Gasolina – Wikipédia, a enciclopédia livre

Gasolina
Alerta sobre risco à saúde[1]
Identificadores
Número CAS
Propriedades
Densidade 0,720–0,775 kg/L (15 °C)[2]
Riscos associados
Frases R R12, R45, R38, R48/20/21/22, R65, R67, R51/53
Frases S S2, S16, S23, S24, S29, S36/37, S45, S53, S61, S62
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.
Preço da gasolina em diversos países, em 2008.

A gasolina é um combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos (compostos químicos constituídos apenas por átomos de carbono e hidrogênio) e, em menor quantidade, por produtos oxigenados. Esses hidrocarbonetos são, em geral, menos densos do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por moléculas de menor cadeia carbônica (normalmente de 5 a 10 átomos de carbono). Além dos hidrocarbonetos e dos oxigenados, a gasolina também pode conter compostos de enxofre e compostos contendo nitrogênio. A faixa de destilação da gasolina automotiva varia de 40 a 175 °C.

Composição[editar | editar código-fonte]

A gasolina básica (sem oxigenados) possui uma composição complexa. A sua formulação pode exigir a utilização de diversas correntes nobres oriundas do processamento do petróleo como nafta DD (produto obtido a partir da destilação direta do petróleo), nafta craqueada que é obtida a partir da quebra de moléculas de hidrocarbonetos mais pesados (gasóleos), nafta reformada (obtida de um processo que aumenta a quantidade de substâncias aromáticas) e nafta de coque, obtida através do processo de coqueamento, nafta alquilada (de um processo que produz isoparafinas de alta octanagem a partir de isobutanos e olefinas), etc.. Quanto maior a octanagem (número de moléculas com octanos) da gasolina maior será a sua resistência à detonação espontânea.

Constituintes Processo de Obtenção Faixa de
ebulição
(°C)
Índice de Octano
Motor (Clear)
Butano destilação e processos de transformação - 101
Isopentano destilação, processos de transformação, isomerização 27 75
Alcoilada alcoilação 40 - 150 90 - 100
Nafta leve de destilação destilação 30 - 120 50 - 65
Nafta pesada de destilação destilação 90 - 220 40 - 50
Hidrocraqueada hidrocraqueamento 40 - 220 80 - 85
Craqueada cataliticamente craqueamento catalítico 40 - 220 78 - 80
Polímera polimerização de olefinas 60 - 220 80 - 100
Craqueada termicamente coqueamento retardo 30 - 150 70 - 76
Reformada reforma catalítica 40 - 220 80 - 85

A tabela acima mostra os principais constituintes da gasolina, como de suas propriedades e processos de obtenção.

Produção[editar | editar código-fonte]

A Petrobras, empresa petrolífera brasileira, produz diversos tipos de gasolina utilizando tecnologia própria, fabricando as diversas frações de petróleo constituintes da gasolina e misturando-as entre si e com os aditivos, através de formulações convenientemente definidas para atender aos requisitos de qualidade do produto.

A Galp, empresa petrolífera portuguesa detentora de toda a capacidade refinadora do país, produz gasolinas com índice de octanas 95 e 98, e a BP comercializa uma gasolina que atinge as 100 octanas.[3]

Estas gasolinas possuem aditivos que visam a melhorar a performance do combustível, nomeadamente:

  1. detergente: visa a reduzir os depósitos no sistema de injeção e no motor de forma a melhorar a combustão;
  2. inibidor de corrosão: agente que visa a proteger as zonas de circulação de combustível de forma a reduzir a corrosão provocada;
  3. desemulsificante: promove a separação da água no sistema de distribuição e armazenagem do combustível, de forma a diminuir a corrosão daí resultante;
  4. agente veículo (solvente sintético): por ser estável a altas temperaturas, provoca resíduos diminutos durante a combustão que se realiza na câmara de combustão do motor.

O grande crescimento da produção de gasolina, motivado pelo desenvolvimento da indústria automobilística, foi possível não só através do refino, mas também de processos de transformação de frações pesadas, que fazem aumentar o rendimento total do produto em relação ao petróleo.

A busca de combustíveis alternativos tem pressionado diversos países a criarem políticas de substituição da gasolina em suas frotas de veículos para daqui a alguns anos. Já estão em cursos planos de metas para uso de veículos elétricos ou movidos a combustíveis menos poluentes como gás natural ou etanol.

Gasolina aditivada[editar | editar código-fonte]

A gasolina aditivada, disponível em alguns postos, é uma gasolina comum acrescentada de aditivos detergentes-dispersantes. Esses aditivos têm como finalidade a limpeza do sistema de alimentação de combustível, incluindo linha de combustível, bomba, galeria de combustível, injetores e válvulas de admissão. Seu uso permite que o motor opere nas condições especificadas pelo fabricante por mais tempo, o que reduz consumo e emissões e aumenta o intervalo entre manutenções. Ao contrário do que se pensa, a gasolina aditivada não aumenta a octanagem do combustível. As gasolinas de alta octanagem são chamadas, genericamente, de “gasolinas premium”.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Registo de Ottokraftstoff na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA, accessado em 14 de Abril de 2008
  2. «Spezifikationen div. Ottokraftstoffe». Consultado em 26 de Abril de 2010. Arquivado do original em 19 de Agosto de 2012 
  3. Gasolinas Ultimate da BP

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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