Ibne Tifiluite – Wikipédia, a enciclopédia livre

Abubacar ibne Ibraim Alamir Abu Iáia Almassufi (Abu Bakr ibn Ibrahim al-amir Abu Yahya al-Massufi), segundo ibne Alcatibe, ou ibne Tifiluite (ibn Tifilwit), segundo ibne Abi Zar e o Hulal, foi um membro dos massufas do deserto do Saara.[1] Aparece pela primeira vez em 1107/1108, quando era líder tribal. À época, visitou seu primo e indiscretamente falou em voz alta o nome da esposa dele por se encantar com sua beleza. Seu primo o insultou publicamente e ibne Tifiluite, agora desgraçado, viajou a Sijilmassa, onde se inteirou nos assuntos locais. Depois, foi a Marraquexe para se encontrar com emir Ali ibne Iúçufe (r. 1106–1143), que o recebeu em audiência e o presenteou com cavalos puro-sangue, roupas e mil dinares de ouro, que o receptor os deu a um ferreiro. Ali reconheceu sua nobreza e ofereceu a mão de sua irmã antes de enviá-lo ao Alandalus para conduzir jiade contra os cristãos. Após se distinguir nessa tarefa por alguns anos, ibne Tifiluite foi nomeado governador de Múrcia e então, em 1115, de Saragoça (Saracusta).[2]

Em sua nova posição, em sucessão do assassinado Maomé ibne Alhaje, ibne Tifiluite lançou um campanha punitiva contra Barcelona. Por 20 dias, devastou o campo no entorno da cidade, queimando colheitas, desenraizando árvores e destruindo vilas. O conde Raimundo Berengário III (r. 1086–1131), que estava em campanha nas ilhas Baleares, voltou para o Condado de Barcelona apressadamente e enviou seu bispo ao Reino da França para buscar ajuda do rei Luís VI (r. 1108–1137) com o alerta de que em cinco dias os almorávidas chegariam a Montpellier e Saint-Gilles. Um exército combinado de castelhanos, aragoneses e franceses repeliu a campanha de ibne Tifiluite e o obrigou a voltar para Saragoça. Nos dois anos seguintes, ibne Tifiluite controlou Saragoça à moda dos reis das taifas, trajando vestes e regalias e se seduzindo por prazeres cortesões, como o consumo descomedido de vinho.[2]

Apesar da insistente pressão cristã ao norte, sobretudo na figura do rei Afonso I (r. 1104–1134), conseguiu um controle relativamente seguro sobre Saragoça e toda a parte nordeste do Alandalus.[2] Em 1116, atacou Rueda e sitiou Imade Adaulá em Borja, segundo ibne Idari, até alcançar acordo impreciso com os citadinos.[3] Em meados de 1117, Afonso retomou sua pressão. No começo, Abedalá ibne Mazdali partiu de Granada a Saragoça, obrigando o rei a recuar temporariamente, mas antes do fim do combate ibne Tifiluite foi morto.[2] Sua morte facilitou as investidas cristãs na região, uma vez que Ali não foi capaz de substituí-lo em tempo hábil.[4]

Referências

  1. Messier 2010, p. 136; 217.
  2. a b c d Messier 2010, p. 137.
  3. Stalls 1995, p. 34.
  4. Stalls 1995, p. 39.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Messier, Ronald A. (2010). The Almoravids and the Meanings of Jihad. Santa Bárbara, Califórnia; Denver, Colorado; Oxônia, Inglaterra: ABC-CLIO 
  • Stalls, Clay (1995). Possessing the Land: Aragon's Expansion Into Islam's Ebro Frontier Under Alfonso the Battler, 1104-1134. Leida e Nova Iorque: Brill