Imigração chinesa no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre

China Sino-brasileiros Brasil
巴西华人
População total

De 250 000 a 300 000.[1]

Regiões com população significativa
São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia,[2] Pernambuco,[3] Ceará e Maranhão. Migração interna por todo o território nacional.[4]
Línguas
Português. Minoria de descendentes falam o chinês.
Religiões
Cristianismo, mas uma minoria ainda segue principalmente o budismo e o taoísmo.

A imigração chinesa no Brasil teve início em 1812, quando dom João VI trouxe, de Macau, duzentos[5] (ou quatrocentos)[6] chineses para introduzir o cultivo de chá no país. Eles iniciaram lavouras experimentais no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e na Fazenda Imperial de Santa Cruz, porém o experimento fracassou e a colônia chinesa desapareceu.

Um parlamentar inglês denunciou, no entanto, em 1834, que um grupo de imigrantes chineses havia sido largado nas florestas nos arredores da cidade para ser caçado, por diversão, por caçadores de homens, auxiliados por cães e cavalos. Entre esses caçadores, estaria o príncipe dom Miguel.[5]

Depois, eles vieram para desenvolver o cultivo do chá em São Paulo e para trabalhar na implantação da ferrovia no Rio de Janeiro, capital do país na época.[carece de fontes?]

Em 1882, a Companhia de Comércio e Imigração Chinesa foi fundada, trazendo mais de mil chineses para trabalhar em uma mina em São João Del Rei.[7]

A primeira entrada oficial de chineses em São Paulo ocorreu em 15 de agosto de 1900. O grupo era formado por 107 pessoas que, viajando no vapor Malange, procedente de Lisboa, desembarcaram no Rio de Janeiro, sendo conduzidos em seguida para a Hospedaria de Imigrantes na cidade de São Paulo.

Entre 1902 e 1906, foi construída, na cidade do Rio de Janeiro, a Vista Chinesa, um mirante em estilo chinês em comemoração à vinda dos primeiros chineses ao país para a introdução do cultivo de chá, no início do século XIX.[8]

Apresentação cultural da comunidade chinesa durante a Bienal Internacional de Curitiba em 2017.

Porém, o grande fluxo da imigração chinesa se deu a partir da década de 1950. Os principais motivos dessa migração foram as guerras que estavam ocorrendo na China entre os comunistas e nacionalistas chineses que perdurou por décadas e ocasionou a falta de alimentos no país. Com o fim da guerra, e vitória dos comunistas, o país estava com a produção de alimentos insuficientes e problemas climáticos atenuaram essa crise. Um grande número de chineses mudou-se para Taiwan e, logo em seguida, buscou um novo país no estrangeiro. Grande número deles imigrou para o Brasil.[7]

Desde o fim da década de 1990, a quantidade de imigrantes chineses vem aumentado bastante. Eles têm, como principal área de atuação, o comércio. Lojas e pastelarias são os principais ramos onde eles trabalham. No Rio de Janeiro, por exemplo, atualmente 20% das lojas do SAARA (conhecida sociedade de comerciantes do Centro do Rio) é controlada por chineses (em 1995, só duas lojas do SAARA eram de propriedade de chineses).

No Paraná a migração de chineses é mais recente, e estes concentraram-se mais nas grandes cidades, como em Curitiba.[9]

Sino-brasileiros notáveis[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «'Estou orgulhoso com a minha raíz da China' --Leone Da Silveira Lee, primeiro e único general brasileiro com descendência chinesa». China Radio International online. 22 de maio de 2007. Consultado em 8 de junho de 2018 
  2. «Centro de Salvador é o novo Chinatown». 2014. Consultado em 15 de outubro de 2017 
  3. «Dia da Imigração Chinesa sublima a amizade dos dois povos | Opinião: Diario de Pernambuco». Diário de Pernambuco. Consultado em 18 de janeiro de 2023 
  4. «Laços mais estreitos entre brasileiros e chineses». Diário de Pernambuco. Consultado em 18 de janeiro de 2023 
  5. a b BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 272, 273.
  6. LEITE, José Roberto Teixeira (1999). Introdução: A China no Brasil. In: ______. A China no Brasil: influências, marcas, ecos e sobrevivências chinesas na sociedade e na arte brasileiras. Campinas: Ed. da Unicamp. pp. 9–24 
  7. a b MEI, Wu Xiao (2008). «Linguagem, Interação Social e Cultura: alternância de código chinês-português por imigrantes chineses no Rio Grande do Sul». UCS. Consultado em 15 de maio de 2013 
  8. Esse mundo é nosso. Disponível em http://www.essemundoenosso.com.br/vista-chinesa/. Acesso em 1 de maio de 2017.
  9. WONS, Iaroslaw (1993). Geografia do Paraná. Curitiba: Ensino Renovado. p. 97 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Commons
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  • YIN, Bi Meng. Imigração chinesa em São Paulo e seu português falado: interlíngua e marcadores discursivos. 2013. Dissertação (Mestrado em Filologia e Língua Portuguesa) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. doi:10.11606/D.8.2014.tde-23042014-092320. Acesso em: 2017-11-17.
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