Henrique Alvim Corrêa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alvim Corrêa
Henrique Alvim Corrêa
Corrêa em 1898.
Nome completo Henrique Alvim Corrêa
Conhecido(a) por Alvim Corrêa
Henry Le Mort
Nascimento 30 de janeiro de 1876
Rio de Janeiro, Brasil
Morte 7 de junho de 1910 (34 anos)
Bruxelas, Bélgica
Nacionalidade Brasileira
Ocupação Pintor, Desenhista, Gravador e Ilustrador
Movimento estético Pré-Modernismo

Henrique Alvim Corrêa (Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 1876 - Bruxelas, 7 de junho de 1910), foi um pintor, desenhista, gravador e ilustrador brasileiro radicado na Bélgica.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Corrêa foi para a Europa com 16 anos, logo após a proclamação da República do Brasil, em 1892, levado pelo monarquista Barão de Oliveira Castro, seu padrasto.

Em 1903, ele executou uma série de 132 ilustrações notáveis, 32 das quais foram inseridas no livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, a quem ele solicitou autorização pessoalmente. Após a aprovação do autor em 1905, que considera o trabalho superior ao de Warwick Goble, seu trabalho é publicado em uma edição de luxo impressa em 500 cópias em 1906 por L. Vandamme & Cie em tradução francesa por HD Davray. Todas essas ilustrações constituem o ponto forte de seu trabalho. No Brasil, geralmente se classifica sua obra como sendo Pré-Modernista.

A edição belga recebeu uma tiragem especial de 500 exemplares. Construiu uma prensa em seu ateliê de Watermael-Boitsfort. Também produziu trabalhos artísticos sobre a vida militar, principalmente sobre a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871); outras de cunho erótico, assinadas como "Henri LeMort".[1] Na composição de alguns destes trabalhos, Blanche, sua futura esposa, posou como modelo para ele.[2] Na época da citada publicação do livro de Wells, Corrêa já padecia com a tuberculose.

Parte de sua obra foi perdida. Em 1914, quando da invasão da Bélgica pela Alemanha, na I Guerra Mundial, parte de seus desenhos foram roubados ou destruídos.[1] Em 1942, durante a II Guerra Mundial, algumas de suas ilustrações perderam-se, quando o navio que as transportava para o Brasil afundou, torpedeado por um submarino alemão.[1]

Em 1972, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), promoveu-se a primeira exposição pública de sua obra. Outras se seguiriam, como as de 1977 e 1990, no Museu Nacional de Belas Artes, e a de 1981, na Fundação Casa de Rui Barbosa, ambas na cidade do Rio de Janeiro. Em 2004 foram expostas no Science Fiction Museum (EMP Museum), em Seattle, EUA, por ocasião da sua inauguração.[3]. Em 2016 sua obra foi apresentada em diálogo com artistas contemporâneos em exposição[4] na Galeria Casanova em São Paulo.[5] Em 1985, as gravuras de Alvim representando mulheres desnudas e\ou violentadas foram inseridas no livro Baco e Anas brasileiras, da poeta goiana Yêda Schmaltz.

Henrique Alvim Corrêa faleceu em 1910, aos 34 anos de idade e seu corpo foi transferido para Brasil, sendo sepultado na cidade do Rio de Janeiro.[2]

Imagens[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • A gravura brasileira contemporânea (Expressão e Cultura, 1966), de José Roberto Teixeira Leite;
  • A arte maior da gravura (Espade, 1976), de Orlando Dasilva;
  • A guerra dos mundos (Nova Fronteira, 1981), de H. G. Wells, tradução de Raul de Sá Barbosa;
  • Henrique Alvim Corrêa: guerra & paz, cotidiano e imaginário na obra de um pintor brasileiro no 1900 europeu (Fundação Casa de Rui Barbosa, 1981)
  • Literatura & artes plásticas (Fundação Casa de Rui Barbosa, 1989), de Alexandre Eulálio;
  • Henrique Alvim Corrêa - Cenas da vida militar (Museu Nacional de Belas Artes, 1990);
  • História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini;
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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