Germano Almeida – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Germano.
Germano Almeida
Germano Almeida
Germano Almeida no evento "Letras em Lisboa II".
Nascimento 1945 (79 anos)
Boa Vista, Cabo Verde
Nacionalidade cabo-verdiano
Cidadania Cabo Verde
Alma mater Universidade de Lisboa
Ocupação escritor, editor, advogado
Prémios Prémio Camões (2018).
Género literário Romance, conto
Obras destacadas Os Dois Irmãos

Germano Almeida (Boa Vista, 1945) é um escritor cabo-verdiano.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu na ilha da Boa Vista, em Cabo Verde, numa zona intermédia entre rural e urbana. Aos sete anos quase morreu afogado na praia. Em 1965 fez a tropa em Angola, numa zona de confronto. Recebeu uma bolsa da Gulbenkian para estudar Direito na Universidade de Lisboa[2] em 1970. Regressando a Cabo Verde em 1977, dedica-se à advocacia na ilha de São Vicente. Foi deputado eleito pelo Movimento para a democracia de Cabo Verde e exerceu o cargo de Procurador-Geral da República de Cabo Verde.
No campo literário foi um dos co-fundadores da revista literária Ponto & Vírgula (1983-1987).[3] Fundou Ilhéu Editora em 1989 e publicou 16 livros, incluindo 9 romances.[4] Ganhou o Prémio Camões em 2018, tornando-se assim no segundo escritor Cabo-Verdiano a receber tal mérito.[5]

Recebeu duas condecorações de Portugal: a 9 de julho de 1997, o grau de Comendador da Ordem do Mérito, e a 10 de junho de 2019 o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.[6]

Escrita[editar | editar código-fonte]

Seus romances foram traduzidos para diversas línguas. Caracteriza-se por usar o humor e a sátira, denuncia a duplicidade da sociedade cabo-verdiana, caracterizada durante os primeiros anos de independência por um regime de partido único. Exemplo desse humor é O Meu Poeta, romance de grande fôlego onde o autor satiriza com invulgar sarcasmo a realidade cabo-verdiana. É considerado o primeiro romance verdadeiramente nacional.

A sua escrita desmarca-se da geração dos claridosos, não tendo como base as questões da emigração, pobreza, e secas.

Obras[editar | editar código-fonte]

  • O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo (1989);
  • O dia das calças roladas (1992);
  • O Meu Poeta (1990);
  • A Ilha Fantástica (1994);
  • Os Dois Irmãos (1995);
  • Estórias de dentro de Casa (1996);
  • A morte do meu poeta (1998);
  • A Família Trago (1998);
  • Estórias contadas (1998);
  • Dona Pura e os Camaradas de Abril (1999);
  • As memórias de um espírito (2001);
  • Cabo Verde - Viagem pela história das ilhas (2003) - Apresentação histórica das nove ilhas habitadas de Cabo Verde;
  • O mar na Lajinha (2004);
  • Eva (2006);
  • A morte do ouvidor (2010);
  • De Monte Cara vê-se o mundo (2014);
  • O Fiel Defunto (2018);
  • O Último Mugido (2020);
  • Infortúnios de um Governador nos Trópicos (2023).

Referências

  1. «Germano Almeida». Dicionários Porto Editora. Infopédia 
  2. Revista E n.º 2378 (26 de Maio de 2018) , pág. 16.
  3. http://www2.assis.unesp.br/fcl/livro/anais_IV_SILALP/files/assets/basic-html/page31.html
  4. «Arquivo de Editorial Caminho- Germano Almeida». Consultado em 19 de dezembro de 2018 
  5. observador.pt (21 de maio de 2018). «Cabo-verdiano Germano Almeida vence Prémio Camões 2018». [[Observador (jornal)|]] 
  6. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Germano de Almeida". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 12 de julho de 2019 

Precedido por
Manuel Alegre
Prémio Camões
2018
Sucedido por
Chico Buarque


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