mm. A temperatura média varia entre 28 e 35°C. Em certas estações, o território é sulcado por ventos frios do sul que provocam quedas bruscas de temperatura. Esses ventos são conhecidos como "surazos".

Geografia[editar | editar código-fonte]

O território é uma vasta planície de savana (ver Savana de Beni, com abundantes cursos de água, lagoas tectônicas e artificiais e pântanos (chamados localmente de "curichi"). É uma savana de inundação que durante a estação das chuvas, entre dezembro e maio, pode inundar grandes áreas do departamento Em casos extremos mas frequentes (por exemplo nos anos de 1992, 2007, 2008 e 2014), esta inundação pode cobrir mais de 100 000 km² do departamento.

Afloramentos rochosos e pequenas montanhas de origem pré-cambriana ocorrem a leste, nas regiões de fronteira com o Brasil. A floresta ocupa as margens dos inúmeros rios (mata de galeria) e circunda praticamente todas as extensas savanas com cerca de 150 mil km² de extensão.

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

O departamento de Beni possui inúmeros lagos e lagoas que fazem parte da bacia amazônica, entre os quais se destacam os lagos Rogagua, Rogaguado, Huaytunas, Yusala, San Lorenzo e Colorado.

Economia[editar | editar código-fonte]

Introduzida no início do século XVII pelos jesuítas, a pecuária é a atividade económica mais importante do departamento. É uma extensa fazenda de gado que ocupa a savana natural, e sua grande diversidade de pastagens naturais, principalmente para a produção de carne. No departamento de Beni existem cerca de três milhões de cabeças de gado.

A agricultura tem importância prioritária para a subsistência da população rural. Embora o clima seja favorável, os solos não são muito produtivos. As principais culturas, algumas destas originárias da região, são a mandioca, o milho, a banana, o arroz (nos últimos anos também cultivado industrialmente na savana), etc.

Nas florestas do norte e leste do departamento, é coletada a castanha ou amêndoa (castanha-do-pará) obtida da árvore Bertholletia excelsa.

A pesca representa outro importante setor produtivo, sempre mais voltado para a comercialização no país ou para exportação. A caça da Jacaretinga(Caiman crocodylus) para a obtenção de couro, legalizado por quota anual há alguns anos, tornou-se outra importante atividade económica direccionada quase exclusivamente para a exportação, sendo a Itália e a França os principais importadores.

Produto Interno Bruto[editar | editar código-fonte]

Relativamente ao produto interno bruto (PIB) até 2016, a economia do Beni a nível departamental ascendeu a 6.441 milhões de bolivianos (cerca de um total de 939 milhões de dólares), segundo o Instituto Nacional de Estatística da Bolívia. No que diz respeito à sua posição a nível nacional, Beni é a oitava economia departamental do país (penúltimo), apenas acima do Departamento de Pando (com PIB de 309 milhões de dólares).

Política[editar | editar código-fonte]

A Assembleia Departamental do Beni é o principal órgão legislativo do Departamento. Atualmente é composta por vinte e seis membros eleitos por sufrágio universal.[1]

Referências

  1. «Quienes somos». asambleabeni.gob.bo. Consultado em 14 de julho de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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