Johannes Willebrands – Wikipédia, a enciclopédia livre

Johannes Willebrands
Cardeal da Santa Igreja Romana
Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos
Info/Prelado da Igreja Católica
Johannes Willebrands em 1982
Atividade eclesiástica
Diocese Diocese de Roma
Serviço pastoral Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos
Nomeação 12 de abril de 1969
Predecessor Augustin Cardeal Bea, S.J.
Sucessor Edward Idris Cardeal Cassidy
Mandato 1969 - 1989
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 26 de maio de 1934
Warmond
Nomeação episcopal 4 de junho de 1964
Ordenação episcopal 28 de junho de 1964
Basílica de São Pedro
por Papa Paulo VI
Nomeado arcebispo 12 de abril de 1969
Cardinalato
Criação 28 de abril de 1969
por Papa Paulo VI
Ordem Cardeal-diácono (1969-1975)
Cardeal-presbítero (1975-2006)
Título Santos Cosme e Damião (1969-1975)
São Sebastião nas Catacumbas (1975-2006)
Brasão
Lema Veritatem in caritate
Dados pessoais
Nascimento Bovenkarspel
4 de setembro de 1909
Morte Denekamp
2 de agosto de 2006 (96 anos)
Nacionalidade neerlandês
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Johannes Gerardus Maria Willebrands (Bovenkarspel, 4 de setembro de 1909Denekamp, 2 de agosto de 2006) foi um cardeal católico neerlandês.

Juventude e ordenação[editar | editar código-fonte]

Johannes Willebrands nasceu em Bovenkarspel, o mais velho dos nove filhos de Herman e Afra (née Kok) Willebrands. Seu pai trabalhou como pagador no mercado local de hortaliças, e um de seus irmãos se tornou um missionário Redentorista no Suriname.[1] Willebrands estudou no seminário em Warmond perto de Leiden, onde foi ordenado ao sacerdócio em 26 de maio de 1934.[2] Em 1937, recebeu um Doutorado em Filosofia na Ateneu Pontifício Angelicum em Roma.[1]

Envolvimento precoce no ecumenismo[editar | editar código-fonte]

Willebrands retornou aos Países Baixos em 1937 e atuou como capelão da Igreja de Begijnhof em Amsterdã. Em 1940, ele começou a ensinar filosofia em sua alma mater do seminário de Warmond. Cinco anos depois, ele se tornou o reitor do seminário.[1] Willebrands demonstrou um interesse muito ativo na causa da unidade dos cristãos como presidente da St Willibrord Association, que promoveu o ecumenismo na Holanda; em 1951, ele organizou a Conferência Católica sobre Questões Ecumênicas, que estava em contato com o Conselho Mundial de Igrejas.[1]

Episcopado[editar | editar código-fonte]

Ele foi nomeado bispo-titular de Mauriana em 4 de junho de 1964. Willebrands recebeu sua consagração episcopal no dia 28 de junho do Papa Paulo VI, com os arcebispos Diego Venini e Ettore Cunial] servindo como co-sagrantes, na Basílica de São Pedro.[1][2] Em 7 de dezembro de 1965, ele leu a declaração pela qual as igrejas católica e ortodoxa "cancelaram da memória dos homens" sua mútua excomunhão após o grande cisma de 1054.[3]

Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos[editar | editar código-fonte]

Em 28 de junho de 1960, o Papa João XXIII o nomeou Secretário do recém-criado Secretariado para Promoção da Unidade dos Cristãos (posteriormente elevado a um Conselho Pontifício), sob a direção de Augustin Bea. Auxiliado por sua fluência em seis idiomas, Willebrands estava envolvido na construção de pontes para a Igreja Anglicana e a Igreja Ortodoxa Russa.[1]

Ele foi fundamental para convencer as igrejas ortodoxas a participarem das sessões do Concílio Vaticano II como observadores enquanto se reunia entre 1962 e 1965. [4] Durante os trabalhos do Concílio Vaticano II, ele preparou os documentos relacionados às escrituras e tradições, ecumenismo, liberdade religiosa e relações com religiões não-cristãs. Willebrands foi elevado à categoria de Monsenhor em 1963. Em 12 de abril de 1969, o Papa Paulo VI nomeou Willebrands como Presidente do Secretariado para a Promoção da Unidade dos Cristãos, sucedendo ao Cardeal Bea após sua morte.[1]

Após sua renúncia como arcebispo de Utrecht, Willebrands continuou como presidente da Promoção da Unidade dos Cristãos. Willebrands atuou como Presidente Delegado na Segunda Assembléia Extraordinária do Sínodo Mundial dos Bispos, realizada de 24 de novembro a 8 de dezembro de 1985, e tornou-se Presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos em 12 de dezembro de 1989, quando foi sucedido como presidente por Edward Idris Cassidy.[1][2]

Arcebispo de Utrecht[editar | editar código-fonte]

O cardeal Willebrands entre o Papa João Paulo II (à direita) e o cardeal Simonis (à esquerda).

Em 6 de dezembro de 1975, foi nomeado Arcebispo de Utrecht e, portanto, de fato Primaz dos Países Baixos, continuando ao mesmo tempo em servir como Presidente da Secretariado. Esperava-se que fosse capaz de usar seus talentos diplomáticos para reconciliar as alas conservadoras e liberais da Igreja Católica,[5] mas as qualidades de paciência, reticência e reserva que fizeram tal sucesso nos círculos ecumênicos não agradou ao seu rebanho holandês. Mais tarde, ele renunciou ao cargo de arcebispo em 3 de dezembro de 1983.[2]

Cardinalato[editar | editar código-fonte]

Ele foi criado Cardeal-Diácono de Santos Cosme e Damião por Paulo VI no consistório de 28 de abril de 1969, e mais tarde se tornou cardeal-presbítero de São Sebastião nas Catacumbas em 6 de dezembro de 1975, quando foi nomeado Arcebispo de Utrecht.[1][2]

Ele se tornou Camerlengo do Sagrado Colégio dos Cardeais em 1988 e serviu até 1995, após o qual o cargo foi abolido.[1]

Aposentadoria e morte[editar | editar código-fonte]

O cardeal Willebrands mudou-se para convento das clarissas de Sankt Nicolaasstichting em Denekamp em 1997, onde morreu nove anos depois, aos 96 anos. Na época de sua morte, era o membro vivo mais velho do Colégio dos Cardeais

Conclaves[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j Salvador Miranda. «The Cardinals of the Holy Roman Church» (em inglês). Consultado em 11 de agosto de 2020 
  2. a b c d e Catholic Hierarchy
  3. «Epílogo do Concílio Ecumênico Vaticano II: Declaração conjunta do Papa Paulo VI e do Patriarca Ecuménico Atenágoras I (7 de dezembro de 1965)» (em inglês) 
  4. Chiron, Yves, Paulo VI: Le pape écartelé , Perrin , Paris, 1993 ISBN 2-262-00952-X p. 186 e 246
  5. Revista Time, Paul's Flying Dutchman, 5 de janeiro de 1976
  6. «A "Foreign" Pope». Time magazine. 30 de outubro de 1978. p. 1. Consultado em 11 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2007 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Precedido por
sede vacante
Brasão episcopal
Bispo-titular de Mauriana

19641969
Sucedido por
Pio Laghi
Precedido por
Augustin Bea, S.J.

Presidente do
Pontifício Conselho para a
Promoção da Unidade dos Cristãos

19691989
Sucedido por
Edward Idris Cassidy
Precedido por
Francesco Morano
Brasão cardinalício
Cardeal-diácono de
Santos Cosme e Damião

19691975
Sucedido por
Eduardo Francisco Pironio
Precedido por
Bernardus Johannes Alfrink
Brasão episcopal
Arcebispo de Utrecht

19751983
Sucedido por
Adrianus Johannes Simonis
Precedido por
Bernardus Johannes Alfrink
Brasão episcopal
Vigário militar dos Países Baixos

19751982
Sucedido por
Ronald Philippe Bär
Precedido por
Sebastiano Baggio
Brasão cardinalício
Cardeal-presbítero de
São Sebastião nas Catacumbas

19752006
Sucedido por
Lluís Martínez Sistach
Precedido por
Giuseppe Paupini

Camerlengo do
Colégio dos Cardeais

19881997
Sucedido por
Supressão da função