Intervenção na Sibéria – Wikipédia, a enciclopédia livre

Intervenção na Sibéria
Intervenção dos Aliados na Guerra Civil Russa e Frente Oriental

Litografia japonesa que descreve a captura de Blagoveschensk
Data Agosto de 1918–Julho de 1920; Outubro de 1922 (retirada japonesa)
Local Extremo Oriente Russo e Sibéria Oriental
Desfecho
  • Vitória bolchevique
  • Os Aliados se retiram, e os bolcheviques recuperam a Sibéria.
Beligerantes
Potências Aliadas

Império do Japão Império do Japão
 Estados Unidos
 Reino Unido

França França
Portugal Portugal
Reino de Itália
Tchecoslováquia
Polónia Polônia[1]
Rússia Movimento Branco


Apoiado pelos aliados:

República da China (contra Movimento Branco)


Mongolia (1919-1921 Ocupação chinesa, 1921 Ocupação pelos russos brancos)
República Socialista Federativa Soviética Russa
República do Extremo Oriente
comunistas da Mongólia
Comandantes
Império do Japão Yui Mitsue
Estados Unidos William S. Graves
Semyon Budyonny
Mikhail Tukhachevsky
Forças
70 000 Japoneses
7 950 Americanos
2 400 Italianos
1 500 britânicos
4 192 Canadenses[2]
800 Franceses
vários milhares de poloneses

Total:
~ 90 000
600 000 bolcheviques russos
Baixas
Rússia Desconhecidas
Japão 5 000 mortos por combate ou doença
Estados Unidos 48 mortos
Reino Unido 33 mortos
Canadá 19 mortos
janeiro-junho 1922 somente:
698 mortos ou desaparecidos em combate
2 189 mortos de doenças
1 421 feridos[3]

A Intervenção na Sibéria (シベリア出兵, Shiberia Shuppei) de 1918-1922 foi o envio de tropas pela Tríplice Entente às Províncias Marítimas russas, como parte de um esforço maior por parte das potências ocidentais e do Japão para apoiar as forças russas brancas contra o Exército Vermelho bolchevique durante a Guerra Civil Russa. O Exército Imperial Japonês continuou a ocupar a Sibéria, mesmo depois de outras forças aliadas terem se retirado em 1920.

Origem[editar | editar código-fonte]

Na sequência da Revolução de Outubro na Rússia em 1917, o governo bolchevique assinou a paz em separado com a Alemanha. O colapso da frente russa apresentava um tremendo problema para a Entente, pois não apenas permitiria à Alemanha deslocar tropas e material bélico de sua frente do leste para o oeste, mas também tornou possível para a Alemanha garantir os enormes estoques de fornecimentos que haviam sido acumulados em Murmansk, Arkhangelsk e Vladivostok. Além disso, os 50.000 homens da Legião Checoslovaca, lutando ao lado dos Aliados, estavam presos atrás de linhas inimigas, e tentavam fazer seu caminho através do oriente a Vladivostok ao longo da Ferrovia Transiberiana mantida pelos bolcheviques .

Confrontada com estas preocupações, a Grã-Bretanha e a França decidiram intervir militarmente na Guerra Civil Russa contra o governo bolchevique. Eles tinham três objetivos que esperavam alcançar:

  1. impedir que os estoques de materiais de guerra dos Aliados na Rússia caiam em mãos alemãs ou bolcheviques;
  2. resgatar a Legião Checoslovaca e devolvê-la à frente europeia;
  3. ressuscitar a Frente Oriental, apoiando e instalando no governo os russos brancos.

Severamente sem tropas, os britânicos e os franceses pediram para que os Estados Unidos fornecem tropas, tanto para a Campanha do Norte da Rússia como para a Sibéria. Em julho de 1918, contra o parecer do Departamento de Guerra, o presidente Woodrow Wilson concordou em enviar 5.000 soldados dos EUA como Força Expedicionária da América do Norte na Rússia (também conhecido como a Expedição Urso Polar) e 10 mil soldados dos EUA como Força Expedicionária Americana na Sibéria. No mesmo mês, o Governo de Beiyang da República da China aceitou um convite do movimento branco e enviou 2000 soldados tropas em agosto.[4] Os chineses mais tarde ocuparam a Mongólia Exterior e Tuva e enviaram um batalhão para a Campanha do Norte da Rússia como parte de seus esforços anti-bolcheviques.

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. cf. Jamie Bisher, White Terror: Cossack Warlords of the Trans-Siberian, Routledge 2006, ISBN 1135765952, p.378, footnote 28
  2. Canadian Siberian Expeditionary Force.
  3. General-Lieutenant G.F.KRIVOSHEYEV (1993). «SOVIET ARMED FORCES LOSSES IN WARS,COMBAT OPERATIONS MILITARY CONFLICTS» (PDF). MOSCOW MILITARY PUBLISHING HOUSE. 46 páginas. Consultado em 21 de junho de 2015 
  4. Breidenbach, Joana (2005). Nyíri, Pál; Breidenbach, Joana, eds. China Inside Out: Contemporary Chinese Nationalism and Transnationalism Illustrated ed. [S.l.]: Central European University Press. p. 90. ISBN 963-7326-14-6. Consultado em 18 de março de 2012 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • John Albert White, The Siberian Intervention, Greenwood Press, 1970
  • Betty Miller Unterberger, America's Siberian expedition, 1918-1920: a study of national policy, Greenwood Press, 1969
  • James William Morley, The Japanese thrust into Siberia, 1918, Columbia University Press, 1957
  • Paul Martin Andrews, The Siberian intervention: turning point in Canada's relations with Great Britain, SUNY, Plattsburgh, 1974
  • I. T. M. Gow, Military intervention in pre-war Japanese politics: Admiral Katō Kanji and the 'Washington system, Routledge, 2004
  • Robert James Maddox, The unknown war with Russia: Wilson's Siberian intervention, Presidio Press, 1977

Ligações externas[editar | editar código-fonte]