Holocausto na Bélgica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cartaz em língua francesa com os detalhes das leis antijudeus aplicadas na Bélgica a partir de 28 de Outubro de 1940.

O Holocausto na Bélgica refere-se à perseguição, e tentativa de extermínio, dos judeus e dos ciganos durante a ocupação alemã da Bélgica durante a Segunda Guerra Mundial entre 1940 e 1944.

No início da Guerra, a população belga era maioritariamente católica. Os judeus representavam a maioria da população não-cristã do país, totalizando entre 70 000–75 000 de um total de 8 milhões. A maioria vivia nas cidades de Antuérpia, Bruxelas, Charleroi e Liège. A grande maioria era composta por imigrantes recentes na Bélgica que fugiam da perseguição na Alemanha e na Europa de Leste, e, como tal, eram poucos aqueles que possuiam cidadania belga.

Pouco depois da invasão da Bélgica, o Governo Militar emitiu um conjunto de leis anti-semítas em Outubro de 1940. A Comissão de Secretários-Gerais belga recusou-se desde início a fazer cumprir quaisquer leis anti-semítas, e o Governo Militar mostrou-se relutante em elaborar mais legislação. O governo alemão começou a apreender os negócios detidos por judeus e a expulsá-los de cargos na função pública. Em Abril de 1941, sem qualquer ordem das autoridades alemãs, colaboradores flamengos pilharam duas sinagogas em Antuérpia e incendiaram a casa do rabi principal da cidade. Os alemães criaram a Judenrat no país, the Association des Juifs en Belgique (AJB; "Associação dos Judeus na Bélgica "), na qual todos os judeus deviam fazer parte. Parte integrante da Solução Final desde 1942, a perseguição aos judeus belgas aumentou de forma exponencial. A partir de Maio de 1942, os judeus foram obrigados a usar uma Estrela de David amarela para os distinguir da população em geral. Utilizando os registos da AJB, os alemães começaram a deportar os judeus para campos de concentração nazis no Governo Geral (o território ocupado da Polónia). Os judeus escolhidos a partir dos registos eram enviados para o novo campo de reagrupamento de Mechelen; seguidamente, eram deportados através de sistemas ferroviários específicos para campos de concentração, em particular para o de Auschwitz. Entre Agosto de 1942 e Julho de 1944, cerca de 25 000 judeus e 350 ciganos foram deportados da Bélgica; mais de 24 000 seriam mortos antes de os campos serem libertados pelos Aliados.

De 1942 em diante, o descontentamento entre a população face ao tratamento que os judeus na Bélgica estavam a passar, cresceu. No final da ocupação, mais de 40% de todos os judeus na Bélgica encontravam-se escondidos; muitos deles eram protegidos por gentios, em particular por padres e freiras católicos. Alguns eram ajudados pela resistência organizada, como o Comité de Défense des Juifs (CDJ; "Comissão de Defesa dos Judeus"), o qual fornecia alimentos e protecção aos judeus escondidos. Muitos desdetes acabaríam por se juntar à resistência armada. Em Abril de 1943, membros do CDJ atacaram o vigésimo comboio para Auschwitz, e conseguiram salvar alguns dos que lá dentro seguiam para serem deportados.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Religião e anti-semitismo[editar | editar código-fonte]

A Grande Sinagoga de Bruxelas, edificada em 1875.

Antes da guerra, a população da Bélgica era maioritariamente católica. Cerca de 98 porcento da população era baptizada, cerca de 80 porcento das cerimónias de casamento eram realizadas de acordo com a tradição católica, e, em termos políticos, o país era dominado pelo Partido Católico.[1]

A população judaica da Bélgica era comparativamente pequena. De uma população total de oito milhões de pessoas, apenas 10 000 eram judeus antes da Primeira Guerra Mundial.[2] O período entre-guerras assistiu a um considerável fluxo de imigração judaica para a Bélgica. Por volta de 1930, esta população subiu para 50 000, e em 1940 atingia um valor entre 70 000–75 000.[2] Muitos dos novos judeus imigrados vinham da Europa de Leste e da Alemanha Nazi, fugindo do anti-semitismo e da pobreza dos seus países de origem.[2] A população Romani da Bélgica, neste período, era de cerca de 530.[3] Poucos dos judeus migrantes pediram a cidadania belga, e muitos não falavam francês nem holandês. A comunidade judaica concentrou-se em Charleroi, Liège, Bruxelas e, principalmente, Antuérpia, onde vivia mais de metade dos judeus na Bélgica.[2]

O período entre-guerras também assistiu à crescente popularidade dos partidos da Nova Ordem Fascista na Bélgica. Estes eram representados pela Vlaams Nationaal Verbond (VNV; União Nacional Flamenga) e pela Verdinaso na Flandres, e pelo Rex na Valónia. Ambos os partidos flamengos eram a favor da criação de um "Dietse Natie" ("Grande Estado Holandês") do qual os judeus seriam excluídos.[4] O Rex, cuja ideologia tinha por base o Fascismo Cristão, era particularmente anti-semita, mas tanto o VNV como o Rex fizeram campanha com slogans anti-semitas nas eleições de 1938.[5] A sua posição era oficialmente condenada pelas autoridades belgas, mas suspeitava-se que algumas figuras proeminentes, como o rei Leopoldo III, tinham posiçõess anti-semitas.[6] A partir de Junho de 1938, os imigrantes judeus ilegais detidos pela polícia belga eram deportados para a Alemanha, até a condenação pública condenar a prática depois da Kristallnacht (Noite dos Cristais) em Novembro de 1938.[7] Entre 1938 e o começo da guerra, com a influência dos partidos fascistas em declínio na Bélgica, o país começou a aceitar mais refugiados belgas, incluindo 215 do MS St. Louis a quem tinha sido recusado os vistos noutros países.[8]

Invasão e ocupação alemã[editar | editar código-fonte]

No período entre-guerras, a Bélgica seguiu uma política neutral. Embora a Componente Terrestre do Exército Belga tenha sido mobilizada em 1939, o país só entrou na guerra em 10 de Maio de 1940, quando foi invadida pela Alemanha Nazi. Após 18 dias de campanha, as forças militares belgas e o seu comandante-chefe Leopoldo III, renderam-se em 28 de Maio. A Bélgica, e a província francesa de Nord-Pas-de-Calais, foram agrupadas sob a Administração militar alemã da Bélgica e Norte da França (Militärverwaltung in Belgien und Nordfrankreich). Devido ao facto de o país estar sob ocupação militar, de início ficou sob o controlo da Wehrmacht , em vez do Partido Nazi (NSDAP) ou da Schutzstaffel (SS). Em Julho de 1944, a Militärverwaltung foi substituído por uma administração civil (Zivilverwaltung), aumentando, assim, grandemente, o poder das mais radicais organizações do Partido Nazi e SS, até à libertação em Setembro de 1944.

O Holocausto[editar | editar código-fonte]

Primeiras discriminações e perseguições, 1940–41[editar | editar código-fonte]

Aviso em três línguas (alemão-holandês-francês) utilizado para assinalar lojas e negócios de judeus na Bélgica a partir de Outubro de 1940

A 23 de Outubro de 1940, a Administração Militar Alemã adoptou legislação anti-judaica pela primeira vez.[9] As novas leis, semelhantes às de Nuremberga adoptadas na Alemanha em 1935, coincidiam com a adopção de legislação semelhante nos Países Baixos e em França.[9] As leis de 28 de Outubro proibiam os judeus de exercer certas profissões (incluindo as de serviço público) e forçava-os a registarem-se nas suas freguesias de residências.[10] Na mesma data, a administração alemã anunciou uma definição de quem era considerado judeu. As lojas e os negócios judaicos tinham de ser marcados com um sinal nas janelas, e os bens detidos pelos judeus tinham de ser registados.[10] Em Junho de 1940, já tinha sifo elaborada uma lista dos negócios judaicos em Liège.[11]

Em 1940, o governo alemão começou a fechar os negócios dos judeus. Alguns foram transferidos para proprietários alemães num processo denominado por arianização.[12] Cerca de 6300 lojas e negócios judaicos encerraram antes de 1942, e 600 foram arianizados.[13]Cerca de 600 milhões de francos belgas foi o montante apurado pela tomada dos negócios dos judeus, bastante menos do que o previsto.[12][14]

No total, entre 28 de Outubro de 1940 e 21 de Setembro de 1942, foram publicados 17 decretos anti-judaicos pela Administração Militar.[15]

Association des Juifs en Belgique[editar | editar código-fonte]

A "Association des Juifs en Belgique" (AJB; Associação dos Judeus na Bélgica) foi uma Judenrat criada pelos alemães para gerir a população judaica da Bélgica a partir de Novembro de 1941.[16] Embora orientada pelos alemães, a AJB era gerida pelos judeus e funcionava como um "gueto organizacional", permitindo que aos nazis lidar com os judeus belgas como um todo.[17] A AJB teve um papel fundamental no registo dos judeus do país. No total, foram registados 43 000 judeus pela AJB.[13] Este número representa apenas metade da população judaica, o que reflectia a desconfiança na organização, mas foi o valor que o SS-Obersturmbannführer Adolf Eichmann apresentou como o total de judeus da Bélgica na Conferência de Wannsee em Janeiro de 1942.[18]

Durante as deportações, cerca de dez mil judeus foram detidos com base na sua afiliação com a AJB.[19] Esta, supervisionada de perto pela SiPo-SD (Sicherheitspolizei und Sicherheitsdienst; "Polícia de Segurança e Serviço de Informação"), também era responsável pela administração do campo de transferência de Mechelen.[19] A AJB foi central no persuasão dos judeus a apresentarem-se voluntariamente para deportação, embora não se saiba ao certo se eles sabiam o seu destino.[17] A partir de 1942, na sequência do assassinato pela Resistência de Robert Holzinger, um líder da AJB, a confiança na associação diminuiu e passou a ser vista com muita suspeição.[14]

Depois da guerra, as chefias da AJB foram julgadas e condenadas por cumplicidade no Holocausto.[17]

Radicalização, 1941–42[editar | editar código-fonte]

Progrom de Antuérpia e a Estrela amarela[editar | editar código-fonte]

Versão belga da estrela amarela, obrigatória a partir de 1942

Em 14 de Abril de 1941, depois de ter visto ao filme de propaganda alemão Der Ewige Jude, as forças paramilitares flamengas do Volksverwering, VNV e Algemeene-SS Vlaanderen deram início a um pogrom na cidade de Antuérpia.[20] Os atacantes, armados com barras de ferro, atacaram e incendiaram duas sinagogas e atiraram is livros da Torá para a rua.[20] Depois, atacaram a casa de Marcus Rottenburg, o líder rabi da cidade. A polícia e os bombeiros foram chamados, mas foram impedidos de intervir pelas autoridades alemãs.[20]

Tal como na restante Europa ocupada, a obrigatoriedade de usar a estrela amarela entrou em vigor a 27 de Maio de 1942.[21] A versão belga do símbolo incluía a letra "J" em preto (para indicar os "Juif" em francês e "Jood" em holandês) no centro de uma estrela de David amarela. A estrela tinha de estar exposta, de forma bem visível, em todas as roupas exteriores, em público, e estavam previstas penalidades por não o fazer. O decreto levou originou indignação na Bélgica.[21] Correndo risco, as autoridades civis em Bruxelas e em Liège recusaram distribuir a estrela, fazendo ganhar tempo a muitos judeus que procuravam esconder-se.[22]

As autoridades alemãs em Antuérpia tentaram forçar o uso da estrela em 1940, mas a política foi descartada quando os cidadãos não-judeus protestaram e usaram eles próprios as braçadeiras.[23]

Deportação e extermínio, 1942–44[editar | editar código-fonte]

A partir de Agosto de 1942, os alema~es começaram a deportar os judeus utilizando o Arbeitseinsatz ("recrutamento para o trabalho") nas fábricas alemãs como pretexto.[14] Cerca de metade dos judeus ofereceram-se voluntariamente (embora coagidos pelas autoridades alemãs) para serem transportados embora os ajuntamentos já tivessem começado no final de Julho. Nos últimos tempos da guerra, os alemães utilizaram a polícia para deter ou reunir os judeus à força.[24]

Perspectiva actual dos Quartéis de Dossin em Mechelen o campo de passagem de Mechelen durante a ocupação

O primeiro comboio que saiu da Bélgica, com judeus apátridas, deixou o campo de passagem de Mechelen para Auschwitz a 4 de Agosto de 1942 ao que se lhe seguiram outros.[25] Estes comboios partiam para campos de extermínio na Europa de Leste. Entre Outubro de 1942 e Janeiro de 1943, as deportações foram suspensas temporariamente;[26] por esta altura, cerca de 16 600 pessoas já tinham sido deportadas em 17 comboios.[14] Depois da intervenção da rainha Isabel junto das autoridades alemãs, todos os deportados nesta primeira fase não eram cidadãos belgas.[26] Em 1943, a deportações foram retomadas. Quando as deportações para os campos de extermínio começaram, contudo, cerca de 2250 judeus belgas já tinham sido deportados como trabalhadores forçados para a Organisation Todt, um grupo de engenharia militar, que estava a construir a Muralha do Atlântico no Norte da França.[25]

Em Setembro, unidades armadas do Devisenschutzkommando (DSK; "Comando de Protecção de Transferências Estrangeiras") assaltaram casas para se apoderarem de valores e bens pessoais pois os seus donos estavam a caminho de campos de passagem, e, no mesmo mês, judeus com cidadania belga foram deportados pela primeira vez.[26] As unidades do DSK recebiam informações de pessoas que recebiam entre 100 e 200 francos belgas por cada pessoa que entregavam.[27] Depois da guerra, o colaborador Felix Lauterborn disse em julgamento que 80 por cento das detenções realizadas em Antuérpia tiveram origem em informadores pagos.[28] No total, seis mil judeus foram deportados em 1943, e outros dois mil e setecentos em 1944. Os transportes acabaram por causa da situação de deterioração em que a Bélgica ocupada se encontrava antes da libertação.[29]

A percentagem de judeus que foram deportados variou com o local. Foi mais alta em Antuérpia, com 67 por cento de deportados, mas menor em Bruxelas (37 por cento), Liège (35 por cento) e Charleroi (42 por cento).[30] O principal destino dos comboios era Auschwitz no territórios polacos ocupados pelos alemães.Valores mais baixos verificaram-se em Buchenwald e Ravensbrück, e também em Vittel em França.[29]

No total, 25 437 judeus foram deportados da Bélgica.[29] Apenas 1207 sobreviveram à guerra.[31] Entre os deportados e mortos, encontrava-se o artista surrealista Felix Nussbaum em 1944.

Colaboração da Bélgica no Holocausto[editar | editar código-fonte]

Circular interna do serviço civil destacando as leis anti-judaicas de Outubro de 1940

Os membros de partidos políticos fascistas belgas tentaram fazer parte do processo de deportação dos judeus. O VNV and Algemeene-SS Vlaanderen apoiou as deportações, enquanto uma associação conhecida como La Défense du Peuple/Volksverwering ("Defesa do Povo") foi criada especificamente para unir os anti-semitas balgas e para dar apoio às deportações.[32] Durante os primeiros tempos da ocupação, fizeram campanha defendendo leis anti-judaicas ainda mais duras.[33] Tanto o Rex como o VNV publicavam, regularmente, artigos anti-semitas nos seus jornais do partido.[32]

Apesar de as autoridades civis belgas (em particular a polícia e o serviço de segurança) estivessem oficialmente proibidas de apoiar as autoridades alemãs, excepto no que dizia respeito à manutenção da ordem, ocorreram alguns incidentes onde secções policiais ou polícias, a título individual, ajudaram os alemães a prender judeus, contra as ordens estabelecidas.[34] Em Antuérpia, as autoridades belgas facilitaram o recrutamento de judeus para o trabalho forçado em França em 1941[24] e apoiaram na reunião de judeus em Agosto de 1942 depois de a SiPo-SD ameaçar com prisão os oficiais locais do Fort Breendonk.[34] Fora de Antuérpia, os alemães fizeram uso da coacção para forçar a polícia belga a intervir e, em Bruxelas, pelo menos três policias desobedeceram às ordens e ajudaram a prender judeus.[34] A historiadora Insa Meinen defende que por volta de um quinto dos judeus detidos na Bélgica foram reunidos pela polícia belga.[24]

No entanto, a recusa geral da polícia belga em ajudar durante o Holocausto terá servido para uma relativa e comparativa alta taxa de sobrevivência entre os judeus belgas durante o Holocausto.[34]

Oposição belga à perseguição dos judeus[editar | editar código-fonte]

A resistência belga ao tratamento que os judeus estavam a ter surgiu por volta de Agosto–Setembro de 1942, na sequência de legislação publicada com respeito ao uso das estrelas amarelas e do início das deportações.[35] Quando estas se iniciaram, os membros da Resistência judaica destruíram´diversos registos compilados pela AJB.[14] A primeira organização especificamente criada para esconder judeus, o Comité de Défense des Juifs (CDJ-JVD), surgiu no Verão de 1942.[35] A CDJ, uma organização de esquerda, poderá ter salvo cerca de quatro mil crianças e dez mil adultos escondendo-os em locais seguros.[36] A organização produziu dois jornais clandestinos em iidiche, o Unzer Wort (אונזער-ווארט (A Nossa Palavra), de inclinação sionista-trabalhista) e o Unzer Kamf (אונזער קאמף (A Nossa Luta), de ideologia comunista).[37] O CDJ foi apenas uma das dúzias de grupos de resistência organizada que deram ajudaram os judeus a esconder-se. Outros grupos e membros da resistência foram responsáveis por encontrar locais de esconderijo, alimentação e documentos falsos.[29] Muitos judeus escondidos acabaram por entrar para os grupos de resistência. Os grupos de esquerda, como o Front de l'Indépendance (FI-OF), eram muito populares entre a população judaica. O grupo de inspiração comunista Partisans Armés (PA) tinha uma grande secção de membros judeus em Bruxelas.[38]

A resistência foi responsável pelo assassinato de Robert Holzinger, chefe do programa de deportação, em 1942.[25] Holzinger, colaborador activo, era judeu austríaco seleccionado pelos alemães para essa função.[25] O assassinato originou uma mudança na liderança da na AJB. Cinco líderes judeus, incluindo o da AJB, foram detidos e internados em Breendonk, mas foram libertados depois de um levantamento público.[14] Um sexto foi deportado directamente para Auschwitz.[14]

A resistência belga encontrava-se incomummente bem informada sobre o destino dos judeus deportados. Em Agosto de 1942 (dois meses depois do início das deportações na Bélgica), o jornal clandestino De Vrijschutter relatou que "Eles [os judeus deportados] estão a ser mortos em grupos, com gás, e outros são mortos com tiros de metralhadoras."[39]

No início de 1943, o Front de l'Indépendance enviou Victor Martin, um economista à Universidade Católica de Lovaina, para reunir informação sobre o destino dos judeus belgas deportados, fazendo uso da sua função de investigador na Universidade de Colónia.[40] Martin visitou Auschwitz e testemunhou os crematórios. Preso pelos alemães, conseguiu escapar, e e relatou o que viu ao CDJ em Maio de 1943.[40]

Ataque ao vigésimo comboio[editar | editar código-fonte]

Uma carruagem de transporte de gado utilizado para transportar judeus belgas para os campos da Europa de Leste. As aberturas estavam protegidas com arame farpado.[41] Este exemplar encontra-se preservado em Forte Breendonk.
Ver artigo principal: Ataque ao vigésimo comboio

A acção mais conhecida da resistência belga durante o Holocausto foi o ataque ao vigésimo comboio que se dirigia para Auschwitz.[26] Na noite de 19 de Abril de 1943, três membros da resistência, pouco armados, atacaram o comboio quando este passava por Haacht no Brabante Flamengo.[42] O comboio, contendo mais de 1600 judeus, esta protegido por 16 guardas alemães da SiPo-SD.[36] Os membros da resistência utilizaram uma lanterna coberta com papel vermelho (sinal de perigo) para pararem o comboio, e libertaram 17 prisoneiros de uma das carrugagens antes de serem descobertos pelos alemães.[36] Outras 200 pessoas conseguiram saltar do comboio mais tarde, pois o condutor, que era belga, manteve a velocidade baixa para assim permitir que os deportados escapassem.[36] Os três membros da resistência foram presos no final da ocupação. Youra Livchitz foi executado, e Jean Franklemon e Robert Maistriau foram deportados para campos de concentração, mas sobreviveram à guerra.[36]

O ataque ao vigésimo comboio foi o único a um comboio do Holocausto na Bélgica durante a guerra, tal como o único transporte desde a Bélgica a permitir uma fuga de prisioneiros de tal dimensão.[36]

Resistência passiva[editar | editar código-fonte]

O tratamento dado pelos alemães aos judeus levou ao aparecimento de resistência pública na Bélgica. Em Junho de 1942, o representante alemão do Ministério dos Negócios Estranheiros em Bruxelas, Werner von Bargen, queixou-se que os belgas não mostravam uma "compreensão suficiente" da política racial nazi.[25]

O jornal clandestino belga La Libre Belgique apelou aos cidadãos belgas para mostrarem, de forma discreta, o seu descontentamento pelas políticas raciais nazis. Em Agosto de 1942, pediu aos belgas que "Cumprimentem-nos [aos judeus] à passagem! Ofereçam-lhes os vosso lugar no eléctrico! Protestem contra as medidas bárbaras que estão a ser aplicadas contra eles. Isso fará com que os boches fiquem furiosos!"[43]

A discriminação contra os judeus foi condenada por muitos cidadãos destacados do território ocupado. Já em Outubro de 1940, o padre belga católico, cardeal Jozef-Ernest van Roey, condenou a política alemã e em particular a legislação a partir de 1942.[44]

Van Roey forneceu muitos dos recursos da igreja para esconder os judeus,mas foi impedido de condenar publicamente o tratamento dos judeus pelos seus pares, qu temiam uma repressão nazi à Igreja Católica. As tentativas alemãs de incluir as autoridades belgas e o governo local na implementação das suas políticas começaram a levantar protestos em 1942. A Comissão de Secretários-Gerais, um conjunto de chefias de topo do serviço público responsáveis por cumprir com as ordens alemãs, recusaram-se a implementar a legislação anti-judaica.[45] Em Junho 1942, uma conferência dos 19 presidentes de câmara da região da Grande Bruxelas, não permitiram que os seus funcionários distribuíssemos as estrelas amarelas aos judeus nos seus distritos.[22] Com grande risco pessoal, os presidentes, encabeçados por Joseph Van De Meulebroeck, enviaram uma carta a protestar o decreto às autoridades alemãs a 5 de Junho.[22] A recusa do conselho de Bruxelas e, mais tarde, a da cidade de Liège de distribuir os emblemas, permitiram que muitos judeus se escondessem antes das deportações começarem.[46]

No mesmo ano, membros da AJB reuniram-se com a rainha Isabel II do Reino Unido para pdir o seu apoio contra as deportações. A rainha dirigiu-se ao Governador Militar da Bélgica, o general Alexander von Falkenhausen, que enviou Eggert Reeder, o seu delegado e chefe dos assuntos não-militares da administração, a Berlim para clarificar a política do Reichsführer-SS Heinrich Himmler. O SS-Reichssicherheitshauptamt (RSHA; Gabinete Central de Segurança do Reich) fez algumas concessões a Isabel, permitindo que aqueles judeus que tivessem cidadania belga fossem excluídos das deportações, mantendo, assim, as famílias juntas.[25] O RSHA também concordou em não deportar os homens judeus acima dos 65 anos de idade e as mulheres com mais de 60, após protestos belgas defendendo que seriam demasiado velhos para utilizar em trabalhos forçados.[25]

Legado e memória[editar | editar código-fonte]

No rescaldo da guerra, a emigração para Israel reduziu ainda mais a população judia da Bélgica, a qual, em 2011, estava estimada entre 30 000 e 40 000.[47] A população mantém-se concentrada em Bruxelas e Antuérpia, mas, desde 1945 que se começaram a desenvolver pequenas comunidades (como em Gante, Knokke, Waterloo e Arlon).[47] Entre alguns sobreviventes belgas do Holocausto estão François Englert, ganhador, em conjunto, do Prémio Nobel da Física em 2013, e Paul Lévy, um conhecido jornalista (que se converteu ao cristianismo) responsável pelo desenho da bandeira europeia.

Memorial Stolperstein a uma vítima do Holocausto em Schaerbeek, Bruxelas

Desde a publicação da lei de negação do Holocausto em 1995, é ilegal negar ou tentar justificar o Holocausto.[48] O decreto segue a Lei Belga do Anti-racismo, publicada em 1981, a qual levou ao estabelecimento do Centro para a Igualdade de Oportunidades e Oposição ao Racismo, o qual investiga o racismo e o anti-semitismo na Bélgica, tal como ajuda as vitimas de discriminação.[49] Breendonk e os Quartéis de Dossin (no local do antigo campo de transição de Mechelen) estão preservados como museus do Holocausto e da repressão alemã durante a ocupação.

Em 2004, o senado belga contratou o Centro de Documentação e Pesquisa Histórica de Guerra e Sociedade Contemporânea (Cegesoma) para produzir um relatório histórico definitivo sobre a colaboração belga no Holocausto.[50] O relatório, intitulado A Bélgica Dócil (La Belgique Docile/Gewillig België), foi publicado em 2007, e teve um significativo impacto na Bélgica e no estrangeiro.[50][51] As conclusões do relatório foram controversas, pois davam bastante destaque à dimensão da colaboração da polícia belga com as autoridades nazis na deportação dos judeus.[52]

A partir de 2013, foram condecorados 1612 belgas com a distinção Justos entre as nações pelo Estado de Israel por terem posto em perigo as suas próprias vidas para salvar judeus durante a ocupação.[53]

Referências

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Adicional[editar | editar código-fonte]

  • Michman, Dan, ed. (1998). Belgium and the Holocaust: Jews, Belgians, Germans 2nd ed. Jerusalem: Yad Vashem. ISBN 965-308-068-7 
  • (em francês) Steinburg, Maxime (1983). L'Étoile et le Fusil. I: La Question Juive 1940–1942. Brussels: Éd. Vie Ouvrière. ISBN 2870031777 
  • (em francês) Steinburg, Maxime (1984). L'Étoile et le Fusil. II: 1942. Les Cent Jours de la Déportation des Juifs de Belgique. Brussels: Éd. Vie Ouvrière. ISBN 2870031807 
  • (em francês) Steinburg, Maxime (1987). L'Étoile et le Fusil. III: La Traque des Juifs 1942–1944. Brussels: Éd. Vie Ouvrière. ISBN 2870032102 
  • Fraser, David (2009). The Fragility of Law: Constitutional Patriotism and the Jews of Belgium, 1940–1945. Abingdon: Routledge-Cavendish. ISBN 978-0-415-47761-1 
  • Schreiber, Marion (2003). The Twentieth Train: the True Story of the Ambush of the Death Train to Auschwitz 1st US ed. New York: Grove Press. ISBN 978-0-8021-1766-3 
  • Vromen, Suzanne (2008). Hidden Children of the Holocaust: Belgian Nuns and their Daring Rescue of Young Jews from the Nazis. Oxford: Oxford University Press. ISBN 9780195181289 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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