Instituto Gulbenkian de Ciência – Wikipédia, a enciclopédia livre

Instituto Gulbenkian de Ciencia

O Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) MHSE é um centro internacional dedicado à investigação biológica e biomédica e à formação pós-graduada, localizado em Oeiras, Portugal. Criado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1961, e ainda generosamente apoiado pela Fundação, o IGC está organizado em pequenos grupos de investigação independentes que trabalham num ambiente desenhado para estimular interações e explorar sinergias, com o mínimo de estrutura hierárquica.

Ao longo de cinco décadas, o IGC tem sido pioneiro em reconhecidas contribuições à ciência portuguesa e internacional [1], nomeadamente na profissionalização da actividade de investigação, na internacionalização da comunidade científica portuguesa, na introdução em Portugal de áreas científicas pouco desenvolvidas, no lançamento da formação pós-graduada em Portugal, e de programas de Doutoramento inovadores a nível Europeu e na promoção da cultura científica.[2]

Junto com o Instituto de Tecnologia Química e Biológica e o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, faz parte de um Laboratório Associado com foco na investigação em áreas relacionadas com a saúde, as ciências da vida e a biotecnologia.[3][4].

Foi considerado em 2011 pela revista The Scientist como o nono melhor lugar para cientistas doutorado trabalharem, fora dos Estados Unidos da América, mantendo-se no top 10 obtido pela primeira vez em 2010.[5]

Em 1998, sob a direção de António Coutinho, o IGC foi reestruturado para a atual configuração e modo de ação. Jonathan Howard sucedeu a Coutinho e foi Diretor do IGC de outubro de 2012 a janeiro de 2018. Desde 1 de fevereiro de 2018 que Mónica Bettencourt-Dias é Diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência.

Fundação[editar | editar código-fonte]

O IGC foi fundado em 1961 com o objectivo de receber, acolher e apoiar futuros líderes científicos, (estudantes de doutoramento, pós doutorados e coordenadores de grupos), num ambiente de cooperação científica, autonomia intelectual e responsabilidade institucional, com acesso a equipamentos e plataformas tecnológicas de ponta.[6][7]

O IGC desenvolve também programas de formação pós-graduado, através de vários programas de doutoramento [8] e uma série anual de seminários internacionais [9] e escolas de Verão.[10] Acolhe ainda estudantes de mestrado e técnicos de laboratório.

Investigação[editar | editar código-fonte]

O IGC está direccionado para a investigação em Biologia com aplicações na área da Medicina. Áreas específicas de investigação no instituto incluem evolução, inflamação, imunidade e doenças auto-imunes, genética humana e populacional, biologia do desenvolvimento de animais e plantas, biologia celular, ciclo celular e reparação de DNA, neurociências, biologia teórica e computacional.[11]

A investigação no IGC é centrada no organismo, baseada em hipóteses (hypothesis driven) e com uma abordagem transversal e multidisciplinar. Os estudos centram-se na investigação das bases genéticas do desenvolvimento e evolução dos sistemas complexos.[12]

Membros[editar | editar código-fonte]

Em Março de 2016 trabalhavam no IGC cerca de 394 pessoas, entre os quais 152 são investigadores doutorados e 79 estudantes de doutoramento. Demograficamente, um terço são estrangeiros, de 32 nacionalidades. Os investigadores estão agrupados em 42 grupos de investigação. 43% dos Investigadores Principais são estrangeiros e 48% são mulheres.[13]

Conselho científico[editar | editar código-fonte]

  • Kai Simons (Max Planck Institute for Molecular Cell Biology and Genetics, Dresden, Alemanha) [14] (Presidente)
  • Martin Raff (University College London, RU) [15]
  • Ginés Morata (Universidad Autónoma de Madrid, Espanha) [16]
  • David Sabatini (New York University, EUA) [17]
  • Ruslan Medzhitov (Yale University, EUA)[18]
  • Tony Hyman (Max Planck Institute, Dresden, Alemanha)[19]
  • Terrence Sejnowsky (The Salk Institute, EUA) [20]
  • Linda Partridge (Max Planck Institute, Colónia, Alemanha)[21]
  • Paul Schmid-Hempel (ETH Zurich, Switzerland)[22]

História[editar | editar código-fonte]

Desde 1998[editar | editar código-fonte]

Após uma reforma em 1998, instituída pelo então director António Coutinho, aquando da sua nomeação, já se instalaram no instituto 72 grupos de investigação. Destes, 42 saíram para outras instituições, maioritariamente outros centros de investigação e Universidades em Portugal.[7][23]

  • nos últimos 10 anos, foram celebrados cerca de 350 contractos de investigação com agências e empresas externas à FCG, num total de 35 milhões de euros de investimento, incluindo mais de 10 milhões de euros de fontes estrangeiras;
  • dos 23 maiores financiamentos internacionais atribuídos a cientistas biomédicos a trabalhar em Portugal, nos últimos cinco anos, vinte foram ganhas por cientistas que estão agora, ou estiveram, num determinado momento, no IGC;[24][25][26][27][28][29]
  • o IGC é hoje a instituição portuguesa que produz ciência de maior impacto internacional: mais de 1000 publicações científicas internacionais foram produzidas por investigadores ligados ao IGC, que foram citadas mais de 16 000 vezes por cientistas em todo o mundo;
  • em 2010 e 2011, o IGC foi classificado entre os "10 Melhores Lugares para Doutorados", fora dos Estados Unidos da América, pela revista The Scientist - Faculty of 1000;[30]
  • cerca de 4000 cientistas, na sua maioria provenientes de instituições estrangeiras, passaram pelo IGC, como docentes ou conferencistas;
  • atendeu-se à transferência de tecnologia e criação de start-ups: sete empresas foram já criadas ou estão em processo de criação;
  • organizaram-se Dias Abertos, Noites dos Investigadores, que atraem milhares de pessoas; desenvolvem-se programas de actualização de professores do ensino básico e secundário e conteúdos para apoio à aprendizagem da ciência.[31];
  • em 2011, recebeu o Reconhecimento de Mérito Profissional, atribuído também a António Coutinho, pelo Rotary Clube de Oeiras;
  • a 19 de Julho de 2011 foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[32]

Durante as comemorações dos 50 anos da instituição, o presidente da Fundação Gulbenkian anunciou que o Instituto iria tornar-se num organismo autónomo.[7]

Referências

  1. Barreto 2007, vol.? p.?.
  2. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  3. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fct.mctes.pt. Arquivado do original em 10 de junho de 2007 
  4. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  5. «IGC nos 10 melhores para trabalhar - Ciência - DN». Diário de Notícias. Consultado em 10 de agosto de 2011. Arquivado do original em 18 de junho de 2013 
  6. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  7. a b c «Instituto Gulbenkian de Ciência vai tornar-se organismo autónomo - Ciências - PUBLICO.PT». Jornal Público. Consultado em 10 de agosto de 2011. Arquivado do original em 24 de julho de 2011 
  8. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  9. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  10. «Instituto Gulbenkian de Ciência to join European Campus of Excellence» (em inglês). Fundação Calouste Gulbenkian. 29 de julho de 2011. Consultado em 10 de junho de 2014 
  11. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  12. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  13. «Factos e Números». Instituto Gulbenkian de Ciencia. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  14. «Título ainda não informado (favor adicionar)» (em alemão). Mpi-cbg.de. Arquivado do original em 8 de setembro de 2011 
  15. «Título ainda não informado (favor adicionar)» (em inglês). Ucl.ac.uk. Arquivado do original em 1 de outubro de 2010 
  16. «Título ainda não informado (favor adicionar)» (em espanhol). Cbm.uam.es. Arquivado do original em 3 de outubro de 2011 
  17. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Med.nyu.edu 
  18. «Ruslan M Medzhitov, Yale School of Medicine». Ruslan M Medzhitov. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  19. «Hyman Lab». Hyman Lab (em inglês). Consultado em 25 de outubro de 2016 
  20. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Salk.edu 
  21. «Partridge::Max Planck Institute for Biology of Ageing». www.age.mpg.de. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  22. «ETH - Experimental Ecology - Schmid-Hempel, Paul, Prof.». www.eco.ethz.ch. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  23. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  24. «Three of five new ERC Starting Grants for Portugal go to IGC researchers» (em inglês). Fundação Calouste Gulbenkian. 19 de julho de 2010. Consultado em 10 de junho de 2014 
  25. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian 
  26. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian 
  27. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian 
  28. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian 
  29. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian 
  30. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian 
  31. «Título ainda não informado (favor adicionar)». Fundação Calouste Gulbenkian [ligação inativa] 
  32. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Instituto Gulbenkian de Ciência". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de junho de 2014 
Bibliografia
  • Barreto, António (coord.); rev. Carlos Silva (2007). Fundação Calouste Gulbenkian : cinquenta anos : 1956-2006. 2 1.ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. ISBN 978-972-97748-7-4 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]