Gregório Gabras – Wikipédia, a enciclopédia livre

Gregório Gabras
Nacionalidade Império Bizantino
Progenitores Mãe: Irene [Taronitissa]
Pai: Teodoro Gabras
Cônjuge [Maria] Comnena (filha de Isaac Comneno)
Maria Comnena (filha de Aleixo I)

Gregório Gabras (em grego: Γρηγόριος Γαβρᾶς) foi o filho do governador bizantino de Trebizonda, Teodoro Gabras. Quando esteve visitando a capital imperial, Constantinopla, com seu pai, envolveu-se amorosamente com a filha do sebastocrator Isaac Comneno. Tempos depois, quando sua mãe faleceu e seu pai casou-se novamente, desta vez com uma nobre alana, seu noivado foi desmanchado dado ao parentesco entre seu pai e sua noiva, e para evitar que Teodoro se rebelasse, o imperador Aleixo I Comneno (r. 1081–1118) manteve Gregório como refém, prometendo casá-lo com uma de suas filhas. Mais tarde, após uma tentativa frustrada de Teodoro para resgatá-lo da capital, e dado os maus-tratos de seu tutor, o eunuco Miguel, Gregório arquitetou um plano para escapar da capital, porém acabou sendo traído por seus co-conspiradores e foi preso em Filipópolis.

História[editar | editar código-fonte]

Fólis de cobre cunhado em Trebizonda sob Teodoro Gabras

Vida em Constantinopla[editar | editar código-fonte]

temas bizantinos em 950. o Tema da Cáldia está situado no extremo nordeste da Anatólia

Gregório foi filho de Teodoro Gabras, um notório comandante militar e governador de Trebizonda, com uma mulher de nome desconhecido. Quando Gregório estava com seu pai em Constantinopla durante o final dos anos 1080, ele envolveu-se com a filha do irmão do imperador Aleixo I Comneno, o sebastocrator Isaac Comneno. Gregório foi deixado na corte imperial e seu pai retornou para Trebizonda. Pouco tempo depois, a mãe de Gregório morre, e seu pai logo se casou novamente, desta vez com uma nobre dos alanos, o que fez dele o primeiro primo da esposa de Isaac Comneno.[1] Quando isto tornou-se conhecido na capital, o noivado de Gregório foi discretamente rompido, pois eles eram agora considerados parentes próximos e, de acordo com as leis civis e eclesiásticas, tais casamentos são proibidos.[2] Aleixo, contudo, estava preocupado com a reação de Teodoro, então ele manteve Gregório na corte como um refém de modo a assegurar o bom comportamento de Teodoro, tranquilizando o governador com a alegação que ele estava pensando em casar Gregório com uma de suas filhas, a princesa Maria Comnena.[1]

Por 1091, Teodoro retornou para a capital e arquitetou um plano para raptar seu filho e levá-lo para Trebizonda. Levou o menino tão longe quanto o porto de Fatos antes de fugir de navio pelo Êuxino. Aleixo foi logo avisado e ele respondeu enviando uma esquadra de navios para capturar pai e filho. Eles alcançaram Teodoro próximo da cidade de Egino e aconselharam-o a entregar seu filho para os representantes do imperador. Para convencê-lo, mais uma vez reiteraram o desejo do imperador de casar Gregório com uma das filhas dele. Vendo que não tinha alternativa, Teodoro obedeceu e Gregório logo encontrou-se mais uma vez dentro de Constantinopla.[1]

Desafio contra Aleixo I[editar | editar código-fonte]

Iluminura de Aleixo I Comneno (r. 1081–1118)

Em seu retorno Aleixo apenas ratificou o contrato de casamento com as formalidades legais e colocou Gregório sob os cuidados de um dos serventes do imperador, o eunuco Miguel. Miguel logo instituiu um programa educacional e marcial rigoroso para o garoto, que Gregório logo ressentiu. Ele não gostava de seu tutor, e teve dificuldade em seguir as regras, e estava irritado por não ter sido tratado com o respeito que um futuro membro da família imperial merecia. Seus pensamentos logo transformaram-se em como ele poderia escapar da corte e retornar para seu pai.[1]

Reunindo um pequeno grupo de conspiradores, alguns dos quais soldados próximos ao imperador, Gregório delineou seus planos para escapar. Um deles, porém, delatou os planos de fuga para Aleixo, mas o imperador se recusou a acreditar. Aqueles poucos que eram leais a Aleixo então arquitetaram uma conspiração para capturar o desavisado Gregório e seus apoiantes em flagrante. Quando Gregório insistiu que ele queria fugir de Constantinopla imediatamente, eles contaram-lhe que não iriam ajudá-lo nessa empreitada a menos que ele garantisse seu plano por um juramento. Gregório concordou e então eles o levaram para a igreja onde um suposto prego usado na crucificação de Jesus Cristo estava guardado. Lá, disseram-lhe para roubar a relíquia sagrada e trazê-la de modo que pudesse jurar por ela. Gregório, sendo jovem e ingênuo, ouviu-os e roubou o objeto sagrado.[1]

Nesse momento, um dos homens que tinha mantido o imperador a par da conspiração foi buscar alguns dos guardas e voltou gritando "Olha, aqui é Gabras, e o prego sagrado está dentro de suas roupas ao lado de seu peito". Gregório foi preso e trazido para a presença do imperador, onde o prego foi revelado. Sendo questionado, admitiu tudo enquanto também revelou o nome de seus apoiantes. Aleixo o considerou culpado e enviou-o para Jorge Mesopotamita, duque de Filipópolis, que foi instruído a mantê-lo preso em uma das torres da cidade. Os co-conspiradores de Gregório foram todos banidos ou presos.[1]

Referências

  1. a b c d e f Ana Comnena 1148, p. VIII.IX.
  2. «Chapter 1. KOMNENOS, EMPERORS 1057-1059, 1081-1185» (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2013 

Biografia[editar | editar código-fonte]