História evolutiva dos lémures – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lémures do género Microcebus, que são os primatas mais pequenos do mundo, evoluíram em paralelo com outros lémures, na ilha de Madagáscar

A história evolutiva dos lémures ocorreu em isolamento de outros primatas, na ilha de Madagáscar, durante pelo menos 40 milhões de anos. Os lémures são primatas prossímios que pertencem à subordem Strepsirrhini, que se separou dos outros primatas há menos de 63 milhões de anos. Partilham algumas características com os primatas mais basais e por tal são muitas vezes confundidos como sendo ancestrais aos primatas mais evoluídos incluindo os humanos. Pelo contrário, apenas meramente se assemelham com primatas ancestrais.

Pensa-se que os lémures tenham evoluído durante o Eocénico ou mais cedo, partilhando um ancestral comum mais próximo com os lorisiformes. fósseis em África e testes com uso de DNA nuclear sugerem que os lémures fizeram o seu caminho até Madagáscar há entre 40 e 52 milhões de anos. Pensa-se que uma população ancestral de lémures tenha inadvertidamente chegado à ilha através de dispersão do tipo rafting, através de uma porção de vegetação flutuante. As hipóteses de ponte terrestre e migração de ilha em ilha também foram propostas. A altura e número de colonizações hipotéticas têm tradicionalmente articulado com as afinidades filogenéticas do aie-aie (Daubentonia madagascarienses), o membro mais basal do clade dos lémures.

Tendo sofrido a sua evolução independente em Madagáscar, os lémures diversificaram-se e preencheram muitos nichos ecológicos normalmente ocupados por outros tipos de mamíferos. Os lémures incluem os mais pequenos primatas do mundo, tendo antigamente também possuído alguns dos maiores. Desde a chegada dos seres humanos, há cerca de dois mil anos, eles estão restritos a apenas 10% da ilha, ou aproximadamente 60 mil quilómetros quadrados. Muitos deles estão ameaçados de extinção. Por esta razão, pesquisadores têm tentado identificar e estudar cada espécie. Nos últimos 10 a 20 anos, têm havido um crescimento acentuado no número de espécies e subespécies de lémures reconhecidas, quer através de descoberta de novas espécies quer à elevação de subespécies ao estatuto de espécie. Actualmente existem cerca de 100 ou mais espécies e subespécies reconhecidas de lémures extantes, divididas em cinco famílias e 15 géneros. Se os lémures subfósseis estiverem incluídos, seriam contadas mais três famílias, oito géneros e 17 espécies. O recente aumento no número de espécies é devido a análises genéticas melhoradas e à incentivo conservacionista com vista a encorajar a protecção de populações de lémures isoladas e distintas. Nem toda a comunidade científica apoia estas mudanças taxonómicas, com alguns a preferirem estimar o número de espécies em 50.

História evolutiva[editar | editar código-fonte]

Os lémures são primatas prossímios que pertencem à subordem Strepsirrhini. Tal como outros primatas estrepsirrinos como os loríneo, os pottos e os galagonídeo, partilham características ancestrais com os os primatas primitivos. Neste aspecto, os lémures são popularmente confundidos com primatas ancestrais; no entanto, os lémures não deram origem a primatas mais evoluídos, mas desenvolveram-se independentemente em Madagáscar.[1]

Os primatas evoluíram primeiramente num tempo entre o Cretácico Médio e o Paleocénico Inferior, no supercontinente da Laurásia ou na África.[2] De acordo com estudos que usaram relógios moleculares, o último ancestral comum de todos os primatas é datado de cerca de 79,6 milhões de anos,[3] apesar de os fósseis de primatas mais antigos que se conhecem datarem de apenas 54 a 55 milhões de anos.[4] Os parentes mais próximos dos primatas são os extintos plesiadapiformes, o modernos colugos (incorrectamente denominados lémures-voadores) e os escadentes. Alguns dos verdadeiros primatas mais antigos conhecidos são representados nos grupos fósseis dos Omomyidae, Eosimiidae e Adapiformes.

Referências

  1. Kay, Ross & Williams 1997.
  2. Bloch et al. 2007, pp. 1159–1164.
  3. Janečka et al. 2007, pp. 792–794.
  4. Tavaré et al. 2002, pp. 726–729.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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