Golpe de Estado no Burundi em 1996 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Golpe de Estado no Burundi em 1996
Data 25 de julho de 1996
Local Bujumbura, Burundi
Desfecho Golpe bem-sucedido
Comandantes
Sylvestre Ntibantunganya Pierre Buyoya
Baixas
6.000 mortes

O Golpe de Estado no Burundi em 1996 foi um golpe militar que ocorreu no Burundi em 25 de julho de 1996. Em meio à Guerra Civil do Burundi, o ex-presidente Pierre Buyoya (um tutsi) depôs o presidente hutu Sylvestre Ntibantunganya.[1] De acordo com a Anistia Internacional, nas semanas seguintes ao golpe, mais de 6 000 pessoas foram mortas no país. Este foi o segundo golpe bem sucedido de Buyoya, tendo o primeiro derrubado Jean-Baptiste Bagaza em 1987.[1]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

O tutsi Pierre Buyoya chegou ao poder no Burundi após um golpe militar em setembro de 1987, quando ele depôs Jean-Baptiste Bagaza.[2] Buyoya foi presidente até a primeira eleição presidencial democrática do país em 27 de junho de 1993, que foi vencida pelo hutu Melchior Ndadaye. Em 21 de outubro, Ndadaye foi assassinado, o que provocou a Guerra Civil do Burundi entre os grupos hutus e tutsis. O hutu moderado Cyprien Ntaryamira tornou-se presidente em fevereiro de 1994, mas tanto ele como o presidente ruandês Juvénal Habyarimana foram assassinados em abril daquele ano, um evento que provocou o genocídio de Ruanda. Ntaryamira foi sucedido por um outro líder hutu, Sylvestre Ntibantunganya.

Eventos de Julho de 1996[editar | editar código-fonte]

Em 21 de julho de 1996, os rebeldes hutus atacaram um campo de refugiados no país e mataram mais de 300 pessoas.[3] Em 23 de julho, o presidente Ntibantunganya se escondeu na casa do embaixador dos Estados Unidos.[4] O exército tomou o poder em 25 de julho, em um movimento anunciado via rádio pelo ministro da Defesa, Firmin Sinzoyiheba. Pierre Buyoya foi nomeado presidente interino.[4] O golpe militar foi condenado por líderes internacionais, incluindo o presidente dos EUA, Bill Clinton, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali e o chefe da Organização de Unidade Africana, Salim Ahmed Salim.[4] Foi a quarta tomada de poder no governo do Burundi desde a independência do país em 1962, e a segunda por Buyoya.[4]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Segundo a Anistia Internacional, nas semanas imediatamente após o golpe de Estado, mais de 6.000 pessoas foram mortas no país.[5] Buyoya foi sucedido como presidente em 2003 por Domitien Ndayizeye. A guerra civil continuou até 2005.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Palmer, Mark (2005). Breaking the Real Axis of Evil: How to Oust the World's Last Dictators by 2025. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 221. ISBN 0-7425-3255-0 
  2. Europa World Year, Book 1. [S.l.]: Taylor & Francis. 2004. 946 páginas. ISBN 1-85743-254-1 
  3. Reuters (22 de Julho de 1996), «300 Slain in Attack on Camp For Refugees in Burundi Strife», The New York Times Company, The New York Times, consultado em 6 de Junho de 2010 
  4. a b c d Buckley, Stephen (26 de Julho de 1996), «Army Seizes Power in Burundi; Ex-Ruler Replaces Leader Hiding in U.S. Envoy's Home», The Washington Post Company, The Washington Post, consultado em 6 de Junho de 2010 
  5. «6,000 Reported Killed In Burundi Coup», The New York Times Company, The New York Times, 23 de Agosto de 1996, consultado em 5 de Junho de 2010