Guerra Imjin – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guerra Imjin

Exército japonês desembarcando em Busan.
Data 1592-1598
Local Península Coreana
Desfecho Vitória chinesa e coreana.
Expulsão dos japoneses da Península Coreana.
Beligerantes
Japão. Coreia
China
Jurchen Jianzhou
Comandantes
Toyotomi Hideyoshi
Katō Kiyomasa
Konishi Yukinaga
Kuroda Nagamasa
Tōdō Takatora
Katō Yoshiaki
Mōri Terumoto
Ukita Hideie
Kuki Yoshitaka
Sō Yoshitoshi
Kobayakawa Takakage
Wakizaka Yasuharu
Shimazu Yoshihiro
Kurushima Michifusa
Rei Seonjo
Príncipe Gwanghae
Yi Sun-sin
Gwon Yul
Yu Seong-ryong
Yi Eok-gi
Won Gyun
Kim Myeong-won
Yi Il
Sin Rip
Gwak Jae-u
Kim Si-min
China:
Imperador Wanli
Li Rusong
Li Rubai
Ma Gui
Qian Shi-zhen
Ren Ziqiang
Yang Yuan
Zhang Shijue
Chen Lin
Forças
Exército Japonês: 1°ataque(1592-1593) 160 000~235 000
2°ataque(1597-1598) 140 000+
Exército Coreano: 84 500 (no início da guerra) Pelo menos 22 600 voluntários coreanos ou insurgentes.
Exército Chinês: 1°ataque (1592-1593) 43 000+[1]
2°ataque (1597-1598) 100 000[2]
Baixas
Japão: 130 000 militares Coreia: 300 000 militares[3]
China: 30 000 militares[4][5]
O total de vítimas civis e militares é estimado em

1 000 000

A Guerra Imjin foi um conflito armado travado entre 1592 e 1598 na qual se envolveram três países asiáticos: Japão, China e Coreia. O regente japonês Toyotomi Hideyoshi,[6] um dos "grandes pacificadores do Japão",[7] decidiu conquistar a China,[8] e solicitou a assistência da dinastia Joseon, assim como livre trânsito através da Península Coreana.[9] Uma vez que a Coreia era um país vassalo da dinastia Ming, tal pedido foi rejeitado. Hideyoshi, então, começou a preparar as tropas e convocou daimyō (senhores feudais) distintos para a invasão do país, que foi iniciada em 1592.[10]

Depois de um rápido e eficaz avanço das tropas japonesas pelo território coreano, a campanha naval do Almirante Yi cortou o fornecimento de recursos para os invasores, obrigando-os a parar seu avanço. A milícia coreana, junto com a intervenção do exército chinês, obrigou o governo japonês a iniciar relações de paz com a China em 1593. Após os pedidos de Hideyoshi terem sido negados, a guerra entrou em uma nova fase em 1597, quando se retomaram as hostilidades.[11] O confronto terminou em 1598 com a retirada total das tropas invasoras seguinte a morte de Hideyoshi.[12]

Ainda que geralmente sejam consideradas como duas invasões isoladas, na verdade houve presença japonesa durante o período entre as invasões, fazendo com que alguns historiadores considerem o conflito como uma só guerra.[13]

Este acontecimento foi o primeiro na Ásia a utilizar exércitos com números elevados de soldados portando armas modernas[14] e representou um dano severo para a Coreia. Este país sofreu a perda de 66% de suas terras cultiváveis[15] e a extração forçada de artesões e acadêmicos ao Japão, levando ao desenvolvimento da ciência naquele país.[16] Outra perda importante aconteceu no aspecto histórico e cultural, uma vez que muitos registros foram queimados junto com vários palácios imperiais em Seul. China viu exauridas as suas finanças e, como consequência, a dinastia Ming ficou significativamente debilitada. Isto facilitaria a ascensão ao poder da dinastia Qing.[17]

Este conflito é conhecido por vários nomes, entre eles: "Invasões de Hideyoshi à Coreia", "Guerra dos Sete Anos", "Invasões Japonesas na Coreia" ou "Guerra Renchen para defender a Nação". O enfrentamento recebe este último título, assim como Guerra Imjin, por ter acontecido durante o ano conhecido como "Renchen" ou "Imjin" do ciclo sexagenário na China e na Coreia, respectivamente.

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

Nome coreano
Hangul 임진왜란 / 정유재란
Hanja 壬辰倭亂 / 丁酉再亂
Romanização revisada Imjin waeran / Jeong(-)yu jaeran
McCune-Reischauer Imjin waeran / Chŏng'yu chaeran
Nome japonês
Kanji 文禄の役 / 慶長の役
Hepburn Bunroku no Eki / Keichō no Eki
Nome chinês
Chinês tradicional 壬辰衛國戰爭(萬曆朝鮮之役)
Chinês simplificado 壬辰卫国战争(万历朝鲜之役)
Pinyin Rénchén Wèiguó Zhànzhēng (Wànlì Cháoxiǎn Zhīyì)

Em coreano, a primeira invasão foi conhecida como Rebelião dos piratas japoneses de Imjin (Imjin Waeran) — uma vez que 1592 foi o ano Imjin (임진), segundo o ciclo sexagenário. A invasão nunca foi chamada pelos historiadores coreanos da época como "guerra", pois consideravam seu país como um povo superior ao Japão. A segunda invasão ficou conhecida como Segunda guerra de Jeong-yu.[18]

No lado japonês, a primeira invasão ficou conhecida como Guerra de Bunroku (文禄の役 Bunroku no eki?), pois aconteceu precisamente durante a era japonesa de Bunroku (1592 - 1596). A segunda invasão foi conhecida como Guerra de Keichō (慶長の役 Keichō no eki?).[19]

Em chinês, a guerra é conhecida como Guerra Renchen para defender a Nação (pelo mesmo motivo que na Coreia; o nome do ano correspondente a 1592 no ciclo sexagenário é conhecido naquele país como Renchen) ou como Campanha de Wanli na Coreia, em homenagem ao imperador reinante.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Localização das oito províncias da Coreia: Pyongan, Hamgyong, Hwanghae, Gangwon, Gyeonggi, Chungcheong, Gyeongsang e Jeolla.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Dinastia Joseon e História da Coreia
Ver artigos principais: Dinastia Ming e História da China

Coreia e China antes da guerra[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: História da Coreia e História da China

Em 1392, o general coreano Yi Seong-gye liderou um golpe de estado para derrubar o Rei U da dinastia Goryeo, estabelecendo assim a Dinastia Joseon.[20] Esta dinastia recebeu o reconhecimento da China e se integrou ao seu sistema tributário sob o preceito conhecido como Mandato do céu, uma filosofia através da qual justificavam a legitimidade ou ilegitimidade de um governo.[21]

Tanto a dinastia coreana de Joseon como a Ming da China compartilhavam muitos aspectos: ambas emergiram durante o século XIV com a queda do governo mongol, ambas estabeleceram os princípios do confucionismo como ideais de sociedade e governo, além de lutarem contra ameaças estrangeiras similares (como os piratas jurchen ou os piratas japoneses wakō).[22] Internamente, tanto China como Coreia sofriam com disputas entre as diversas facções políticas. Este fator teve uma influência considerável nas decisões tomadas pelo governo coreano antes da guerra e pelo governo chinês durante a guerra.[23][24] A dependência econômica mútua, assim como os inimigos em comum, resultou em uma relação amistosa e próspera entre os países.

Os preparativos de Hideyoshi[editar | editar código-fonte]

Retrato de Toyotomi Hideyoshi, desenhado em 1601.

No final do século XVI, Toyotomi Hideyoshi, seguindo os passos de seu antigo senhor, Oda Nobunaga, havia conseguido unificar o Japão momentaneamente, o que significou um breve período de paz. Uma vez que Hideyoshi não possuía uma ascendência real nem era procedente de nenhum dos clãs japoneses históricos, nunca lhe foi atribuído o título de shōgun (将軍?); ao invés disso, recebeu um título menor: o de kanpaku (関白 regente?). Por esta razão, buscou legitimar seu governo através do poder militar e ao mesmo tempo reduzir a dependência quanto ao Imperador do Japão.[25] Algumas fontes afirmam que Hideyoshi planejou a invasão à China para cumprir a missão de Nobunaga,[26] assim como para diminuir o risco de uma possível rebelião interna devido ao excesso de samurais e soldados no país.[27] Outra possível motivação de Hideyoshi era a de subjugar os estados vizinhos menores (por exemplo Ryūkyū, Luzon, Taiwan e Coreia).[25]

A derrota do clã Hōjō tardio em 1590[28] finalmente levou o país a uma segunda etapa de "pacificação",[29] e assim Hideyoshi começou os preparativos para a batalha seguinte. No início de março de 1591, o daimyō de Kyūshū construiu o Castelo de Nagoya, o qual foi planejado para ser o centro de mobilização das tropas invasoras.[30] Em 1592, Hideyoshi enviou uma carta às Filipinas demandando tributo e afirmando que o Japão já o recebia da Coreia e do Reino de Ryukyu.[31]

Como preparativo para a guerra, desde o início de 1586 havia começado a construção de 2 000 barcos.[32] Para ter uma ideia da força militar coreana, Hideyoshi enviou uma força de ataque de 26 barcos à costa do sul da Coreia em 1587. A partir deste ataque concluiu que a armada coreana era incompetente.[33] No campo diplomático, Hideyoshi tratou de favorecer relações amistosas com a China e ajudou a vigiar as rotas de comércio contra os piratas wakō.[34]

Relações diplomáticas entre Japão e Coreia[editar | editar código-fonte]

Vestimenta utilizada na Coreia durante o reinado da dinastia Joseon.

Em 1587, durante o reinado do Rei Seonjo,[35] Hideyoshi enviou Tachibana Yasuhiro à Coreia[36] com o objetivo de restabelecer as relações diplomáticas rompidas desde 1555 devido a um grande ataque pirata japonês.[37] Com o restabelecimento destas, Hideyoshi esperava poder induzir a Corte Yi a se unir ao Japão em uma guerra contra a China.[38] Yasuhiro — um samurai com uma atitude desafiante quanto aos oficiais coreanos e seus costumes, que os considerava bárbaros — não logrou êxito em receber a promessa de futuras missões diplomáticas por parte da Coreia.[39] Em cerca de 1589, uma segunda embaixada de Hideyoshi encabeçada por Sō Yoshitoshi (ou Yoshitomo)[40] chegou à Coreia e obteve garantias para serem recebidos em troca de rebeldes coreanos que haviam se refugiado no Japão.[39]

Em abril de 1590, os embaixadores coreanos Hwang Yun-gil e Kim Saung-il, entre outros,[41] partiram rumo à Kioto, onde tiveram que esperar por cerca de dois meses enquanto Hideyoshi concluía a campanha de Odawara contra os Hōjō.[42] Em seu regresso, trocaram presentes cerimoniais e lhe entregaram uma carta do Rei Seonjo.[42] Hideyoshi tinha presumido que os embaixadores haviam chegado para pagar vassalagem, porque não os recebeu com o tratamento oficial requerido em assuntos diplomáticos. Por fim, os embaixadores coreanos solicitaram uma resposta de Hideyoshi a carta do Rei da Coreia, uma vez que tiveram que esperar 20 dias na porta de Sakai.[43] Na carta, Hideyoshi comunicou formalmente sua intenção de que a Coreia se submetesse ao Japão e o apoiasse em sua guerra contra a China.[44]

Com o regresso dos embaixadores, a corte Yi promoveu uma série de discussões relacionadas ao convite japonês.[45] Enquanto que Hwang Yun-gil entregou a Corte seus cálculos quanto à força militar que o Japão possuía, Kim Saung-il afirmou que a ameaça de Hideyoshi não era real. Além disso, muitos consideraram que o Japão não possuía uma força suficiente para iniciar uma guerra. Ainda que o Rei Seonjo tenha considerado inicialmente que os Ming deviam ser informados das intenções japonesas, para evitar suspeitas que poderiam comprometer o país como aliado do Japão, por fim decidiu esperar o decorrer dos acontecimentos.[46]

Em uma terceira missão diplomática, os enviados do Rei Seonjo repreenderam Hideyoshi por desafiar o sistema tributário chinês. Hideyoshi respondeu com uma carta forte e desrespeitosa, a qual foi ignorada na Coreia uma vez que não havia sido entregue em pessoa, segundo seus costumes.[47] Em 1592, após a segunda negativa, Hideyoshi decidiu armar suas tropas para lutar contra a Coreia. Este último, por sua vez, considerava que a tentativa de invasão de Hideyoshi não seria mais séria que os ataques piratas que havia enfrentado anteriormente.[48]

Ordem de batalha[editar | editar código-fonte]

Capacidade militar[editar | editar código-fonte]

Vestimenta típica de um arqueiro coreano na época da dinastia Joseon.

As principais ameaças à China e Coreia antes do conflito eram representadas pelos Jurchen, que atacavam ao longo da fronteira norte, e pelos piratas japoneses wakō, que atacavam os povos costeiros e barcos mercantes.[49][50] Para fazer frente aos Jurchen, os coreanos desenvolveram uma frota poderosa, construíram uma linha defensiva de castelos ao longo do rio Tumen e tomaram o controle da ilha de Tsushima.[51] O sistema defensivo utilizado durante este período de relativa paz fez com que os coreanos dependessem de uma artilharia pesada, de fortificações e barcos de guerra. Com a introdução da pólvora durante o reinado da dinastia Goryeo, a Coreia desenvolveu canhões muito avançados que eram utilizados com eficácia em combates no alto mar. Ainda que a China fosse seu principal provedor de novas tecnologias militares, a Coreia excedia a qualidade da fabricação tanto de canhões como barcos da época.[52]

O Japão, por outro lado, estava sumido por um longo período devido a conflitos civis, que perduravam por mais de um século. Este período é conhecido como Sengoku ou "período dos estados em guerra". Por causa destes conflitos, sua orientação militar focava no uso de arcabuzes, adotados a partir dos portugueses.[53]

As diferenças geopolíticas destes países contribuíram para que os japoneses tivessem grande êxito nos combates em terra e os coreanos em alto mar.[54] Uma vez que o Japão havia passado por conflitos bélicos continuamente desde os meados do século XV, Hideyoshi possuía meio milhão de soldados treinados a sua disposição.[55] Estes também eram considerados como o exército mais profissional da Ásia, na época.[56] A visão da Coreia sobre o Japão era de um povo caótico que não representava uma ameaça real para a sua segurança e também que uma invasão por parte deste país não seria mais difícil de conter do que os piratas wakō, que haviam combatido e derrotado anteriormente.[57]

Enquanto a situação militar na Coreia, o oficial Yu Seong-ryong se assegurava que "não havia um general coreano entre cem que conhecia os métodos de instrução de soldados".[58] Os soldados estavam desorganizados e deficientemente capacitados e equipados,[59] e eram utilizados principalmente em projetos de construção, como os muros dos castelos.[60]

Problemas com a política de defesa na Coreia[editar | editar código-fonte]

A Coreia contava com alguns castelos nas montanhas, como este. Contudo, existiam outras fortificações com estruturas e defesas pobres.

Existiam vários problemas com a organização do exército coreano. Um exemplo disto era o fato de que os oficiais locais não podiam responder a uma invasão estrangeira por conta própria, a menos que um general, nomeado diretamente pela corte, chegasse ao local com um exército recém-mobilizado. Esta política tinha muitas desvantagens, uma vez que as forças da área permaneciam detidas até que o comandante designado, com seu próprio exército, chegasse a cena e tomasse o controle. Por outro lado, os generais enviados eram procedentes, na maioria das ocasiões, de outra região, portanto, não estavam familiarizados com as condições topográficas, a tecnologia disponível ou a mão-de-obra existente na região invadida.[61]

Quanto as construções fortificadas, o principal tipo na península era o chamado Sanseong ou castelos de montanha.[62] Este tipo de fortificação geralmente consistia de muros de pedra de altura baixa construídos ao redor das montanhas em forma de serpentina.[56]

Força das tropas[editar | editar código-fonte]

Hideyoshi mobilizou seu exército para o Castelo de Nagoya em Kyūshū, o qual acabara de ser construído com o único objetivo de servir de alojamento às forças invasoras e reservas.[63] A primeira invasão consistiu de nove divisões que totalizavam 158 800 soldados. Destes, 21 500 permaneceram nas ilhas de Tsushima e Iki como reservas.[64]

Por outro lado, a dinastia Joseon somente possuía poucas unidades militares e sua defesa dependia em muito da mobilização dos civis em casos de emergência.[60] Durante a primeira invasão, o governo coreano contou com 84 500 tropas regulares, as quais se uniram 22 000 voluntários.[65] O governo chinês nunca manteve mais de 60 000 soldados na Coreia durante todo o conflito,[66] enquanto os japoneses utilizaram cerca de 500 000 soldados ao longo da guerra.[55]

Confronto[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Cronologia da Guerra Imjin

Primeira invasão (1592 - 1593)[editar | editar código-fonte]

Mapa com as campanhas navais do Almirante Yi Sun-Shin entre maio e setembro de 1592, durante a invasão japonesa.

A principal ambição de Toyotomi Hideyoshi,que havia acabado de unificar o Japão era conquistar a Dinastia Ming da China, e em abril, 1592 reuniu um exército de 200 000 para invadir a Coreia, que era um reino que estava florescendo e tencionava uma aliança com a China.

Durante a primeira campanha das invasões do Hideyoshi à Coreia, o exército japonês ocupou Seoul em maio de 1592 e alcançou rapidamente Pyongyang em três meses. Esse feito contou com um grande número colaboradores coreanos que viam o exército invasor como um libertador do rei da Dinastia Joseon da Coreia.

Depois que a China mandou seus reforços militares em apoio à Coreia, os japoneses perderam Pyongyang e retornaram a Seoul em janeiro de 1593. Durante conversas da paz, Hideyoshi exigiu uma divisão da Coreia, como condição de um tratado, e uma princesa chinesa como o consorte para o imperador.

Os chineses, entretanto, não viram nenhuma razão para tratar os invasores como iguais, e os esforços da paz alcançaram um impasse.

Resposta da Dinastia Joseon[editar | editar código-fonte]

Após receber a notícia dos ataques japoneses, o governo Joseon nomeou o General Yi Il como comandante das fronteiras.[67] Ele se dirigiu a Myongyong, local situado estrategicamente na passagem de Choryong, para reunir suas tropas, porém teve que viajar até a cidade de Daegu para reunir todo o seu exército. Uma vez reunidas, as tropas regressaram a Sangju, com a exceção dos sobreviventes da batalha de Dongnae, que permaneceram na retaguarda da passagem de Choryong.

Em 4 de junho,[68] o General Yi comandou uma tropa de menos de 1 000 soldados, situando-se no topo das pequenas colinas com o objetivo de enfrentar à primeira divisão que avançava sobre eles.[69] Ao avistar uma coluna de fumaça, Yi supôs que se tratava de um incêndio provocado pelos invasores e decidiu enviar um explorador para se certificar. O explorador, ao se aproximar de uma ponte, sofreu uma emboscada e foi decapitado por soldados japoneses, o que desmoralizou os soldados coreanos.[69] Momentos depois, começou o episódio conhecido como Batalha de Sangju, com um ataque japonês utilizando armas de fogo, ao passo que as tropas coreanas responderam lançando flechas que percorriam distâncias curtas. As forças japonesas se dividiram em três: uma para atacar a frente, enquanto que as outras para atacar os flancos. A batalha terminou com a fuga do General Yi, após contabilizar 700 baixas.[69]

Arcabuz japonês da era Edo.

Depois de recuar, o General Yi planejou utilizar a passagem de Choryong para vigiar o avanço do inimigo.[69] Contudo, o comandante Sin Rip chegou a área com uma divisão de cavalaria, de modo que as tropas, estimadas em 8 000 homens, foram conduzidas à fortaleza Chungju, a qual se encontrava por cima da passagem. General Sin Rip decidiu então enfrentar o exército japonês em campo aberto, com a finalidade de aproveitar sua cavalaria, para que as tropas se reorganizassem nos campos de Tangeumdae.[70] Uma vez que a maioria de seus homens eram recrutas recém-treinados, Sin temeu que pudessem fugir após o início da batalha,[71] e por isso ordenou que se apresentassem na convergência dos rios Talcheon e Han, que possuía a forma de um "Y". O local estava cheio de campos de arroz inundados, não sendo ideal para realizar manobras com a cavalaria.[70]

Em 5 de junho, a primeira divisão, formada por 18 000 homens,[71] partiu de Sangju e à noite chegou à fortaleza abandonada de Mungyong. Na manhã seguinte, chegaram a Tangumdae, onde enfrentaram a cavalaria coreana durante a Batalha de Chungju. Konishi dividiu suas tropas em três secções, as quais atacaram a frente e ambos os flancos com disparos de arcabuz. Novamente os arqueiros coreanos nada podiam fazer frente ao inimigo com seus arcos. Por outro lado, dois avanços da cavalaria não obtiveram êxito em atacar as linhas inimigas e por causa disso, General Sin decidiu se suicidar no rio. Os soldados restantes morreram, ou afogados em sua tentativa de cruzar o rio ou decapitados pelas tropas japonesas.[72]

Ocupação entre 1593 - 1597[editar | editar código-fonte]

Desde a evacuação de Seul, as tropas invasoras haviam começado a sair do país. Contudo, ao longo de quatro anos entre a última batalha da primeira invasão e o início da segunda, as tropas japonesas permaneceram na Coreia controlando os castelos wakō ao longo da linha costeira de Kyeongsang.[73] Cerca de 43 000 soldados foram mantidos nestes castelos durante esse tempo.[74]

Durante este período, as tropas estacionadas na Coreia se dedicaram a construir novos castelos e melhorar as defesas dos existentes, assim como realizaram atividades de entretenimento, tais como a Cerimónia do chá, bailes e exibições de sarugaku (teatro de marionetes). Outra atividade praticada foi a caça de tigres. Originalmente surgiu como uma atividade defensiva, uma vez que um tigre havia matado um cavalo e um samurai japonês em 1592. Katō Kiyomasa também teve um encontro com um destes felinos, o que serviu para a elaboração de gravuras e representações gráficas.[75] Além disso, Hideyoshi solicitou que os tigres caçados fossem enviados ao Japão, acreditando que a sua carne ajudaria a sua deteriorada saúde.[76]

O Almirante Yi seguiu atacando as pequenas embarcações que encontrava ao longo da costa ocidental sul da península. A batalha mais importante aconteceu em 23 de abril de 1594 na costa de Tanghangpo, onde a frota coreana destruiu seis embarcações japonesas.[77] Após este confronto, Almirante Yi recebeu uma carta escrita por Dan Zongren, comandante-em-chefe das forças armadas chinesas, pedindo-o que cessasse os ataques, pois estes impediam as negociações de paz.[78]

Reorganização militar coreana[editar | editar código-fonte]

Ainda que fossem necessárias fortificações resistentes como a Fortaleza de Hwasong, a corrupção interna na Coreia evitou que estes pudessem ser construídos.

Durante o período entre a primeira e segunda invasão, o governo coreano teve a oportunidade de examinar as razões pelas quais o ataque do exército japonês em terra havia sido tão esmagador frente ao exército coreano. Sobre isso, o primeiro ministro Yu Seong-ryong afirmou que as defesas dos castelos eram muito fracas, e também que seus muros eram fáceis de escalar. Yu propôs a construção de torres com capacidade de abrigar canhões, assim como uma série de linhas defensivas pelo território coreano. Quanto a organização do exército, Yu afirmou que as táticas dos invasores eram muito superiores àquelas usadas pelo seu exército. Os japoneses se moviam em formações complexas e organizadas, enquanto os coreanos avançavam em um único bloco com uma liderança fraca.[79]

O Rei Seonjo e a corte coreana finalmente começaram as reformas militares com a criação, em setembro de 1593, da Agência de Treinamento Militar, dividindo o exército em unidades e companhias, e as companhias em esquadrões de arqueiros, arcabuzeiros e unidades com armas de fio cortante. Além disso, a agência estabeleceu suas posições na Coreia em batalhões e castelos. A entidade, que no início contou com 72 soldados, logo contabilizou mais de 10 000.[80]

Uma das mudanças mais importantes sofridas pela sociedade coreana durante essa época foi que, desde os membros da classe alta até os escravos podiam ser chamados para o serviço militar. Tais ações foram realizadas com o desejo de que estivessem familiarizados e treinados no manejo de armas.[81]

Negociações de paz entre China e Japão (1594 – 1596)[editar | editar código-fonte]

Hideyoshi, por meio de Konishi — que levou a cabo as práticas de paz quase em sua totalidade —, propôs à corte chinesa a divisão da Coreia: a parte norte se estabeleceria como um estado satélite chinês autogovernado, enquanto a parte sul permaneceria em mãos japonesas. Hideyoshi exigiu também que uma princesa chinesa fosse enviada como sua esposa e que um príncipe coreano e dois ministros fossem enviados como reféns.[82]

Em 1594, um enviado de Hideyoshi chegou a Pequim. A corte imperial parecia satisfeita pela abordagem do regente japonês. Uma vez que ainda se mantinha uma pequena guarnição japonesa em Busan, uma embaixada da China ofereceu a Hideyoshi conferir-lhe oficialmente o título de Rei do Japão[83] caso todas as tropas fossem retiradas do território coreano.

Em outubro de 1596, o embaixador Ming se reuniu pessoalmente com Hideyoshi, que usou roupas e uma coroa tradicional chinesa. Hideyoshi ofereceu um banquete para os convidados, rodeado dos principais generais que haviam lutado na Coreia. Durante a cerimônia, pediu a um de seus assessores que lesse o documento vindo da China. Ao perceber que não mencionava nenhuma das cláusulas que havia proposto, ficou furioso, jogando tanto a coroa como as vestimentas ao chão. As negociações de paz, portanto, foram interrompidas.[84]

A guerra entrou em uma segunda fase quando Hideyoshi enviou outra força de ocupação. No começo de 1597, ambos os lados continuaram com as hostilidades.[85]

Segunda invasão (1597 - 1598)[editar | editar código-fonte]

Forças japonesas na segunda invasão[86][87]
Comandante-em-chefe Kobayakawa Hideaki
Exército da direita
Inspetores Kobayakawa Nagamasa
Kakami Nazunao,
Kumagai Naomori
Mōri Hidemoto 30 000
Katō Kiyomasa 10 000
Kuroda Nagamasa 5 000
Nabeshima Naoshige 12 000
Ikeda Hideuji 2.800
Chōsokabe Motochika 3 000
Nakagawa Hidenari 2 500
Subtotal 65 300
Exército da esquerda
Inspetores Ōta Kazutoshi
Takenaka Shigetoshi
Ukita Hideie 10 000
Konishi Yukinaga 7 000
Sō Yoshitoshi 1 000
Matsuura Shigenobu 3 000
Arima Harunobu 2 000
Ōmura Yoshiaki 1 000
Gotō Sumiharu 700
Hachisuka Iemasa 7 200
Mōri Yoshinari 2 000
Ikoma Kazumasa 2 700
Shimazu Yoshihiro 10 000
Shimazu Tadatsune 800
Akizuki Tanenaga 300
Takahashi Mototane 600
Itō Yubei 500
Sagara Yoriyasu 800
Subtotal 49 600
Força naval
Tōdō Takatora 2 800
Katō Yoshiaki 2 400
Wakizaka Yasuharu 1 200
Kurushima Michifusa 600
Mitaira Saemon 200
Subtotal 7 200
Total 122 100

Hideyoshi, que não havia ficado satisfeito com os resultados da primeira campanha, ordenou um novo ataque. Contudo, desta vez a intenção de invadir a China foi descartada completamente e os esforços se focaram somente em conquistar a Coreia.[88] A diferença nas nove divisões que foram utilizadas na invasão anterior é que o exército se dividiu em duas grandes facções: o "Exército da direita" e o "Exército da esquerda", constituídos por aproximadamente 65 300 e 49 600 homens, respectivamente.[89]

Em 1597, imediatamente após os embaixadores chineses terem chegado a salvo em seu país, Hideyoshi enviou 200 barcos. Os exércitos da direita e da esquerda e os soldados que estavam na Coreia somaram aproximadamente 141 100 homens[90] sob as ordens de Kobayakawa Hideaki.[89] À medida que as tropas invasoras chegaram à costa sul da província de Gyeongsang, prontamente perceberam que o exército coreano estava melhor equipado e preparado efetivamente para o confronto.[91] Enquanto isso, após receber notícias da chegada das tropas japonesas na Coreia, a corte imperial da China nomeou Yang Hao Comandante Supremo de um exército de 55 000 homens,[90] provenientes de províncias distintas da nação como Sichuan, Zhejiang, Huguang, Fujian e Guangdong.[92] Além disto, uma força naval de 21 000 elementos se somou à defesa da Coreia. Rei Huang, um historiador chinês, estimou que a força conjunta terrestre e naval do exército chinês chegou aos 75 000 homens em seu auge.[93] As forças coreanas contabilizaram cerca de 30 000 homens, contando com o exército do General Gwon Yul, situado na Montanha Gong (공산; 公山) em Daegu, e do General Gwon Eung (권응) em Gyeongju, dos soldados de Gwak Jae-u em Changnyeong (창녕), os de Yi Bok-nam (이복남) em Naju e os de Yi Si-yun em Chungpungnyeong.[90]

Ofensivas iniciais[editar | editar código-fonte]

Desde o começo, as tropas nipônicas obtiveram pouco êxito e se mantiveram confinadas exclusivamente na província de Gyeongsang, tratando de repelir um exército combinado muito mais numeroso.[91] Ainda que a segunda invasão fosse principalmente defensiva e com Gyeongsang como cenário, as tropas japonesas planejaram ocupar Jeonju, a capital da província. Por esta razão, as duas facções do exército invasor, sob as ordens de Mōri Hidemoto e Ukita Hideie, iniciaram o assalto a Busan, marchando até a capital e tomando Sacheon e Changpyong pelo caminho.

A cidade fortificada de Namwon estava localizada a aproximadamente 48 km ao sudeste de Jeonju. Prevendo um ataque, um exército combinado de 6 000 soldados — sendo 3 000 soldados chineses e voluntários civis — se encontrava preparado para a batalha.[94] Na noite de 26 de setembro, as tropas japonesas cercaram os muros da fortificação com escadas e torres;[95] ambos os lados trocaram tiros de arcabuz e flechas.[96] Eventualmente as forças japonesas escalaram as paredes e saquearam a fortaleza. Segundo o relato do comandante japonês Ōkōchi Hidemoto, autor de Chōsen Ki, o Cerco de Namwon resultou em 3 726 baixas para o exército defensor, incluindo a do juiz de Kwangju Yi Chun-weon.[96] Tal número foi obtido a partir da contagem de narizes cortados dos soldados coreanos.[97]

Uma vez que a notícia da batalha se espalhou rapidamente pelo local, quando as tropas invasoras chegaram a capital da província, Jeoju, a encontraram abandonada.[98] Toda a província de Jeolla caiu sob domínio japonês, porém enquanto a batalha perdurava, os invasores se viram obrigados a bater em retirada, novamente se posicionando em um perímetro defensivo somente ao redor da província de Gyeongsang.[91]

A fortificação de Hwangseoksan consistia de uma série de grandes muralhas circunscritas à montanha Hwangseok e guardada pelas tropas comandadas pelos generais Jo Jong-do e Gwak Jun. Quando Katō Kiyomasa cercou a montanha com um vasto exército, os defensores se desmoralizaram e se retiraram com apenas 350 baixas. Mesmo com esta vitória, as tropas japonesas não conseguiram obter controle além de Gyeongsang e foram novamente forçados a assumir uma postura defensiva, com ataques constantes das forças chinesas e coreanas.[91]

Operações navais coreanas[editar | editar código-fonte]

Durante as operações navais do Almirante Yi eram raros os confrontos de proximidade.

A armada coreana teve um papel crucial durante a segunda invasão, do mesmo modo que na primeira. Os avanços dos invasores foram detidos devido a falta de reforços e suprimentos, resultado de ações navais coreanas bem sucedidas que evitaram que embarcações provenientes do Japão chegassem à costa sul ocidental da península coreana.[99] Como durante a primeira invasão, a China enviou um grande número de barcos que se juntou a defesa do país.

Devido as habilidades estratégicas e militares do Almirante Yi, os japoneses aproveitaram as leis militares coreanas e as utlizaram para se livrar dele. Um agente duplo secreto que trabalhava na Coreia informou que o General Katō Kiyomasa chegaria em um local determinado da costa com um grande número de tropas, e insistiu que o próprio Almirante Yi devia se apresentar para realizar uma emboscada.[100] Yi sabia que o fundo da área possuía rochas de grandes proporções que prejudicariam muito as embarcações e se negou a ir. Com isso, foi rebaixado e preso pelo Rei Seonjo por desacato. Seu lugar foi ocupado rapidamente pelo Almirante Won Gyun, que havia acusado Yi de ser bêbado e preguiçoso.[88] O histórico positivo de Yi foi um fator decisivo para que não fosse condenado a pena de morte, ainda que tenha sido rebaixado e obrigado a servir sob o comando de Won Gyun como um soldado comum.[88]

Após ter substituído o Almirante Yi, Won Gyun reuniu toda a frota coreana — a qual possuía mais de 100 barcos para estes momentos — na costa de Yosu para ir atrás dos japoneses. Sem um planejamento ou preparação anterior, Won Gyun e sua frota saíram rumo à Busan. Após um dia, Won Gyun foi informado da presença de uma grande frota inimiga próxima do local. Decidiu ir ao seu encontro rapidamente, apesar das reclamações de seus capitães, que se queixavam do cansaço de seus homens.[101]

Durante a Batalha de Chilcheollyang em 28 de agosto de 1597, Won Gyun recebeu o ataque surpresa da frota invasora, a qual utilizou o fogo de arcabuzes e técnicas de engajamento tradicional. Treze panokseon saíram do campo de batalha junto ao oficial Bae Soel, e constituiriam o total de barcos coreanos durante vários meses. Won Gyun foi assassinado durante um confronto posterior à batalha principal com as tropas inimigas na costa de uma ilha.[101] A Batalha de Chilcheollyang foi a única vitória naval japonesa durante toda a guerra.[102]

Após a severa derrota em Chilcheollyang, Rei Seonjo decidiu reinstalar o Almirante Yi a seu posto. Quando Yi regressou à Yeosu, encontrou sua frota quase totalmente destruída, restando somente 12 embarcações e 200 homens.[103] Porém, isto não o desanimou e, em 16 de setembro de 1597, decidiu sair para enfrentar 130 barcos inimigos[104][105] no Estreito de Myeongyang; episódio este que ficou conhecido como Batalha de Myeongyang. O resultado deste confronto naval ocorrido em 26 de outubro foi uma vitória para o exército coreano, o qual afundou pelo menos 31 embarcações inimigas. Devido a disparidade no número de barcos entre os dois lados, a batalha é considerada como a vitória mais importante do Almirante Yi e conhecida na Coreia como "O milagre de Myeongyang".[104] Novamente, devido a escassez de alimentos e falta de reforços, o exército invasor decidiu voltar a zona de segurança de sua linha defensiva nas costas de Gyeongsang.[106]

Cerco a Ulsan[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Cerco a Ulsan
Soldados chineses e coreanos durante o assalto à fortaleza de Ulsan, controlada por tropas japonesas.

Katō Kiyomasa, após ser informado da derrota em Myeongnyang, decidiu destruir Gyeongju, a antiga capital do reino de Silla. As tropas japonesas atacaram e saquearam a cidade, destruindo vários objetos de valor e templos, incluindo o templo de Bulguksa. Nesta altura, a aliança entre China e Coreia havia expulsado as tropas inimigas para o sul de Ulsan,[107] mas os japoneses ainda contavam com um porto importante, considerado por Kiyomasa como ponto estratégico para suas operações. Neste local, mantinham o controle de uma fortaleza conhecida como wajō. A diferença entre este e o resto dos castelos utilizados pelos japoneses é que este ainda não havia sido terminado.

Prevendo um ataque, a guarda japonesa, composta por cerca de 7 000 homens, iniciou os preparativos para reforçar as defesas. Kiyomasa designou a defesa à Katō Yasumasa, Kuki Hirotaka, Asano Nagayoshi, entre outros.[108] O assalto por parte da coalizão començou em 29 de janeiro de 1598.[109] Este ataque surpreendeu as tropas inimigas que estavam acampadas do lado de fora da fortaleza e sem ter concluído a construção das defesas.[109][110]

Um total de 50 000 soldados aliados[111] quase conseguiram completar o objetivo de tomar a fortaleza, mas Mōri Hidemoto veio ao auxílio para levantar o cerco, o que prolongou as hostilidades.[112] Novamente, quando parecia que os japoneses cairiam ante os aliados devido a falta de provisões e comida, mais reforços chegaram ao castelo. O exército Ming decidiu se retirar, no que foi considerado uma vitória japonesa mesmo que o exército japonês tenha sido severamente debilitado.[113]

Morte de Hideyoshi e últimas batalhas[editar | editar código-fonte]

Desde o outono de 1597, a coalizão tinha evitado que os japoneses alcançassem Jiksan (atual Cheonan). Já sem esperanças de conquistar a Coreia, os comandantes samurais iniciaram os preparativos para a retirada. No começo da primavera de 1598, o exército coreano, junto a 100 000 combatentes chineses iniciaram a retomada do controle das fortalezas na área costeira. Em maio de 1598, o Imperador Wanli enviou uma frota sob o comando de Chen Lin. Em junho do mesmo ano, após Konishi Yukinaga entregar um relatório acerca das condições précarias nas quais se encontravam, deu-se a ordem para que 70 000 soldados regressassem ao Japão, enquanto que 60 000 permaneceriam na Coreia, principalmente aqueles sob as ordens do clã Shimazu, que tinha como líderes Shimazu Yoshihiro e seu filho Tadatsune.[114] Os soldados japoneses restantes lutaram desesperadamente contra a coalizão em Suncheon e Sacheon.

Para o exército chinês, Sacheon era essencial para retomar todos os castelos, e portanto, atacaram os invasores em 30 de outubro. Ainda que no início da batalha os combatentes chineses tinham a vantagem, a situação mudou quando reforços japoneses atacaram sua retaguarda e os soldados que se encontravam dentro da fortaleza, contra-atacaram.[115] O exército Ming decidiu se retirar com 30 000 baixas.[116] Depois de vários ataques consecutivos, os japoneses decidiram recuar e abandonar as fortalezas costeiras.

Em 18 de setembro de 1598, Hideyoshi ordenou, em seu leito de morte, a retirada de todas as tropas na Coreia.[117] O Conselho dos Cinco Regentes, uma entidade criada por Hideyoshi antes de sua morte e formada pelos cinco principais daimyō do país, a fim de governar o país até seu filho Hideyori atingir a maioridade,[53] decidiu manter a morte do regente em segredo para evitar que o moral das tropas decaísse, somente enviando o decreto aos comandantes japoneses em outubro.[118]

A Batalha de Noryang foi a última grande batalha da guerra. A frota do Almirante Yi já havia reposto as perdas sofridas e contava com o auxílio da frota chinesa, sob as ordens de Chen Lin. Relatórios de inteligência asseguraram que 500 barcos japoneses estavam ancorados no estreito de Noryang com o objetivo de retirar as tropas restantes do país. Aproveitando as características geográficas, Yi e Chen Li ordenaram um ataque aos barcos a cerca de 2h da manhã de 17 de dezembro de 1598.[12] Ao amanhecer, quase a metade dos navios japoneses haviam sido destruídos.

Antes da retirada dos barcos japoneses, Yi ordenou um ataque final no qual recebeu um tiro no peito que o feriu fatalmente. Yi pediu a seus capitães para manter a sua morte em segredo para evitar que o moral das tropas caísse, e assim seu corpo foi coberto com um escudo.[119] Apenas três dos seus principais comandantes, incluindo seu primo, presenciaram a sua morte.

Negociações posteriores[editar | editar código-fonte]

O shōgun Tokugawa Ieyasu formalizou a paz com o governo coreano.

Tsushima viu um grande declínio em sua economia, uma vez que o comércio com a Coreia havia sido interrompido. A partir de 1599, Yoshitoshi, governante da província e membro do clã Sō, enviou quatro missões de paz à Coreia. As três primeiras foram capturadas e seus integrantes levados até Pequim como prisioneiros. A última missão, enviada em 1601, pôde chegar com êxito e, como parte das negociações de paz, obteve a promessa de que os homens capturados seriam devolvidos ao país. O principal incentivo por parte da Coreia para normalizar as relações com o Japão era a retirada dos soldados chineses de seu território, uma vez que estes estavam causando a mesma destruição que o exército japonês havia cometido.[120] Yoshitoshi, por sua vez, liberou centenas de prisioneiros coreanos e, entre 1603 e 1604, ajudou nas negociações que aconteceram em Kyoto com Tokugawa Ieyasu, servindo como shōgun. A partir dos pontos acordados, aconteceu a repatriação de aproximadamente 3 000 cidadãos coreanos.

Em 1606, a Coreia pediu que fosse enviada uma carta escrita pelo shōgun na qual solicitava formalmente a paz entre ambos os países. Além disso, pediu que fosse os soldados samurais que haviam profanado as tumbas reais fossem extraditados à Seul.[120] Yoshitoshi enviou um grupo de criminosos em seu lugar e, mesmo estando ciente de que aqueles não eram os verdadeiros culpados, o governo coreano desejava avidamente ver o exército chinês fora de seu território, e por isso decidiram enviar embaixadores novamente em 1608. Com esta última visita, centenas de coreanos foram libertados e as relações entre os dois países foram normalizadas.[121]

Resultado[editar | editar código-fonte]

A porcelana e olaria coreana eram muito apreciadas no Japão. Muitos oleiros foram levados contra sua vontade para este país.

Além de um grande número de perdas humanas, a Coreia sofreu com um forte dano cultural, econômico e a sua infraestrutura, incluindo uma considerável redução de sua terra cultivável, assim como a destruição e confiscamento de importantes obras de arte, artefatos e documentos históricos, unido ao sequestro de técnicos e artesãos para as terras japonesas. Durante esta época, os principais palácios, Gyeongbokgung, Changdeokgung e Changgyeonggung, foram incendiados, ainda que o palácio Deoksugung tenha sido utilizado de maneira temporal.[15] Por outro lado, os grandes encargos econômicos resultantes da guerra para a China afetaram severamente sua capacidade militar, contribuindo para a queda da dinastia Ming e ascensão da dinastia Qing,[17] a qual restabeleceu o sistema tributário. Posteriormente, esta mesma dinastia conseguiria restabelecer as relações comerciais entre Japão e Coreia.[122]

Este acontecimiento foi o primeiro na Ásia a envolver exércitos com numerosas tropas dotadas de armas modernas.[14] O Japão adquiriu nova tecnologia da Coreia e novos métodos de olaria, máquinas de seda, assim como o aço forjado através de artesãos, acadêmicos, farmacêuticos que foram levados ao país.[5]

Após a morte de Hideyoshi, seu filho Hideyori se tornou o líder do clã Toyotomi. O conflito contra a Coreia debilitou fortemente o poder e o prestígio do clã em questão de meses, fazendo com que o Japão se dividisse novamente em dois lados. Tokugawa Ieyasu, depois de sair vitorioso da decisiva Batalha de Sekigahara, tomou o poder, e em 1603 foi nomeado shōgun.[123]

Quanto a Coreia, que sofreu o maior dano entre os três países envolvidos,[17] viu diminuída sua terra cultivável em 66% em comparação com o que possuía antes do conflito,[15] o que deteriorou severamente sua economia.[124] A Coreia sofreu também com a perda de importantes arquivos históricos, artefatos científicos e culturais (como o relógio de água Ja-gyuk-roo).[125] A extração de artesãos, marcou o declínio no avanço da ciência nesta nação.[16]

O total de perdas civis e militares foi estimado, no século XIX pelo historiador Geo H. Jones, em um milhão de vidas humanas.[126] Além disso, estima-se que entre 50 000 a 60 000 cidadãos coreanos foram levados ao Japão durante a guerra,[5] e apenas cerca de 7 500 regressaram ao seu país através das negociações diplomáticas.[127] Uma grande quantidade de prisioneiros foram vendidos a comerciantes europeus, principalmente portugueses, que os revenderam no sul da Ásia.[128]

Crimes de guerra[editar | editar código-fonte]

Monumento que marca a localização de Mimizuka ou "túmulo de orelhas" em Kyoto, Japão.

Segundo historiadores contemporâneos, durante a guerra, as tropas japonesas cometeram graves crimes contra a população civil, inclusive matando animais de fazenda. Os japoneses tinham uma antiga tradição de cortar as cabeças dos rivais caídos, mas, por questões logísticas, esta prática foi modificada para cortar somente o nariz. Estes foram cobertos com sal e enviados em barris de madeira, que foram então enterrados em um túmulo próximo ao Grande Buda de Hideyoshi, onde permanecem até hoje sob o nome equivocado de Mimizuka (em japonês: túmulo de orelhas).[129]

O exército chinês também cometeu uma série de atrocidades semelhantes às dos japoneses,[120] incluindo ataques contra o exército coreano[130] e a população civil.[131] No final da guerra, a concorrência entre os dois exércitos defensores deixou como resultado um massacre de civis em Namhae, por ordem do General Chen Lin, que acusou os habitantes de colaborar com o exército inimigo. O propósito disto era aumentar a quota de inimigos assassinados.[131]

Além disso, diversos bandidos e assaltantes coreanos aproveitaram a situação que imperava durante a guerra para saquear e roubar seus concidadãos.[132]

Legado[editar | editar código-fonte]

A guerra deixou um importante legado nos três países. A Coreia ganhou vários herois nacionais. O Almirante Yi foi e ainda é reverenciado no Japão. Como exemplo disto, o Almirante Heihachiro Togo, famoso por sua vitória na Batalha de Tsushima, durante a Guerra Russo-Japonesa, chamou o Almirante Yi de "o maior comandante naval de toda a história[133] Em reconhecimento da ajuda da China, o povo coreano construiu um altar ao Imperador Wanli, no qual foram realizados rituais em sua homenagem.[122] Na China, esta guerra é listada como uma das "três grandes campanhas punitivas" do Imperador Wanli.[122] Os historiadores chineses modernos utilizam-a como um exemplo da amizade entre China e Coreia. Líderes japoneses contemporâneos justificaram a guerra com uma incursão anterior liderada pela mítica Imperatriz Jingū aproximadamente no ano 400,[134] afirmando serem abençoados e apoiados pelo deus de guerra Hachiman.[121] Esta ocupação parcial e temporal do território coreano foi utilizada para argumentar que a Coreia sempre havia sido parte do Japão.[135] Líderes japoneses do final do século XIX e princípio do XX utilizaram o conflito como uma desculpa para a ocupação japonesa da Coreia.[136] O sentimento antijaponês neste país tem origem desde as invasões de 1592.

A imperatriz consorte Jingū chega à Coreia. Pintura de 1880.

Nos anos 30, o antigo castelo de Hideyoshi, o Castelo Osaka, foi reconstruído como um museu para comemorar a história militar do Japão.[137] No contexto do imperialismo japonês, a guerra é considerada como a primeira tentativa deste país de converter-se em uma grande potência.[122] Tanto na China como na Coreia,[14] a guerra inspirou a resistência nacionalista contra o imperialismo japonês do século XX.[122]

Apesar do grande interesse nas guerras do leste asiático,[137] atualmente a Guerra Imjin não é muito conhecida no Ocidente.[138] O historiador britânico Stephen Turnbull atribui esta ignorância ao fato de terem sido conferidos títulos ao conflito como Invasões de Hideyoshi à Coreia, tratando o tema simplesmente como uma extensão de uma biografia, sem dar ao confronto a distinção de ter sido uma guerra em toda a extensão da palavra.[50] Alguns livros tratam o conflito em apenas algumas linhas, havendo poucos livros profundamente especializados sobre o tema.

Na cultura popular, o conflito serviu de tema central de algumas séries televisivas, quase que exclusivamente na Coreia. Uma de suas mais notáveis séries de televisão é Bulmyeolui Lee Soon-shin[139] (Imortal Almirante Yi Sun-shin), a qual é centrada na figura do heroi nacional. A série foi exibida nesse país e nos Estados Unidos em 2004 e foi produzida pela KBS (Korean Broadcasting System),[140] que afirma que a audiência nos Estados Unidos alcançou um milhão de espectadores.[141]

Em 2007, foi lançado um filme de terror, 그림자 Resurrection of the Butterfly, que centra sua história na vida de Non Gae,[142] uma kisaeng que decidiu atirar-se no Rio Nam abraçada de um general japonês após a vitória em Jinju, morrendo ambos afogados.[143] Um festival é celebrado na Coreia anualmente desde 1965 em sua homenagem.[144]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Alagappa, Muthiah. "Asian Security Order: Instrumental and Normative Features", Stanford University Press, 2003. ISBN 0-8047-4629-X
  • Arano, Yasunori. "The Formation of a Japanocentric World Order." International Journal of Asian Studies 2:2 (2005).
  • Brown, Delmer M. "The Impact of Firearms on Japanese Warfare, 1543-1598", The Far Eastern Quarterly Mayo 1948 (Volumen 7, Número 3: pags. 236-253), Association for Asian Studies.
  • Eikenberry, Karl W. "The Imjin War." Military Review 68:2 (Febrero 1988), pags. 74–82.
  • Gaskin, Carol; Vince Hawkins, Juan Antonio Cebrian (2005). Breve historia de los samuráis. Nowtilus S.L.. ISBN 84-9763-140-4.
  • Ha, Tae-hung, tr., and Sohn Pow-key, ed. Nanjung Ilgi: War Diary of Admiral Yi Sun-sin. Seoul: Yonsei University Press, 1977, ISBN 89-7141-018-3.
  • Hawley, Samuel, The Imjin War, The Royal Asiatic Society, Korea Branch/UC Berkeley Press, 2005, ISBN 89-954424-2-5.
  • Jang, Pyun-soon. Noon-eu-ro Bo-nen Han-gook-yauk-sa 5: Gor-yeo Si-dae (눈으로 보는 한국역사 5: 고려시대), Park Doo-ui, Bae Keum-ram, Yi Sang-mi, Kim Ho-hyun, Kim Pyung-sook, et al., Joog-ang Gyo-yook-yaun-goo-won. 30-octubre-1998. Seoul, Korea.
  • Jones, Geo H. "The Japanese Invasion of Korea - 1592", The China Review, or notes & queries on the Far East, 1899 (Volumen 23, Números 4-5: pags. 215-219, pp. 239–254), China Mail Office.
  • Kim, Ki-chung. "Resistance, Abduction, and Survival: The Documentary Literature of the Imjin War (1592–1598)." Korean Culture 20:3 (Otoño 1999), pags. 20–29.
  • Kim, Yung-sik. "Problems and Possibilities in the Study of the History of Korean Science". Osiris, 2nd Series, Vol. 13, Beyond Joseph Needham: Science, Technology, and Medicine in East and Southeast Asia. (1998), pags. 48-79. JSTOR
  • 桑田忠親 [Kuwata, Tadachika], ed. 舊參謀本部編纂, [Kyu Sanbo Honbu], 朝鮮の役 [Chousen no Eki] (日本の戰史 [Nihon no Senshi] Vol. 5), 1965.
  • Neves, Jaime Ramalhete. "The Portuguese in the Im-Jim War?" Review of Culture 18 (1994), pags. 20–24.
  • Niderost, Eric. "Turtleboat Destiny: The Imjin War and Yi Sun Shin." Military Heritage 2:6 (Junio 2001), pags. 50–59 & 89.
  • Niderost, Eric. "The Miracle at Myongnyang, 1597." Osprey Military Journal 4:1 (Enero 2002), pags. 44–50.
  • Park, Yune-hee. Admiral Yi Sun-shin and His Turtleboat Armada: A Comprehensive Account of the Resistance of Korea to the 16th Century Japanese Invasion. Seoul: Shinsaeng Press, 1973.
  • Pratt, Keith, Richard Rutt, James Hoare. "Korea: A Historical and Cultural Dictionary". Routledge, 1999. ISBN 0-7007-0464-7.
  • Rockstein, Edward D., Ph.D. Strategic And Operational Aspects of Japan's Invasions of Korea 1592-1598, 10-junio-1993. Naval War College, Newport, R.I.
  • Sadler, A.L. "The Naval Campaign in the Korean War of Hideyoshi (1592–1598)." Transactions of the Asiatic Society of Japan Second Series, 14 (Junio 1937), pags. 179–208.
  • Sansom, George. A History of Japan 1334-1615, Stanford University Press. (1961) ISBN 0-8047-0525-9.
  • Sohn, Pow-key. "Early Korean Painting", Journal of American Oriental Society, Vol. 79, No. 2. (Abril - Junio, 1959), pags. 96-103. JSTOR.
  • 曽根田憲三 [Soneda Kenzō], ed. ベレ出版 [Beret Co.], シンプルな英語で日本を紹介する [Introducing Japan in simple english], 2006.ISBN 4-86064-137-X.
  • Stramigioli, Giuliana. "Hideyoshi's Expansionist Policy on the Asiatic Mainland." Transactions of the Asiatic Society of Japan Third Series, 3 (Diciembre 1954), pags. 74–116.
  • Strauss, Barry. "Korea's Legendary General", MHQ: The Quarterly Journal of Military History Summer 2005 (Volumen 17, Número 4: pags. 52-61).
  • Swope, Kenneth M. "Beyond Turtleboats: Siege Accounts from Hideyoshi's Second Invasion of Korea, 1597-1598", Sungkyun Journal of East Asian Studies (Vol. 6, No. 2. 2006 Academy of East Asian Studies. pags. 177-206)
  • Swope, Kenneth M. "Crouching Tigers, Secret Weapons: Military Technology Employed During the Sino-Japanese-Korean War, 1592-1598", The Journal of Military History pag. 69 (Enero 2005): pags. 11-42. (C) Society for Military History.
  • Swope, Kenneth M. "Deceit, Disguise, and Dependence: China, Japan, and the Future of the Tributary System, 1592-1596". The International History Review, XXIV. 4: Diciembre 2002, pags. 57-1008.
  • Turnbull, Stephen. Samurai Invasion: Japan’s Korean War 1592–98. London: Cassell & Co, 2002, ISBN 0-304-35948-3.
  • Turnbull, Stephen. 'The Samurai Sourcebook'. London: Cassell & Co. 1998. ISBN 1-85409-523-4.
  • Turnbull, Stephen. Samuráis, La Historia de los Grandes Guerreros de Japón. Libsa. 2006. ISBN 84-662-1229-9.
  • Villiers, John. "SILK AND SILVER: MACAU, MANILA AND TRADE IN THE CHINA SEAS IN THE SIXTEENTH CENTURY" (A lecture delivered to the Hong Kong Branch of the Royal Asiatic Society at the Hong Kong Club. 10 de junho de 1980). The HKUL Digital Initiatives
  • Yi, Min-Woong [이민웅], Imjin Wae-ran Haejeonsa: The Naval Battles of the Imjin War [임진왜란 해전사], Chongoram Media [청어람미디어], 2004, ISBN 89-89722-49-7.

Referências

  1. Turnbull 2002, p. 140
  2. Turnbull 2002, p. 217
  3. White, Matthew. «Selected Death Tolls for Wars, Massacres and Atrocities Before the 20th Century» (em inglês). Consultado em 10 de agosto de 2009 
  4. Turnbull 2002, p. 221
  5. a b c Turnbull 2002, p. 230
  6. Devido a sua origem humilde, Hideyoshi nunca pôde ser nomeado shōgun e, por sua vez, teve que se conformar com o título menor de kanpaku (regente).
  7. Segundo a tradição, existiram "Três grandes unificadores do Japão": Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu.
  8. Turnbull 2002, p. 30
  9. Turnbull 2002, p. 37-38
  10. Turnbull 2002, p. 48
  11. Turnbull 2002, p. 182
  12. a b Turnbull 2002, p. 226
  13. Turnbull 2002, p. 8
  14. a b c Swope 2005, p. 13
  15. a b c «Early Joseon Period (en web.archive.com)». History. Office of the Prime Minister. Consultado em 21 de outubro de 2008 
  16. a b Kim 1998, p. 55
  17. a b c Strauss 2005, p. 21
  18. Pratt 1999, p. 203
  19. Soneda 2006, p. 347
  20. Jang 1998, p. 123-132
  21. Rockstein 1993, p. 7
  22. Turnbull 2002, p. 11
  23. Swope 2002, p. 771
  24. Turnbull 2002, p. 13
  25. a b Arano 2005, p. 206
  26. Hooker, Richard (1996). «Toyotomi Hideyoshi (1536–1598)» (em inglês). Washington State University. Consultado em 12 de agosto de 2009. Arquivado do original em 20 de outubro de 2008 
  27. Coyner, Tom (12 de julho de 2006). «Why Are Koreans So Against Japanese?: A Brief History Lesson Helps Foreign Investors Do Business». The Korea Times. Consultado em 12 de agosto de 2009 
  28. «Azuchi-Momoyama Period (1573–1603)» (em inglês). japan-guide.com. Consultado em 12 de agosto de 2009 
  29. Stanley, Thomas A.; Irving, R.T.A. (1996). «Toyotomi Hideyoshi» (em inglês). Nakasendo Highway: A Journey to the Heart of Japan. Consultado em 12 de agosto de 2009  [ligação inativa]
  30. Rockstein 1993, p. 37
  31. Rockstein 1993, p. 24
  32. Rockstein 1993, p. 38
  33. Swope 2005, p. 21
  34. «Toyotomi Hideyoshi - Japanese general who united Japan» (em inglês). Japan101.com. 2003–2005. Consultado em 12 de agosto de 2009 
  35. «선조[宣祖]». Daum 백과사전(Britannica). Daum.net. Consultado em 13 de agosto de 2009 
  36. Yu, Sôngnyong (2002). «xi». The Book of Corrections: Reflections on the National Crisis during the Japanese Invasion of Korea, 1592–1598. Institute of East Asian Studies, University of California. Byonghyon, Choi (tradutor). Berkeley: [s.n.] 249 páginas /Lewis, James B (Maio 2004). «Book Reviews—Korea: The Book of Corrections». The Journal of Asian Studies (em inglês). 63 (02). Cambridge University Press. pp. 524–526. doi:10.1017/S0021911804001378. Consultado em 13 de agosto de 2009 
  37. Caraway, Bill. «Ch 12 - Japanese invasions: More Worlds to Conquer». Korea in the eye of the tiger (em inglês). Korea History Project. Consultado em 13 de agosto de 2009. Arquivado do original em 27 de setembro de 2007 
  38. Jones 1899, p. 240
  39. a b Jones 1899, p. 240-241
  40. Turnbull 2002, p. 34
  41. Jang 1998, p. 112
  42. a b Turnbull 2002, p. 36
  43. Turnbull 2002, p. 36-37
  44. Jones 1899, p. 242
  45. Jones 1899, p. 242-243
  46. Turnbull 2002, p. 38
  47. Jones 1899, p. 243
  48. Swope, 2002:760-761.
  49. Rockstein 1993, p. 26
  50. a b Turnbull 2002, p. 9
  51. Rockstein 1993, p. 14
  52. Swope 2005, p. 32
  53. a b «O país em guerra». Centenário da Imigração Japonesa. 1 de abril de 2008. Consultado em 17 de dezembro de 2009 
  54. Swope 2005, p. 26
  55. a b Strauss 2005, p. 3
  56. a b Turnbull 2002, p. 22
  57. Turnbull 2002, p. 26
  58. Turnbull 2002, p. 15
  59. Turnbull 2002, p. 16
  60. a b Caraway, Bill. «Ch 12 - Japanese invasions: More Worlds to Conquer». Korea in the eye of the tiger. Korea History Project. Consultado em 7 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 17 de setembro de 2008 
  61. Turnbull 2002, p. 17-18
  62. Turnbull 2002, p. 20
  63. Turnbull 2002, p. 40
  64. Turnbull 2002, p. 42
  65. Turnbull 2002, p. 109
  66. Swope 2006, p. 186
  67. Turnbull 2002, p. 53
  68. «상주전투». 문화원영 백과사전. Daum 
  69. a b c d Turnbull 2002, p. 57-58
  70. a b Turnbull 2002, p. 59-60
  71. a b «한니발의 背水陣, 김정일의 배수진: 부하의 '마음을 '얻지 '못한 '배수진은 '死地가 '된다» (em coreano). 독립신문. 21 de outubro de 2008. Consultado em 7 de dezembro de 2009 
  72. Turnbull 2002, p. 61-62
  73. Turnbull 2002, p. 162
  74. Turnbull 2002, p. 165
  75. Turnbull 2002, p. 168
  76. Turnbull 2002, p. 169
  77. Turnbull 2002, p. 170
  78. Turnbull 2002, p. 171
  79. Turnbull 2002, p. 174-178
  80. Turnbull 2002, p. 175
  81. Turnbull 2002, p. 176
  82. Turnbull 2002, p. 179
  83. Turnbull 2002, p. 178
  84. Turnbull 2002, p. 181
  85. Turnbull 202, p. 182
  86. Sansom 1961, p. 352, baseado nos arquivos do clã Mōri.
  87. Turnbull 2002, p. 241-242
  88. a b c Turnbull 2002, p. 183
  89. a b Turnbull 2002, p. 187
  90. a b c 브리태니커백과사전. 정유재란 (丁酉再亂) Arquivado em 14 de fevereiro de 2009, no Wayback Machine.
  91. a b c d «Song of the Great Peace» (em inglês). Korean History Project. Consultado em 30 de setembro de 2009. Arquivado do original em 27 de setembro de 2007 
  92. Hawley 2005, p. 450
  93. Huang, Ray (1988). The Cambridge History of China. The Ming Dynasty, 1368–1644 Part I - The Lung-ch'ing and Wan-li Reigns, 1567–1620 (em inglês). 7. [S.l.]: Cambridge University Press. 572 páginas 
  94. Turnbull 2002, p. 191
  95. 脇坂紀, 太田 藤四郎 e 塙 保己一, editores, 続群書類従 [Zoku Gunsho Ruiju Series], 1933, p. 448.
  96. a b Turnbull 2002, p. 192
  97. Hidemoto, Okochi, 朝鮮記 [Chosen Ki], 太田 藤四郎 e 塙 保己一, editores, 続群書類従 [Zoku Gunsho Ruiju Series], 1933.
  98. Turnbull 2002, p. 197
  99. Lee, Ki-Baik; Edward W. Wagner e Edward J. Shultz (tradutores) (1984). A New History of Korea. Ilchorak/Harvard University Press. [S.l.: s.n.] p. 214. ISBN 0-674-61575-1 
  100. Turnbull 2002, p. 182–183
  101. a b Turnbull 2002, p. 184-185
  102. Turnbull 2002, p. 184
  103. Kuwata 1965, p. 192
  104. a b Turnbull 2002, p. 201
  105. Algumas fontes citam 300 barcos inimigos. Nanjung Ilgi; Ha Tae Hung (tradução) (1977). Sohn Pow-key, ed. War Diary of Admiral Yi Sun-sin. Seoul, Coreia: Yonsei University Press. p. 312. ISBN 89-7141-018-3 
  106. Turnbull 2002, p. 202
  107. Turnbull 2002, p. 203
  108. Turnbull 2002, p. 204–205
  109. a b Turnbull 2002, p. 207
  110. 文禄\u12539 ・慶長役における被虜人の研究, 東京大学出版, 1976, p. 128, ASIN 4130260235.
  111. Turnbull 2002, p. 211
  112. Turnbull 2002, p. 215
  113. Turnbull 2002, p. 216
  114. Turnbull 2002, p. 219
  115. Turnbull 2002, p. 220–221
  116. Turnbull 2002, p. 222
  117. The Columbia Encyclopedia, Sixth Edition; 2006 - Hideyoshi
  118. Turnbull 2002, p. 218
  119. Turnbull 2002, p. 227
  120. a b c Turnbull 2002, p. 235
  121. a b Turnbull 2002, p. 236
  122. a b c d e Swope 2002, p. 758-759
  123. Turnbull 2002, p. 233
  124. Caraway, Bill. «Ch 12 - Japanese invasions: Song of the Great Peace». KOREA IN THE EYE OF THE TIGER. Korea History Project. Consultado em 17 de agosto de 2009. Arquivado do original em 19 de abril de 2008 
  125. Yi, Gwang-pyo; Yoon Wang-joon. «500년 전의 첨단과학 다시 숨쉰다…자격루 복원-작동 성공» (em coreano). Donga. Consultado em 17 de agosto de 2009 
  126. Jones 1899, p. 254
  127. Arano 2005, p. 197
  128. Arano 2005, p. 199
  129. Turnbull 2006, p. 114
  130. Turnbull 2002, p. 231
  131. a b Turnbull 2002, p. 236-237
  132. Turnbull, 2002:170.
  133. Strauss 2005, p. 20
  134. Turnbull 2002, p. 10
  135. Wilhelmina, Nina (2006). «History of Japan 660 BCE - 500». Oda Nobunaga, Samurai Cultural History & Everything You Don't Wanna Know. Consultado em 8 de agosto de 2009. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2008 
  136. Swope 2005, p. 16
  137. a b Swope 2005, p. 12
  138. Swope 2005, p. 14
  139. IMDB. «Ficha en IMDB». Consultado em 24 de novembro de 2008 
  140. «Immortal Admiral Yi Sun-shin» (em inglês). KBS. Consultado em 10 de agosto de 2009. Arquivado do original em 20 de abril de 2008 
  141. «"Immortal Admiral Yi Sun-shin" gains popularity in the U.S.» (em inglês). KBS. Consultado em 10 de agosto de 2009. Arquivado do original em 13 de setembro de 2008 
  142. Hartzell, Adam. «2007: Resurrection of the Butterfly» (em inglês). Korean Film.org. Consultado em 10 de agosto de 2009 
  143. Tunbull 2002, p. 160
  144. «Nongae Festival» (em inglês). Nongae.or.kr. Consultado em 10 de agosto de 2009. Arquivado do original em 1 de julho de 2007 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Guerra Imjin