Estrada de Ferro Amapá – Wikipédia, a enciclopédia livre

Estrada de Ferro Amapá
Info/Ferrovia
Predefinição:Info/Ferrovia
Locomotiva atravessando a ponte ferroviária sobre o rio Amapari, em 2007.
Informações principais
Sigla ou acrônimo EFA
Área de operação Amapá
Tempo de operação 1957–Presente
Operadora Secretaria de Estado de Transportes (Setrap)
Frota 13 locomotivas
Portos Atendidos Porto de Santana
Especificações da ferrovia
Extensão 194 km (121 mi)
Diagrama e/ou Mapa da ferrovia

A Estrada de Ferro Amapá é uma ferrovia com 194 km de extensão, em bitola standard (1,435 m) — única em tal métrica no Brasil —, localizada entre as zonas minerais das franjas orientais do Planalto das Guianas (a formação Serra do Navio) e o Porto de Santana. A ferrovia está inteiramente localizada no estado do Amapá, no Brasil. Suas locomotivas são diesel-elétricas.

Foi construída entre 1954 e 1957, tendo como principal objetivo o transporte do minério de manganês extraído e beneficiado na Serra do Navio e em Pedra Branca do Amapari,[1] que é embarcado para exportação pelo Porto de Santana, localizado no município de Santana.[2]

Chegou a ser desativada em 2014, mas voltou a operar em 2021.[1]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Em 1947 a Empresa Indústria e Comércio de Minério S.A. (ICOMI) venceu a licitação para exploração do manganês na Serra do Navio, no Território Federal do Amapá. Em 1950 a empresa norte-americana Bethlehem Steel Company, se tornou sócia com 49% do empreendimento, sob a alegação que o projeto carecia de maiores investimentos e conhecimentos técnicos.

A ferrovia começou a ser implantada em março de 1954 e foi concluída em janeiro de 1957.

Concessão inicial[editar | editar código-fonte]

A outorga de concessão da linha foi dada pelo decreto n.º 32.451, de 20 de março de 1953, que tinha como objeto conceder à ICOMI a construção, uso e gozo de uma estrada de ferro que, partindo de Porto de Santana alcançasse as jazidas de manganês existentes na região dos rios Amapari e Araguari, na formação Serra do Navio, nas franjas orientais do Planalto das Guianas, no Amapá.

Em 1980 a Bethlehem vendeu sua participação para a Caemi, sendo a exploração de manganês encerrada em 1997. Com o encerramento das minas da ICOMI, o volume transportado na linha caiu a partir de 1997, mas continuou a operar parcialmente para o transporte de cromita. O transporte de passageiros também continuou a ser realizado na rota.

Nova concessão e desativação[editar | editar código-fonte]

Em março de 2006 a MMX Mineração e Metálicos assume as operações logísticas da EFA,[3] vencendo o processo licitatório por meio da Acará Empreendimentos. O contrato previa que seria a administradora da ferrovia por vinte anos. O valor da concessão, de 814 mil reais, foi pago no ato da assinatura do contrato. A MMX Logística ofereceu garantias de 7,8 milhões de reais para operar o contrato, e estava obrigada a fazer investimentos de 40,7 milhões de reais nos 193 quilômetros de estrutura ferroviária do Amapá nos primeiros dois anos. O valor total da operação estava estimado em de 157,9 milhões de reais.[4]

O contrato previa ainda que a MMX Logística investisse, nos primeiros dois anos de concessão, na recuperação das estações ferroviárias entre Santana e Serra do Navio, além da revitalização de todo o leito da ferrovia com troca de trilhos, assim como modernização dos vagões e da sinalização em todo o trajeto. A empresa também seria responsável por dotar os vagões cargueiros de melhores estruturas para transporte de minérios e produtos agrícolas.

Entre os novos investimentos estava a compra de 82 novos vagões,[5] junto a Iochpe-Maxion.

A MMX foi vendida para a Anglo American, que assumiu a concessão, 2008. Em 2013, o controle foi repassado para a Zamin. Com a crise financeira em empresa, após do desabamento do porto particular para transportar manganês em 2013, o governo estadual decretou, em 2015, a extinção do contrato da mineradora com a ferrovia. A fiscalização e a concessão voltou para o poder público, ficando na responsabilidade da Secretaria de Estado de Transportes (Setrap). [2]

Em 2014, circulou pela última vez o trem de transporte de carga pela ferrovia. Em 2015, ocorreu a viagem do último trem de passageiros. Após a paralisação, o abandono e a falta de prevenção levaram a furtos, roubos e depredação na linha de ferro, provocando prejuízos ao estado amapaense. [2]

Retorno às operações[editar | editar código-fonte]

A linha férrea voltou a operar em 2021, na expectativa de operação das minas de Pedra Branca do Amapari.[1]

Indicadores logísticos[editar | editar código-fonte]

Em 1997 transportou 84 mil passageiros e um milhão de toneladas de mercadorias (minério de manganês, ferro-silício, dormentes, areia, explosivos, etc.), equivalente a 194 milhões de TKU, empregando 40 funcionários.

Locomotivas[editar | editar código-fonte]

Circulam pela ferrovia treze locomotivas[6] diesel-elétricas, conforme o quadro a seguir:

Modelo Ano de produção Fabricante Total Rodagem Potência total/Disponível Motor Imagem
SW1200 1954 e 1966 EMD 4 B-B 1200 hp 12-567C
SW1500 1971 EMD 1 B-B 1500 hp 12-645
GE C30-7 1957 GE 8 C-C 3000 hp

Foram compradas sete locomotivas GE C30-7 usadas no México (pertencentes a Ferrocarriles Chiapas-Mayab), que viriam substituir as velhas manobreiras nos serviços transporte de minérios, posteriormente foi adquirida mais uma locomotiva GE C30-7 reformada da MGE/Rail Progress.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]