Estorvo – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Estorvo
Estorvo
Capa do livro Estorvo de Chico Buarque
Autor(es) Chico Buarque
Idioma português
País  Brasil
Assunto Conflitos existenciais
Gênero romance
Arte de capa Hélio de Almeida
Editora Companhia das Letras
Lançamento 7 de agosto de 1991
Páginas 160
ISBN 9788535905151
Cronologia
Fazenda Modelo
Benjamim

Estorvo é o primeiro romance de Chico Buarque, foi escrito no Rio de Janeiro, finalizado em Paris em 1990 e publicado em 7 agosto de 1991 pela editora Companhia das Letras.

Produção e lançamento[editar | editar código-fonte]

Para produzir seu primeiro romance, Chico Buarque paralisou a carreira musical durante 13 meses (entre maio de 1990 e junho de 1991). Pela primeira vez utilizou-se de um micro-computador (presenteado por sua então esposa Marieta Severo) para escrever 141 páginas divididas em 11 capítulos. O livro quase não foi lançado devido ao editor Luiz Schwarcz perder o disquete com o texto original. Por sorte Chico havia entregado uma cópia impressa do trabalho, que serviu de base para a produção do livro. [1] Seu lançamento foi marcado para a V Feira Internacional do Livro no Rio (Centro) em agosto de 1991. A tiragem inicial, estabelecida em 30 mil cópias, esgotou-se dois dias após o lançamento.[2] Ao mesmo tempo, 3 editoras estrangeiras adquiriram os direitos de lançamento do livro.[3][4]

Enredo[editar | editar código-fonte]

No livro, o autor narra a história de um personagem atormentado por acontecimentos estranhos. Ao mesmo tempo, mergulha em situações reais e familiares.

Recepção[editar | editar código-fonte]

O romance recebeu o Prêmio Jabuti de melhor romance em 1992.[5]

"...o que sobressai é a escrita mais exigente da literatura. Ponto para este cantor e compositor de grande renome, que consegue a proeza de que não o reconheçam nessa obra, a não ser pela assinatura, e por uma de suas qualidades nem sempre bem observadas: o humor fino, muitas vezes cruel, mas em tudo ajustado ao drama brasileiro, que atualmente se representa na boca do lixo em que se transformou a comunicação de massa no país."

Sérgio Sant'Anna, Jornal do Brasil, 3 de agosto de 1991[6]

"Este romance de Chico Buarque, logo à primeira leitura, afirma-se como uma demonstração exemplar disso mesmo. Estorvo é, quanto a mim, uma peregrinação alucinada em demanda das raízes perdidas, através dum percurso existencial povoado de assombro e de solidão. Aqui todas as funções de equilíbrio das estruturas sociais - família, amizade, poder - perdem a sua consistência formal logo ao primeiro embate e entram em ruptura quando o olhar do protagonista (e do escritor) se prolonga sobre elas." — José Cardoso Pires, Folha de S. Paulo, 9 de janeiro de 1994

"Estorvo é um livro brilhante, escrito com engenho e mão leve. [...] Esta disposição absurda de continuar igual em circunstâncias impossíveis é a forte metáfora que Chico Buarque inventou para o Brasil contemporâneo, cujo livro talvez tenha escrito."

— Roberto Schwarz, Veja

Capa[editar | editar código-fonte]

Durante a produção da capa e da arte gráfica-dirigidas por Hélio de Almeida, o autor solicitou à editora que seu nome fosse escrito "Francisco Buarque", porém a editora preferiu lançar o livro com o autor sendo chamado pelo seu nome mais conhecido. A capa foi lançada com uma sobrecapa de acetato com uma pincelada colorida sobre um fundo preto e o nome do livro em branco. Almeida fez 4 versões dessa pincelada colorida: laranja, limão, vermelho e rosa.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Humberto Werneck (27 de julho de 1991). «Chico Buarque lança 'Estorvo'». Jornal do Brasil, Ano CI, edição 110, Caderno B, páginas 1 e 9/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 15 de junho de 2019 
  2. Carlos Alberto Sardemberg (7 de agosto de 1991). «Chico». Jornal do Brasil, ano CI, edição 121, Caderno Negócios e Finanças, página 3/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 15 de junho de 2019 
  3. Zózimo (3 de agosto de 1991). «Sucesso». Jornal do Brasil, ano CI, edição 117, Caderno B, página 3/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 15 de junho de 2019 
  4. Elisabeth Orsini. «A imensa vitirne da literatura». Jornal do Brasil, ano CI, edição 119, Caderno B, página 1/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 15 de junho de 2019 
  5. «61º Prêmio Jabuti». Prêmio Jabuti. Consultado em 15 de junho de 2019 
  6. Sérgio Sant'Anna (3 de agosto de 1991). «Narrativa tensa». Jornal do Brasil, ano CI, edição 117, Caderno B, página 3/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 15 de junho de 2019 
  7. Humberto Werneck (27 de julho de 1991). «Lançamento tem apoio de cartazes e rádio». Jornal do Brasil, Ano CI, edição 110, Caderno B, páginas 1 e 9/republicado pela Biblioteca nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 15 de junho de 2019 
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