Ereção post mortem – Wikipédia, a enciclopédia livre

A ereção post mortem[1] ou ereção terminal[2] é uma ereção que se dá após a morte, tecnicamente um priapismo, que se observa principalmente nos corpos de machos humanos que foram executados, particularmente através de enforcamento.[3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O fenômeno foi atribuído à pressão sobre o cerebelo criada por um nó corrediço.[4] Lesões da medula espinhal são conhecidas por estarem associadas a priapismo.[5] Lesões no cerebelo ou na medula espinhal são frequentemente associadas a priapismo em pacientes vivos.[3] Foi observado que a morte por enforcamento, seja uma execução ou um suicídio, afetava os órgãos genitais de homens e mulheres. Nas mulheres, os lábios e o clitóris podem ficar inchados e pode haver secreção de sangue da vagina. Nos homens, "um estado mais ou menos completo de ereção do pênis, com secreção de urina, muco ou fluido prostático, é uma ocorrência frequente … presente em um caso em três." Outras causas de morte também podem resultar nesses efeitos, incluindo tiros fatais na cabeça, danos aos principais vasos sanguíneos e morte violenta por envenenamento. Um priapismo post mortem é um indicador de que a morte foi provavelmente rápida e violenta.[6] Em um caso relatado na Tailândia, um excesso de sildenafila (Viagra) foi considerado a causa de uma ereção post mortem em um homem de 64 anos.[7]

Referências

  1. Helen Singer Kaplan & Melvin Horwith (1983). The Evaluation of Sexual Disorders: Psychological and Medical Aspects. United Kingdom: Brunner Routledge. Consultado em 26 de janeiro de 2007  "Men subjected to capital punishment by hanging and laboratory animals sacrificed with cervical dislocation have terminal erections. The implication is that either central inhibition of erection is released and erection created or that a sudden massive spinal cord stimulus generates an erectile response. There is ample experimental and clinical evidence to support the former supposition."
  2. «Ereção post-mortem». CCM Saúde. Consultado em 19 de junho de 2021 
  3. a b Willis Webster Grube (1897). A Compendium of practical medicine for the use of students and practitioners of medicine (em inglês). Nova Iorque: Hadley Co. Consultado em 26 de janeiro de 2007. Tem sido observado que a ereção costuma ocorrer após lesões no cérebro e na medula espinhal. Em onze casos de hemorragia cerebral, a ereção penianafoi observada seis vezes por Serres. A morte por enforcamento costuma ser acompanhada por uma ereção parcial. 
  4. George M. Gould; Walter L. Pyle (1900). Anomalies and Curiosities of Medicine. [S.l.]: W. B. Saunders. p. 683. Consultado em 26 de janeiro de 2007 
  5. David Levy, DO. «Neck trauma». eMedicine.com. Consultado em 26 de janeiro de 2007 
  6. William Augustus Guy (1861). Principles of Forensic Medicine. London: Henry Renshaw. p. 246. Consultado em 26 de janeiro de 2007 
  7. Boy, Danny (20 de fevereiro de 2017). «Heart Attack kills foreigner after too many sex pills in Northern Thailand». PattayaOne. Consultado em 21 de fevereiro de 2017