Expresso (Portugal) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Expresso


Semanário Expresso
Periodicidade Semanal
Formato Berliner
Sede Rua Calvet de Magalhães 242, 2770-022 Paço de Arcos
País Portugal
Preço 5
Slogan Liberdade Para Pensar
Fundação 6 de janeiro de 1973 (51 anos)
Fundador(es) Francisco Pinto Balsemão
Proprietário Impresa Publishing, SA[1]
Director João Vieira Pereira
Idioma Português
Circulação 87 000 exemplares semanais (Junho 2017)[2]
Sítio oficial www.expresso.pt

O Expresso MHL é um jornal português de periodicidade semanal publicado ao sábado desde 1973. O atual diretor do Expresso é João Vieira Pereira, que assumiu o cargo a 23 de março de 2019. O Expresso passou a utilizar o Acordo Ortográfico de 1990 na edição de 26 de junho de 2010.

História[editar | editar código-fonte]

Criação do jornal[editar | editar código-fonte]

O semanário Expresso foi fundado a 6 de janeiro de 1973 e inicialmente dirigido por Francisco Pinto Balsemão. Pinto Balsemão encontra-se ligado à imprensa por razões familiares — o avô, como ele chamado Francisco Pinto Balsemão, comerciante e militante republicano, foi fundador e proprietário de jornais; posteriormente, o tio e o pai foram os proprietários do Diário Popular. Pinto Balsemão foi secretário do Diretor e, posteriormente, vogal do Conselho de Administração da empresa proprietária do Diário Popular. Após a morte do pai, herdou, juntamente com o tio, a quota de 16,6% do capital dessa empresa, que passou a ter como acionistas Francisco e o tio (sendo este o acionista maioritário) e Guilherme Brás Medeiros. Depois da oferta, no verão de 1971, do Banco Borges pelo diário, o tio de Balsemão aceita vender.

Francisco Pinto Balsemão abandona então o Diário Popular e decide investir num jornal próprio, com o modelo «dos jornais ingleses de domingo de qualidade», como o The Sunday Times e The Observer. Para isso Augusto de Carvalho, o diretor de publicidade e Fernando Ulrich fazem um estágio no Reino Unido para se inteirarem do modelo jornalístico. Não sem que a correspondência trocada entre Balsemão e os diretores dos jornais ingleses fosse interceptada pela PIDE, que fotocopiou a informação e a fez chegar a Marcello Caetano. O título Expresso deixa antever uma forte influência da revista francesa L'Express.

É criada assim a empresa proprietária do jornal, uma sociedade anónima com a denominação Sojornal - Sociedade Jornalística e Editorial, SARL, com sede no segundo andar direito do número 37 da Rua Duque de Palmela, em Lisboa. O prédio tem a particularidade de se tratar de um imóvel desenhado em 1902 pelo arquiteto Ventura Terra e onde já vivera Afonso Costa.

Balsemão fica com 51% do capital inicial (6 mil contos, o equivalente a 1,6 milhões de euros, a preço atual, ajustado à inflação). A participação dos demais acionistas é limitada a um máximo de 15%. Entre os quais estão a Sociedade Nacional de Sabões, da família Rocha dos Santos, o banqueiro Manuel Boullosa, as famílias Ruella Ramos (do Diário de Lisboa) e Botelho Moniz (do Rádio Clube Português). Com posições pequenas estão o tio de Francisco Pinto Balsemão, seis amigos de Balsemão (Luiz Vasconcellos, Francisco da Costa Reis, António Patrício Gouveia, o escritor Ruben A. Leitão, Luís Corrêa de Sá, António Flores de Andrade) e a sua mulher Mercedes. Por fim, surgem ainda na lista os jovens António Guterres e Marcelo Rebelo de Sousa.

A primeira versão do semanário surge em formato broadsheet e com dois cadernos. O primeiro caderno de caráter mais noticioso, «com uma primeira página forte e secções bem definidas nas páginas interiores» e o segundo, chamado Revista «menos ligada ao dia a dia, convidando à reflexão e proporcionando entretenimento [...] contendo prosas maiores»[3]. O design ficou a cabo de Vítor da Silva e Luís Ribeiro, que durante anos foi o grafista-chefe do jornal.

A primeira redação era chefiada por Augusto de Carvalho. José Manuel Teixeira estava encarregue da secção nacional, Fernando Ulrich (sob o pseudónimo Vicente Marques) fazia a crónica bolsista, António Patrício Gouveia escrevia sobre economia, Álvaro Martins Lopes na secção internacional e Inácio Teigão no desporto. Faziam também parte Fernando Brederode Santos, Teodomiro Leite de Vasconcelos (Rádio Renascença), João Bosco Mota Amaral (correspondente nos Açores com o pseudónimo J. Soares Botelho), Mercedes Balsemão (esposa do diretor, que fazia as palavras-cruzadas com o pseudónimo Marcos Cruz), Juan Luis Cebrián, primeiro diretor do El País e correspondente do Expresso em Madrid. O diretor de publicidade era Jorge Galamba.

No dia 21 de dezembro de 1972, no hotel Ritz, realiza-se a sessão de lançamento do novo semanário. A campanha de publicidade fica a cargo da agência Ciesa, onde pontifica o criativo Artur Portela Filho. No entanto, a campanha para a televisão é proibida.

Com o Expresso surgem também outras inovações para a época em Portugal. O estatuto editorial, um Conselho de Redação, eleito pelos jornalistas, e o Conselho Editorial, para o qual são convidados Mário Murteira, Ruben A., Vasco Vieira de Almeida, João Morais Leitão, Sedas Nunes e Magalhães Mota.

Por fim, o primeiro número sai para a rua no dia 6 de janeiro de 1973. A tiragem ultrapassa os 60 mil exemplares, impressos na rotativa do Diário de Lisboa, em que cada um contava com 24 páginas e dois cadernos, ao preço de 5$00 (2,5 Cêntimos a preço atual). A manchete é uma sondagem encomendada: «63 por cento dos portugueses nunca votaram».

Por ocasião do seu 50.º aniversário, a 6 de janeiro de 2023, o Expresso foi agraciado com o grau de Membro-Honorário da Ordem da Liberdade.[4]

Direção[editar | editar código-fonte]

Período Direção
1973 Francisco Pinto Balsemão
1980 Marcelo Rebelo de Sousa
1981 Augusto de Carvalho
1983 José António Saraiva
1984 José António Saraiva, Vicente Jorge Silva e Jorge Wemans
1989 Entra Joaquim Vieira
1995 José António Lima (diretor-adjunto), entram Fernando Madrinha, Henrique Monteiro
1997 Entra Nicolau Santos
2005 Entra Cândida Pinto
2006 Henrique Monteiro (diretor), entram João Garcia e Marco Grieco;
2008 Entra João Vieira Pereira
2011 Ricardo Costa (diretor), entra Miguel Cadete
2016 Pedro Santos Guerreiro (diretor), Martim Silva (diretor executivo)
2019 João Vieira Pereira (diretor), David Dinis (diretor adjunto)

Perfil do leitor[editar | editar código-fonte]

Segundo dados da Bareme Impresa referentes ao semestre entre Janeiro e Junho de 2012, o leitor do semanário Expresso tem um perfil-tipo com idade compreendida entre os 25 e os 64 anos, das classes ABC1, quadros médios e superiores, residentes em regiões urbanas.[5]

O jornal tem uma média de 585.400 leitores de audiência média no alvo universo, onde não existe uma grande diferença em termos de género: 55% dos indivíduos são do sexo masculino. Em termos etários as preferências vão para os leitores entre os 25 e os 34 anos (24,2%), 35 aos 44 (20,9%), 45 aos 54 (15,1%) e 55 aos 64 anos (13,9%). Os jovens e os idosos são a faixa etária menos relevante. Nomeadamente, os indivíduos dos 15 aos 17 (2,9%), dos 18 aos 24 (9,9%) e com mais de 65 anos (13,1%).

A leitura do semanário é transversal e equilibrado em quase todas as classes. É na classe B que se lê mais o Expresso (29,1%), seguida de perto pela classe C1 (27%). A classe A tem uma quota de 21,1%, classe C2 com 14,8% e classe D com 8%.

Com larga margem entre os grupos ocupacionais estão os quadros médios e superiores (33,4%). Uma percentagem mais baixa é atribuída aos reformados, pensionistas e desempregados, que são a segunda faixa etária mais relevante para as leituras do jornal com 18%. Seguem-se os empregados de serviços/comércio/administrativos (13,6%), técnicos especializados e pequenos proprietários (12,3%), estudantes (9,7%), trabalhadores qualificados/especializados (8,4%), trabalhadores não qualificados/não especializados (3,4%) e domésticas (1,2%).

Em termos regionais, 34,4% são leitores da Grande Lisboa. Mais abaixo na tabela surge o Interior Norte (16,6%), Litoral Centro (14%), Litoral Norte (13,7%), Grande Porto (11,8%) e finalmente o Sul com 9,5%.

O perfil comportamental do leitor do Expresso é dominado pelas preocupações ambientais (76,8 pontos) e sociais (74,3), com uma forte ligação às novas tecnologias, comunicações e Internet (64,1). No fim das suas prioridades estão as preocupações com demonstração de status (17,1).

Cadernos e suplementos[editar | editar código-fonte]

Todas as semanas o Expresso imprime os seguintes cadernos:

  • 1.º Caderno;
  • Economia;
  • Revista E;
  • Actual;
  • Emprego;
  • Espaços & Casas.

O EXPRESSO é composto por três grandes cadernos: “Primeiro Caderno”, “Economia” e “Revista E”. O “Primeiro Caderno” contém notícias amplamente citadas pelos outros meios de comunicação, de áreas como a política, internacional ou temas de sociedade. O caderno “Economia” aborda os vários sectores da atividade económica, das telecomunicações à banca, da agricultura às finanças pessoais. A “Revista E”, lançada recentemente, tem um formato alargado e os seus conteúdos dedicam-se essencialmente à cultura, aos comportamentos, às tendências e aos grandes trabalhos jornalísticos.

Já existiram os seguintes cadernos:

  • Economia e Internacional (a parte Internacional foi integrada no 1º Caderno, ficando assim só Economia);
  • Vidas;
  • Revista (que, juntamente com o Vidas foi fundido num único: a revista Única)
  • Cartaz.pt (foi integrado no Actual).

Online[editar | editar código-fonte]

O Expresso foi o primeiro jornal a publicar a Edição Impressa em versão HTML. Existe uma versão diária online vespertina do jornal, o Expresso Diário, vários blogues, uma Loja Online, edições online dos guias/cadernos Guia do Estudante, Cartaz, Boa Cama Boa Mesa (BCBM), Gourmet, Emprego e Imobiliário. Também existem serviços multimédia e um portfólio online. Mais recentemente, em conjunto com a Newspaperdirect, lançou a Edição Impressa em formato e-xpresso, um tipo de PDF inteligente. É também possível comentar todos os artigos das Edições Impressa e Última Hora do Expresso, os vídeos e os dossiês, entre outros.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Organigrama do grupo Impresa» (PDF). Consultado em 22 de março de 2017 
  2. https://expresso.pt/sociedade/2019-06-27-Expresso-e-o-jornal-mais-lido-em-Portugal  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  3. José Pedro Castanheira (janeiro de 2013). «Revista». Expresso (2097). 57 páginas 
  4. «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Jornal Expresso". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  5. «Perfil de leitor do jornal Expresso (Impresa Publishing)» (PDF) 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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