Grande Prêmio do Brasil de 2008 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Grande Prêmio do Brasil
de Fórmula 1 de 2008

27º GP do Brasil em Interlagos
Detalhes da corrida
Categoria Fórmula 1
Data 2 de novembro de 2008
Nome oficial XXXVII Grande Prêmio do Brasil[1]
Local Autódromo de Interlagos, São Paulo, São Paulo, Brasil
Percurso 4.309 km
Total 71 voltas / 305.939 km
Condições do tempo Chuva no início, secando ao final
Pole
Piloto
Brasil Felipe Massa Ferrari
Tempo 1:12:368
Volta mais rápida
Piloto
Brasil Felipe Massa Ferrari
Tempo 1:13:736 (na volta 36)
Pódio
Primeiro
Brasil Felipe Massa Ferrari
Segundo
Espanha Fernando Alonso Renault
Terceiro
Finlândia Kimi Räikkönen Ferrari

O Grande Prêmio do Brasil de 2008 (formalmente XXXVII Grande Prêmio do Brasil) foi uma etapa da Fórmula 1, realizada em 2 de novembro de 2008, no Autódromo José Carlos Pace, em São Paulo, Brasil.[2] Foi a décima oitava e última corrida do Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2008. A corrida de 71 voltas foi vencida pelo piloto da Ferrari Felipe Massa, que largou na pole position. Fernando Alonso, da Renault, terminou em segundo lugar e Kimi Räikkönen, também da Ferrari, terminou em terceiro lugar.[3][nota 1]

Na largada, Felipe Massa iniciou ao lado de Jarno Trulli, da Toyota. Kimi Räikkönen iniciou no terceiro lugar, ao lado do piloto da McLaren Lewis Hamilton. A chuva começou minutos antes da corrida, o que atrasou o início. Quando a pista estava seca, foi dada a largada e Massa estabeleceu uma vantagem de alguns segundos. A chuva retornou nas últimas voltas, mas a corrida foi encerrada com a vitória de Massa. Sebastian Vettel da Toro Rosso terminou em quarto lugar, atrás de Alonso e Räikkönen. Lewis Hamilton ultrapassou Timo Glock da Toyota nas últimas curvas para terminar em quinto, garantindo o título de campeão da temporada.

Hamilton recebeu elogios de várias pessoas influentes, incluindo os ex-campeões Damon Hill e Michael Schumacher. O piloto da McLaren também recebeu as congratulações da Rainha Elizabeth II e do primeiro-ministro do Reino Unido Gordon Brown. A vitória de Massa e o terceiro lugar de Räikkönen também fizeram com que a Ferrari vencesse o campeonato de construtores. O grande prêmio também foi a última corrida do escocês David Coulthard, que se aposentou após 246 corridas.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Antes da última corrida da temporada, o piloto da McLaren Lewis Hamilton liderava o campeonato com 94 pontos, enquanto que o piloto da Ferrari Felipe Massa estava em segundo lugar com 87 pontos, sete pontos atrás de Hamilton.[4] No máximo dez pontos poderiam ser conquistados na corrida, o que significava que Massa ainda poderia ganhar o título, caso Hamilton terminasse abaixo da sexta colocação na corrida. Em caso de empate, Massa ganharia o campeonato nos critérios de desempate, já que tinha mais vitórias.[5] No restante do campeonato, Robert Kubica da BMW Sauber estava em terceiro lugar com 75 pontos, e Kimi Räikkönen, também da Ferrari, estava em quarto lugar com 69 pontos.[6] No campeonato dos construtores, a Ferrari liderava com 156 pontos, seguida pela McLaren com 145 pontos. Caso os dois pilotos da Ferrari (Massa e Räikkönen) terminassem nas seis primeiras colocações, a equipe garantiria o título, mesmo se os dois pilotos da McLaren (Hamilton e Kovalainen) terminassem nas primeiras colocações.[4][6] Antes desta corrida, Hamilton foi criticado por especialistas após comportamento no Grande Prêmio do Japão de 2008.[7][8][9]

Carro de David Coulthard na Corrida dos Campeões de 2008.

O ex-dirigente da Fórmula 1 Eddie Jordan afirmou que, caso Massa praticasse jogo sujo para conquistar o título, Lewis deveria estar pronto para isso.[7] Tanto Hamilton como Massa ignoraram a declaração. Massa disse que nunca cogitou a ideia de trapacear, e que estava pensando apenas em vencer a corrida.[9]

O fim de semana marcou a última corrida de David Coulthard. Seu carro foi estilizado nas cores da "Wings for Life", uma instituição de caridade dedicada à conscientização sobre lesões da medula espinhal. Coulthard disse que estava dedicando sua última corrida para conscientizar os riscos da paraplegia.[10] A Red Bull Racing recebeu a aprovação da Federação Internacional do Automóvel (FIA), organizador da Fórmula 1, para lançar o carro de Coulthard com cores diferentes do outro piloto da equipe Mark Webber.[10] Esta foi também a última corrida com transmissão da ITV no Reino Unido e Telecinco na Espanha, já que os direitos foram adquiridos pela BBC e La Sexta, respectivamente, para a próxima temporada.[11] Além disso, foi a última corrida da equipe Honda, já que anunciaram sua saída da Fórmula 1 devido à problemas financeiros.[12]

Treinos e classificação[editar | editar código-fonte]

Jarno Trulli da Toyota largou na segunda colocação.

Foram realizadas três sessões de treino antes da corrida. A primeira e a segunda foram realizadas na sexta-feira, pela manhã e pela tarde, respectivamente, e ambas as sessões duraram noventa minutos. A terceira sessão foi realizada no sábado de manhã, e durou uma hora.[5] As duas sessões na sexta-feira foram afetadas pela chuva, o que tornou a pista escorregadia.[13][14] Felipe Massa foi mais o rápido, com um tempo de 1:12.305 na primeira sessão, menos de dois décimos de segundo mais rápido do que Lewis Hamilton, seguido por Kimi Räikkönen, Robert Kubica, Heikki Kovalainen, Fernando Alonso e Mark Webber.[13] Na segunda sessão de treinos, Alonso fez a volta mais rápida, com um tempo de 1:12.296, menos de seis centésimos de segundo mais rápido do que Massa, no segundo lugar. Jarno Trulli ocupou o terceiro lugar, à frente de Räikkönen, Webber e Sebastian Vettel. Hamilton conquistou apenas o nono lugar, após enfrentar problemas com seu carro.[14] Kovalainen ficou na 15ª colocação. Durante a sessão da manhã de sábado, a temperatura na pista chegou a atingir os 36°C (97°F).[15] Alonso foi novamente o mais rápido, com um tempo de 1:12.141. Massa, Vettel e Nick Heidfeld completaram. Räikkönen conquistou apenas a décima segunda colocação.[16]

A sessão de qualificação no sábado à tarde foi dividida em três partes. A primeira parte teve um tempo de vinte minutos e eliminou os pilotos que terminassem abaixo da 16ª colocação. A segunda parte da qualificação durou quinze minutos e eliminou os pilotos que terminassem entre a 11ª e a 15ª colocação. A terceira e última parte da qualificação determinou os pilotos que largariam da primeiro a décima colocação.[5]

"Amanhã vou me concentrar na minha própria corrida. Será uma tarde difícil, mas estou tranquilo com a estratégia de combustível que escolhemos. Os pilotos a frente provavelmente estão com uma estratégia diferente. Mas estamos em uma boa posição para terminar no mesmo lugar que estamos hoje, e esse deve ser nosso objetivo. Não precisamos fazer nada de espetacular."

Lewis Hamilton, após a terceira sessão de qualificação.[17]

Felipe Massa conquistou sua sexta pole position da temporada e a terceira em Interlagos, com um tempo de 1:12.368. Junto com ele, na primeira fila estava Jarno Trulli, na segunda colocação.[18][19] Kimi Räikkönen estava na terceira colocação, elogiando seu desempenho na qualificação.[17] Lewis Hamilton se classificou em quarto, a cinquenta centésimos de segundo atrás de Massa.[19] Heikki Kovalainen ficou em quinto lugar. Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Nick Heidfeld, Sébastien Bourdais e Timo Glock completaram as dez primeiras colocações. Robert Kubica conquistou a 13ª colocação, mesmo fazendo uma boa sessão.[20] David Coulthard, em sua última corrida da Fórmula 1, qualificou em 14º. Rubens Barrichello, na 15ª colocação, foi mais rápido do que o companheiro de equipe, Jenson Button, que ficou em 17º. Os pilotos da Williams e Force India ficaram nas últimas posições.[18]

Grid de largada do Grande Prêmio

Resultados da classificação[editar | editar código-fonte]

Pos. Piloto Equipe Q1 Q2 Q3 Grid
1 2 Brasil Felipe Massa Ferrari 1:11.830 1:11.875 1:12.368 1
2 11 Itália Jarno Trulli Toyota 1:12.226 1:12.107 1:12.737 2
3 1 Finlândia Kimi Räikkönen Ferrari 1:12.083 1:11.950 1:12.825 3
4 22 Reino Unido Lewis Hamilton McLaren-Mercedes 1:12.213 1:11.856 1:12.830 4
5 23 Finlândia Heikki Kovalainen McLaren-Mercedes 1:12.366 1:11.768 1:12.917 5
6 5 Espanha Fernando Alonso Renault 1:12.214 1:12.090 1:12.967 6
7 15 Alemanha Sebastian Vettel Toro Rosso-Ferrari 1:12.390 1:11.845 1:13.082 7
8 3 Alemanha Nick Heidfeld BMW Sauber 1:12.371 1:12.026 1:13.297 8
9 14 França Sébastien Bourdais Toro Rosso-Ferrari 1:12.498 1:12.075 1:14.105 9
10 12 Alemanha Timo Glock Toyota 1:12.223 1:11.909 1:14.230 10
11 6 Brasil Nelson Piquet Jr. Renault 1:12.348 1:12.137 11
12 10 Austrália Mark Webber Red Bull-Renault 1:12.409 1:12.289 12
13 4 Polónia Robert Kubica BMW Sauber 1:12.381 1:12.300 13
14 9 Reino Unido David Coulthard Red Bull-Renault 1:12.690 1:12.717 14
15 17 Brasil Rubens Barrichello Honda 1:12.548 1:13.139 15
16 8 Japão Kazuki Nakajima Williams-Toyota 1:12.800 16
17 16 Reino Unido Jenson Button Honda 1:12.810 17
18 7 Alemanha Nico Rosberg Williams-Toyota 1:13.002 18
19 21 Itália Giancarlo Fisichella Force India-Ferrari 1:13.426 19
20 20 Alemanha Adrian Sutil Force India-Ferrari 1:13.508 20
Fonte:[21]

Corrida[editar | editar código-fonte]

Felipe Massa, vencedor do Grande Prêmio.

O clima estava nublado e úmido e a temperatura estava em 28°C (82°F),[22] com previsão de chuva e trovoadas.[23] A corrida deveria começar às 15h (UTC-2), mas foi adiada em dez minutos quando fortes chuvas atingiram a pista às 14h56.[22] Todas as equipes mudara o tipo do pneu, do macio para o intermediário.[22][24][25]

Massa manteve a liderança da corrida na primeira curva, seguido por Trulli, Räikkönen, Hamilton e Kovalainen. Coulthard foi atingido por trás por Nico Rosberg na segunda curva, colidindo com Kazuki Nakajima. A colisão danificou a suspensão e tirou Coulthard de sua última corrida.[26][27][28] Piquet saiu na curva seguinte, quando o carro bateu na mureta da pista. Kovalainen foi ultrapassado por Alonso e Vettel na metade da volta, deixando ele na sétima colocação.[22] Os acidentes de Coulthard e Piquet causaram a entrada do carro de segurança no final da primeira volta. Giancarlo Fisichella, da Force India, foi o primeiro piloto a entrar no pit stop, no final da segunda volta, permanecendo na 18ª colocação.[29][30] A corrida retornou ao normal na quinta volta, quando o carro de segurança saiu da pista.[25] Rosberg e Button pararam nos boxes na sétima volta. Bourdais, Glock, Adrian Sutil e Nakajima pararam uma volta depois. Na 11ª volta, todos os pilotos trocaram os pneus para os macios.[22][31] Fisichella, que havia trocado na segunda volta, aproveitou que todos estavam parados e subiu para a quinta colocação.[29]

Ao terminar a corrida na décima primeira colocação, Robert Kubica cedeu o terceiro lugar no campeonato a Kimi Räikkönen.

Nakajima saiu da pista na 13ª volta, perdendo cinco segundos de corrida.[22] Na 15ª volta, Massa fez a volta mais rápida até o momento, com 1:16.888, e ampliou sua vantagem sobre Vettel.[22] Hamilton permaneceu atrás de Fisichella e, apesar de seu carro estar mais rápido, ele não conseguiu ultrapassá-lo até a 18ª volta.[22] Glock ultrapassou Fisichella duas voltas depois. Trulli e Bourdais colidiram na 20ª volta, saindo da pista. Bourdais perdeu seis posições e voltou ao 13º lugar.[25][32] Massa e Vettel fizeram as voltas mais rápidas até o momento, com Vettel fazendo 1:14.214 na 25ª volta e Massa fazendo 1:14.161 uma volta depois.[25][33] No entanto, Vettel fez uma parada nos boxes logo após, voltando à sexta posição.[25][33] Kovalainen ultrapassou Trulli e Fisichella, conquistando a sétima posição.[22] Na 36ª volta, Massa estabeleceu a volta mais rápida da corrida, com 1:13.736.[32]

Timo Glock reabasteceu na volta 36, para que completasse a corrida sem parar novamente.[22] Massa parou no pit stop na volta 38. Alonso e Hamilton pararam duas voltas depois. Quando Räikkönen fez um pit stop na volta 43, Massa recuperou a liderança e ficou à frente de Alonso. Räikkönen voltou à frente de Hamilton, em terceiro lugar.[29][31] A parada de Fisichella foi prejudicada devido a problemas de transmissão, fazendo com que caísse para a 18ª posição.[22][34] Vettel parou novamente na volta 51, para que não precisasse parar novamente, voltando na quinta posição.[22] Na volta 54, Massa ampliou sua vantagem sobre Alonso para 9,6 segundos. Vettel estava se aproximando rapidamente de Hamilton, o piloto da McLaren precisava terminar a partir da quinta colocação para ganhar o campeonato.[22]

A chuva leve começou a cair na volta 63.[25] Heidfeld fez uma parada e mudou seus pneus para intermediários, tentando repetir a estratégia usada no Grande Prêmio da Bélgica, o que levou o alemão ao pódio. Kovalainen fez uma parada na volta 65; Alonso e Räikkönen fizeram mais uma parada na volta seguinte. Hamilton e Vettel pararam e colocaram pneus intermediários na volta 66.[22][31] Glock permaneceu com seus pneus de pista seca e subiu para a quarta posição.[35] Massa parou na volta 67, fazendo com que os dez primeiros, com exceção de Glock, estavam com pneus intermediários. A chuva piorou a partir da volta 69, quando Vettel assumiu a quinta posição. Quando Massa cruzou a linha de chegada para ganhar a corrida, Hamilton passou Vettel, assumiu a sexta colocação e passou a conquistar o campeonato mundial. Os dois ainda passaram Glock nos momentos finais, o já que ele era o único com pneus de pista seca.[22] Ao terminar a corrida na quinta posição, Hamilton conquistou o campeonato mundial com um ponto de diferença de Massa, sendo o piloto mais jovem a conquistar um campeonato mundial até o título de Vettel em 2010. O terceiro lugar de Räikkönen atrás de Alonso foi suficiente para garantir à Ferrari o título dos construtores. Após o término da corrida, um dos carros da Honda incendiou-se.[35]

Pilotos por ordem de chegada ao final da corrida

Pós-corrida[editar | editar código-fonte]

"Antes de começar a chover, fiquei bastante confortável, e estava focado em ter uma corrida limpa. Então começou a chuviscar e eu não queria correr nenhum risco - mas o Sebastian [Vettel] passou por mim, e me disseram que eu tinha que passar a frente dele. Eu não pude acreditar. Então, na última curva, consegui passar pelo Timo [Glock] - foi incrível. Esta foi uma das corridas mais difíceis da minha vida, se não a mais difícil. Eu estava gritando: 'Eu tenho isso? Eu tenho isso?' no rádio. Foi aí que vi a bandeira quadriculada e ouvi a equipe me dizendo que eu era campeão mundial. Eu estava em êxtase."
Hamilton comemorando com sua equipe após a corrida

Os três primeiros colocados subiram ao pódio e participaram da conferência de imprensa logo em seguida. Massa afirmou que "fez quase tudo perfeitamente" e expressou sua decepção por não ter vencido o campeonato, apesar de vencer a corrida. No entanto, ele deu seus parabéns para Hamilton por seu título.[37]

O companheiro de Massa na Ferrari, Kimi Räikkönen, expressou desapontamento com o resultado do Campeonato de Pilotos, mas reconheceu o apoio de sua equipe, comemorando a vitória no campeonato de construtores.[37] O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, teria ficado tão furioso com o resultado que destruiu a televisão na qual estava assistindo a corrida.[38] O chefe da McLaren, Ron Dennis, elogiou Hamilton, dizendo: "Ele apenas continua entregando e, no final do dia, ele tem apenas dois anos de carreira. Então, há um longo caminho a percorrer".[39]

Hamilton recebeu as congratulações oficiais da rainha Elizabeth II e do primeiro-ministro britânico Gordon Brown, além do líder da oposição David Cameron.[40] Os ex-campeões da Fórmula 1 também parabenizaram Hamilton, entre eles, o campeão de 1996, Damon Hill, chamou o piloto da McLaren de "um dos maiores pilotos que tivemos no Reino Unido".[41] O heptacampeão Michael Schumacher elogiou Hamilton e Massa, dizendo que o desempenho de ambos pilotos indicava suas habilidades vencedoras.[42] Massa também foi elogiado por sua esportividade após a corrida;[43][44]

Felipe Massa no pódio depois da corrida

No entanto, Eddie Jordan disse que Hamilton "não se deu a melhor chance de vencer o campeonato e teve muita sorte". O ex-chefe da equipe caracterizou a estratégia da McLaren como um "desastre".[45] Diversos sites de notícias da categoria expressaram descrença no resultado: "Foi um confronto tão improvável que até mesmo Hollywood não teria feito um filme dele. Os roteiristas teriam rido nos estúdios".[46] O escritor da revista Autosport, Adam Cooper, caracterizou a corrida como "épica". Depois de analisar outras decisões de título na Fórmula 1, Cooper concluiu que "nada jamais igualou o que foi visto no Brasil".[47]

Timo Glock permaneceu afirmando que a decisão de permanecer em pneus de clima seco, quando outras equipes estavam colocando pneus de chuva, foi correta: "Estávamos em sétimo lugar antes da chegada da chuva e provavelmente teríamos terminado lá se tivesse sido totalmente seco. Em vez disso, terminamos em sexto, o que mostra que a estratégia foi a certa". Glock acrescentou que as condições eram muito ruins: "Eu nem sabia que Lewis havia me ultrapassado até depois da corrida".[48]

O final de Robert Kubica na décima primeira posição custou a perda do terceiro lugar no campeonato para Kimi Räikkönen. Após a corrida, Kubica disse: "Cometemos muitos erros durante o final de semana e este é o resultado". Sua equipe disse que eles receberam as informações erradas sobre as condições da pista no início da corrida, o que os levou a manter o carro do piloto polonês em pneus de clima seco quando o resto do campo mudou para intermediários.[24]

David Coulthard expressou seu desapontamento por conta do acidente na sua última corrida de Fórmula 1, afirmando: "estou muito destruído, não é como eu queria terminar minha carreira". O piloto escocês disse que planejava fazer rosquinhas para a platéia, uma comemoração típica na Fórmula 1. Coulthard deixou a Fórmula 1 depois de 15 anos, com 246 largadas e 13 vitórias. O chefe da equipe da Red Bull, Christian Horner, disse: "É uma grande vergonha para David ser eliminado de seu último Grand Prix na primeira curva, mas ele pode olhar para trás em uma carreira longa e ilustre, na qual ele conseguiu um ótimo desempenho". Coulthard continuou a trabalhar para a Red Bull em 2009 como consultor de testes e desenvolvimento.[49]

Resultados da corrida[editar | editar código-fonte]

Pos. Piloto Construtor Voltas Tempo/Diferença Grid Pontos
1 2 Brasil Felipe Massa Ferrari 71 1:34:11.435 1 10
2 5 Espanha Fernando Alonso Renault 71 + 13.298 6 8
3 1 Finlândia Kimi Räikkönen Ferrari 71 + 16.235 3 6
4 15 Alemanha Sebastian Vettel Toro Rosso-Ferrari 71 + 38.011 7 5
5 22 Reino Unido Lewis Hamilton McLaren-Mercedes 71 + 38.907 4 4
6 12 Alemanha Timo Glock Toyota 71 + 44.368 10 3
7 23 Finlândia Heikki Kovalainen McLaren-Mercedes 71 + 55.074 5 2
8 11 Itália Jarno Trulli Toyota 71 + 1:08.433 2 1
9 10 Austrália Mark Webber Red Bull-Renault 71 + 1:19.666 12
10 3 Alemanha Nick Heidfeld BMW Sauber 70 + 1 volta 8
11 4 Polónia Robert Kubica BMW Sauber 70 + 1 volta 13
12 7 Alemanha Nico Rosberg Williams-Toyota 70 + 1 volta 18
13 16 Reino Unido Jenson Button Honda 70 + 1 volta 17
14 14 França Sébastien Bourdais Toro Rosso-Ferrari 70 + 1 volta 9
15 17 Brasil Rubens Barrichello Honda 70 + 1 volta 15
16 20 Alemanha Adrian Sutil Force India-Ferrari 69 + 2 voltas 20
17 8 Japão Kazuki Nakajima Williams-Toyota 69 + 2 voltas 16
18 21 Itália Giancarlo Fisichella Force India-Ferrari 69 + 2 voltas 19
Ret 6 Brasil Nelson Piquet Jr. Renault 0 Acidente 11
Ret 9 Reino Unido David Coulthard Red Bull-Renault 0 Colisão 14
Fonte:[2]

Tabela do campeonato após a corrida[editar | editar código-fonte]

  • Nota: Somente as primeiras cinco posições estão listadas e os campeões da temporada surgem grafados em negrito.

Notas

  1. Voltas na liderança: Felipe Massa 64 voltas (1-9; 12-38; 44-71), Jarno Trulli 2 voltas (10-11), Fernando Alonso 2 voltas (39-40), Kimi Räikkönen 3 voltas (41-43).

Referências

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