Guilherme Litran – Wikipédia, a enciclopédia livre

Carga de Cavalaria, óleo sobre tela, 1893. Acervo do Museu Júlio de Castilhos.
Cópia de um Cristo de Diego Velázquez.

Guilherme Litran (Almeria, 1840 — Pelotas, depois de 1897) foi um pintor, desenhista e professor de arte ativo no Brasil no final do século XIX.[carece de fontes?]

Fez seus estudos iniciais em sua terra natal, e depois os completou em Portugal. Emigrando para o Brasil, residiu por algum tempo nas cidades de Campos, Rio de Janeiro, Rio Grande e, por fim, radicou-se em Pelotas, no Rio Grande do Sul, por volta de 1879, onde desenvolveu a maior parte de sua carreira, constituiu família e veio a falecer.[1]

Dedicou-se à pintura e ao desenho, e ao exercício do magistério destas artes, foi muito apreciado na época, e por suas virtudes pessoais. Privilegiou os gêneros do retrato e da cena histórica, onde deixou suas obras mais importantes. Visitou Porto Alegre algumas vezes, e ali realizou exposições que foram bastante apreciadas, a julgar pelas críticas positivas dos jornais da época.[1]

Chegou a ser chamado de "magistral pintor histórico e retratista consumado", mas às vezes foram-lhe apontadas insuficiências técnicas e estéticas. A crítica recente é escassa sobre ele, Athos Damasceno foi seu primeiro e maior biógrafo e não nos transmite muito. Sua obra é irregular. Em seus melhores momentos, geralmente no campo do retrato, revelou-se um acadêmico competente, às vezes brilhante, especialmente se cotejado contra a relativa pobreza do contexto rio-grandense na época, mas em outros momentos abeira-se dos ingênuos. Algumas das muitas cópias que fez de quadros célebres alcançam um elevado requinte técnico. Essas cópias foram elogiadas na imprensa pelo seu papel educativo, pondo um público ainda inculto em contato com modelos magistrais.[1]

Ele fez parte de uma notável geração de estrangeiros que foram pioneiros e acabaram como chefes de escolas em muitos ofícios e artes valiosos para o "progresso", tão almejado pela elite intelectual e política da época. Nas palavras de Damasceno, "na qualidade de professor de desenho e pintura, sabe-se haver exercido as funções com real proveito para a cidade, a cuja cultura, já então de nível apreciável, prestou úteis serviços, contribuindo expressivamente, como seu colega Frederico Alberto Trebbi, para o estímulo das vocações ali reveladas, o refinamento do gosto local e o maior interesse da sociedade pelotense pelas atividades artísticas".[1]

Seu nome batiza uma rua e uma sala de exposições no saguão da Prefeitura de Pelotas. Sua tela Carga de Cavalaria, a despeito de suas limitações, é uma das primeiras pinturas do gênero histórico produzidas no Rio Grande do Sul, é considerada um dos clássicos da iconografia estadual, e tem sido muito reproduzida em literatura relativa à Guerra dos Farrapos, incluindo a escolar, bem como na mídia em geral.[2][3][4][5] Tem obras em coleções particulares, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul e no Museu Júlio de Castilhos. Foi casado com Matilde Thallone, deixando descendência.[carece de fontes?]

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Referências

  1. a b c d Damasceno, Athos. Artes Plásticas no Rio Grande do Sul. Editora Globo, 1971, pp. 224-228
  2. "Homenagem". Correio do Povo, 21/09/2008
  3. Gomes, Paulo César Ribeiro. "A construção de uma identidade visual: o caso do gaúcho nas artes plásticas do Rio Grande do Sul, de Pedro Weingärtner a Antonio Caringi". In: Conduru, Roberto & Vera Beatriz Siqueira. Anais do XXVIII Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte: 1808-2008: Mudanças de Paradigmas para a História da Arte no Brasil: Homenagem a Mário Barata. Rio de Janeiro 2009, pp. 441
  4. "Conheça os personagens gaúchos escolhidos pelos leitores". Zero Hora, 09/09/2009
  5. Brocker, Leonardo. "A Revolução Farroupilha no Museu Júlio de Castilhos". Guascatur, 23/08/2016