Neoaticismo – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Gradiva, um exemplo de escultura neoática.
Outra obra neoática (Museu Britânico).

Neoaticismo ou Aticismo é um estilo de escultural iniciado no século II AC com a escultura e pintura de vasos Helênicos e cujo climax foi na arte romana do século II DC. Esse estilo copiava e adaptava o que caracterizou os relevos e esculturas da Antiguidade Clássica (séculos IV e V AC) e do período Arcaico da Grécia (século VI AC).[1] As produções foram feitas por grupos de escultores de Atenas,[2] que se especializaram nesse trabalho, possivelmente artesãos gregos produzindo obras encomendadas por "connoisseurs" de Roma.

Esse estilo "neoático" foi uma reação contra as extravagâncias barocas da arte helenística [3] que foi uma prévia manifestação do Neoclassicismo, o que demontra o quanto de auto consciência havia nessa arte helenística renovada. O Neoaticismo é um estilo que mostra graça, charme, serenidade, animação, [4] correção no bom gosto para adaptar um reduzido "canon" de formas e figuras de protótipos numa execução ao mesmo tempo refinada, domada, ondulante, criativa.

O nome para esse estilo foi proposto por Friedrich Hauser (1859-1917), arqueológo clássico e estudioso da História da Arte alemão na sua obra Die Neuattischen Reliefs (Stuttgart: Verlag von Konrad Wittwer, 1889). Os modelos que Hauser chamou de "Neoáticos" são baixo-relevos presentes em placas e vasos decorativos, que usavam um estilo figurativo com base em tecidosm, vestuários e que buscava seu "canon" nos modelos clássicos dos séculos IV e V AC em Atenas, na Ática (daí especificamente a denominação).

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. M. Bieber, The Sculpture of the Hellenistic Age 2nd ed. (New York) 1961:182-86.
  2. Muitos escultores identificavam a si próprio como Atenienses nas inscrições. Ver W. Fuchs, Die Verbilder der neuattischen Reliefs (Berlin) 1959.
  3. Comparar a violência e a agonia expressas no relevo Laocoön and His Sons.
  4. Gisela Richter admirou a o misto de serenidade e animação no tema de uma vaso de mármore neiático (aprox. século I AC) comprado pelo Metropolitan Museum of Art (Richter, "A Neo-Attic Marble Vase" The Metropolitan Museum of Art Bulletin 19.1 (Janeiro de 1924:10-13), denominando essa fase como "um período mais de gosto refinado do que de habilidade criativa" (p. 11).